O PAPEL DO ENFERMEIRO DIANTE DO PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PIERINO, Camila Lopes Acadêmica do curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Sociais e Agrarias de Itapeva MOREIRA, Márcia Rodrigues Especialista em Unidade de Terapia Intensiva Docente da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva RESUMO As emergências hospitalares e pronto-atendimento tem sido para grande parte da população a porta de entrada para o sistema de saúde que tem sofrido com a superlotação. Diante dessa demanda tem-se enfrentando dificuldades para ordenar os usuários que procuram o serviço. Pensando nisso foi criado a Politica Nacional de Humanização (PNH) usando o acolhimento com classificação de risco afim de que pacientes sejam organizados de acordo a sua necessidade e não mais por ordem de chegada. Esse trabalho tem como objetivo descrever através dos achados científicos como ocorre a classificação de risco nos serviços de urgência e emergência para que o profissional responsável pelo serviço possa desempenha-lo da melhor forma. Para responder os objetivos foram utilizados artigos científicos em base de dados referente ao assunto. Verificou-se que o enfermeiro é o profissional mais habilitado para realizar este serviço , por estar incluso no sistema e ter linguagem clinica para a realização das escalas. Palavras-chave: Classificação de Risco, Enfermeiro ABSTRACT Hospital emergencies and emergency care has been for much of the population gateway to the health system which has suffered from overcrowding. Given this demand has been struggling to sort users looking for the service. Thinking about it the National Humanization Policy (NHP) was created using the host with risk classification in order that patients are arranged according to their need and not in order of arrival. This paper aims to describe through scientific findings as the classification of risk in emergency rooms for the professional responsible for the service can play it as best services occurs. To meet the objective scientific articles were used in the database on the subject. It was found that the nurse is enabled to accomplish this more service professional, to be included in the system and have language for performing clinical scales. Keywords: Risk Classification, Nurse. 1.INTRODUÇÃO As portas de emergências hospitalares e pronto atendimentos tem sido na maioria dos municípios a primeira opção quando se trata de atendimento médico, que por sua vez encontram dificuldades para organizar a prioridade no atendimento. DESCOVI (2009). O excesso de demanda por atendimento que vem ocorrendo nos serviços de urgência e emergência retrata a dificuldade do usuário em procurar outros serviços de atenção primaria. No entanto os serviços de emergência tenta sanar essa demanda, e mesmo com o esforço da equipe e as adaptações físicas o resultado ainda tem se traduzido em superlotação. (LUDWIG e BONILHA 2003). A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas unidades de urgência e emergência o acolhimento e a triagem classificatória de risco. Segundo a portaria, o processo deve ser realizado por profissional de nível superior devidamente apto para utilizar os protocolos e avaliar o grau de urgência dos pacientes atendidos priorizando-os de acordo com suas necessidades. (BRASIL, 2002). Segundo ACOSTA (2012) os sistemas de triagem têm como finalidade organizar o fluxo de pacientes que chegam a procura de atendimento em serviços de urgência apontando os que necessitam de prioridade no atendimento e reconhecendo aqueles que podem aguardar o atendimento em segurança pela ordem de chegada. A avaliação da classificação de risco geralmente é feita por um enfermeiro. Autores afirmam que esses profissionais reúnem linguagem clinica para a realização das escalas. Devido a alta demanda de pacientes que vem procurar o atendimento nas unidades de pronto atendimento e pronto socorros o profissional que realiza a classificação de risco enfrenta dificuldade no desenvolvimento deste trabalho. O proposito do trabalho surgiu a partir da observação de que muitas vezes o paciente se encontra em situação que necessite de priorização no atendimento aguardando sua vez por ordem de chegada. Esse trabalho tem como objetivo descrever através dos achados científicos como ocorre a classificação de risco nos serviços de urgência e emergência para que o profissional responsável pelo serviço possa desempenha-lo da melhor forma. 2.MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória, com a finalidade de identificar, na literatura artigos que descrevessem como deve ocorrer a classificação de risco nas unidades de urgência e emergência, bem como o trabalho do enfermeiro diante desse instrumento afim de diminuir as filas e organizar os pacientes que procuram o serviço de acordo com os sinais e sintomas apresentados. Foram analisados artigos, manuais e protocolos do Ministério da Saúde publicados de 2000 a 2013 referente ao trabalho do enfermeiro diante do instrumento de classificação de risco usados nas unidades de urgência e emergência e a utilização do protocolo de classificação de risco. O levantamento de dados foi realizado no período de janeiro a março de 2014. Os artigos levantados foram utilizados para a construção do referencial teórico que foram obtidos através da base de dados do: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), Ministério da Saúde, Google Acadêmico, Biblioteca da Faculdade de Ciências Sociais e Agrarias de Itapeva. Para a busca do material foi utilizado as palavras chave: classificação de risco, enfermeiro, triagem. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO SOUZA e BASTOS (2008), afirmam que os serviços de urgência e emergência são responsáveis pelo atendimento dos portadores de quadros agudos, clínicos, traumático ou psiquiátrico a fim de possibilitar a resolução dos problemas de saúde dos pacientes que os procuram. Levando em conta toda essa demanda, o Ministério da Saúde implantou o protocolo de Acolhimento e Avaliação com Classificação de Risco em 2002 pela portaria 2.048. Os objetivos do acolhimento com classificação de risco são "avaliar o paciente logo na sua chegada ao pronto-socorro, humanizando o atendimento; descongestionar o pronto-socorro; reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade; determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades, conforme protocolo". Para BELLUCI JUNIOR e MATSUDA (2012) o acolhimento deve abranger os problemas de recepção de demanda contemplando às diretrizes de clínica ampliada, co-gestão, ambiência e valorização do trabalho em saúde, da política de humanização do SUS, para a mudança nos processos de trabalho e gestão de serviços. Sendo assim, SOUZA E BASTOS (2008) define o acolhimento com classificação de risco como uma das intervenções potencialmente decisivas, tendo como meta a eficácia do atendimento. Com o auxílio de protocolos preestabelecidos, orienta o atendimento de acordo com o nível de complexidade, e não por ordem de chegada, distanciando-se do conceito de triagem, que era excludente, já que agora todos serão atendidos. Dentre os artigos pesquisados, o enfermeiro é o principal executor do acolhimento, avaliação e classificação de risco nos serviços de urgência e emergência. Segundo o Consenso de Enfermeiros de Cuidados Críticos da Espanha, o profissional de enfermagem precisa certificar os motivos que levaram o paciente a procura do serviço, bem como avalia e busca saber em que condições a pessoa poderá aguardar pelo atendimento, isso lhe proporciona uma sensação de bem estar. Acredita-se que o enfermeiro é apto de conhecimentos com proporções e princípios em situações práticas. (SOUZA; 2008) A realização do acolhimento, avaliação e classificação de risco pelo enfermeiro está respaldada pela lei do exercício profissional nº 7.498 de 25 de junho de 1986, que garante a consulta de enfermagem, e a prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública. (SOUZA 2008) Para a realização de um acolhimento adequado e conforme preconizado pelas políticas de saúde são necessários, porém, que alguns pontos sejam observados, conforme o relato dos estudos. A ambiência como apontado pelos autores BELLUCI JUNIOR e MATSUDA (2012) e por ACOSTA, DURO e LIMA (2012). Não só o conhecimento da área física pela equipe, como fluxo de atendimento especifico, e adaptação das salas de atendimento com identificação adequados. O conhecimento clínico-teorico do enfermeiro que realiza o atendimento também é um aspecto relevante, segundo ACOSTA, DURO E LIMA (2012) o profissional deve conhecer o perfil epidemiológico dos usuários que procuram o serviço, assim como a fisiologia e patologia das alterações mais frequentes para a adequada classificação. Além disso a experiência profissional e formação acadêmica da equipe influencia na adequada aplicação dos protocolos, como evidenciado por BELLUCI JUNIOR e MATSUDA (2012). Assim como evidenciado pelos relatos de enfermeiros entrevistados por SHIROMA e PIRES (2011). BELLUCI JUNIOR E MATSUDA (2012); SHIROMA e PIRES (2011); ACOSTA, DURO e LIMA (2012); SOUZA e BASTOS (2008) corroboram que o modelo proposto pelo Ministério da Saúde para a realização do acolhimento, avaliação e classificação de risco torna possível a reorganização do modelo assistencial, tornando o processo multidisciplinar e humanizado, melhorando o prognostico de pacientes em risco. 5.CONCLUSÃO Os autores concluem no decorrer do trabalho o enfermeiro é o profissional que vem sendo o mais qualificado para aplicar o protocolo de acolhimento com classificação de risco. A população deseja a resolução de seus problemas rapidamente, sendo as portas das emergências sua primeira escolha, aumentando de forma significativa a demanda na procura pelo serviço. O protocolo de acolhimento com classificação de risco foi criado afim de organizar o atendimento e minimizar os agravos à saúde. Autores dizem que esse instrumento tem auxiliado o profissional de enfermagem de forma positiva, bem como o usuário que além de sentir-se acolhido pode aguardar o atendimento de forma segura. Sugere-se a realização de novos estudos afim de analisar o trabalho do enfermeiro e suas atribuições para que haja um aprimoramento tornando o atendimento mais eficaz. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACOSTA, A.M; DURO, C.L.M; LIMA, M.A.D.S, Atividades do enfermeiro no sistema de triagem/classificação de risco nos serviços de urgência: revisão integrativa. 2012. Revista Gaúcha de Enfermagem, Rio Grande do Sul. Disponivel e m : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472012000400023&l ang=pt BELLUCCI JR, J.A; MATSUDA, LM. Implantação do sistema acolhimento com classificação de risco e avaliação de risco e uso do fluxograma analisador. 2012 Florianópolis-SC Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n1/a25v21n1.pdf DESCOVI, C.A. A Pratica do Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco nas Unidades de Urgência e Emergência. 2009.Porto Alegre-RS.Disponivel em:http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/24280/000746567.pdf?sequenc e=1 LUDWING, M.L.M; BONILHA, A.L.L, O Contexto de um Serviço de Emergência: com a palavra, o usuário. 2003. Rev. Brasileira de Enfermagem. Brasilia-DF. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v56n1/a03v56n1.pdf SOUZA, R.S; BASTOS, M.A.R. Acolhimento com classificação de risco: o processo vivenciado por profissional enfermeiro. 2008. Ver. Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte-MG. Disponivel em: http://reme.org.br/artigo/detalhes/304 SHIROMA, L.M.B; PIRES. D.E.P; REIBNITZ. K, S; Reflexação acerta da implantação de um protocolo de classificação de risco no serviço de emergência. 2012 Florianópolis-SC http://www.abennacional.org.br/2SITEn/Arquivos/N.102.pdf Disonivel em: