Documento 1

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RELATÓRIO DA VISITA DE ESTUDO AO
LABORATÓRIO DE MELHORAMENTO E
BIOTECNOLOGIA VEGETAL DA
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
A VISITA…
 No passado dia 20 de Fevereiro a turma T.G.A.00 foi, com a professora
de Biologia, visitar o Laboratório de Biotecnologia e Melhoramento Vegetal
da Universidade de Évora.
A viagem demorou aproximadamente duas horas e pouco, tendo a partida
sido efectuada da Herdade da Bem-Posta, Serpa, acabando por chegar a
Évora por volta das 14h.
Quando lá chegámos entrámos dentro de uma sala onde o professor
Augusto Peixe, o responsável pelo Laboratório, nos divulgou num discurso
rápido e objectivo, quais as actividades que lá estavam a ser desenvolvidas.
Assim, ficámos a saber que este Laboratório apoia as aulas de
Biotecnologia Vegetal e que tem como linhas principais de investigação a
multiplicação in vitro de espécies lenhosas de difícil enraizamento, como
são o sobreiro (Quercus suber), o pinheiro manso (Pinus pinea) e algumas
variedades de oliveira (Olea europea). Os trabalhos de multiplicação in
vitro recorrem às técnicas de micropropagação e embriogénese somática
para atingir os seus objectivos. Para além disso, o Laboratório colabora
com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa na tentativa de
obtenção de plantas de videira (Vitis vinífera) resistentes a fungos. Neste
trabalho utilizam-se técnicas clássicas de melhoramento por hibridação e
técnicas de transferência genética por bombardeamento, levando à
obtenção de Organismos geneticamente modificados.
Foi-nos dado observar que todas as técnicas de cultura in vitro passam
por várias etapas, sendo uma das primeiras e mesmo das mais importantes,
a da criação, em laboratório, de um meio de cultura, de modo a que seja
possível haver uma base de suporte rica em nutrientes para a planta se
poder desenvolver (Figura 1).
Figura 1 – Meio de cultura
Os explantes da planta original são assim colocados no meio de cultura
onde se desenvolverão, dando origem a novas plantas.
No caso da transformação genética da videira, que foi o processo que
mais nos marcou, a técnica faz-se em duas etapas. Primeiro, foi
desenvolvido um protocolo capaz de regenerar plantas de videira a partir
de calli
utilizando processos de embriogénese somática. Para isso,
utilizaram-se como explantes iniciais anteras e ovários de plantas de
videira. Depois de se ter conseguido um protocolo reprodutível, iniciaramse os trabalhos de transformação genética por bombardeamento, para
conferir à videira resistência a fungos.
Trata-se de um processo complexo que fica fora do âmbito deste
relatório, mas é interessante dizer que os genes de resistência que estão a
ser testados na videira, provêm do Castanheiro.
 Toda a colocação de material vegetal em meio de cultura in vitro se faz
em ambiente estéril, pois nesta fase, devido ao facto de se tratar da
colocação de material vegetal em meio nutritivo e em condições ambientais
favoráveis, qualquer agente patogénico (bactérias, fungos) poderia ser
ofensivo na concorrência pelos nutrientes encontrados no meio de cultura.
Estes microorganismos desenvolver-se-iam de uma forma muito rápida,
impedindo o normal desenvolvimento dos tecidos vegetais com taxas de
multiplicação muito mais lentas. Assim, para ser resolvido o problema, o
trabalho é feito em condições de assepsia total com recurso a câmaras de
fluxo laminar (Figura 2).
Figura 2 – Câmara de
esterilização de ar
 O meio de cultura com o respectivo explante é depois colocado numa
outra estufa climatizada, com condições favoráveis ao seu
desenvolvimento. Quando o processo de desenvolvimento deste explante se
considera terminado, as novas plantas são transferidas para vasos com
terra rica em nutrientes. Esta é novamente colocada dentro de outra
estufa e só depois é novamente transferida, desta vez para o solo.
 Como se pode ver o processo de adaptação é longo, demorado e muito
sensível razão pela qual só um laboratório com condições semelhantes a
este pode trabalhar nestes projectos em grande escala.
No caso da olivicultura o projecto está a ser co-financiado por um
produtor interessado no assunto.
A MINHA OPINIÃO…
Eu penso que o Laboratório de Melhoramento e Biotecnologia Vegetal da
Universidade de Évora está a fazer um grande trabalho, que visa melhorar
alguns aspectos importantes em espécies agrícolas da região, para que se
possa construir no futuro uma agricultura cada vez mais competitiva.
Se as variedades agrícolas ficarem mais resistentes às doenças então a
utilização de produtos químicos na agricultura baixará significativamente e
a protecção integrada triunfará visto ficar com a “sua vida mais facilitada”.
Contudo, eu, como grande observador destas mudanças, ainda me
pergunto se a alteração genética das espécies não virá a causar a própria
alteração da constituição nutricional dos frutos, tornando-os deficitários
e carentes em vitaminas.
ISTO NÃO SERÁ UM PERIGO PARA A SAÚDE PÚBLICA?
É esta a pergunta que eu faço aos grandes laboratórios que andam à
frente destas “coisas” da Engenharia Genética.
Caso tudo esteja a “andar” como devido, então já só temos de nos
preocupar com a antiga mentalidade que predomina nos agricultores
portugueses: convence-los a aderir às novas tecnologias agrícolas!
FIM
Trabalho feito por João Batista
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