LEUCEMIA E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM: REVISÃO DE LITERATURA SILVA, Laise Ramos e1 VILARINHO, Bianca Letícia Coelho1 NASCIMENTO, Jéssica Ferreira do1 LEAL, Marcos Barbosa1 SILVA, Francisca Aline Amaral da2 Universidade Estadual do Piauí. Teresina, PI RESUMO A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Ela tem sido um objeto de atenção por atingir a população jovem e por apresentar um alto índice de mortalidade. Os objetivos deste trabalho foram levantar a produção técnico-cientifica relacionado á área da Enfermagem acerca do tema “cuidados com a leucemia”, verificar através de dados bibliográficos a compreensão dos enfermeiros sobre estratégias que visem a humanização da assistência e evidenciar o importante papel do enfermeiro no desenvolvimento de ações que visem à superação de obstáculos e a reintegração social do paciente com leucemia. Trata-se de um estudo bibliográfico, de natureza descritiva e abordagem qualitativa, no qual foi realizado um levantamento da produção científica relacionada à leucemia na base de dados MEDLINE, referente ao período de 2000 a 2010. Após a análise emergiram três categorias temáticas: Os fatores que condicionam o comportamento dos pais em relação à doença, o cuidado da Enfermagem em relação ao paciente e o tratamento da doença. O diagnostico de leucemia em crianças leva a um choque existencial para os pais que buscam reduzir o sofrimento do filho. Estudos mostram que a assistência do enfermeiro a pacientes com leucemia ajuda no tratamento, que muitas vezes é algo cansativo e doloroso. Sendo assim, espera-se com esse estudo que ocorra uma maior iniciativa em pesquisas que visem o olhar do Enfermeiro a respeito do cuidado de pacientes portadores de câncer em geral, visando proporcionar-lhes um melhor acolhimento e cuidado. PALAVRAS CHAVE: Leucemia; Cuidados; Enfermagem 1 Acadêmicos do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí-UESPI Email:[email protected] 2 Especialista em Enfermagem/UFPI. Professora Auxiliar do Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas –FACIME-CCS/UESPI. Email: [email protected] 2 ABSTRACT Leukemia is a malignant disease of white blood cells, usually, of unknown origin. Has as main characteristic the accumulation of abnormal cells in the bone marrow young, which replace the normal blood cells. She has been an object of attention for reaching young people and by presenting a high rate of mortality. The goals of this work were to raise the scientific and technical production related to area of Nursing on the theme "leukaemia care", check through bibliographic data understanding nurses about strategies aimed at humanizing assistance and highlight the important role of nurses in the development of actions aimed at overcoming obstacles and social reintegration of the patient with leukemia. This bibliographic study of nature, descriptive and qualitative approach, which was conducted a survey of scientific literature related to leukemia in MEDLINE, for the period from 2000 to 2010. After the analysis emerged three themes: the factors that affect the behaviour of parents in relation to disease, Nursing care in relation to the patient and the treatment of disease. The diagnosis of leukemia in children leads to an existential shock for parents seeking to reduce the suffering of the child. Studies show that the assistance of nurses to patients with leukemia helps in treatment, which is often something tiresome and painful. Therefore, it is expected that study occurring with greater research initiative aimed at the look of Nurse regarding the care of patients with cancer in General, to provide them with a better reception and care. KEYWORDS: Leukaemia; Care; Nursing INTRODUÇÃO O câncer vem aumentando sua importância como causa de morte, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. Dados da cidade de São Paulo mostram aumento progressivo do número de neoplasias malignas entre ambos os sexos. (COSTA; LIMA, 2002). No Brasil e em outros países, a leucemia representa numericamente cerca de 5% de todos os tipos de câncer. Tendo sido objeto de atenção dos profissionais de saúde, por atingir uma população jovem que se encontra no auge da sua fase produtiva e resultar em alto índice de mortalidade. (PONTES; GUIRARDELLO; CAMPOS, 2007). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) 2008, leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, que 3 substituem as células sanguíneas normais. Sendo uma das poucas neoplasias que atingem não só adultos e idosos, mas também menores de 14 anos. As leucemias estão classificadas em agudas e crônicas, estando divididas em mieloblástica e linfocítica e suas subclassificações. (DÓRO, 2000). Dentro desse panorama, as leucemias do tipo mielóide são as mais freqüentes, embora, pelo parâmetro “anos potenciais de vida perdidos”, ganhe importância a leucemia linfóide aguda (LLA), responsável pelos casos em crianças. Dentre as leucemias, verifica-se que 85% dos casos, em crianças, são do tipo LLA, 10% não-linfóide aguda (LNLA) e 5% mielóide crônica (LMC). As leucemias linfóides crônicas não têm sido relatadas na faixa etária pediátrica. (SILVA, PIRES E NASSA, 2002). Conforme INCA (2008), até os anos de 1970, os portadores de câncer tinham poucas possibilidades de cura, acarretando, em geral, o óbito. Atualmente, face os avanços terapêuticos ocorridos e o diagnóstico precoce, muitos tipos têm bom prognóstico. No caso da leucemia, observa-se, em geral, uma taxa de cura média de 70%. O tratamento consiste na associação de ações voltadas à administração de medicamentos (poliquimioterapia), ao controle das complicações infecciosas e hemorrágicas, à prevenção ou ao combate à doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e, se indicado, o transplante de medula óssea. “A leucemia é uma doença complexa, de tratamento abrangente, exigindo atenção não somente para as necessidades físicas, como também para as necessidades psicológicas e sociais, incluindo a atenção e participação da família”. (COSTA; LIMA, 2002) O câncer, como a maioria das situações de adoecimento, ocasiona uma crise na família, levando-a a certo desajustamento em sua organização e funcionamento. Freqüentemente, é a mãe quem, dentre os membros da família, acompanha o processo de hospitalização do paciente. Essas mulheres são submetidas a mudanças em seu estilo de vida, as quais acabam por privá-la de suas diversas satisfações cotidianas (lazer, trabalho, sociabilidade etc.). Em função dessa experiência de sofrimento vivida pela mãe, é preciso que os profissionais de saúde, dentre estes, o Enfermeiro, embora priorizem a assistência ao paciente, também tenham a figura materna como objeto de seu cuidado, especialmente o emocional. (SANTOS; GONÇALVES, 2008). Em busca do controle da dor, da ansiedade e da minimização dos efeitos negativos da doença, hospitalização e tratamento. Bem como a promoção de uma forma mais humanizada 4 de tratar, levando a um maior bem estar do paciente, existe a necessidade da implementação pela equipe de enfermagem de recursos que visem desenvolver a capacidade da transformação, a superação de obstáculos e sua reintegração social. (SELLI, 2003). Partindo desse pressuposto, apresenta-se como problema de pesquisa: Qual a produção técnica - cientifica relacionada á área da saúde, em especial, da Enfermagem sobre os cuidados com a leucemia? Com base nesse questionamento, constitui objetivo deste estudo: levantar a produção técnico - cientifica relacionado á área da Enfermagem acerca do tema “cuidados com a leucemia”. Para assim, verificar através de dados bibliográficos a compreensão dos enfermeiros sobre estratégias que visem humanização da assistência e evidenciar o importante papel do enfermeiro no desenvolvimento de ações que visem à superação de obstáculos e a reintegração social do paciente com leucemia. Este estudo se justifica, tendo em vista a experiência de sofrimento vivida pelo paciente e seus familiares, o que impõe a implementação de estratégias que visem humanização da assistência, resolução de conflitos pessoais e sua reintegração social. Além disso, a partir do enfoque apresentado, este estudo será capaz de motivar novas pesquisas e poderá contribuir também para que os profissionais enfermeiros possam refletir de forma consciente sobre suas ações e atitudes nos cuidados com pacientes com leucemia, no sentido do possibilitar o desenvolvimento de práticas holísticas e reflexivas. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica que segundo Gil (2002), é uma pesquisa desenvolvida a partir de materiais já elaborados, ou seja, referencias teóricas publicadas, permitindo ao investigador uma melhor análise dos processos e dos resultados. Para escolha do tema foi fator determinante, a qualificação do Pesquisador e o número existente de publicações científicas sobre o assunto. Estabelecido e delimitado o tema, foi elaborado o plano de trabalho que serviu de elemento norteador da construção e realização da pesquisa. Posteriormente foram providenciadas as fontes por meio de busca eletrônica (compilação) e realizada a análise minuciosa das mesmas, observando a existência de idéias 5 concernentes entre os trabalhos encontrados e se existia uma correlação com o tema abordado por essa pesquisa. A pesquisa foi realizada com busca eletrônica da produção científica relacionada à leucemia na base de dados MEDLINE, referente ao período de 2000 a 2010. Para acessar o banco de dados foram utilizados os seguintes descritores: leucemia, enfermagem e cuidados. Na busca, foram detectados 124 artigos relacionados ao tema nesta base de dados. Após esta etapa foi executada a leitura dos resultados e, por conseguinte, foram analisadas e selecionadas as pesquisas de interesse para este estudo, conforme a apresentação do enfoque temático, período de publicação e país de publicação. Dessa forma, após análise, foram excluídos da pesquisa oitenta e três artigos por não atenderem aos critérios prévios de inclusão, que são: ano de publicação e enfoque temático, trinta e quatro destes foram publicados antes do ano 2000 e quarenta e nove não se enquadram à temática. Ao término do recorte dos dados, ordenamento do material e classificação por similaridade semântica, as temáticas foram agrupadas conforme semelhança do conteúdo, as quais foram distribuídas em três categorias temáticas para serem discutidas e analisadas em seguida. Segundo Minayo (2004), as categorias são empregadas para se estabelecer classificações. Nesse sentido, trabalhar com elas significa agrupar elementos, idéias ou expressões em torno de um conceito capaz de abranger tudo isso. Este estudo originou as seguintes categorias temáticas: comportamento dos pais em relação à doença; o cuidado da enfermagem em relação ao paciente; o tratamento da doença. RESULTADOS E DISCUSSÃO A produção cientifica referente ao assunto leucemia relacionado à enfermagem adquire cada vez mais o interesse dos pesquisadores e apresenta um interesse maior sobre a doença, tanto em relação ao paciente com leucemia, aos pais destes pacientes e aos cuidadores (os enfermeiros). Nesse sentido, este estudo contemplou a produção cientifica mais recente da Enfermagem sobre leucemia. Para a realização da analise e discussão dos dados identificados após a leitura dos resumos, levou-se em consideração o ano, o cenário, a metodologia, a unidade de federação e a temática. Partindo dessas variáveis foi possível constatar os seguintes resultados. Das trinta e 6 nove produções cientificas levantadas no banco de dados medline concernentes a leucemia, destacam-se os anos de 2009 e 2010 como os de menor produção, considerando-se que apenas três artigos foram publicados em 2009 e por enquanto dois artigos nesse ano de 2010. Por outro lado, evidenciou-se que os anos de 2003 e de 2008 retrataram a maior produção sobre leucemia. No que concerne ao cenário da publicação pelos pesquisadores, destacam-se, principalmente o hospitalar como o local de escolha com vinte estudos, relevando o dimensionamento principalmente ao tratamento da doença. Os demais cenários da leucemia apontados distribuíram-se da seguinte forma: um a nível domiciliar, um em ambiente ambulatório, vinte em ambiente hospitalar. Nesse sentido, ressalta-se que essas pesquisas são resultantes, conforme descrição dos autores na preocupação em relação à terapia e melhora de qualidade de vida do paciente. Em relação às abordagens metodológicas utilizadas nas trinta e nove produções cientificas, prevaleceu a pesquisa qualitativa com um total de vinte artigos que se utilizaram desse tipo de abordagem. As demais, seis pesquisas, empregaram a abordagem quantitativa, ao passo que duas eram quanti-qualitativa e onze não apresentavam informação esclarecedora. De acordo com a analise dos dados coletados, a distribuição geográfica por país de publicação, destacou-se: EUA e Inglaterra como os países de maior produção cientifica, estes, com dezessete e sete artigos respectivamente. As temáticas focalizadas nestas produções destacam-se: o comportamento dos pais em relação à doença, o cuidado da enfermagem em relação ao paciente e o tratamento da doença. Comportamento dos pais em relação à doença Em estudos realizados sobre o comportamento dos pais em relação à doença, foram revelados que, os pais buscam de todas as maneiras reduzir o sofrimento da criança, e, por conseguinte, aliviar também seu sofrimento. Pesquisas anteriores já haviam mostrado que os homens são esperados para serem emocionalmente forte para suportar o seu cônjuge. Implicações para os profissionais de saúde incluem a necessidade de apoio psicossocial e educação permanente ao longo do curso da doença da criança. 7 Silva et al, (2002) define infância como um período de rápido desenvolvimento social, cognitivo, emocional e motor; e mostra que é nesta fase, e posteriormente na adolescência, que se dão aquisições importantes nessas áreas. Desta forma, o desenvolvimento dessas competências é perturbado pelo diagnostico da leucemia, pois há e pode haver uma exigência constante de hospitalizações, uma separação inevitável da família, uma perturbação nas experiências de socialização bem como uma administração igualmente inevitável de procedimentos criadores de stress e dor. Pontes; Guirardello, Campos (2007) em seu trabalho tratam do choque existencial provocado na criança e nos pais. Mostra que na Holanda após o diagnostico, as crianças ficam em casa a maior parte do tempo. Portanto, os pais enfrentam responsabilidades consideráveis para administrar o tratamento baseado em casa e para o apoio de seu filho durante a doença e tratamento. O diagnostico de leucemia provoca uma grande mudança na vida dos pais, que passa pelos novos recursos e pelas exigências no seu papel parental, pela forma como eles percepcionam o seu papel, a doença em si e as possibilidades de futuro. Como é mostrado no trabalho de Delella e Araújo, (2002) em que se diz que doença acaba afetando não só a unidade familiar, mas também, as relações desta ou de seus membros com as outras pessoas. Desta forma, é impossível discutir a problemática da criança com câncer, sem levar-se em conta que neste caso, não é apenas a criança quem adoece e precisa de cuidados, mas sim toda a sua família Logo o estado emocional dos pais se reflete na criança e a reação daqueles, bem como a sua presença constante ao lado dela, são fundamentais no seu restabelecimento global. O cuidado de enfermagem em relação ao paciente De acordo com Lima et. al, (1999) a hospitalização da criança com câncer tem características diversas das demais em uma unidade de internação. Sendo que, as mais significativas são a possibilidade de um mau prognóstico, a cronicidade da doença, a duração e as reinternações freqüentes, os traumas físicos e psíquicos, a terapêutica agressiva, a alteração da auto-imagem, a alta mortalidade, somando-se ainda problemas de ordem familiar provocado pelo diagnóstico. Dessa forma, assistência de enfermagem ao paciente com 8 leucemia é indispensável para sua recuperação. Mostrando dessa maneira que o cuidado de enfermagem a pacientes com leucemia ajuda no tratamento, fazendo com que o paciente se sinta mais motivado para continuar com o tratamento. LIMA; ROCHA; TONE, (1996) mostrou em seu trabalho que a assistência de enfermagem prestada a crianças, geralmente, tem por base uma série de técnicas referentes à higiene, alimentação, colheita de material para exames e administração de medicação. Contudo, na maioria das vezes estes cuidados atendem apenas aos aspectos do corpo biológico, não considerando esta criança como um ser em crescimento e desenvolvimento, com determinações familiares, culturais, ambientais e econômicas. Logo, essa assistência não determina o verdadeiro papel do enfermeiro, pois o profissional de saúde tem que tratar não somente o corpo mais o psicológico. A enfermagem passou a desenvolver ações que auxiliavam no relacionamento da criança com a família, da criança com a equipe e da criança com a equipe e a família. As questões afetivas, emocionais, psicológicas e sociais foram trazidas para o hospital e passaram a ter significado, pois fazem parte do processo de desenvolvimento da criança. O objetivo da assistência passou a ser proporcionar uma melhor qualidade de vida, levando em consideração a integridade da criança, em toda sua especificidade. Segundo Selli, (2003) o profissional de saúde, em especial, o enfermeiro, ao prestar assistência pode, pelo cultivo da sensibilidade, oferecer um relacionamento interpessoal mais afetivo minimizando a ausência da família.. Sendo que, a qualidade dessa relação depende da competência do profissional e de sua habilidade em estabelecer relacionamentos interpessoais adequados no processo do cuidar. Para responder a estas necessidades novas habilidades, ações e abordagens de enfermagem devem ser acrescentadas as já existentes, utilizando-se outros conhecimentos além da Anatomia, Fisiologia e Patologia. A enfermagem vai buscar no referencial da Psicologia, Epidemiologia, Sociologia e Antropologia, conhecimentos para atender as necessidades dessa criança doente e sua família. O tratamento da doença 9 Pontes; Guirardello; Campos, (2007) mostram em seu trabalho que o tratamento da leucemia muitas vezes é algo cansativo e doloroso. Pois incluem muitas seções de quimioterapia e/ou radioterapia o que trás consigo efeitos que incomodam e fazem o paciente se sentir infeliz. O transplante de medula óssea (TMO), inicialmente utilizado como última medida terapêutica, hoje é considerado uma forma de terapia bem sucedida para determinadas doenças habitualmente fatais, como a leucemia. O TMO é um processo complexo, longo e agressivo, portanto, não está isento de complicações que, por vezes, deixam lesões ou têm conseqüências fatais. Os pacientes vivenciam experiências muito dolorosas, tanto de ordem física quanto psicológica. Há dois tipos de transplante: o transplante autólogo e o alogênico. O autólogo é, na verdade, uma quimioterapia em doses muito altas que leva à eliminação total das células do sangue e da medula óssea. Ela acaba com a leucemia, mas provoca também um esvaziamento total da medula óssea. Morrem as células boas e as ruins. Por isso, antes da quimioterapia, coletam-se células do sangue ou da medula óssea do próprio paciente, que são congeladas e guardadas. Terminada a quimioterapia, elas são devolvidas através da corrente sangüínea, como numa transfusão, e vão repovoar a medula. Essa estratégia mostrou-se útil na consolidação de algumas leucemias agudas. Para o transplante alogênico de medula óssea é sempre necessário encontrar um doador. Isso traz a vantagem de contar com uma medula sadia, sem células leucêmicas. Em geral, os irmãos costumam ser os melhores doadores. O passo seguinte é submeter o paciente a uma quimioterapia em doses altas para eliminar a doença. Depois, as células do sangue ou da medula óssea retiradas do doador são injetadas no doente para repovoar sua medula. A pessoa passa, então, a produzir células sangüíneas absolutamente normais e, em certos casos, muda de tipo sangüíneo, pois adota o tipo sangüíneo do doador. Um dos maiores avanços no tratamento oncológico como um todo foi o surgimento de uma droga administrada por via oral e desenhada para tratar da leucemia mielóide crônica, doença incurável e para a qual, no caso de pacientes jovens, o único tratamento era o transplante alogênico com seus riscos e problemas. pacientes com leucemia mielóide crônica, que utilizam esses comprimidos, normalizam o hemograma e em muitos deles não se detecta mais a alteração cromossômica nem mesmo quando são aplicadas técnicas sofisticadas e 10 sensíveis de análise.Além disso, os efeitos tóxicos dessa droga são discretos especialmente se comparados com os da quimioterapia. O único problema é seu custo que é bastante alto. CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora ainda se trate de uma doença pouco conhecida pela sociedade em geral, a leucemia, assim como a maioria dos cânceres gera certo desequilíbrio na estrutura familiar e é freqüentemente presente nas crianças, sendo a LLA a maior causadora de mortes infantis. Mas atualmente frente aos enormes avanços na área de saúde a luta contra o câncer em geral veio desenvolvendo uma melhora significativa ao longo dos últimos anos, principalmente devido aos avanços terapêuticos e em relação à descoberta precoce da doença, o que só é possível graças a um melhor conhecimento a respeito dessa doença por parte da população. Os achados bibliográficos revelam em suma que a mãe ou a mulher em si é aquela que exerce um cuidado maior e mais dedicado e que durante a fase de tratamento o carinho materno foi um dos fatores cruciais para a boa recuperação de vários pacientes, pois ajudou no controle da dor, ansiedade, no processo de hospitalização e tratamento. Nesse sentido busca se verificar que o tratamento do câncer em si pode ser melhorado de forma satisfatória de acordo com o modo como o paciente é cuidado e acolhido. Sendo que o Enfermeiro realiza, também, papel crucial nesse ponto, pois é quem realizará o cuidado mais próximo durante o tratamento. Sendo assim, espera-se com esse estudo que ocorra uma maior iniciativa em pesquisas que visem o olhar do Enfermeiro a respeito do cuidado de pacientes portadores de câncer em geral, visando proporcionar-lhes um melhor acolhimento e cuidado. REFERÊNCIAS COSTA. J. C, LIMA. R. A. G. Crianças/adolescentes em quimioterapia ambulatorial: implicações para a enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem, 2002 maio-junho; v.10 n.3 p.321-33. 11 DELELLA L. A, ARAÚJO T. C. C. F. Câncer na infância: uma investigação sobre a avaliação da desordem de estresse pós-traumático parental e a experiência da sobrevivência. Psicol Argum. 2002; v.20, n. 31, p: 43-8. DÓRO. M. P. 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