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CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO CAI EM MARÇO
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) apresentou queda de
2,6% e 0,4% na comparação interanual e mensal respectivamente, fechando março
com 127,1 pontos. O desempenho do índice foi consequência de uma retração na
percepção do empresariado em relação às condições atuais no varejo de 7,8% em
relação ao ano passado e de 5% na comparação com o mês anterior. Entretanto, a
elevação de 1,9% do subíndice de expectativas na comparação com março de 2011, e
de 1,5% em relação ao mês de fevereiro deste ano, mostram que o comerciante
espera uma melhora no volume de vendas no segundo semestre, quando a economia
deve começar a sentir os efeitos dos estímulos monetários.
Condições Atuais (ICAEC): Opinião sobre o desempenho da economia em queda
Dentre os três subíndices que compõem o ICEC, aquele que avalia as condições
atuais, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresentou a
maior retração, recuando 7,8% frente ao ano anterior. O resultado foi influenciado por
quedas de 13,2%, 8,2% e 2,6% na percepção dos comerciantes em relação às
condições atuais da economia, do setor varejista e de sua própria empresa,
respectivamente.
mar/12
Variação
Mensal
Variação
Anual
107,7
-5,0%
-7,8%
Economia
99,5
-6,3%
-13,2%
Setor
102,2
-6,2%
-8,2%
Empresa
121,5
-2,8%
-2,6%
Índice
ICAEC
Os dados da confiança do empresário do comércio corroboram o cenário de
crescimento baixo para a economia brasileira no 1º semestre de 2012. A desaceleração
do crédito coincidiu com uma elevação na taxa de inadimplência da pessoa física, que
saiu de 4,9% em fevereiro de 2011 para 7,6% em fevereiro de 2012. Esses fatores
contribuem para explicar a queda de 13,2% na percepção do comerciante em relação à
condição atual da economia brasileira, assim como o recuo de 8,2% em relação às
condições atuais do setor varejista.
1
No corte regional, as regiões Norte e Nordeste permaneceram sendo as regiões
nas quais os comerciantes estão mais confiantes, com 134,4 e 131,6 pontos,
respectivamente. A confiança do comerciante na região Sul terminou o mês de março
com 127,5 pontos, a Sudeste com 123,5 pontos e a região Centro-Oeste com 127,1
pontos. O nível de confiança tende a evoluir conjuntamente com o crescimento do
volume de vendas no varejo. Na região Norte, onde o empresário está mais confiante,
o volume de vendas cresceu 7,5% nos últimos 12 meses, ao passo que na região
Centro-Oeste, onde o empresário do comércio está menos confiante, o volume de
vendas no varejo cresceu 5,2% nos últimos 12 meses 1.
Na avaliação por tamanho, tanto nas empresas de maior porte, ou seja,
naquelas com mais de 50 funcionários, quanto nas empresas de menor porte, o nível
de confiança apresentou estabilidade, com 139,7 e 127,4, respectivamente.
Expectativas (IEEC): Perspectivas favoráveis para o segundo semestre
O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) apresentou alta de 1,9%
em relação ao ano anterior. O resultado foi influenciado principalmente por uma
elevação nas expectativas dos empresários em relação à economia (+5,1%) e também
ao setor varejista (+1,2%). Em contrapartida, as expectativas do empresário do
comércio em relação à sua própria empresa apresentaram recuo de 0,2%. Apesar
disso, o nível das expectativas ainda é mais alto dentro da própria empresa do que no
setor e na economia.
mar/12
Variação
Mensal
Variação
Anual
IEEC
161,5
+1,5%
+1,9%
Economia
157,3
+1,7%
+5,1%
Setor
160,2
+1,4%
+1,2%
Empresa
166,9
+1,4%
-0,2%
Índice
O mercado de trabalho ainda está aquecido, fato que, somado ao aumento do
salário mínimo, vem possibilitando o crescimento da massa real de salários. Não
obstante, os prazos das concessões de crédito continuam elevados, e o ciclo de
afrouxamento monetário deve contribuir para redução do custo do crédito na medida
em que a inadimplência ceder ao longo do ano. Esses pontos são favoráveis a uma
expectativa de melhora no desempenho do varejo e da economia brasileira na
segunda metade do ano.
1
Os dados de volume de vendas são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, referentes ao mês
de janeiro de 2012.
2
Os riscos para a concretização de um cenário benigno no segundo semestre
giram em torno de uma piora no cenário externo, que poderia afetar o Brasil através
de uma saída de capitais, reduzindo o crédito e depreciando a taxa de câmbio.
Investimentos (IIEC): Redução na intenção de investir
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) recuou 3,5% em
relação a março de 2011. Os investimentos apresentaram queda de 2,9%, refletindo a
desaceleração vivenciada no mercado de crédito. A expectativa de contratação de
funcionários apresentou a menor queda do índice de investimentos (IIEC), recuando
1% em comparação com o ano anterior. O item que mede a satisfação do empresário
com o nível de seus estoques caiu 7,3%, mostrando que os comerciantes consideram o
atual nível de estoques relativamente elevado.
mar/12
Variação
Mensal
Variação
Anual
IIEC
112,1
+1,5%
-3,5%
Funcionários
125,7
+4,9%
-1,0%
Investimentos
118,0
-0,2%
-2,9%
Estoques
92,7
-0,8%
-7,3%
Índice
Cabe lembrar que a atual insatisfação com os estoques é exclusividade dos
pequenos varejistas (com menos de 50 funcionários), pois para as empresas de maior
porte, a situação dos estoques melhorou 19,2% em relação ao ano anterior, estando
estas satisfeitas com o nível de estoques (108,6 pontos). Essa disparidade pode estar
refletindo a capacidade das empresas maiores reduzirem seus estoques através de
promoções agressivas, prática mais complicada para os comerciantes de menor escala.
Conclusão: A queda na confiança do empresário do comércio é natural visto que a
atividade econômica ainda se encontra numa fase de desaceleração do ciclo
econômico atual e deve apresentar uma recuperação gradual a partir do segundo
semestre do ano. Entretanto, a elevação das expectativas dos empresários do varejo
mostra que o mercado de trabalho ainda aquecido juntamente com as condições de
crédito ainda favoráveis, devem garantir um bom ano para o comércio.
3
Sobre a pesquisa:
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) é indicador antecedente que
apurado, exclusivamente, junto aos tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo
objetivo de detectar as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do
empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas
as capitais do país e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de
zero a duzentos pontos.
O índice é construído a partir de nove questões. As três primeiras, que constituem o Índice de
Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) comparam a situação econômica do país,
do setor de atuação e da própria empresa, com relação ao mesmo período do ano anterior. As
três perguntas seguintes avaliam os mesmos aspectos, porém em relação ao futuro no curto
prazo e formam o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC).
Em todas as seis primeiras perguntas as opções de resposta são as seguintes: (i)
Melhorou/Melhorará Muito; (ii) Melhorou/ Melhorará um Pouco; (iii) Piorou/Piorará Muito e;
(iv) Piorou/Piorará Muito.
As últimas três perguntas que compõem o Índice de Investimento do Empresário do Comércio
(IIEC) abordam questões mais específicas relativas aos seguintes temas: (i) expectativa de
contratação de funcionários para os próximos meses (aumentar muito, aumentar pouco,
reduzir pouco ou reduzir muito); (ii) Nível de investimentos em relação ao mesmo período do
ano anterior (muito maior, um pouco maior, um pouco menor ou muito menor) e; (iii) Nível
atual dos estoques diante da programação de vendas (Abaixo do adequado, adequado ou
acima do adequado).
Os dados do ICEC podem ser analisados segundo três cortes: (i) Regional (Norte, Nordeste,
Sudeste, Sul e Centro-Oeste); (ii) Porte da empresa (até 50 funcionários e acima de 50
funcionários) e; (iii) Categorias de uso (bens duráveis, semiduráveis e não duráveis)
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