Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi Trigonometria Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte 6 Parte 6 Pré-Cálculo 1 Parte 6 Pré-Cálculo 2 Trigonometria trigonometria Trigonometria no Triângulo Retângulo triângulo retângulo funções trigonométricas (seno de um ângulo) (seno de um número real) Parte 6 Pré-Cálculo 3 Parte 6 Pré-Cálculo 4 O que é um ângulo? Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo Diversos autores dão definições diferentes! C Muitas definições são ambíguas! a B = sen(B) Referência (leitura obrigatória): Ângulos: Uma “História” Escolar de Carlos Roberto Vianna e Helena Noronha Cury, Revista História & Educação Matemática, v. 1, n. 1, pp. 23-37, 2001 (disponível na página WEB do curso). Parte 6 Pré-Cálculo Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo cateto oposto hipotenusa = b , a = cos(B) ⇒ b b = a a ⇒ ) = sen(B) sen(B e Parte 6 Pré-Cálculo C c c = a a a B B a b b c Parte 6 A B b ) = cos(B). cos(B e c C a 6 Identidade trigonométrica fundamental A semelhança de triângulos é a base de sustentação da Trigonometria! C cateto adjacente c = , hipotenusa a cateto oposto b = . cateto adjacente c e sen(B) dependem apenas do ângulo B mas não do Importante: cos(B) é um dos ângulos agudos. De tamanho do triângulo retângulo do qual B fato: ΔABC ∼ ΔA B C A c = tg(B) 5 b c Pré-Cálculo cos(B) 2 A 2 c 2 b 2 b2 + c 2 (∗) a2 + sen(B) = 2+ 2 = = 2 =1 a a a2 a onde, em (∗), usamos o Teorema de Pitágoras. A 7 Parte 6 Pré-Cálculo 8 Notações significa cos2 (B) cos(B) 2 e significa sen2 (B) sen(B) 2 . Funções Trigonométricas A identidade trigonométrica fundamental fica então escrita assim: + sen2 (B) = 1. cos2 (B) Parte 6 Pré-Cálculo 9 A função de Euler e a medida de ângulos em radianos Parte 6 Pré-Cálculo 10 A função de Euler e a medida de ângulos em radianos Sejam R o conjunto dos números reais e C o círculo unitário de centro na origem: C = {(x, y ) ∈ R2 | x 2 + y 2 = 1}. A função de Euler E : R → C faz corresponder a cada número real t o ponto E(t) = (x, y ) de C do seguinte modo: E(0) = (1, 0). Se t > 0, percorremos sobre a circunferência C, a partir do ponto (1, 0), um caminho de comprimento t, sempre andando no sentido positivo (contrário ao movimento dos ponteiros de um relógio comum, ou seja, o sentido que nos leva de (1, 0) para (0, 1) pelo caminho mais curto sobre C). O ponto final do caminho será chamado E(t). Se t < 0, E(t) será a extremidade final de um caminho sobre C, de comprimento |t|, que parte do ponto (1, 0) e percorre C sempre no sentido negativo (isto é, no sentido do movimento dos ponteiros de um relógio usual). (http://www.uff.br/cdme/ftr/ftr-html/ftr-euler-br.html ou http://www.cdme.im-uff.mat.br/ftr/ftr-html/ftr-eul A função de Euler E : R → C pode ser imaginada como o processo de enrolar a reta, identificada a um fio inextensível, sobre a circunferência C (pensada como um carretel) de modo que o ponto 0 em R caia sobre o ponto (1, 0) em C. Escrevendo A = (1, 0), O = (0, 0) e, para cada t em R, P = E(t), dizemos neste caso que o ângulo AOP mede t radianos. Parte 6 Pré-Cálculo 11 Parte 6 Pré-Cálculo 12 A função de Euler e a medida de ângulos em graus A função de Euler e a medida de ângulos em graus Também é possível definir uma função G : R → C pondo 2 πs , para todo s real. G(s) = E 360 Escrevendo A = (1, 0), O = (0, 0) e, para cada s em R, P = G(s), dizemos neste caso que o ângulo AOP mede s graus. (http://www.uff.br/cdme/ftr/ftr-html/ftr-euler-br.html ou http://www.cdme.im-uff.mat.br/ftr/ftr-html/ftr-eul Parte 6 Pré-Cálculo 13 A função de Euler e a medida de ângulos em graus Parte 6 Pré-Cálculo 14 Seno e cosseno de números reais (caso: radianos) O ângulo AOP mede 1 grau quando B = G(1), ou seja, quando o arco AP tem comprimento igual a 2 π/360. Em outras palavras, o ângulo de 1 grau é aquele que subtende um arco igual a 1/360 da circunferência. Escreve-se 1 grau = 1◦ e 1 radiano = 1 rad. Como a circunferência inteira tem 2π radianos e 360 graus, segue-se que 2πrad = 360◦ , ou seja, 360 ◦ 1rad = = 57.295779513082320876798154814105170332406... graus. 2π (http://www.uff.br/cdme/ftr/ftr-html/ftr-def-br.html ou http://www.cdme.im-uff.mat.br/ftr/ftr-html/ftr-def-b Parte 6 Pré-Cálculo 15 Parte 6 Pré-Cálculo 16 Seno e cosseno de números reais (caso: radianos) Seno e cosseno de números reais (caso: graus) As funções cos : R → R e sen : R → R, chamadas função cosseno e função seno respectivamente, são definidas pondo-se, para cada t em R: E(t) = (cos(t), sen(t)). Noutras palavras, x = cos(t) e y = sen(t) são respectivamente a abscissa e a ordenada do ponto E(t) da circunferência unitária. Note que, aqui, o número real t dá a medida do ângulo AOP em radianos!. (http://www.uff.br/cdme/ftr/ftr-html/ftr-def-br.html ou http://www.cdme.im-uff.mat.br/ftr/ftr-html/ftr-def-b Parte 6 Pré-Cálculo 17 Seno e cosseno de números reais (caso: graus) Parte 6 Pré-Cálculo 18 Pré-Cálculo 20 Identidades trigonométricas Nas definições das funções seno e cosseno dadas anteriormente, o número real t dá a medida do ângulo AOP em radianos. Se, no lugar de medidas em radianos, usarmos medidas em graus, obteremos outras funções que, por abuso de notação, também serão representadas por cos e sen. Elas são definidas pondo-se, para cada s em R: G(s) = (cos(s), sen(s)). Noutras palavras, x = cos(s) e y = sen(s) são respectivamente a abscissa e a ordenada do ponto G(s) da circunferência unitária. (Ir para o GeoGebra) Parte 6 Pré-Cálculo 19 Parte 6 Identidades trigonométricas Identidades trigonométricas (Ir para o GeoGebra) Parte 6 (Ir para o GeoGebra) Pré-Cálculo 21 Parte 6 Pré-Cálculo 22 A função tangente f (x) = tg(x) = sen(x) cos(x) Qual é o domínio natural da função tangente? A função tangente D = {x ∈ R | cos(x) = 0} = {x ∈ R | x = π/2 + k · π, com k ∈ Z} Parte 6 Pré-Cálculo 23 Parte 6 Pré-Cálculo 24 O gráfico da função tangente A função secante (http://www.uff.br/cdme/ftr/ftr-html/ftr-tangente-rad-br.html ou http://www.cdme.im-uff.mat.br/ftr/ftr-html/ Parte 6 Pré-Cálculo 25 A função secante Parte 6 Pré-Cálculo 26 Pré-Cálculo 28 A função secante f (x) = sec(x) = 1 cos(x) Qual é o domínio natural da função secante? D = {x ∈ R | cos(x) = 0} = {x ∈ R | x = π/2 + k · π, com k ∈ Z} Parte 6 Pré-Cálculo 27 Parte 6 A função cossecante f (x) = cossec(x) = A função cossecante 1 sen(x) Qual é o domínio natural da função cossecante? D = {x ∈ R | sen(x) = 0} = {x ∈ R | x = k · π, com k ∈ Z} Parte 6 Pré-Cálculo 29 Parte 6 Pré-Cálculo 30 A função cossecante A função cotangente Parte 6 Pré-Cálculo 31 Parte 6 Pré-Cálculo 32 A função cotangente f (x) = cotg(x) = A função cotangente cos(x) sen(x) Qual é o domínio natural da função cotangente? D = {x ∈ R | sen(x) = 0} = {x ∈ R | x = k · π, com k ∈ Z} Parte 6 Pré-Cálculo 33 Parte 6 Pré-Cálculo 34 A função arco seno f: R → R não é inversível, pois não é injetiva. x → y = f (x) = sen(x) A função arco seno Parte 6 Pré-Cálculo 35 Parte 6 Pré-Cálculo 36 A função arco seno A função arco seno f −1 : [−1, +1] → [−π/2, +π/2] é sua função inversa. x → y = f −1 (x) = arcsen(x) f : [−π/2, +π/2] → [−1, +1] é inversível, pois é bijetiva. x → y = f (x) = sen(x) Parte 6 Pré-Cálculo 37 Exemplo Parte 6 Pré-Cálculo 38 A função arco seno f −1 : [−1, +1] → [−π/2, +π/2] é sua função inversa. x → y = f −1 (x) = arcsen(x) Mostre que cos(arcsen(x)) = √ 1 − x 2 , para x ∈ (−1, +1). Demonstração. [cos(arcsen(x))]2 + [sen(arcsen(x))]2 = 1 ⇒ [cos(arcsen(x))]2 + x 2 = 1 ⇒ [cos(arcsen(x))]2 = 1 − x 2 [cos(arcsen(x))]2 = 1 − x 2 | cos(arcsen(x))| = 1 − x 2 cos(arcsen(x)) = 1 − x 2 , ⇒ ⇒ ⇒ pois se x ∈ (−1, +1), então arcsen(x) ∈ (−π/2, +π/2) e, assim, cos(arcsen(x)) > 0. Parte 6 Pré-Cálculo 39 Parte 6 Pré-Cálculo 40 A função arco cosseno f: R → R não é inversível, pois não é injetiva. x → y = f (x) = cos(x) A função arco cosseno Parte 6 Pré-Cálculo 41 A função arco cosseno Pré-Cálculo 42 A função arco cosseno f −1 : [−1, +1] → [0, π] é sua função inversa. x → y = f −1 (x) = arccos(x) f : [0, π] → [−1, +1] é inversível, pois é bijetiva. x → y = f (x) = cos(x) Parte 6 Parte 6 Pré-Cálculo 43 Parte 6 Pré-Cálculo 44 A função arco cosseno A função arco cosseno f −1 : [−1, +1] → [0, π] é sua função inversa. x → y = f −1 (x) = arccos(x) Mostre que sen(arccos(x)) = √ 1 − x 2 , para x ∈ (−1, +1). Demonstração. [cos(arccos(x))]2 + [sen(arccos(x))]2 = 1 ⇒ x 2 + [sen(arccos(x))]2 = 1 ⇒ [sen(arccos(x))]2 = 1 − x 2 [sen(arccos(x))]2 = 1 − x 2 | sen(arccos(x))| = 1 − x 2 sen(arccos(x)) = 1 − x 2 , ⇒ ⇒ ⇒ pois se x ∈ (−1, +1), então arccos(x) ∈ (0, π) e, assim, sen(arcsen(x)) > 0. Parte 6 Pré-Cálculo 45 Parte 6 Pré-Cálculo 46 A função arco tangente f : R − {π/2 + k · π | k ∈ Z} → R não é inversível. x → y = f (x) = tg(x) A função arco tangente Parte 6 Pré-Cálculo 47 Parte 6 Pré-Cálculo 48 A função arco tangente A função arco tangente f −1 : R → (−π/2, +π/2) é sua função inversa. x → y = f −1 (x) = arctg(x) f : (−π/2, +π/2) → R é inversível, pois é bijetiva. x → y = f (x) = tg(x) Parte 6 Pré-Cálculo 49 A função arco tangente Parte 6 Pré-Cálculo 50 A função arco tangente f −1 : R → (−π/2, +π/2) é sua função inversa. x → y = f −1 (x) = arctg(x) Mostre que sec2 (arctg(x)) = 1 + x 2 , para x ∈ R. Demonstração. [cos(arctg(x))]2 + [sen(arctg(x))]2 = 1 ⇓ [cos(arctg(x))]2 + [sen(arctg(x))]2 1 = cos2 (arctg(x)) cos2 (arctg(x)) ⇓ 1 + tg2 (arctg(x)) = sec2 (arctg(x)) ⇓ 1 + x 2 = sec2 (arctg(x)) ⇓ 2 sec (arctg(x)) = 1 + x 2 . Parte 6 Pré-Cálculo 51 Parte 6 Pré-Cálculo 52 As fórmulas de adição OA OE EC AB OB As fórmulas de adição = = = = = cos(α + β), cos(β), sen(β), DE = sen(α) · sen(β), cos(α) · cos(β). cos(α + β) = OA = OB − AB = cos(α) · cos(β) − sen(α) · sen(β). Parte 6 Pré-Cálculo 53 As fórmulas de adição Parte 6 cos(α − β) = 54 As fórmulas de adição sen cos(α + β) Pré-Cálculo cos(α) · cos(β) − sen(α) · sen(β). = cos(α + (−β)) = cos(α) · cos(−β) − sen(α) · sen(−β) = cos(α) cos(β) + sen(α) · sen(β). sen(α + β) π 2 Já vimos que: + t = cos(t), = = = cos(2 α) = cos(α + α) = cos2 (α) − sen2 (α). π − cos π 2 + t = sen(t). Agora: +α+β 2 π π − cos + α · cos(β) + sen + α · sen(β) 2 2 sen(α) · cos(β) + cos(α) · sen(β). − cos Logo: sen(α − β) = sen(α) · cos(β) − cos(α) · sen(β) e sen(2α) = 2 sen(α) · cos(α). Parte 6 Pré-Cálculo 55 Parte 6 Pré-Cálculo 56