61o. Congresso Nacional de Enfermagem

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM PRESTADOS ÀS CRIANÇAS PORTADORAS DE
LEUCEMIA: LIMITES E POSSIBILIDADES
MARANHÃO, Thatiana Araújo 1
PAIXÃO, Mayara Caicy de Sousa 2
BATISTA, Nancy Nay Leite de Araújo Loiola 3
INTRODUÇÃO: Câncer é um termo usado para designar mais de cem doenças
que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e
órgãos, sendo a segunda causa de morte por doença no Brasil (OPAS, 2003). O
tipo de câncer mais incidente em crianças menores de quinze anos é a leucemia
(BRAGA, LATORRE e CURADO, 2002). Esta neoplasia tem como principal
característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea que
substituem as células sangüíneas normais podendo levar a anemias, hemorragias
e infecções (INCA, 2009). Baseando-se nesse contexto, os cuidados dispensados
pela enfermagem durante a internação às crianças em tratamento de leucemia
possuem características peculiares. OBJETIVOS: Descrever os cuidados de
enfermagem prestados às crianças portadoras de leucemia e os meios utilizados
para tornar a assistência mais humanizada, bem como os limites e as
possibilidades para a prestação do cuidar. METODOLOGIA: Esta pesquisa
consiste em um estudo de caráter exploratório-descritivo com abordagem
qualitativa. Utilizou-se como instrumento uma entrevista semi-estruturada
realizada com dezesseis sujeitos da equipe de enfermagem, sendo cinco
enfermeiras e onze técnicos de enfermagem que trabalham no setor oncológico
pediátrico de um hospital filantrópico de combate ao câncer de Teresina-PI. É
importante destacar que foram respeitados todos os aspectos éticos e legais que
envolvem pesquisas com seres humanos de acordo com a Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS: Os resultados encontrados
apresentam as falas dos sujeitos às quais foram analisadas e agrupadas em três
categorias temáticas: “O cuidar da criança com leucemia”, na qual a assistência
de enfermagem à criança leucêmica foi percebida principalmente como um cuidar
tecnicista e burocrático. Porém, mesmo com o cuidar técnico prevalecendo, houve
quem expressasse a importância do apoio emocional e das orientações
fornecidas à criança e sua família no momento da internação como parte dos
cuidados
prioritários.
Na
categoria
“Os
valores
humanístico-altruísticos”
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constatou-se que, para alguns sujeitos, o cuidado humanizado é transmitido
através do “brincar” que funciona como um método de distração das crianças para
que as mesmas aceitem melhor o ambiente hospitalar e a equipe de enfermagem
como cuidadora. Já para outros entrevistados, a valorização do vínculo de
confiança e amizade entre o profissional de enfermagem e a criança em
tratamento oncológico e sua família constitui-se no principal meio para humanizar
a assistência. Por fim, em “Os limites e as possibilidades para o cuidar” os
integrantes da equipe de enfermagem relataram as suas limitações e
possibilidades no fornecimento do cuidado. Como principais dificuldades foram
expressas a não cooperação da família da criança com os cuidados prestados
pela enfermagem, a punção venosa, o impacto provocado pela morte prematura
na vida do profissional, as instalações hospitalares não compatíveis com a
realidade infantil e o número reduzido de funcionários para muitas atribuições.
Como fatores facilitadores observamos a íntima identificação da enfermagem com
a pediatria, a cooperação dos familiares da criança com o tratamento oferecido e
a confiança do paciente no trabalho do profissional. CONCLUSÃO: Os sujeitos
apresentaram diferentes percepções sobre o cuidado da criança leucêmica, como
o cuidar tecnicista, burocrático e emocional, no entanto, é preciso que os mesmos
percebam esta assistência como a aglutinação dos aspectos científicos e
artísticos, constituídos de técnica, emoção e intuição. Percebeu-se ainda a
extrema importância que os entrevistados deram a uma boa relação com a família
como uma forma de facilitar a prestação de uma assistência mais humanizada.
Pudemos observar que minimizando os fatores limitantes e maximizando os que
possibilitam, é possível melhorar a assistência dos profissionais de enfermagem
às crianças com leucemia. Para isso, torna-se necessário um preparo prévio dos
funcionários ao serem admitidos no setor de oncologia pediátrica com a
implementação de ações que visem atualizar o profissional tanto no ato de sua
admissão como no decorrer de suas práticas.
DESCRITORES: Cuidados de Enfermagem; Criança; Leucemia
BIBLIOGRAFIA:
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OPAS. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre
alimentação saudável, atividade física e saúde. Organização Pan-Americana de
Saúde. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/
d_cronic.pdf. Acesso em: 20 out, 2008.
BRAGA, P. E., LATORRE, M. R. D. O., CURADO, M. P. Câncer na infância:
análise comparativa da incidência, mortalidade e sobrevida em Goiânia (Brasil) e
outros países. Cadernos de Saúde Pública, v.18, n.1, p.33-44, 2002.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Leucemia Aguda. [homepage da internet].
Rio
de
Janeiro:INCA,
c1996-2009.
Disponível
em:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=344 Acesso em: 30 mai, 2009.
Graduanda do 8º período de enfermagem da Faculdade Santo Agostinho – FSA. E-mail:
[email protected]
2
Graduanda do 8º período de enfermagem da Faculdade Santo Agostinho – FSA
3
Enfermeira, Mestre em Enfermagem e professora da Faculdade Santo Agostinho – FSA.
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