Relatório sobre o projeto: Combate ao desperdício de alimentos

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Relatório sobre o projeto: Combate ao desperdício de alimentos
Diante de toda problemática enfrentada no país quanto os altos índices de desperdício de
alimentos, o que se configura também como uma contradição, uma vez que existe no Brasil um número
elevado de pessoas que não têm o que comer. Nesse sentido, faz-se necessário conscientizar os nossos
educandos sobre a importância do reaproveitamento dos alimentos, bem como de ações que evitem o
desperdício e promovam a melhor distribuição dos mesmos na população. Este projeto tem o propósito de
sensibilizar os alunos para a seriedade do tema e para o exercício da cidadania.
Objetivos do projeto:
a) Identificar situações de desperdício de alimentos no cotidiano da escola.
b) Promover a conscientização e aprendizagem dos alunos sobre o valor nutritivo contido nas
sobras dos alimentos.
b) Oferecer às crianças múltiplas oportunidades de reaproveitamento dos alimentos.
c) Prevenir o desperdício de alimentos tanto no meio escolar, como na comunidade.
Participantes: Professores, alunos e familiares.
Local: O projeto será realizado na própria escola (sala de aula e refeitório).
Procedimento:
Primeira etapa do projeto foi a investigação junto aos professores da escola sobre o desperdício de
alimentos. Para isso, fez-se a aplicação de um questionário com as seguintes perguntas:
Dados pessoais:
Sexo: ( )M
( )F
Idade: ___________
a) Você considera que há desperdício de alimentos em sua casa?
( ) Sim
( ) Não
b) No que se refere a utilização de frutas e verduras em sua residência, você os aproveita
integralmente ou descarta cascas, folhas, ramos, sementes, dentre outros?
( ) Utiliza integralmente frutas e verduras
( ) Descarta cascas, sementes, suco, dentre outros
c) Para você, é importante evitar o desperdício de alimentos?
( ) Sim
( ) Não
d) Por quê?_____________________________________________________________________
Após sondagem inicial foi possível tabular as respostas obtidas por meio dos questionários e então
sensibilizar a comunidade escolar sobre a importância de se evitar o desperdício de alimentos e de
adotar ações de reaproveitamento dos mesmos.
Num segundo momento trabalhamos esta sensibilização com os alunos da 3ª série do Ensino
Médio no período da manhã e o 7°ano A no período da tarde com o vídeo: "Ilha das Flores", para que
pudessem refletir a partir das seguintes questões:
1- Quais os sentimentos despertados ao assistir ao
vídeo?
2- Você acha que esse vídeo é real?
3- Você acredita que esse lugar "Ilha das Flores" existe
mesmo?
4- Você sabia que muitas pessoas passam fome?
5- Você sabia que muitas pessoas se alimentam de
sobras de comida do lixo?
Logo depois estes alunos foram para as salas nas demais séries com o objetivo de conscientizá-los,
também refletindo através do vídeo e questões acima citadas.
Ficou acordado com o grupo de alunos da 3ª série e representantes do Grêmio Estudantil, que
aderiram juntos aos alunos da 3ª série no trabalho de conscientização, que a partir de então eles
deveriam observar no horário do intervalo como são consumidos os alimentos e se há desperdício dos
mesmos pelos alunos, professores e demais pessoas que estiverem presentes nesse momento.
Com antecedência marcaram um horário com as merendeiras da escola para que pudessem
acompanhar a distribuição da merenda, bem como a quantidade de alimentos desperdiçados e a
destinação dos mesmos, observando o procedimento sem emitir opinião, atentando-se para todo o
processo e posterior discussão na sala. De volta à sala, juntamente com os colegas e professores
promoveram discussões, reflexão e o registro do que observaram no que diz respeito, principalmente, ao
desperdício e reaproveitamento dos alimentos.
Na oportunidade também assistiram ao vídeo: “O Bicho” – Manoel Bandeira e após a exibição do
mesmo, os alunos nas salas foram divididos em grupo ou duplas para que lessem uma
reportagem complementar "Comida jogada fora", e então fizeram um resumo em tópicos sobre as
informações divulgadas no vídeo, no texto e uma breve socialização dos pontos elencados.
Comida jogada fora
O país de 46 milhões de famintos perde cerca de 35% de todas as frutas e verduras que produz.
Estudos da Embrapa mostram que o custo do alimento não aproveitado é alto
Maria Clarice Dias, Correio Braziliense,
Os índices de desperdício de alimentos no Brasil, um país com 46 milhões de famintos, batem
recordes mundiais. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no
Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em
hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. Dados recentes do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o
cidadão consome 35 quilos de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo. ‘‘Num
país com tantos famintos como é o Brasil, esse desperdício é inadmissível’’, avalia o químico industrial e
responsável pela pesquisa, Antônio Gomes.
O trabalho de Gomes e outros estudos brasileiros evidenciam que a média de desperdício de
alimentos no Brasil está entre 30% e 40%. Nos Estados Unidos, esse índice não chega a 10%. Não há
estudos conclusivos que determinem o desperdício nas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a
perda no setor de refeições coletivas chegue a 15% e, nas nossas cozinhas, a 20%.
A perda de alimentos, na maioria das vezes, ocorre por despreparo das pessoas do ramo da
agroindústria e dos consumidores. Na hora da colheita, a uva é arremessada lá do alto da parreira para o
chão, sem amortecedor. No transporte, as bananas vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas
umas sobre as outras. Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões
continuam amassados no balcões de venda.
Nos mercados, os consumidores (em especial as mulheres) amassam a cebola com as mãos,
enfiam a unha no chuchu e quebram a ponta da vagem para checar se o produto tem qualidade. Se o
alimento não agradar à exigente compradora, o destino da cebola, do chuchu ou da vagem é o lixo.
Ninguém vai querer uma comida amassada ou quebrada.
Do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte
dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados
e consumidores.
Há cálculos que escancaram o prejuízo social do descuido com a comida. Em 2002, por exemplo,
a safra de hortaliças foi de 15,743 milhões de toneladas, que valem em torno de US$ 2.564 milhões.
Considerando a perda média de 35% desses alimentos, estima-se que mais de 5,5 milhões de toneladas
deixaram de alimentar os brasileiros. Para a sociedade, um prejuízo de US$ 887 milhões. Esse desperdício
ajudaria a matar a fome de 53 milhões de pessoas no Brasil.
Perda
maior
Quem paga a conta do desperdício é o consumidor. Um grupo de pesquisadores da Embrapa
Hortaliças, com sede no Distrito Federal, dedicou-se a colocar na ponta do lápis o valor do desperdício
que é repassado do vendedor de varejo ao comprador final. Os técnicos fizeram visitas semanais a quatro
supermercados da mesma rede varejista do DF durante o ano de 1999 e estudaram o repasse no preço
final do tomate, do pimentão e da cenoura. Os resultados estão prontos para serem publicados na revista
Ciência e Tecnologia, da Embrapa.
O caso do tomate é o mais grave. A perda média do fruto, conforme o levantamento da Embrapa
Hortaliças, foi de 30%. Durante o ano da pesquisa, o fornecedor recebeu o tomate por R$ 0,94 o quilo; os
consumidores pagaram R$ 1,50. O vendedor, além do lucro e dos custos de produção, cobrou cerca de R$
0,28 por quilo ao comprador para compensar a perda com os alimentos que ele não conseguiu vender
porque ficaram estragados desde a colheita. As médias de repasse para o pimentão e cenoura foram de
40% e 21%, respectivamente.
O que se desperdiça
Frutas e Frutos
Banana 40%
Morango 40%
Melancia 30%
Abacate 26%
Manga 25%
Laranja 22%
Mamão 21%
Abacaxi 20%
Hortaliças
Couve-flor 50%
Alface 45%
Repolho 35%
Fonte: Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa
Em seguida cada grupo propôs ações de reaproveitamento de alimentos pela sociedade de uma
maneira geral. Essas propostas foram colocadas em cartazes e ilustradas com gravuras para divulgação
nos painéis da escola.
Avaliação: Os professores procuraram observar se os alunos puderam identificar diferentes
situações na escola e em outros espaços em que se desperdiçam alimentos. Fizeram questionamentos
observando se foi possível compreender o compromisso de todos na luta contra o desperdício de
alimentos. Identificando se os mesmos se sensibilizaram frente à quantidade de pessoas que morrem ou
apresentam condições de saúde muito precárias por falta de alimentos.
O projeto ainda está em andamento e esperamos que ele favoreça a conscientização de toda a
comunidade escolar em relação ao desperdício e reaproveitamento de alimentos, acontecendo por meio da
socialização e divulgação dos alunos sobre o trabalho realizado tanto na escola quanto no ambiente
familiar.
O que você está fazendo para evitar o
desperdício?
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