O SR. DR. JORGE SILVA (PROS – ES) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, em maio de 2010, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ouviu e atendeu iniciativa brasileira no sentido de instituir o dia 28 de julho como Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Neste 2014, mais precisamente de 19 a 24 de maio, a 67ª Reunião da Assembleia Mundial da Saúde – principal órgão decisório da OMS –, entre outras importantes decisões, aprovou resolução visando ao incremento da prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais. Três mil delegados reunidos em Genebra, Suíça, tomaram contato com estatísticas de mais de 1,4 milhão de mortes por ano em decorrência de hepatite, sendo que cerca de quinhentos milhões de pessoas convivem com ela, que se apresenta por meio de cinco principais vírus (A, B, C, D e E). Desses, os tipos B e C são responsáveis por doenças crônicas e, juntos, constituem a causa mais comum de 2 cirrose e câncer hepático, em especial porque a maioria dos infectados segue desconhecendo tal condição. A Resolução da OMS chama a atenção, também, para a ampliação dos programas de vacinação e o reforço das estratégias de controle de infecção nos serviços de saúde. Nesse sentido, a Assembleia marcou a necessidade de continuado auxílio aos países no estabelecimento de programas de combate à hepatite. No Brasil, a prioridade é, até 2015, realizar campanhas de conscientização, a fim de levar a população à vacinação gratuita contra a hepatite B, além da busca de diagnóstico precoce. Dessa forma, o Ministério da Saúde (MS) pretende alcançar cobertura vacinal de 90%, bem como identificar os quase dois milhões de brasileiros que se estima estarem infectados pelos vírus B e C. Na verdade, desde 2010, ano de instituição do Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais – por sugestão inicial brasileira, repito –, o Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, do 3 Ministério, vem intensificando diversas ações de prevenção e controle da doença em todos os níveis gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que a contaminação pode ocorrer por meio sanguíneo. Há vacinas apenas contra hepatites A e B, sendo que a primeira não integra o calendário nacional oficial de vacinação e, por isso, é necessário encaminhamento médico, que deve ser apresentado nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE). A vacina contra o tipo B, disponível nas mais de trinta e duas mil salas de vacina do SUS e recomendada para jovens até 29 anos de idade, teve a oferta ampliada para a faixa etária de 30 a 49 anos, além de contemplar grupos de maior vulnerabilidade, independentemente da idade (gestantes, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais militares e civis, entre outros). Como não existe vacina contra a também danosa hepatite C, impõe-se rigoroso controle da cadeia de transmissão tanto em domicílio quanto no grupo social, o 4 que exige verdadeira reeducação dos indivíduos quanto à higiene pessoal e ao manuseio de alimentos. Boas condições de saneamento básico e de fornecimento de água também são decisivas para pôr freio ao círculo do contágio. Senhoras e Senhores Deputados, as hepatites virais são doenças silenciosas. Quando os sintomas se manifestam, geralmente é avançado o estágio da doença, razão pela qual o diagnóstico precoce é determinante para evitar tanto sua progressão quanto transmissão. Por isso, são da mais alta importância os resultados da 67ª Reunião da OMS, quando se lançaram luzes sobre o problema de saúde global que são as hepatites virais, atitude fundamental para o incremento de políticas de prevenção e combate à enfermidade. 2014_7245