sumário 1. introdução - Biblioteca da Univap

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7
2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 9
3. OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 10
3.1 Objetivos específicos ....................................................................................... 10
4. METODOLOGIA ................................................................................................. 11
4.1 Tipo de estudo ................................................................................................. 11
5.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 12
5.1 Depressão ........................................................................................................ 12
5.1.1 Tipos de depressão....................................................................................... 14
5.2 Depressão no mundo ....................................................................................... 14
5.3 Exercícios físicos e depressão ......................................................................... 16
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21
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1. INTRODUÇÃO
Saúde é o bem estar físico, mental, social, e compreende o equilíbrio entre o
organismo e o seu ambiente, bem como a preservação das características
estruturais e funcionais do organismo (PRIGENT, 2005).
A depressão é uma doença que pode ser psíquica, onde afeta o emocional e o
funcionamento fisiológico do indivíduo. É uma das doenças que causam maior índice
de incapacitação psico-fisico-social à população com quadro depressivo (DEL
PORTO, 1999).
Ela também pode ser justificada pela menor quantidade ou disponibilidade de
neurotransmissores na junção entre os neurônios (NAHAS, 2006).
O uso do termo “depressão” é relativamente recente na história da psiquiatria. A
palavra depressão foi sucedida do termo melancolia, o que não se equivalem diante
o ponto de vista clinico-conceitual, pois atualmente a melancolia não caracteriza
alterações psiquiátricas (AKISKAL, 2005).
A depressão pode ser desencadeada por pressões socioeconômicas, estéticas e
culturais impostas pela sociedade, como o estresse excessivo e contínuo,
obesidade, doenças que causam incapacidades, luto, sentimento de culpa, dentre
outras causas que faz com que o indivíduo tenha sentimentos de pouca valia
(GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011).
A depressão possui diversos estágios e gradações, podendo ser leve ou branda,
moderada, ou grave, e diante diversas denominações e classificações, os sintomas
mais comuns são: tristeza sem motivo justificável, irritabilidade, desânimo, insônia,
desinteresse pela vida pessoal e profissional, baixa autoestima, isolamento social, e
o mais grave são os pensamentos de suicídio, sintoma este que atinge em sua
maioria o sexo masculino, porém a maior incidência de diagnóstico e tratamento da
depressão acomete predominantemente o sexo feminino (AKISKAL, 2000).
Cerca de 30% a 50% dos casos não são diagnosticados e tratados de maneira
eficaz, pois diversos fatores podem dificultar o diagnóstico e tratamento da
depressão, podendo ser desde o preconceito dos pacientes com a doença ou falta
de conhecimento por parte dos médicos não psiquiatras, e/ou o não acreditar na
eficácia das terapias e medicamentos (DAVIDSON; MALTZER, 1999).
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2001), de acordo com os
sintomas apresentados pelos pacientes, a depressão pode variar sua gravidade
tendo as classificações de episódios brandos até episódios graves.
Prevê-se que em 2020, a depressão seja a segunda causa de incapacidade no
mundo, perdendo somente para as doenças cardiovasculares, e tendo destaque nas
regiões mais desenvolvidas (GONÇALVES; MACHADO, 2008).
Em razão do aumento gradativo e contínuo nos últimos anos a depressão está
sendo chamada de “A doença do século XXI” (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA,
2011).
Estudos realizados por Girdwood, Araujo e Pitanga (2011), mostram que 3% da
população geral sofrem com transtornos mentais severos e persistentes e 12% da
população, seja de forma contínua ou eventual, necessita de algum tipo de
atendimento referente à saúde mental.
Os exercícios físicos podem melhorar as condições de saúde das pessoas
aumentando a autoestima, a expectativa de vida e diminuindo o risco de doenças,
como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia e problemas
psicológicos. Em alguns casos o mesmo mostra vantagens sobre o tratamento
medicamentoso (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011).
Sessões agudas de exercícios físicos trazem benefícios ao indivíduo,
melhorando seu estado de humor, onde a tensão, ansiedade, depressão e raiva são
diminuídas, e o vigor aumentado, efeitos estes que perduram por horas após seu
término (LANE; LOVEJOY, 2001).
Segundo Cossenza (1996, apud Godoy, 2002), para que ocorra uma melhora da
saúde através de exercícios físicos, é necessário que os mesmos estimulem
predominantemente o sistema cardiorrespiratório.
Questões socioeconômicas podem justificar a inatividade física em alguns casos,
no entanto a caminhada que é um exercício aeróbio pode ser realizada por pessoas
de qualquer idade e traz benefícios à quem pratica (BARBANTI, 2006).
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2. JUSTIFICATIVA
Embora o tema exercício físico e depressão seja abordado por diversos autores
ainda existem muitos questionamentos acerca dos benefícios provenientes dos
exercícios em relação à doença.
Torna-se relevante tal estudo, uma vez que é de extrema importância para as
pessoas acometidas pela patologia e os profissionais envolvidos para que
encontrem alternativas que auxiliem no tratamento ou simplesmente alivie os seus
sintomas.
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3. OBJETIVO GERAL
Identificar se é possível obter melhora no quadro da depressão através da prática
regular de exercícios físicos.
3.1 Objetivos específicos

Identificar entre exercícios aeróbios e resistidos qual possui maior influência
no tratamento da depressão;

Verificar a intensidade e duração necessária por sessão para que se obtenha
resultado.
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4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
O presente estudo é de cunho analítico e foi desenvolvido seguindo os preceitos
de revisão bibliográfica, encontrados no Google Acadêmico, Scielo e Lilacs.
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5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 Depressão
Saúde é o bem estar físico, mental, social, e compreende o equilíbrio entre o
organismo e o seu ambiente, bem como a preservação das características
estruturais e funcionais do organismo (PRIGENT, 2005).
A depressão é uma doença que pode ser psíquica, onde torna um indivíduo
incapaz de sentir prazer, pois afeta seu emocional e seu funcionamento fisiológico. É
uma das doenças que causam maior índice de incapacitação psico-fisico-social à
população geral (DEL PORTO, 1999).
De acordo com Nahas (2006), ela também pode ser justificada pela menor
quantidade ou disponibilidade de neurotransmissores na junção entre os neurônios,
podendo ser consideradas também como causas, os aspectos genéticos e
psicológicos.
Nos últimos anos, diversos estudos têm sido realizados com o propósito de
entender os mecanismos que envolvem a depressão, mudanças que ela provoca e
seus fatores etiológicos (JUSTO; CALIL, 2003).
O estresse é comprovadamente um dos fatores de risco, que podem levar a
inúmeras doenças, e as que mais se destacam são as doenças cardíacas
(GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011).
O uso do termo “depressão” é relativamente recente na história da psiquiatria.
Ele é oriundo do conceito de “melancolia”, que era visto na antiguidade como
perturbações mentais, que apareceu inicialmente no século IV a.C. e atravessou
2.500 anos de história de civilização ocidental carregando essa ambiguidade e
polissemia: um bem, um mal, uma doença. Embora a palavra depressão tenha
sucedido do termo melancolia, não se equivalem diante o ponto de vista clinicoconceitual,
pois
atualmente
a
melancolia
não
caracteriza
alterações
psiquiátricas (AKISKAL, 2005).
A depressão pode ser desencadeada por pressões socioeconômicas, estéticas e
culturais impostas pela sociedade, como o estresse excessivo e contínuo,
obesidade, doenças que causam incapacidades, luto, sentimento de culpa, dentre
outras causas que faz com que o indivíduo tenha sentimentos de pouca valia
(GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011).
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A depressão possui diversos estágios e gradações, podendo ser leve ou branda,
moderada ou grave, e diante diversas denominações e classificações, os sintomas
mais comuns são: tristeza sem motivo justificável, irritabilidade, desânimo, insônia,
desinteresse pela vida pessoal e profissional, baixa autoestima, isolamento social, e
o mais grave são os pensamentos de suicídio. Estudos epidemiológicos indicam que
os transtornos depressivos atingem cerca de 20% das mulheres e 12% dos homens
em algum momento de suas vidas (AKISKAL, 2000).
Estudos realizados em diversos países e comunidades apontam que a
depressão possui uma maior prevalência no sexo feminino, tendo de duas a três
vezes mais casos diagnosticados (WEISSMAN; BLAND; CANINO, 2003).
Essa prevalência se dá pelo fato de as mulheres admitirem mais seus
sentimentos do que os homens, sofrerem alterações e instabilidades hormonais,
irem com mais frequência aos consultórios médicos, o que facilita o diagnóstico da
doença, e para as mulheres reconhecer que sofrem de depressão é mais aceitável
do que para os homens (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011).
Embora a depressão seja predominantemente diagnosticada no sexo feminino, a
maior incidência de suicídio, sintoma este o mais greve dentre todos que acercam a
doença, é maior no sexo masculino, resultando em cerca de 15% dos
casos (AKISKAL, 2000).
Diversos fatores podem dificultar o diagnóstico e tratamento da depressão,
podendo ser desde o preconceito dos pacientes com a doença ou falta de
conhecimento por parte dos médicos não psiquiatras e/ou o não acreditar na eficácia
das terapias e medicamentos, por este motivo cerca de 30% a 50% dos casos não
são diagnosticados e tratados de maneira eficaz (DAVIDSON; MALTZER, 1999).
Embora os sentimentos depressivos sejam comuns, especialmente depois de
encontrar reveses na vida, o diagnóstico de depressão se faz somente quando os
sintomas atingem certo limiar e perduram por pelo menos duas semanas. Ocorre
muitas vezes episodicamente, mas pode ser recorrente ou crônica (OMS, 2001).
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5.1.1 Tipos de depressão
Segundo a OMS (2001), de acordo com os sintomas apresentados pelos
pacientes, a depressão pode variar sua gravidade tendo as classificações de
episódios brandos até episódios graves. Num episódio depressivo típico, a pessoa
sofre depressão do humor, redução de energia e diminuição das atividades da vida
diária. A capacidade de apreciar, mostrar interesse e concentração é reduzida, é
comum cansaço acentuado após um mínimo de esforço, geralmente o sono é
perturbado e o apetite sofre alterações. A autoestima e a confiança em si mesmo
quase sempre são reduzidas e muitas vezes estão presentes as ideias de culpa e
pouca valia. Dependendo do número e da gravidade dos sintomas, um episódio
depressivo pode ser descrito como brando, moderado ou grave.
Episódio depressivo brando
Geralmente, estão presentes dois ou três dos sintomas acima. A pessoa é,
via de regra, afligida por eles, mas provavelmente poderá prosseguir com a maior
parte das suas atividades diárias (OMS, 2001).
Episódio depressivo moderado
Estão presentes quatro ou mais dos sintomas acima e a pessoa na maioria
dos casos tem grande dificuldade para continuar com suas atividades normais
(OMS, 2001).
Episódio depressivo grave
Ocorrem vários dos sintomas acima de forma marcante e perturbadora,
geralmente com perda de autoestima e ideias de pouca valia ou culpa. São comuns
pensamentos e atos suicidas (OMS, 2001).
5.2 Depressão no mundo
De acordo com dados da OMS (2001), os transtornos neuropsiquiátricos são
quatro das dez principais causas de incapacidade no mundo, o que caracterizam
30,8% de incapacidade total.
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No ano de 2000, a depressão foi a principal causa de incapacidade no mundo,
avaliada pelo índice de anos vividos com diminuição das atividades intermediárias
da vida diária (AVIs), e a quarta causa de perda de dias de trabalho e produção.
Prevê-se que em 2020, a depressão seja a segunda causa de incapacidade no
mundo, perdendo somente para as doenças cardiovasculares, e tendo destaque nas
regiões mais desenvolvidas (GONÇALVES; MACHADO, 2008).
Embora as estimativas demonstrem claramente o aumento gradativo da
depressão na população, as perspectivas para o futuro são ainda maiores. Segundo
a OMS (2001), estima-se que aproximadamente 121 milhões de pessoas no mundo
sofrem da doença.
Em razão do aumento gradativo e contínuo nos últimos anos, a depressão está
sendo chamada de “A doença do século XXI” (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA,
2011).
Segundo Moraes et al. (2007), cerca de 17% da população mundial apresenta
quadro depressivo, sendo que a população americana apresenta por ano 9,5 % de
casos. A depressão pode afetar pessoas em qualquer fase da vida e observa-se um
aumento de casos durante a adolescência e princípios da vida adulta. Cada episódio
da doença pode durar de meses até anos, sem um período de destaque.
Estudos realizados por Girdwood, Araujo e Pitanga (2011), mostram que 3% da
população geral sofrem com transtornos mentais severos e persistentes e 12% da
população, seja de forma contínua ou eventual, necessita de algum tipo de
atendimento referente à saúde mental.
O transtorno depressivo é relatado como o transtorno de humor mais comum,
podendo se manifestar em um único episódio ou de modo recorrente. Para àqueles
que possuem um único episódio, até que o mesmo cesse pode ser um pouco
demorado. Considerando o prognóstico para a recuperação, principalmente de
pacientes que possuam um episódio agudo, vale ressaltar que estes poderão ser
afetados por pelo menos três ou quatro sintomas residuais recorrentes ao longo de
suas vidas. Em cerca de 20% dos casos, porém, a depressão segue um curso
crônico, sem remissão, especialmente quando não há tratamento adequado
disponível (THORNICROFT; SARTORIUS, 1993).
Os transtornos de humor são à base de 50% a 70% de todos os casos de
suicídio, porém tendo um tratamento eficaz e adequado destas doenças a nível
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nacional deve, em princípio, diminuir drasticamente estas complicações (RIHMER;
RUTZ; PIHLGREN, 1995).
Estudos epidemiológicos apontam que há tendência no aumento da prevalência
da depressão em grupos mais jovens do que comparados com grupos de pessoas
com uma idade mais elevada, em populações nascidas depois da Segunda Guerra
Mundial, ou seja, após o ano de 1945. Essa tendência tem como prevalência na
Alemanha, Estados Unidos da América, Suécia, Canadá e Nova Zelândia (AKISKAL,
2000).
5.3 Exercícios físicos e depressão
Pesquisas para verificar a relação entre exercícios físicos e depressão têm
sido realizadas desde 1900, na medida em que a saúde passou a ser caracterizada
como um perfeito bem estar físico, mental e social, e não só uma condição
meramente física, porém ainda assim encontram-se muito difundidos, os benefícios
psicológicos proporcionados pelo exercício físico, por parte dos profissionais da área
da saúde, meios de comunicação e pesquisadores (WERNECK; BARA FILHO;
RIBEIRO, 2006).
Os exercícios podem melhorar as condições de saúde das pessoas
aumentando a autoestima, a expectativa de vida e diminuindo o risco de doenças,
como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia e problemas
psicológicos, e pelo fato do exercício ser uma prática ativa, onde o indivíduo tem um
maior comprometimento, e de não apresentar efeitos colaterais adversos, o mesmo
mostra em alguns casos,
vantagens sobre
o
tratamento
medicamentoso
(GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011).
Os exercícios físicos trazem como efeito as melhorias fisiológicas, que
equilibram o funcionamento dos sistemas nervoso simpático e parassimpático
(ROEDER, 2004).
Com apenas três semanas de algumas seções regulares de exercícios
físicos, já se torna possível verificar melhorias no estado de humor de pessoas
depressivas (WERNECK; BARA FILHO; RIBEIRO, 2005).
De acordo com Sharkey (1998), devido ao baixo custo e à prevenção de
patologias que podem levar um indivíduo ao estresse e à depressão, a prática de
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exercícios físicos tem sido uma ótima opção para o tratamento da doença, pois os
indivíduos que os praticam regularmente têm uma redução significativa dos sintomas
da doença.
Devido controle do estresse, melhoria do humor, da função intelectual,
redução da ansiedade e da depressão, a prática regular de exercícios físicos ajuda a
prevenir e tratar não só os distúrbios psicológicos, como também proporciona uma
melhor saúde mental e física à quem o pratica. E isso se dá por conta da elevação
dos níveis de endorfina que são induzidos pelo exercício físico, o que aumenta
também o bem-estar (WERNECK; BARA FILHO; RIBEIRO, 2005).
Estudos de Girdwood, Araújo e Pitanga (2011), afirmam que exercícios físicos
de intensidade moderada além de melhorar a saúde, melhoram também a
depressão leve, e juntamente com o uso de antidepressivos, ainda complementam o
tratamento da depressão severa, pois melhora o fluxo de sangue para o cérebro e
ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso. Em casos de
depressão leve a medicação para o tratamento da doença pode ser diminuída ou até
mesmo retirada por completo.
A depressão de nível moderado também sofre uma influência positiva com a
prática regular de exercícios físicos, onde além de melhorar o condicionamento
físico do indivíduo, provoca também benefícios psicológicos em curto prazo (VIEIRA;
PORCU; ROCHA, 2007).
Sessões agudas de exercícios trazem benefícios ao indivíduo, melhorando
seu estado de humor, onde a tensão, ansiedade, depressão e raiva são diminuídas,
e o vigor aumentado, efeitos estes que perduram por horas após seu término, no
entanto, fatores como a intensidade do exercício, preferência pelo exercício
realizado, por parte do praticante, e o ambiente onde tal exercício é realizado,
podem influenciar as respostas psicológicas agudas proporcionadas pelo exercício
físico (LANE; LOVEJOY, 2001).
Segundo Cossenza (1996, apud Godoy, 2002), para que ocorra uma melhora
da saúde através de exercícios físicos, é necessário que os mesmos estimulem
predominantemente o sistema cardiorrespiratório.
O exercício aeróbio realizado com duração de no mínimo trinta minutos e de
intensidade moderada, causa o alívio do estresse e da tensão, podendo prevenir ou
reduzir os transtornos depressivos, isso ocorre devido ao aumento da taxa das
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endorfinas, que agem no sistema nervoso diminuindo o impacto estressor do
ambiente (WERNECK; BARA FILHO; RIBEIRO, 2005).
Questões socioeconômicas podem justificar a inatividade física em alguns
casos, no entanto a caminhada que é um exercício aeróbio, pode ser realizada por
pessoas de qualquer idade e traz benefícios à quem pratica (BARBANTI, 2006).
Para se suspender a depressão leve, de acordo com Girdwood, Araujo e
Pitanga (2011), a prática de exercícios aeróbios seria o mais indicado, a depressão
é um estado de baixo estímulo e o exercício físico coloca o corpo em alta
estimulação. Porém, as vantagens relacionadas ao aumento de ânimo estão
associadas em alguns casos, aos indivíduos que em geral não realizam muito
esforço físico, para as pessoas que têm uma rotina diária de exercícios, essas
vantagens provavelmente prevaleceram quando as mesmas iniciaram a prática do
exercício.
Após um estudo realizado por Babyak et al. (2000), onde foi avaliado o estado
de depressão de 156 adultos ao fim da prática de exercícios aeróbios, terapia
farmacológica ou a combinação dos dois, chegaram a conclusão de que após quatro
meses todos os grupos responderam positivamente ao tratamento. Já após dez
meses, o grupo do exercício aeróbio teve as taxas de recaídas significativamente
diminuídas, comparado ao grupo dos indivíduos medicados.
Ferreira et al., (2014), realizaram um estudo com idosos, que teve como
objetivo verificar se o tipo de exercício físico influencia nos níveis de depressão
neste público, onde os mesmos responderam a um questionário caracterizado como
um instrumento para verificar os níveis de depressão em idosos, e no caso de uma
pontuação igual ou superior a onze seria um indicativo de provável depressão. A
amostra foi dividida em cinco grupos sendo, G1 praticantes de musculação, G2
hidroginástica, G3 ginástica aeróbia, G4 pilates e o G5 não praticavam exercícios
físicos há pelo menos um ano (sedentários), nenhum dos grupos apresentou valores
superiores a onze pontos, porém o G5 foi o que apresentou uma maior pontuação,
observou-se também que o G3 apresentou uma pontuação significativamente menor
quando comparado com os outros grupos, apesar da diferença encontrada entre os
grupos praticantes de exercícios, todos apresentaram uma pontuação baixa, neste
sentido os autores sugerem que a prática de exercícios físicos independente da
modalidade, contribui para a prevenção da depressão. Os resultados apresentados
pelo G3 apontam que exercícios praticados em grupo, com duração prolongada das
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sessões, onde se predomina o sistema aeróbio, têm uma melhor contribuição na
redução dos sintomas depressivos em idosos.
Vieira, Porcu e Rocha (2007), também fizeram um estudo onde verificaram
que após seis meses da interrupção da prática regular da hidroginástica, após um
período de 12 semanas ininterruptas, o efeito positivo causado pelo exercício não se
sustentou, e ainda ocorreu um aumento na percepção de fadiga psicológica, o que
causaria um agravamento dos sintomas da depressão, sendo assim a prática dos
exercícios deve ser mantida mesmo quando já se atingiu uma melhora no quadro
depressivo, pois o mesmo pode regredir caso haja interrupção. No mesmo estudo
constatou-se que as pacientes não se livraram por completo da doença no período
da pesquisa (12 semanas), entretanto o exercício físico regular durante o mesmo
período foi um complemento terapêutico positivo no tratamento da doença, pois a
inatividade física é um fator que se associa fortemente à depressão.
Estudos de Werneck, Bara Filho e Ribeiro (2006), apontam que onze estudos
relatam melhorias do humor após sessões de exercícios físicos de alta intensidade,
dez encontraram piora e três estudos relatam não ter verificado diferença. Após
sessões de intensidade moderada vinte e seis estudos afirmaram melhorias do
humor dos praticantes, e dois não relataram. Já com as sessões de baixa
intensidade observaram-se melhorias apenas em sete estudos, nenhuma mudança
em cinco, e um relatou piora do humor.
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6. CONCLUSÃO
Diante as pesquisas realizadas, conclui-se que a depressão é uma doença
presente na sociedade há muitos anos, tendo maior número de diagnósticos no sexo
feminino e tem apresentado um crescimento exacerbado.
De acordo com a literatura tanto exercícios aeróbios quanto resistidos melhoram
o quadro depressivo, no entanto os exercícios aeróbios, de intensidade moderada,
com duração mínima de trinta minutos e de preferência realizados em grupo, são os
mais indicados para os pacientes diagnosticados com depressão.
Em suma é de extrema importância o compreendimento dos profissionais da
área da saúde diante os estágios da doença, desde seu diagnóstico até a escolha
das terapias adequadas para cada tipo de paciente, para que estes tenham suas
dúvidas sanadas, reconheçam a existência da patologia e assim façam um
tratamento eficaz.
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