6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7 2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 9 3. OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 10 3.1 Objetivos específicos ....................................................................................... 10 4. METODOLOGIA ................................................................................................. 11 4.1 Tipo de estudo ................................................................................................. 11 5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 12 5.1 Depressão ........................................................................................................ 12 5.1.1 Tipos de depressão....................................................................................... 14 5.2 Depressão no mundo ....................................................................................... 14 5.3 Exercícios físicos e depressão ......................................................................... 16 6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 20 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21 7 1. INTRODUÇÃO Saúde é o bem estar físico, mental, social, e compreende o equilíbrio entre o organismo e o seu ambiente, bem como a preservação das características estruturais e funcionais do organismo (PRIGENT, 2005). A depressão é uma doença que pode ser psíquica, onde afeta o emocional e o funcionamento fisiológico do indivíduo. É uma das doenças que causam maior índice de incapacitação psico-fisico-social à população com quadro depressivo (DEL PORTO, 1999). Ela também pode ser justificada pela menor quantidade ou disponibilidade de neurotransmissores na junção entre os neurônios (NAHAS, 2006). O uso do termo “depressão” é relativamente recente na história da psiquiatria. A palavra depressão foi sucedida do termo melancolia, o que não se equivalem diante o ponto de vista clinico-conceitual, pois atualmente a melancolia não caracteriza alterações psiquiátricas (AKISKAL, 2005). A depressão pode ser desencadeada por pressões socioeconômicas, estéticas e culturais impostas pela sociedade, como o estresse excessivo e contínuo, obesidade, doenças que causam incapacidades, luto, sentimento de culpa, dentre outras causas que faz com que o indivíduo tenha sentimentos de pouca valia (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). A depressão possui diversos estágios e gradações, podendo ser leve ou branda, moderada, ou grave, e diante diversas denominações e classificações, os sintomas mais comuns são: tristeza sem motivo justificável, irritabilidade, desânimo, insônia, desinteresse pela vida pessoal e profissional, baixa autoestima, isolamento social, e o mais grave são os pensamentos de suicídio, sintoma este que atinge em sua maioria o sexo masculino, porém a maior incidência de diagnóstico e tratamento da depressão acomete predominantemente o sexo feminino (AKISKAL, 2000). Cerca de 30% a 50% dos casos não são diagnosticados e tratados de maneira eficaz, pois diversos fatores podem dificultar o diagnóstico e tratamento da depressão, podendo ser desde o preconceito dos pacientes com a doença ou falta de conhecimento por parte dos médicos não psiquiatras, e/ou o não acreditar na eficácia das terapias e medicamentos (DAVIDSON; MALTZER, 1999). 8 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2001), de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes, a depressão pode variar sua gravidade tendo as classificações de episódios brandos até episódios graves. Prevê-se que em 2020, a depressão seja a segunda causa de incapacidade no mundo, perdendo somente para as doenças cardiovasculares, e tendo destaque nas regiões mais desenvolvidas (GONÇALVES; MACHADO, 2008). Em razão do aumento gradativo e contínuo nos últimos anos a depressão está sendo chamada de “A doença do século XXI” (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). Estudos realizados por Girdwood, Araujo e Pitanga (2011), mostram que 3% da população geral sofrem com transtornos mentais severos e persistentes e 12% da população, seja de forma contínua ou eventual, necessita de algum tipo de atendimento referente à saúde mental. Os exercícios físicos podem melhorar as condições de saúde das pessoas aumentando a autoestima, a expectativa de vida e diminuindo o risco de doenças, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia e problemas psicológicos. Em alguns casos o mesmo mostra vantagens sobre o tratamento medicamentoso (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). Sessões agudas de exercícios físicos trazem benefícios ao indivíduo, melhorando seu estado de humor, onde a tensão, ansiedade, depressão e raiva são diminuídas, e o vigor aumentado, efeitos estes que perduram por horas após seu término (LANE; LOVEJOY, 2001). Segundo Cossenza (1996, apud Godoy, 2002), para que ocorra uma melhora da saúde através de exercícios físicos, é necessário que os mesmos estimulem predominantemente o sistema cardiorrespiratório. Questões socioeconômicas podem justificar a inatividade física em alguns casos, no entanto a caminhada que é um exercício aeróbio pode ser realizada por pessoas de qualquer idade e traz benefícios à quem pratica (BARBANTI, 2006). 9 2. JUSTIFICATIVA Embora o tema exercício físico e depressão seja abordado por diversos autores ainda existem muitos questionamentos acerca dos benefícios provenientes dos exercícios em relação à doença. Torna-se relevante tal estudo, uma vez que é de extrema importância para as pessoas acometidas pela patologia e os profissionais envolvidos para que encontrem alternativas que auxiliem no tratamento ou simplesmente alivie os seus sintomas. 10 3. OBJETIVO GERAL Identificar se é possível obter melhora no quadro da depressão através da prática regular de exercícios físicos. 3.1 Objetivos específicos Identificar entre exercícios aeróbios e resistidos qual possui maior influência no tratamento da depressão; Verificar a intensidade e duração necessária por sessão para que se obtenha resultado. 11 4. METODOLOGIA 4.1 Tipo de estudo O presente estudo é de cunho analítico e foi desenvolvido seguindo os preceitos de revisão bibliográfica, encontrados no Google Acadêmico, Scielo e Lilacs. 12 5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Depressão Saúde é o bem estar físico, mental, social, e compreende o equilíbrio entre o organismo e o seu ambiente, bem como a preservação das características estruturais e funcionais do organismo (PRIGENT, 2005). A depressão é uma doença que pode ser psíquica, onde torna um indivíduo incapaz de sentir prazer, pois afeta seu emocional e seu funcionamento fisiológico. É uma das doenças que causam maior índice de incapacitação psico-fisico-social à população geral (DEL PORTO, 1999). De acordo com Nahas (2006), ela também pode ser justificada pela menor quantidade ou disponibilidade de neurotransmissores na junção entre os neurônios, podendo ser consideradas também como causas, os aspectos genéticos e psicológicos. Nos últimos anos, diversos estudos têm sido realizados com o propósito de entender os mecanismos que envolvem a depressão, mudanças que ela provoca e seus fatores etiológicos (JUSTO; CALIL, 2003). O estresse é comprovadamente um dos fatores de risco, que podem levar a inúmeras doenças, e as que mais se destacam são as doenças cardíacas (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). O uso do termo “depressão” é relativamente recente na história da psiquiatria. Ele é oriundo do conceito de “melancolia”, que era visto na antiguidade como perturbações mentais, que apareceu inicialmente no século IV a.C. e atravessou 2.500 anos de história de civilização ocidental carregando essa ambiguidade e polissemia: um bem, um mal, uma doença. Embora a palavra depressão tenha sucedido do termo melancolia, não se equivalem diante o ponto de vista clinicoconceitual, pois atualmente a melancolia não caracteriza alterações psiquiátricas (AKISKAL, 2005). A depressão pode ser desencadeada por pressões socioeconômicas, estéticas e culturais impostas pela sociedade, como o estresse excessivo e contínuo, obesidade, doenças que causam incapacidades, luto, sentimento de culpa, dentre outras causas que faz com que o indivíduo tenha sentimentos de pouca valia (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). 13 A depressão possui diversos estágios e gradações, podendo ser leve ou branda, moderada ou grave, e diante diversas denominações e classificações, os sintomas mais comuns são: tristeza sem motivo justificável, irritabilidade, desânimo, insônia, desinteresse pela vida pessoal e profissional, baixa autoestima, isolamento social, e o mais grave são os pensamentos de suicídio. Estudos epidemiológicos indicam que os transtornos depressivos atingem cerca de 20% das mulheres e 12% dos homens em algum momento de suas vidas (AKISKAL, 2000). Estudos realizados em diversos países e comunidades apontam que a depressão possui uma maior prevalência no sexo feminino, tendo de duas a três vezes mais casos diagnosticados (WEISSMAN; BLAND; CANINO, 2003). Essa prevalência se dá pelo fato de as mulheres admitirem mais seus sentimentos do que os homens, sofrerem alterações e instabilidades hormonais, irem com mais frequência aos consultórios médicos, o que facilita o diagnóstico da doença, e para as mulheres reconhecer que sofrem de depressão é mais aceitável do que para os homens (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). Embora a depressão seja predominantemente diagnosticada no sexo feminino, a maior incidência de suicídio, sintoma este o mais greve dentre todos que acercam a doença, é maior no sexo masculino, resultando em cerca de 15% dos casos (AKISKAL, 2000). Diversos fatores podem dificultar o diagnóstico e tratamento da depressão, podendo ser desde o preconceito dos pacientes com a doença ou falta de conhecimento por parte dos médicos não psiquiatras e/ou o não acreditar na eficácia das terapias e medicamentos, por este motivo cerca de 30% a 50% dos casos não são diagnosticados e tratados de maneira eficaz (DAVIDSON; MALTZER, 1999). Embora os sentimentos depressivos sejam comuns, especialmente depois de encontrar reveses na vida, o diagnóstico de depressão se faz somente quando os sintomas atingem certo limiar e perduram por pelo menos duas semanas. Ocorre muitas vezes episodicamente, mas pode ser recorrente ou crônica (OMS, 2001). 14 5.1.1 Tipos de depressão Segundo a OMS (2001), de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes, a depressão pode variar sua gravidade tendo as classificações de episódios brandos até episódios graves. Num episódio depressivo típico, a pessoa sofre depressão do humor, redução de energia e diminuição das atividades da vida diária. A capacidade de apreciar, mostrar interesse e concentração é reduzida, é comum cansaço acentuado após um mínimo de esforço, geralmente o sono é perturbado e o apetite sofre alterações. A autoestima e a confiança em si mesmo quase sempre são reduzidas e muitas vezes estão presentes as ideias de culpa e pouca valia. Dependendo do número e da gravidade dos sintomas, um episódio depressivo pode ser descrito como brando, moderado ou grave. Episódio depressivo brando Geralmente, estão presentes dois ou três dos sintomas acima. A pessoa é, via de regra, afligida por eles, mas provavelmente poderá prosseguir com a maior parte das suas atividades diárias (OMS, 2001). Episódio depressivo moderado Estão presentes quatro ou mais dos sintomas acima e a pessoa na maioria dos casos tem grande dificuldade para continuar com suas atividades normais (OMS, 2001). Episódio depressivo grave Ocorrem vários dos sintomas acima de forma marcante e perturbadora, geralmente com perda de autoestima e ideias de pouca valia ou culpa. São comuns pensamentos e atos suicidas (OMS, 2001). 5.2 Depressão no mundo De acordo com dados da OMS (2001), os transtornos neuropsiquiátricos são quatro das dez principais causas de incapacidade no mundo, o que caracterizam 30,8% de incapacidade total. 15 No ano de 2000, a depressão foi a principal causa de incapacidade no mundo, avaliada pelo índice de anos vividos com diminuição das atividades intermediárias da vida diária (AVIs), e a quarta causa de perda de dias de trabalho e produção. Prevê-se que em 2020, a depressão seja a segunda causa de incapacidade no mundo, perdendo somente para as doenças cardiovasculares, e tendo destaque nas regiões mais desenvolvidas (GONÇALVES; MACHADO, 2008). Embora as estimativas demonstrem claramente o aumento gradativo da depressão na população, as perspectivas para o futuro são ainda maiores. Segundo a OMS (2001), estima-se que aproximadamente 121 milhões de pessoas no mundo sofrem da doença. Em razão do aumento gradativo e contínuo nos últimos anos, a depressão está sendo chamada de “A doença do século XXI” (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). Segundo Moraes et al. (2007), cerca de 17% da população mundial apresenta quadro depressivo, sendo que a população americana apresenta por ano 9,5 % de casos. A depressão pode afetar pessoas em qualquer fase da vida e observa-se um aumento de casos durante a adolescência e princípios da vida adulta. Cada episódio da doença pode durar de meses até anos, sem um período de destaque. Estudos realizados por Girdwood, Araujo e Pitanga (2011), mostram que 3% da população geral sofrem com transtornos mentais severos e persistentes e 12% da população, seja de forma contínua ou eventual, necessita de algum tipo de atendimento referente à saúde mental. O transtorno depressivo é relatado como o transtorno de humor mais comum, podendo se manifestar em um único episódio ou de modo recorrente. Para àqueles que possuem um único episódio, até que o mesmo cesse pode ser um pouco demorado. Considerando o prognóstico para a recuperação, principalmente de pacientes que possuam um episódio agudo, vale ressaltar que estes poderão ser afetados por pelo menos três ou quatro sintomas residuais recorrentes ao longo de suas vidas. Em cerca de 20% dos casos, porém, a depressão segue um curso crônico, sem remissão, especialmente quando não há tratamento adequado disponível (THORNICROFT; SARTORIUS, 1993). Os transtornos de humor são à base de 50% a 70% de todos os casos de suicídio, porém tendo um tratamento eficaz e adequado destas doenças a nível 16 nacional deve, em princípio, diminuir drasticamente estas complicações (RIHMER; RUTZ; PIHLGREN, 1995). Estudos epidemiológicos apontam que há tendência no aumento da prevalência da depressão em grupos mais jovens do que comparados com grupos de pessoas com uma idade mais elevada, em populações nascidas depois da Segunda Guerra Mundial, ou seja, após o ano de 1945. Essa tendência tem como prevalência na Alemanha, Estados Unidos da América, Suécia, Canadá e Nova Zelândia (AKISKAL, 2000). 5.3 Exercícios físicos e depressão Pesquisas para verificar a relação entre exercícios físicos e depressão têm sido realizadas desde 1900, na medida em que a saúde passou a ser caracterizada como um perfeito bem estar físico, mental e social, e não só uma condição meramente física, porém ainda assim encontram-se muito difundidos, os benefícios psicológicos proporcionados pelo exercício físico, por parte dos profissionais da área da saúde, meios de comunicação e pesquisadores (WERNECK; BARA FILHO; RIBEIRO, 2006). Os exercícios podem melhorar as condições de saúde das pessoas aumentando a autoestima, a expectativa de vida e diminuindo o risco de doenças, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia e problemas psicológicos, e pelo fato do exercício ser uma prática ativa, onde o indivíduo tem um maior comprometimento, e de não apresentar efeitos colaterais adversos, o mesmo mostra em alguns casos, vantagens sobre o tratamento medicamentoso (GIRDWOOD; ARAUJO; PITANGA, 2011). Os exercícios físicos trazem como efeito as melhorias fisiológicas, que equilibram o funcionamento dos sistemas nervoso simpático e parassimpático (ROEDER, 2004). Com apenas três semanas de algumas seções regulares de exercícios físicos, já se torna possível verificar melhorias no estado de humor de pessoas depressivas (WERNECK; BARA FILHO; RIBEIRO, 2005). De acordo com Sharkey (1998), devido ao baixo custo e à prevenção de patologias que podem levar um indivíduo ao estresse e à depressão, a prática de 17 exercícios físicos tem sido uma ótima opção para o tratamento da doença, pois os indivíduos que os praticam regularmente têm uma redução significativa dos sintomas da doença. Devido controle do estresse, melhoria do humor, da função intelectual, redução da ansiedade e da depressão, a prática regular de exercícios físicos ajuda a prevenir e tratar não só os distúrbios psicológicos, como também proporciona uma melhor saúde mental e física à quem o pratica. E isso se dá por conta da elevação dos níveis de endorfina que são induzidos pelo exercício físico, o que aumenta também o bem-estar (WERNECK; BARA FILHO; RIBEIRO, 2005). Estudos de Girdwood, Araújo e Pitanga (2011), afirmam que exercícios físicos de intensidade moderada além de melhorar a saúde, melhoram também a depressão leve, e juntamente com o uso de antidepressivos, ainda complementam o tratamento da depressão severa, pois melhora o fluxo de sangue para o cérebro e ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso. Em casos de depressão leve a medicação para o tratamento da doença pode ser diminuída ou até mesmo retirada por completo. A depressão de nível moderado também sofre uma influência positiva com a prática regular de exercícios físicos, onde além de melhorar o condicionamento físico do indivíduo, provoca também benefícios psicológicos em curto prazo (VIEIRA; PORCU; ROCHA, 2007). Sessões agudas de exercícios trazem benefícios ao indivíduo, melhorando seu estado de humor, onde a tensão, ansiedade, depressão e raiva são diminuídas, e o vigor aumentado, efeitos estes que perduram por horas após seu término, no entanto, fatores como a intensidade do exercício, preferência pelo exercício realizado, por parte do praticante, e o ambiente onde tal exercício é realizado, podem influenciar as respostas psicológicas agudas proporcionadas pelo exercício físico (LANE; LOVEJOY, 2001). Segundo Cossenza (1996, apud Godoy, 2002), para que ocorra uma melhora da saúde através de exercícios físicos, é necessário que os mesmos estimulem predominantemente o sistema cardiorrespiratório. O exercício aeróbio realizado com duração de no mínimo trinta minutos e de intensidade moderada, causa o alívio do estresse e da tensão, podendo prevenir ou reduzir os transtornos depressivos, isso ocorre devido ao aumento da taxa das 18 endorfinas, que agem no sistema nervoso diminuindo o impacto estressor do ambiente (WERNECK; BARA FILHO; RIBEIRO, 2005). Questões socioeconômicas podem justificar a inatividade física em alguns casos, no entanto a caminhada que é um exercício aeróbio, pode ser realizada por pessoas de qualquer idade e traz benefícios à quem pratica (BARBANTI, 2006). Para se suspender a depressão leve, de acordo com Girdwood, Araujo e Pitanga (2011), a prática de exercícios aeróbios seria o mais indicado, a depressão é um estado de baixo estímulo e o exercício físico coloca o corpo em alta estimulação. Porém, as vantagens relacionadas ao aumento de ânimo estão associadas em alguns casos, aos indivíduos que em geral não realizam muito esforço físico, para as pessoas que têm uma rotina diária de exercícios, essas vantagens provavelmente prevaleceram quando as mesmas iniciaram a prática do exercício. Após um estudo realizado por Babyak et al. (2000), onde foi avaliado o estado de depressão de 156 adultos ao fim da prática de exercícios aeróbios, terapia farmacológica ou a combinação dos dois, chegaram a conclusão de que após quatro meses todos os grupos responderam positivamente ao tratamento. Já após dez meses, o grupo do exercício aeróbio teve as taxas de recaídas significativamente diminuídas, comparado ao grupo dos indivíduos medicados. Ferreira et al., (2014), realizaram um estudo com idosos, que teve como objetivo verificar se o tipo de exercício físico influencia nos níveis de depressão neste público, onde os mesmos responderam a um questionário caracterizado como um instrumento para verificar os níveis de depressão em idosos, e no caso de uma pontuação igual ou superior a onze seria um indicativo de provável depressão. A amostra foi dividida em cinco grupos sendo, G1 praticantes de musculação, G2 hidroginástica, G3 ginástica aeróbia, G4 pilates e o G5 não praticavam exercícios físicos há pelo menos um ano (sedentários), nenhum dos grupos apresentou valores superiores a onze pontos, porém o G5 foi o que apresentou uma maior pontuação, observou-se também que o G3 apresentou uma pontuação significativamente menor quando comparado com os outros grupos, apesar da diferença encontrada entre os grupos praticantes de exercícios, todos apresentaram uma pontuação baixa, neste sentido os autores sugerem que a prática de exercícios físicos independente da modalidade, contribui para a prevenção da depressão. Os resultados apresentados pelo G3 apontam que exercícios praticados em grupo, com duração prolongada das 19 sessões, onde se predomina o sistema aeróbio, têm uma melhor contribuição na redução dos sintomas depressivos em idosos. Vieira, Porcu e Rocha (2007), também fizeram um estudo onde verificaram que após seis meses da interrupção da prática regular da hidroginástica, após um período de 12 semanas ininterruptas, o efeito positivo causado pelo exercício não se sustentou, e ainda ocorreu um aumento na percepção de fadiga psicológica, o que causaria um agravamento dos sintomas da depressão, sendo assim a prática dos exercícios deve ser mantida mesmo quando já se atingiu uma melhora no quadro depressivo, pois o mesmo pode regredir caso haja interrupção. No mesmo estudo constatou-se que as pacientes não se livraram por completo da doença no período da pesquisa (12 semanas), entretanto o exercício físico regular durante o mesmo período foi um complemento terapêutico positivo no tratamento da doença, pois a inatividade física é um fator que se associa fortemente à depressão. Estudos de Werneck, Bara Filho e Ribeiro (2006), apontam que onze estudos relatam melhorias do humor após sessões de exercícios físicos de alta intensidade, dez encontraram piora e três estudos relatam não ter verificado diferença. Após sessões de intensidade moderada vinte e seis estudos afirmaram melhorias do humor dos praticantes, e dois não relataram. Já com as sessões de baixa intensidade observaram-se melhorias apenas em sete estudos, nenhuma mudança em cinco, e um relatou piora do humor. 20 6. CONCLUSÃO Diante as pesquisas realizadas, conclui-se que a depressão é uma doença presente na sociedade há muitos anos, tendo maior número de diagnósticos no sexo feminino e tem apresentado um crescimento exacerbado. De acordo com a literatura tanto exercícios aeróbios quanto resistidos melhoram o quadro depressivo, no entanto os exercícios aeróbios, de intensidade moderada, com duração mínima de trinta minutos e de preferência realizados em grupo, são os mais indicados para os pacientes diagnosticados com depressão. Em suma é de extrema importância o compreendimento dos profissionais da área da saúde diante os estágios da doença, desde seu diagnóstico até a escolha das terapias adequadas para cada tipo de paciente, para que estes tenham suas dúvidas sanadas, reconheçam a existência da patologia e assim façam um tratamento eficaz. 21 REFERÊNCIAS AKISKAL, H. Mood disorders: introduction and overview. 7. ed. Philadelphia, 2000. 1284-1298 p. AKISKAL, H.S.; BENAZZI, F. Atypical depression: a variant of bipolar II or a bridge between unipolar and bipolar II?. Journal of affective disorders. v. 84, n.2, p.209-210, 2005. BABYAK, M.; BLUMENTHAL, J. A.; HERMAN, S.; KHATRI, P.; DORAISWAMY, M.; MOORE, K.; CRAIGHEAD, W. E.; BALDEWICZ, T. T.; KRISHNAN, K. R. Exercise treatment for major depression: Maintenance of therapeutic benefit at 10 months. Psychosomatic Medicine. v. 62, n. 5, p. 633-638, 2000. BARBANTI, E. J. Efeitos da qualidade de vida em pacientes com depressão e dependência química. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v. 11, n. 1, p. 37-45, 2006. DAVIDSON, J. R. T. Underrecognition and undertreatment of depression: whats is the breadth and depth of the problem?. Clin Psychiatry. v.7, n. 60, p. 4-9, 1999. DEL PORTO, A. J. Entendendo a depressão. Revista Brasileira de Medicina Psiquiatria e Prática Médica, São Paulo: Grupo Editoria Moreira Jr., 1999. FERREIRA, L.; RONCADA, C.; TIGGMANN, C. L.; DIAS, C. P. Avaliação dos níveis de depressão em idosos praticantes de diferentes exercícios físicos. Consciência e Saúde. v. 13, n. 3, p. 171-176, 2014. GIRDWOOD, V. M. O.; ARAUJO, I. S.; PITANGA, C. P. S. Efeitos da atividade física no tratamento da depressão na mulher. Revista Baiana de Saúde Pública. v. 35, n. 3, p. 537-547, 2011. 22 GODOY, R. F. Benefícios do exercício físico sobre a área emocional. Porto Alegre: Movimento. v. 8, n. 2, p. 7-16, 2002. GONÇALVES,C.A.V.; MACHADO,A.L. Vivendo com a depressão: história de vida de mulheres. Revista da escola de enfermagem da USP. v.42, n.3, p.462, 2008. JUSTO, L.P.; CALIL, H.M. Depressão: o mesmo acometimento para homens e mulheres?. Rev. Psiq. Clín. v.33, n.2, p.74-79, 2003. LANE, A. M.; LOVEJOY, D. J. The effects of exercise on mood changes: the moderating effect of depressed mood. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. v. 4l, n .4, p .539-545, 2001. MORAES, H.; DESLANDES, A; FERREIRA, C.; POMPEU, F. A. N. S.; RIBEIRO, P.; LAKS, J. O exercício físico no tratamento da depressão em idosos: revisão sistemática. Revista de psiquiatria do Rio Grande do Sul. v.29, n.1, p.70-79, 2007. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf, 2006. 513-518 p. Organização Mundial da Saúde: Relatório sobre a saúde no mundo, 2001. Disponível em: < http://www.abebe.org.br/wp-content/uploads/oms2001.pdf > Acesso em: 22 ago. 2015. PRIGENT, H. Mélancolie: les metamorphoses de la dépression. Paris: Gallimard, 2005. RIHMER, Z.; RUTZ, W.; PIHLGREN, H. Depression and suicide. J affect disord. v.35, n.4, p. 147-152, 1995. ROEDER, M. A. Atividade Física, Saúde Mental e Qualidade de Vida. 1. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2004. 23 SHARKEY, B. J. Condicionamento físico e saúde. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. THORNICROFT, G.; SARTORIUS, N. The course and outcome of depression in different cultures: 10 year follow up of the WHO collaborative study assessment of depressive disorders. Psychological Medicine v.23, n.4, p.10231032, 1993. VIEIRA, J. L.; PORCU, M.; ROCHA, P. G. A prática de exercícios físicos regulares como terapia complementar ao tratamento de mulheres com depressão. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. v. 56, n. 1, p. 23-28, 2007. Weissman, M.M.; Bland, R.C.; Canino, G.J. Cross national epidemiologic of major depressioan and bipolar disorder. Revista Brasileira de Psiquiatria. v. 25, n.2, p.114, 2003. WERNECK, F. Z.; BARA FILHO, M. G.; RIBEIRO, L. C. S. Efeitos do exercício físico sobre os estados de humor: uma revisão. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte e do Exercício. v. 0, p. 22-54, 2006. WERNECK, F. Z.; BARA FILHO, M. G.; RIBEIRO, L. C. S. Mecanismos de melhoria do humor após o exercício: revisando a hipótese das endorfinas. Revista Brasil Ciência e Movimento. v. 13, n. 2, p. 35-44, 2005. 24