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CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO CAI EM JUNHO
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou queda de
2,5% na comparação mensal, com 125,7 pontos. Todos os três subíndices tiveram
influência negativa na comparação com o mês anterior, tendo o subíndice de
condições atuais recuado 5,2%, e o subíndice de expectativas caído 2,1%. O subíndice
que mede o nível de investimentos mostrou a menor queda, recuando 0,4% em
relação a maio.
Já na comparação anual, livre de efeitos sazonais, o Icec subiu 1,5%, influenciado
principalmente por uma alta de 4,9% no subíndice de expectativas, assim como por
uma elevação de 3,9% no subíndice de investimentos em relação a junho de 2011.
Entretanto, assim como na comparação mensal, a percepção dos comerciantes em
relação às condições atuais da economia mostrou queda de 5,7% em relação ao
mesmo mês do ano anterior.
No corte regional, houve recuo no nível de confiança em todas as regiões na
comparação com o mês de maio. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior
houve elevação na confiança em todas as regiões. A região Norte permaneceu com o
maior nível de confiança (133,8 pontos), seguida pela região Nordeste, com 129,9
pontos.
Na avaliação por tamanho, as empresas de maior porte, ou seja, aquelas com mais de
50 funcionários, o nível de confiança caiu 2,1% em relação a maio e subiu 3,5% em
relação ao ano anterior, terminando o mês de junho com 145,5 pontos. Nas empresas
de menor porte o nível de confiança apresentou queda de 2,5% em relação ao mês
anterior e alta de 1,5% na comparação interanual, com 125,3 pontos.
Condições Atuais (Icaec): comerciantes pessimistas em relação à situação atual da
economia brasileira
Dentre os três subíndices que compõem o Icec, aquele que avalia as condições atuais,
o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), foi o único que
apresentou retração tanto na comparação mensal (-5,2%) como na comparação anual
(-5,7%). A comparação ante ao mês de maio mostrou quedas nas condições atuais da
economia (-5,8%), do setor (-6,0%) e da empresa (-4,0%). Da mesma forma, o
resultado em relação ao ano anterior foi influenciado por quedas de 6,0%, 7,7% e 3,6%
na percepção dos comerciantes em relação às condições atuais da economia, do setor
varejista e de sua própria empresa, respectivamente.
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jun./2012
Variação
Mensal
Variação
Anual
101,3
-5,2%
-5,7%
Economia
93,2
-5,8%
-6,0%
Setor
94,9
-6,0%
-7,7%
Empresa
115,7
-4,0%
-3,6%
Índice
Icaec
O menor ímpeto atual da economia brasileira está sendo refletido de forma bastante
clara na queda da percepção do empresário em relação ao desempenho da economia
brasileira, assim como do setor varejista. Os dados mostram certo pessimismo do
comerciante tanto em relação ao momento atual da economia quanto em relação ao
momento do setor varejista, ambos abaixo dos cem pontos.
Esses dados corroboram o cenário de maior taxa de inadimplência e depreciação da
taxa de câmbio vivido pela economia do País. Se, por um lado, a maior inadimplência
reflete certa euforia na concessão de crédito no passado, a moeda brasileira vem
enfrentando significativa depreciação no ano de 2012. O fator cambial decorre do
agravamento da crise da dívida nos países desenvolvidos, assim como da queda nos
preços das commodities, que faz com que um menor volume de capitais ingresse no
País.
Expectativas (IEEC): nível de expectativas continua favorável
O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) apresentou alta de 4,9%
em relação ao ano anterior. O resultado foi influenciado principalmente por uma
elevação nas expectativas dos empresários em relação à economia (+9,6%), ao setor
varejista (+5,2%) e à sua própria empresa (+0,5%).
Na comparação mensal, as expectativas caíram 2,1%, mas ainda permanecem em
patamares extremamente favoráveis (161,7 pontos), mostrando que o empresário do
comércio permanece confiante em relação ao futuro tanto da economia brasileira
(156,2 pontos) quanto do setor varejista (162,5 pontos) e de sua própria empresa
(166,5 pontos).
jun./2012
Variação
Mensal
Variação
Anual
IEEC
161,7
-2,1%
+4,9%
Economia
156,2
-3,2%
+9,6%
Setor
162,5
-1,0%
+5,2%
Empresa
166,5
-2,0%
+0,5%
Índice
2
Os últimos dados oficiais de emprego mostram uma taxa de desemprego ainda baixa,
com ganhos reais na massa de salários – sintomas de um mercado de trabalho ainda
aquecido. Esse tem sido o principal fator de sustentação do volume de vendas no
varejo, ante um cenário de maior cautela em relação aos tomadores e emprestadores
de recursos.
Medidas de estímulo de caráter tanto fiscal como monetário têm sido tomadas já há
algum tempo e deverão ter algum efeito, ao menos pontual, nas vendas do varejo
neste segundo semestre. Além disso, é preciso ressaltar que a segunda metade do ano
costuma ser melhor para o comércio, visto que concentra as datas nas quais o setor
obtém a maior parte de sua receita anual.
Entretanto, dados a evidente desaceleração do crescimento econômico e o caráter
defasado dos dados do emprego, há o risco de que o mercado de trabalho não
contribua de forma tão favorável até o final do ano, principalmente porque a crise da
dívida instalada no exterior deve continuar repercutindo negativamente sobre a
atividade doméstica.
Investimentos (IIEC): insatisfação com o nível de estoques diminui, mas continua em
patamar desfavorável
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) avançou 3,9% em
relação a junho de 2011 e caiu 0,4% na comparação com o mês anterior. Um ponto
bastante positivo foi a melhora na percepção dos comerciantes em relação ao nível de
seus estoques, tanto na comparação mensal (+0,3%) como na comparação com o
mesmo mês do ano anterior (+5,3%).
Dado que boa parte das vendas do varejo se concentra no final do ano, é
provável que os níveis de estoques continuem se ajustando favoravelmente e que esse
item se aproxime do patamar de cem pontos.
jun./2012
Variação
Mensal
Variação
Anual
IIEC
114,1
-0,4%
+3,9%
Funcionários
129,5
+0,5%
+4,7%
Investimentos
117,8
-2,1%
+1,8%
Estoques
95,1
+0,3%
+5,3%
Índice
3
Conclusão: Os resultados mostram uma diferença considerável entre as condições
atuais, que seguem em deterioração, e as expectativas dos empresários, que
continuam em patamares elevados. Ainda que os estímulos fiscais e monetários
tenham efeito positivo sobre a atividade comercial nesta segunda metade do ano, o
balanço de riscos para a concretização do otimismo dos comerciantes se tornou menos
favorável com a significativa depreciação do real ante o Dólar e com o cenário de
maior inadimplência. Mesmo assim, projetamos um ano favorável para o comércio,
com crescimento ao redor de 8% no volume de vendas ante o ano anterior.
Sobre a pesquisa:
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) é indicador antecedente apurado
exclusivamente com os tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo objetivo é detectar
as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do empresário. A amostra é
composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas as capitais do País, e os
índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a 200 pontos.
O índice é construído a partir de nove questões. As três primeiras, que constituem o Índice de
Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), comparam a situação econômica do País,
do setor de atuação e da própria empresa com relação ao mesmo período do ano anterior. As
três perguntas seguintes avaliam os mesmos aspectos, porém em relação ao futuro no curto
prazo, e formam o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC).
Em todas as seis primeiras perguntas as opções de resposta são as seguintes: (i)
Melhorou/Melhorará Muito; (ii) Melhorou/ Melhorará um Pouco; (iii) Piorou/Piorará Muito; e
(iv) Piorou/Piorará Pouco.
As últimas três perguntas que compõem o Índice de Investimento do Empresário do Comércio
(IIEC) abordam questões mais específicas relativas aos seguintes temas: (i) Expectativa de
contratação de funcionários para os próximos meses (aumentar muito, aumentar pouco,
reduzir pouco ou reduzir muito); (ii) Nível de investimentos em relação ao mesmo período do
ano anterior (muito maior, um pouco maior, um pouco menor ou muito menor); e (iii) Nível
atual dos estoques diante da programação de vendas (abaixo do adequado, adequado ou
acima do adequado).
Os dados do Icec podem ser analisados segundo três cortes: (i) Regional (Norte, Nordeste,
Sudeste, Sul e Centro-Oeste); (ii) Porte da empresa (até 50 funcionários e acima de 50
funcionários); e (iii) Categorias de uso (bens duráveis, semiduráveis e não duráveis).
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