Maioria dos brasileiros desconhece Hepatite C

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RAC.COM.BR (ON LINE)
Editoria/Coluna:
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Local:
27 /09/2011
SSA/BA
Link: http://www.rac.com.br/noticias/nacional/99268/2011/09/27/maioria-dosbrasileiros-desconhece-hepatite-c.html
Maioria dos brasileiros desconhece Hepatite C
Dado é preocupante porque 50% dos transplantes de fígado realizados no Brasil são
devido às hepatites e, mais frequentemente a do tipo C
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Diferente do que acontece em 90% das cidades brasileiras, em que não há um hematologista
sequer, em Campinas a assistência no que diz respeito às hepatites é boa, informou Dr.
Fernando Gonçales
(Foto: Raquel Valli )
Olha o tamanho do nosso problema, alertou o presidente da SBH, Dr. Raymundo Paraná
(Foto: Raquel Valli )
A maior parte dos brasileiros (51%) não sabe o que é Hepatite C. O dado é preocupante
porque 50% dos transplantes de fígado realizados no Brasil são devido às hepatites e, mais
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frequentemente, resultantes da do tipo C.
'Olha o tamanho do nosso problema', alertou o presidente da Sociedade Brasileira de
Hepatologia (SBH), Dr. Raymundo Paraná, nesta terça-feira (27) na coletiva de imprensa
durante a abertura do XXI Congresso de Hepatologia - que será realizado até 1° de outubro
no hotel Pestana em Salvador (BA).
O 'grau de desconhecimento notório' foi comprovado por uma pesquisa inédita realizada pelo
Instituto Datafolha em parceria com a SBH e com a farmacêutica MSD (antiga Merck) em 11
cidades do País – incluindo Campinas - e divulgada no congresso.
De acordo com o levantamento, 52% dos brasileiros têm medo de contrair a doença, mas
84% nunca fizeram teste para detectá-la e 79% ignoram as formas de tratamento. Destes,
24% afirmaram já terem tomado a vacina. Entretanto, tal imunização ainda não existe.
'Muitos teriam a vida salva se fizessem um simples teste', explicou Paraná. 'A doença é
curável e o tratamento está disponível na rede publica (pelo Sistema Único de Saúde – SUS),
mas enquanto todo mundo sabe como se prevenir contra a Aids, contra a hepatite, não'.
Ainda segundo a pesquisa, apenas 8% a consideram uma doença grave. E, enquanto há 1
milhão e meio de doentes no País, apenas 20% deles estão em tratamento.
Boa notícia
Um novo remédio, que foi aprovado em maio pelo Food Drougs Administration (FDA – o
órgão responsável pela aprovação de medicamentos nos Estados Unidos) e em julho pela
Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria (Anvisa – o órgao semelhante no Brasil) oferece até
três vezes mais chance de cura aos infectados.
O Boceprevir (cujo nome comercial será Victrelis) age diretamente na reprodução do vírus
causador da hepatite C (HCV), impedindo sua replicação no organismo, e será lançado até o
final deste ano no Brasil pela MSD.
Segundo estudo clínicos, ele aumenta em 89% as possibilidades de cura tanto em pacientes
naives (nunca antes tratados) como naqueles que passaram por tratamentos prévios e que
não os responderam positivamente.
O remédio é indicado para os infectados com hepatite C com genoptipo 1 – o mais difícil de
ser tratado e o de maior incidência no Brasil.
Situação em Campinas
Diferente do que acontece em 90% das cidades brasileiras, em que não há um hematologista
sequer, em Campinas 'a assistência no que diz respeito às hepatites é boa', informou Dr.
Fernando Gonçales, professor livre docente em infectologia da Faculdade de Ciências
Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Grupo
de Estudos das Hepatites Virais da instituição.
Gonçales está no congresso e junto com Dr. Paraná e com a gerente de Pesquisas de
Mercado do Instituto Datafolha, Marlene Treuk, deu a entrevista coletiva para a imprensa.
Em Campinas há atendimento na Unicamp, na PUC, no Hospital Ouro Verde, no Dr. Mário
Gatti e, ainda, auxílio de ONGs na tarefa.
'O problema campineiro reside, entretanto, na sobrecarga de atendimento - porque a cidade
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absorve pacientes de fora. Na Unicamp, por exemplo, de 10 atendidos, 5 são oriundos de
outros municípios.
Precariedade
'Para dificultar a situação brasileira, em 2003 a hepatologia passou de especialidade médica
para a área de atuação em gastroenterologia', informou a SBH, por meio de sua assessoria
de imprensa. 'Com isso, houve desvalorização do hepatologista e a consequente excassez do
profissional no SUS'.
Os poucos que existem tiveram formação específica no exterior e trabalham nos serviços
privados dos grandes centros urbanos.
Cirrose e transplantes
A cirrose é o resultado de uma agressão ao fígado durante um longo período, que pode durar
de duas a quatro décadas. Além das hepatites, pode ser causada por ingestão contínua de
bebidas alcoólicas e/ ou por chás fitotarápicos, pela obesidade, por doenças genéticas e/ ou
autoimunes.
Toda e qualquer doença do fígado, se não diagnosticada a tempo, pode evoluir para a cirrose.
Tais enfermidades evoluem durante anos sem sintomas até que, se não tratadas, levam a
perda funcional do órgão e a consequente necessidade de transplante.
Grupo de risco (quem deve fazer teste para detectar a Hepatite C):
- Quem já foi transplantado
- Quem recebeu transfusão de sangue antes de 1994
- Doentes renais que fazem hemodiálise
- Quem usa ou usou drogas injetáveis ou cocaína inalada
- Quem já usaou medicamento intravenosos com seringa de vidro (comumente usada nas
décadas de 70 e 80)
- Portadores de HIV
- Filhos cujas mães tem a doença
- Quem fez tatuagens ou piercings em locais não vistoriados pela vigilância sanitária
- Quem tem parceiros sexuais infectados com a doença
- Quem tem múltiplos parceiros sexuais ou histórico de doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs)
- Profissionais de saúde, após acidente que os expôs a sangue
Tatuagens e cocaína
No caso das tatoos, não apenas a agulha tem que ser descartável, mas também a tinta
utilizada 'porque o vírus sobrevive nela', explicou dr. Paraná.
Drogas aspiradas, tais quais a cocaína, também podem ser contagiosas, haja visto que 'há a
possibilidade de sangramento nasal', completou.
A repórter viajou a Salvador para o congresso a convite da MSD
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