SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ENSINO – REGIÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE EE “LÚCIA SILVA DE ASSUMPÇÃO” Rua José de Alencar, n.º 830 - Pirapozinho – SP Fone: (018) 3269-1374 - CEP 19200-000 Relatório sobre o projeto: Combate ao desperdício de alimentos Diante de toda problemática enfrentada no país quanto os altos índices de desperdício de alimentos, o que se configura também como uma contradição, uma vez que existe no Brasil um número elevado de pessoas que não têm o que comer. Nesse sentido, faz-se necessário conscientizar os nossos educandos sobre a importância do reaproveitamento dos alimentos, bem como de ações que evitem o desperdício e promovam a melhor distribuição dos mesmos na população. Este projeto tem o propósito de sensibilizar os alunos para a seriedade do tema e para o exercício da cidadania. Objetivos do projeto: a) Identificar situações de desperdício de alimentos no cotidiano da escola. b) Promover a conscientização e aprendizagem dos alunos sobre o valor nutritivo contido nas sobras dos alimentos. b) Oferecer às crianças múltiplas oportunidades de reaproveitamento dos alimentos. c) Prevenir o desperdício de alimentos tanto no meio escolar, como na comunidade. Participantes: Professores, alunos e familiares. Local: O projeto será realizado na própria escola (sala de aula e refeitório). Procedimento: Primeira etapa do projeto foi a investigação junto aos professores da escola sobre o desperdício de alimentos. Para isso, fez-se a aplicação de um questionário com as seguintes perguntas: Dados pessoais: Sexo: ( )M ( )F Idade: ___________ a) Você considera que há desperdício de alimentos em sua casa? ( ) Sim ( ) Não b) No que se refere a utilização de frutas e verduras em sua residência, você os aproveita integralmente ou descarta cascas, folhas, ramos, sementes, dentre outros? ( ) Utiliza integralmente frutas e verduras ( ) Descarta cascas, sementes, suco, dentre outros c) Para você, é importante evitar o desperdício de alimentos? ( ) Sim ( ) Não d) Por quê?_____________________________________________________________________ Após sondagem inicial foi possível tabular as respostas obtidas por meio dos questionários e então sensibilizar a comunidade escolar sobre a importância de se evitar o desperdício de alimentos e de adotar ações de reaproveitamento dos mesmos. Num segundo momento trabalhamos esta sensibilização com os alunos da 3ª série do Ensino Médio no período da manhã e o 7°ano A no período da tarde com o vídeo: "Ilha das Flores", para que pudessem refletir a partir das seguintes questões: 1- Quais os sentimentos despertados ao assistir ao vídeo? 2- Você acha que esse vídeo é real? 3- Você acredita que esse lugar "Ilha das Flores" existe mesmo? 4- Você sabia que muitas pessoas passam fome? 5- Você sabia que muitas pessoas se alimentam de sobras de comida do lixo? Logo depois estes alunos foram para as salas nas demais séries com o objetivo de conscientizá-los, também refletindo através do vídeo e questões acima citadas. Ficou acordado com o grupo de alunos da 3ª série e representantes do Grêmio Estudantil, que aderiram juntos aos alunos da 3ª série no trabalho de conscientização, que a partir de então eles deveriam observar no horário do intervalo como são consumidos os alimentos e se há desperdício dos mesmos pelos alunos, professores e demais pessoas que estiverem presentes nesse momento. Com antecedência marcaram um horário com as merendeiras da escola para que pudessem acompanhar a distribuição da merenda, bem como a quantidade de alimentos desperdiçados e a destinação dos mesmos, observando o procedimento sem emitir opinião, atentando-se para todo o processo e posterior discussão na sala. De volta à sala, juntamente com os colegas e professores promoveram discussões, reflexão e o registro do que observaram no que diz respeito, principalmente, ao desperdício e reaproveitamento dos alimentos. Na oportunidade também assistiram ao vídeo: “O Bicho” – Manoel Bandeira e após a exibição do mesmo, os alunos nas salas foram divididos em grupo ou duplas para que lessem uma reportagem complementar "Comida jogada fora", e então fizeram um resumo em tópicos sobre as informações divulgadas no vídeo, no texto e uma breve socialização dos pontos elencados. Comida jogada fora O país de 46 milhões de famintos perde cerca de 35% de todas as frutas e verduras que produz. Estudos da Embrapa mostram que o custo do alimento não aproveitado é alto Maria Clarice Dias, Correio Braziliense, Os índices de desperdício de alimentos no Brasil, um país com 46 milhões de famintos, batem recordes mundiais. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o cidadão consome 35 quilos de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo. ‘‘Num país com tantos famintos como é o Brasil, esse desperdício é inadmissível’’, avalia o químico industrial e responsável pela pesquisa, Antônio Gomes. O trabalho de Gomes e outros estudos brasileiros evidenciam que a média de desperdício de alimentos no Brasil está entre 30% e 40%. Nos Estados Unidos, esse índice não chega a 10%. Não há estudos conclusivos que determinem o desperdício nas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas chegue a 15% e, nas nossas cozinhas, a 20%. A perda de alimentos, na maioria das vezes, ocorre por despreparo das pessoas do ramo da agroindústria e dos consumidores. Na hora da colheita, a uva é arremessada lá do alto da parreira para o chão, sem amortecedor. No transporte, as bananas vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas umas sobre as outras. Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões continuam amassados no balcões de venda. Nos mercados, os consumidores (em especial as mulheres) amassam a cebola com as mãos, enfiam a unha no chuchu e quebram a ponta da vagem para checar se o produto tem qualidade. Se o alimento não agradar à exigente compradora, o destino da cebola, do chuchu ou da vagem é o lixo. Ninguém vai querer uma comida amassada ou quebrada. Do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores. Há cálculos que escancaram o prejuízo social do descuido com a comida. Em 2002, por exemplo, a safra de hortaliças foi de 15,743 milhões de toneladas, que valem em torno de US$ 2.564 milhões. Considerando a perda média de 35% desses alimentos, estima-se que mais de 5,5 milhões de toneladas deixaram de alimentar os brasileiros. Para a sociedade, um prejuízo de US$ 887 milhões. Esse desperdício ajudaria a matar a fome de 53 milhões de pessoas no Brasil. Perda maior Quem paga a conta do desperdício é o consumidor. Um grupo de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, com sede no Distrito Federal, dedicou-se a colocar na ponta do lápis o valor do desperdício que é repassado do vendedor de varejo ao comprador final. Os técnicos fizeram visitas semanais a quatro supermercados da mesma rede varejista do DF durante o ano de 1999 e estudaram o repasse no preço final do tomate, do pimentão e da cenoura. Os resultados estão prontos para serem publicados na revista Ciência e Tecnologia, da Embrapa. O caso do tomate é o mais grave. A perda média do fruto, conforme o levantamento da Embrapa Hortaliças, foi de 30%. Durante o ano da pesquisa, o fornecedor recebeu o tomate por R$ 0,94 o quilo; os consumidores pagaram R$ 1,50. O vendedor, além do lucro e dos custos de produção, cobrou cerca de R$ 0,28 por quilo ao comprador para compensar a perda com os alimentos que ele não conseguiu vender porque ficaram estragados desde a colheita. As médias de repasse para o pimentão e cenoura foram de 40% e 21%, respectivamente. O que se desperdiça Frutas e Frutos Banana 40% Morango 40% Melancia 30% Abacate 26% Manga 25% Laranja 22% Mamão 21% Abacaxi 20% Hortaliças Couve-flor 50% Alface 45% Repolho 35% Fonte: Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa Em seguida cada grupo propôs ações de reaproveitamento de alimentos pela sociedade de uma maneira geral. Essas propostas foram colocadas em cartazes e ilustradas com gravuras para divulgação nos painéis da escola. Avaliação: Os professores procuraram observar se os alunos puderam identificar diferentes situações na escola e em outros espaços em que se desperdiçam alimentos. Fizeram questionamentos observando se foi possível compreender o compromisso de todos na luta contra o desperdício de alimentos. Identificando se os mesmos se sensibilizaram frente à quantidade de pessoas que morrem ou apresentam condições de saúde muito precárias por falta de alimentos. O projeto ainda está em andamento e esperamos que ele favoreça a conscientização de toda a comunidade escolar em relação ao desperdício e reaproveitamento de alimentos, acontecendo por meio da socialização e divulgação dos alunos sobre o trabalho realizado tanto na escola quanto no ambiente familiar. O que você está fazendo para evitar o desperdício?