CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO RECUA PELO 5º MÊS CONSECUTIVO A confiança dos empresários do comércio (ICEC) registrou queda mensal de 1,5% em março, já realizados os ajustes sazonais. Apesar do recuo menos intenso nesse mês – em fevereiro houve queda de 2,8% - o ICEC acumula uma série de cinco variações negativas consecutivas. A atual retração foi puxada pela queda na propensão a investir (-2,9% sobre fevereiro). Em seguida, destacou-se a queda (-2,8%) no otimismo com a economia e o setor. A avaliação das condições atuais mostrou redução mais modesta (-0,3%) do que na leitura anterior (-3,3%). Comparado a março de 2013, o ICEC recuou 8,0%, maior queda nessa base comparativa em vinte meses. Índice de Confiança do Empresário do Comércio – 2011 a 2014 Confiança do empresário do comércio – Índice e subíndices mar/14 Variação Mensal* Variação Anual Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) 92,4 -0,3% -10,6% Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) 149,6 -2,8% -8,7% Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) 108,0 -2,9% -4,7% 116,7 -1,5% -8,0% Índice ICEC 1 ICAEC: Pior nível de avaliação em oito meses. O ICAEC se manteve no grau de insatisfação Variação Variação Índice mar/14 Mensal* Anual (abaixo dos 100 pontos) pelo segundo mês seguido. Apesar da queda mensal mais ICAEC 92,4 -0,3% -10,6% 76,2 -1,9% -16,9% moderada em março (-0,3%), a avaliação das Economia 91,2 +0,0% -8,3% condições correntes atingiu o nível mais baixo Setor 109,9 +0,4% -7,6% desde agosto de 2013 (87,1 pontos). Em Empresa termos anuais, ou seja, no comparativo com o nível de março de 2013, a queda registrada (-10,6%) foi a maior, também, desde agosto do ano passado. Em ambas as bases comparativas a avaliação mais negativa do desempenho econômico do País foi o componente de maior destaque. Para 63,1% dos empresários pesquisados as condições atuais de crescimento econômico estão piores que há um ano – em fevereiro esse percentual era de 59,5%. Para 26,4% houve piora acentuada, contra 24,0% da leitura anterior. Em termos regionais, apenas o Nordeste (101,1 pontos) e Norte (100,1 pontos) ainda mantêm avaliações predominantes positivas. Já o Sudeste, região que apresentou a maior queda anual (-11,5%), segue concentrando as piores avaliações. IEEC: Perspectiva de crescimento menor segue contaminando as expectativas A queda no otimismo dos empresários do comércio, que teve início há quatro meses (-0,5% IEEC 149,6 -2,8% -8,7% em dezembro), ganhou força em março (-2,8%). Economia 139,9 -4,5% -12,2% Nesse período, o componente que registra as Setor 149,9 -1,4% -8,2% expectativas em relação à economia tem se Empresa 159,2 -2,6% -5,7% sobressaido, ao apresentar quedas mensais cada vez mais intensas (-1,1% em dezembro, -1,6% em janeiro, -3,8% em fevereiro e -4,5% no mês de março). Embora a maioria absoluta (77,2%) dos entrevistados ainda aposte em melhora no cenário para os próximos meses, o percentual daqueles que esperam piora no cenário econômico alcançou 22,8% – maior percentual desde julho do ano passado (23,0%). Índice mar/14 Variação Mensal* Variação Anual Em termos anuais, a variação de 12,2% ante março de 2013 representou o maior recuo desde o início da pesquisa. Regionalmente, Norte e Nordeste seguem sendo as regiões mais otimistas do IEEC (163,8 e 152,8 pontos, respectivamente). Segundo as previsões econômicas para 2014 registradas pelo boletim Focus do Banco Central, a expectativa de crescimento econômico caiu pela metade nos últimos doze meses encerrados em março deste ano, passando de 3,5% para 1,7%. 2 O componente que mede as expectativas para o setor, que já havia apresentado queda anual acentuada em fevereiro (-4,9%), registrou a maior variação negativa anual desde o início da pesquisa, sugerindo que o processo de recuperação das vendas, iniciado no segundo semestre do ano passado, pode estar perdendo força. Em março a CNC revisou de 5,8% para 5,5% a sua previsão de crescimento do volume de vendas do varejo em 2014. IIEC: Intenção de contratações volta a registrar maior queda mensal Dentre os nove componentes do ICEC, a intenção de contratação foi, pela segunda vez consecutiva, o item que registrou a maior retração mensal IIEC 108,0 -2,9% -4,7% Funcionários 123,3 -5,0% -7,1% (-5,0% em março). Esse recuo pode estar Investimentos 108,2 -2,6% -5,4% associado à queda nas expectativas quanto ao Estoques 92,6 -0,4% -0,5% desempenho do setor já identificadas pelo IEEC. Ainda assim, o percentual de empresários que mantêm planos de contratação se manteve relativamente elevado (69,1%), porém aqueles que estavam dispostos a admitir funcionários de forma mais intensiva recuaram de 16,3%, em janeiro, para 14,3% em março. Índice mar/14 Variação Mensal* Variação Anual As regiões Norte e Centro-Oeste, identificadas como as mais otimistas em relação ao comportamento das vendas (164,4 e 153,4 pontos, respectivamente), seguem, naturalmente, como aquelas com os maiores índices de intenção de contratação (134,3 pontos e 125,9, respectivamente). Com a pequena aceleração do volume de vendas do varejo prevista pela CNC para 2014, a entidade projeta um avanço de 5,2% no número de trabalhadores formais no setor – portanto, mais que os 3,5% ocorridos no ano passado. Conclusão: A confiança dos empresários do comércio acusou queda mensal pelo quinta vez seguida. O principal responsável pela retração ocorrida em março foi o a intenção de investimentos, sobretudo em relação à contratação de funcionários. O resultado negativo desse item está associado à queda das expectativas para o setor nos próximos meses, em queda também desde novembro do ano passado. Em relação a março de 2103 o ICEC voltou a registrar queda expressiva, principalmente em decorrência da piora na avaliação das condições correntes da economia. 3 Sobre a pesquisa: O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) é indicador antecedente apurado exclusivamente entre os tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo objetivo é detectar as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do País; e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos. O índice é construído a partir de nove questões. As três primeiras, que constituem o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), comparam a situação econômica do País, do setor de atuação e da própria empresa, em relação ao mesmo período do ano anterior. As três perguntas seguintes avaliam os mesmos aspectos, porém em relação ao futuro no curto prazo, e formam o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC). Em todas as seis primeiras perguntas as opções de resposta são as seguintes: (i) Melhorou/Melhorará muito; (ii) Melhorou/Melhorará um pouco; (iii) Piorou/Piorará muito; e (iv) Piorou/Piorará um pouco. As últimas três perguntas, que compõem o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), abordam questões mais específicas, relativas aos seguintes temas: (i) Expectativa de contratação de funcionários para os próximos meses (aumentar muito, aumentar pouco, reduzir pouco ou reduzir muito); (ii) Nível de investimentos em relação ao mesmo período do ano anterior (muito maior, um pouco maior, um pouco menor ou muito menor); e (iii) Nível atual dos estoques diante da programação de vendas (abaixo do adequado, adequado ou acima do adequado). Os dados do Icec podem ser analisados segundo três cortes: (i) Regional (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste); (ii) Porte da empresa (até 50 funcionários e acima de 50 funcionários); e (iii) Categorias de uso (bens duráveis, semiduráveis e não duráveis). Ajuste sazonal: Sujeitas ao comportamento sazonal do nível de atividade do comércio e da atividade econômica em geral, a partir de fevereiro de 2014 as séries passaram a ser dessazonalizadas por meio do método X-12 aditivo, permitindo a comparação mensal (mês sobre o mês anterior) dos componentes do Icec. 4