CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO SE

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CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO SE MANTÉM ELEVADA EM AGOSTO
Após elevação de 2,8% em julho, a confiança dos empresários do comércio voltou a
subir em agosto (+1,6). O índice foi novamente impulsionado pelas condições atuais
da economia (+3,1%) e do setor varejista (+2,5%). O resultado ainda reflete a robustez
do mercado de trabalho, visto a taxa de desemprego baixa e o crescimento dos
rendimentos reais, já numa economia em transição para uma fase de menor
crescimento
Condições Atuais (ICAEC): Situação atual manteve confiança do empresário elevada
Dentre os três sub-índices que
Variação
Índice
ago/11
jul/11
Mensal
compõem o ICEC, aquele que avalia
as condições atuais, o ICEAC foi o que ICAEC
114,7
112,4
+2,1%
apresentou a maior alta frente ao Economia
107,7
104,4
+3,1%
mês anterior (+2,1%). A percepção Setor
111,5
108,7
+2,5%
em relação às condições atuais da Empresa
125,0
124,1
+0,7%
economia brasileira subiu 3,1%. Já nas condições atuais no setor varejista aumentaram
2,5%. O resultado contribuiu para a manutenção da confiança do empresário do
comércio em patamares elevados (129,3 pontos). Apesar da moderação no ritmo de
crescimento da economia brasileira, o mercado de trabalho permanece aquecido e a
taxa de desemprego historicamente baixa. Além disso, ainda há crescimento nos
rendimentos reais dos trabalhadores. Enquanto esse cenário perdurar, o volume de
vendas ainda se sustentará e os comerciantes permanecerão confiantes. O nível de
confiança dos empresários continuou maior em relação ao setor (111,5 pontos) do que
em relação à economia (107,7 pontos). Os dados continuam apontando para um
desempenho superior do comércio em relação à média da economia brasileira ao no
acumulado do ano de 2011.
No corte regional, as regiões Norte e Nordeste permaneceram sendo aquelas
com os maiores níveis de satisfação por parte dos empresários, com 136,8 e 132,9
pontos, respectivamente. Cabe destacar que a região Norte foi a que apresentou
maior elevação no otimismo em relação às condições atuais, principalmente em
relação ao setor (+5,9%), mas também para a economia (+5,2%) e para a empresa
(+3,7%).
Nas empresas de maior porte, ou seja, naquelas com mais de 50 funcionários, o
nível de confiança é maior (141,8 pontos). Já nas empresas menores, o índice fechou o
mês de agosto com 129 pontos.
1
Expectativas (IEEC): Confiança no desempenho do setor determinou alta no índice de
expectativas
Após ter apresentado elevação em julho
Índice
ago/11
jul/11
(+2,2%), o Índice de Expectativas do
Empresário do Comércio (IEEC) teve
IEEC
159,7
157,6
+1,3%
nova alta em função das expectativas
Economia
150,2
148,0
+1,5%
positivas para o setor varejista (+2,1%).
Setor
160,0
156,7
+2,1%
O grau de otimismo continuou maior
Empresa
168,8
168,0
+0,5%
dentro da empresa (168,8 pontos) e no
setor comerciário (160 pontos), do que na economia (150,2 pontos).
Variação
Mensal
Esperamos crescimento de aproximadamente 6% para as vendas do varejo em 2011.
Essa expansão projetada para setor ainda é favorável, principalmente considerando
que o crescimento da economia brasileira em 2011 tem sido sistematicamente
revisado para baixo, devendo esta crescer menos que 4% no ano fechado.
No corte regional, as regiões Norte e Nordeste permanecerão as mais otimistas em
relação ao futuro. Cabe destacar que na Região Norte, houve elevação nas
expectativas tanto em relação ao desempenho da economia brasileira (+3,5%), quanto
ao setor (+5,2%) e também no que diz respeito à empresa (+4,2%).
Nas avaliações por porte, as maiores empresas se mantiveram com as expectativas
mais elevadas do que as empresas menores no que diz respeito ao setor (164,8 pontos
contra 159,9 pontos) e a própria empresa (172,3 pontos contra 168,7 pontos). No
quesito economia brasileira, as expectativas se mostraram semelhantes tanto para as
empresas menores quanto para as maiores, na casa dos 150 pontos.
As expectativas favoráveis dos empresários do comércio traduzem o ainda
aquecimento da economia, que apesar de estar desacelerando, apresenta forte caráter
inercial, principalmente no mercado de trabalho, onde os trabalhadores ainda estão
obtendo ganhos reais de salário.
É importante lembrar que à medida que o final do ano vai se aproximando, as
expectativas dos comerciantes se elevam em função das vendas de natal. Ainda,
devemos ressaltar os comerciantes brasileiros ainda não sentiram o efeito do baixo
crescimento da economia mundial, pois os condicionantes da demanda interna
continuam fortes. Entretanto, é de se esperar que em algum momento, a economia irá
absorver estes choques negativos, reduzindo o volume de vendas ao passo que a
dinâmica do mercado de trabalho vá se arrefecendo.
2
Investimentos (IIEC): Estoques em níveis insatisfatórios
O Índice de Investimento do
Variação
Empresário do Comércio (IIEC)
Índice
ago/11
jul/11
Mensal
apresentou elevação de 1,5%. O
IIEC
113,6
111,9
+1,5%
resultado deveu-se a uma combinação
Funcionários
128,4
125,9
+2,0%
de altas na intenção de contratar
Investimentos
120,7
118,2
+2,1%
funcionários (+2,0%) e no nível de
Estoques
91,7
91,6
+0,1%
investimento
(+2,1),
com
uma
estagnação na situação atual dos estoques (+0,1%). O componente de estoques abaixo
dos 100 pontos mostra que os comerciantes estão insatisfeitos com o nível de
mercadorias ainda não vendidas. O crescimento do custo do crédito decorrente das
medidas de aperto monetário aumenta o custo de oportunidade da acumulação de
estoques e reduz a rentabilidade do negócio. A maior expectativa de contratação de
novos funcionários pode já estar refletindo a preocupação do comerciante com as
vendas de final de ano. Nossa projeção para a criação de empregos formais é de
aproximadamente 2 milhões de vagas em 2011, contra 2,5 milhões em 2010 segundo
dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
O nível geral de investimentos é mais elevado nas regiões Norte e Nordeste (123,3 e
125,9 pontos, respectivamente) aonde as vendas do varejo vem apresentando
desempenho superior à média nacional. Esse padrão se repete na expectativa de
contratação de funcionários, sendo a região Norte com 137,4 pontos e a região
Nordeste com 129 pontos. A expectativa de contratação na Região norte subiu 10,3%
em agosto.
Conclusão: A elevação da confiança do empresário do comércio em agosto reflete a
evolução positiva das vendas, que apesar de estarem desacelerando como sugere o
índice de estoques, ainda crescem escoradas nos ganhos reais dos rendimentos,
possibilitados por um mercado de trabalho ainda aquecido. No entanto, a
desaceleração no ritmo de crescimento das vendas permanecerá em curso,
acompanhando a transição da economia brasileira para uma fase de crescimento mais
baixo.
3
Sobre a pesquisa:
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) é indicador antecedente que
apurado, exclusivamente, junto aos tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo
objetivo de detectar as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do
empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas
as capitais do país e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de
zero a duzentos pontos.
O índice é construído a partir de nove questões. As três primeiras, que constituem o Índice de
Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) comparam a situação econômica do país,
do setor de atuação e da própria empresa, com relação ao mesmo período do ano anterior. As
três perguntas seguintes avaliam os mesmos aspectos, porém em relação ao futuro no curto
prazo e formam o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC).
Em todas as seis primeiras perguntas as opções de resposta são as seguintes: (i)
Melhorou/Melhorará Muito; (ii) Melhorou/ Melhorará um Pouco; (iii) Piorou/Piorará Muito e;
(iv) Piorou/Piorará Muito.
As últimas três perguntas que compõem o Índice de Investimento do Empresário do Comércio
(IIEC) abordam questões mais específicas relativas aos seguintes temas: (i) expectativa de
contratação de funcionários para os próximos meses (aumentar muito, aumentar pouco,
reduzir pouco ou reduzir muito); (ii) Nível de investimentos em relação ao mesmo período do
ano anterior (muito maior, um pouco maior, um pouco menor ou muito menor) e; (iii) Nível
atual dos estoques diante da programação de vendas (Abaixo do adequado, adequado ou
acima do adequado).
Os dados do ICEC podem ser analisados segundo três cortes: (i) Regional (Norte, Nordeste,
Sudeste, Sul e Centro-Oeste); (ii) Porte da empresa (até 50 funcionários e acima de 50
funcionários) e; (iii) Categorias de uso (bens duráveis, semiduráveis e não duráveis)
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