EXPECTATIVAS PUXAM ALTA DA CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO

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EXPECTATIVAS PUXAM ALTA DA CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO EM
MAIO
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou alta de
0,8% na comparação anual, com 128,9 pontos. As elevações do subíndice de
expectativas de 4,8% na comparação com maio de 2011 e de 1,0% em relação ao mês
de abril deste ano mostram que o comerciante ainda está otimista em relação ao
desempenho futuro do setor varejista. O subíndice que mede a situação atual dos
comerciantes também apresentou alta em relação ao mês anterior (+0,5%), mas
recuou 4,2% em relação ao mês de maio do ano passado. Esses dados mostram que o
atual otimismo do comerciante brasileiro está mais ligado às expectativas do que ao
desempenho atual da economia, que vem enfrentando um aumento considerável da
inadimplência, assim como uma alta do dólar, que tende a reduzir o poder de compra
do brasileiro.
No corte regional, as regiões Norte e Nordeste permaneceram as regiões nas
quais os comerciantes estão mais confiantes, com 136,5 e 131,4 pontos,
respectivamente. A confiança do comerciante na região Sul terminou o mês de maio
com 127,2 pontos, a Sudeste, com 126,5 pontos, e a região Centro-Oeste, com 130,1
pontos.
Na avaliação por tamanho, as empresas de maior porte, ou seja, aquelas com
mais de 50 funcionários, o nível de confiança subiu 4,8% em relação ao ano anterior,
terminando o mês de maio com 148,7 pontos. Nas empresas de menor porte o nível
de confiança apresentou menor alta (+0,7%) na comparação interanual, com 128,5
pontos. Cabe ainda destacar que a diferença entre os níveis de confiança das empresas
maiores e menores fechou o mês de maio em 20,3 pontos, a maior desde o início da
pesquisa.
Condições Atuais (Icaec): Melhora está limitada pela inadimplência e pelo cenário
externo desfavorável
Dentre os três subíndices que compõem o Icec, aquele que avalia as condições
atuais, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), foi o único
que apresentou retração ante o ano anterior (-4,2%). O resultado foi influenciado por
quedas de 5,5%, 5,3% e 2,1% na percepção dos comerciantes em relação às condições
atuais da economia, do setor varejista e de sua própria empresa, respectivamente.
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maio/12
Variação
Mensal
Variação
Anual
106,8
+0,5%
-4,2%
Economia
98,9
+0,7%
-5,5%
Setor
101,0
-0,5%
-5,3%
Empresa
120,6
+1,1%
-2,1%
Índice
Icaec
Os dados da confiança do empresário do comércio que medem a situação atual
dos varejistas corroboram o cenário de maior taxa de inadimplência e depreciação da
taxa de câmbio vivido pela economia brasileira. Se, por um lado, a maior inadimplência
reflete uma certa euforia na concessão de crédito no passado, por outro, a moeda
brasileira vem enfrentando significativa depreciação no ano de 2012. O fator cambial
decorre do agravamento da crise da dívida nos países desenvolvidos, assim como pela
queda nos preços das commodities, que faz com que um menor volume de capitais
ingresse no País.
Expectativas (IEEC): Apesar de alta, 2º semestre pode ficar aquém do esperado
O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) apresentou alta de 4,8%
em relação ao ano anterior. O resultado foi influenciado principalmente por uma
elevação nas expectativas dos empresários em relação à economia (+9,3%) e também
ao setor varejista (+4,0%), assim como em relação à sua própria empresa (+1,6%).
Na comparação mensal, as expectativas subiram 1,0%, mostrando que o empresário
do comércio permanece confiante em relação ao futuro tanto da economia brasileira
(+1,2%) quanto do setor varejista (+0,9%) e de sua própria empresa (+0,9%).
maio/12
Variação
Mensal
Variação
Anual
IEEC
165,2
+1,0%
+4,8%
Economia
161,4
+1,2%
+9,3%
Setor
164,2
+0,9%
+4,0%
Empresa
169,9
+0,9%
+1,6%
Índice
Os últimos dados oficiais de emprego mostram uma taxa de desemprego ainda
baixa, com ganhos reais na massa de salários, sintomas de um mercado de trabalho
ainda aquecido. Esse tem sido o principal fator de sustentação do volume de vendas
no varejo, ante um cenário de maior cautela em relação aos tomadores e
emprestadores de recursos. Entretanto, dada a evidente desaceleração do
crescimento econômico e ao caráter defasado dos dados do emprego, há o risco de
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que essa variável não contribua de forma tão favorável até o final do ano,
principalmente porque a crise da dívida instalada no exterior deve repercutir
negativamente na atividade doméstica.
Investimentos (IIEC): Nível de investimentos continua em patamar favorável, apesar
de insatisfação com o nível de estoques
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) avançou 0,2% em
relação a maio de 2011 e cresceu 1,5% na comparação com o mês anterior. O ponto
positivo foi a evolução favorável da expectativa de contratação de funcionários, e o
negativo, a situação atual dos estoques, que permaneceu abaixo dos 100 pontos.
Essa alta na expectativa de contratação de novos funcionários reflete
exatamente a visão favorável do empresário do comércio em relação ao futuro. Esse
otimismo é justificado pelo crescimento de 7,5% do volume de vendas no varejo nos
últimos 12 meses (até março de 2012, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio do
IBGE). Entretanto, dadas a piora do cenário externo e a depreciação cambial, não há
garantias de que a segunda metade do ano será mais favorável do que a primeira para
as vendas no varejo.
maio/12
Variação
Mensal
Variação
Anual
IIEC
114,6
+1,5%
+0,2%
Funcionários
128,8
+1,9%
+0,7%
Investimentos
120,3
+1,8%
+1,3%
Estoques
94,8
+0,7%
-1,7%
Índice
Outro ponto positivo foi a elevação no nível de investimentos, que pode estar
refletindo um custo de financiamento mais favorável devido à queda nas taxas de
juros. Dessa forma, os comerciantes podem estar aproveitando o momento de crédito
relativamente mais barato para melhorar seu negócio.
Conclusão: A elevação das expectativas dos empresários do comércio garantiu a alta
do índice no mês de maio. Entretanto, essa melhora no otimismo em relação ao futuro
se deu num cenário de deterioração das condições atuais da economia em relação ao
ano de 2011. O balanço de riscos para a concretização do otimismo dos comerciantes
tornou-se menos favorável com a significativa depreciação do real ante o dólar e com
o cenário de maior inadimplência. Mesmo assim, projetamos um ano favorável para o
comércio, com crescimento ao redor de 7% no volume de vendas ante o ano anterior.
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Sobre a pesquisa:
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) é indicador antecedente apurado
exclusivamente com os tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo objetivo é detectar
as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do empresário. A amostra é
composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas as capitais do País, e os
índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a 200 pontos.
O índice é construído a partir de nove questões. As três primeiras, que constituem o Índice de
Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) comparam a situação econômica do País,
do setor de atuação e da própria empresa com relação ao mesmo período do ano anterior. As
três perguntas seguintes avaliam os mesmos aspectos, porém em relação ao futuro no curto
prazo, e formam o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC).
Em todas as seis primeiras perguntas as opções de resposta são as seguintes: (i)
Melhorou/Melhorará Muito; (ii) Melhorou/ Melhorará um Pouco; (iii) Piorou/Piorará Muito; e
(iv) Piorou/Piorará Pouco.
As últimas três perguntas que compõem o Índice de Investimento do Empresário do Comércio
(IIEC) abordam questões mais específicas relativas aos seguintes temas: (i) Expectativa de
contratação de funcionários para os próximos meses (aumentar muito, aumentar pouco,
reduzir pouco ou reduzir muito); (ii) Nível de investimentos em relação ao mesmo período do
ano anterior (muito maior, um pouco maior, um pouco menor ou muito menor); e (iii) Nível
atual dos estoques diante da programação de vendas (abaixo do adequado, adequado ou
acima do adequado).
Os dados do Icec podem ser analisados segundo três cortes: (i) Regional (Norte, Nordeste,
Sudeste, Sul e Centro-Oeste); (ii) Porte da empresa (até 50 funcionários e acima de 50
funcionários); e (iii) Categorias de uso (bens duráveis, semiduráveis e não duráveis).
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