Proposta de resolução do Exame Nacional de Matemática A – 2016 (2.a fase) GRUPO I (Versão 1) – – P(A ∩ B) = 0,6 1. ⇔ P(A –∪– B) = 0,6 ⇔ 1 – P(A ∪ B) = 0,6 ⇔ P(A ∪ B) = 0,4 ⇔ P(A) + P(B) – P(A ∩ B) = 0,4 Como P(A) = 0,2 e P(B) = 0,3, vem que: 0,2 + 0,3 – P(A ∩ B) = 0,4 ⇔ P(A ∩ B) = 0,1 P(A ∩ B) 0,1 1 Logo, P(A|B) = = = 0,3 3 P(B) Opção (A) 2. Seja X a variável aleatória que representa o número de vezes que o Carlos encesta em cinco lances livres. X ~ B(5; 0,4). Numa série de cinco lances livres, a probabilidade de o Carlos encestar quatro vezes é dada por: P(X = 4) = 5C4 ¥ 0,44 ¥ 0,61 = 0,0768 Opção (C) 3. loga(ab3) = 5 ⇔ logaa + logab3 = 5 ⇔ 1 + 3logab = 5 4 ⇔ logab = 3 ⇔ logbb 4 = logba 3 ⇔ 1 4 = logba 3 ⇔ logba = 3 4 Opção (B) hnh 4. Como lim un = lim i ni = 0+ je j vem que: lim f(un) = lim+ f(x) = xÆ0 = lim+ lnx = xÆ0 = ln0+ = –∞ Opção (A) © Edições ASA, Matemática A, 2016 1 5. Consideremos a circunferência de centro no ponto O e raio 1 num referencial ortonormado xOy: Sabemos que P(cos a, sen a), com cos a > 0 e sen a > 0. Atendendo a que Q é o ponto simétrico de P relativamente à origem do referencial, vem que Q(–cosa, –sena). cosa ¥ 2sen a = 2 = sen(2a) 2 B P(cosα, senα) C Seja S a projeção ortogonal de P sobre QR. – – Assim, A[PQR] = QR ¥ SP 2 |–cos a| ¥ (|–sen a| + sen a) = A[PQR] = 2 = y Q(–cosα, –senα) O A S R x D Opção (D) 6. O polígono cujos vértices são as imagens geométricas das raízes de índice 6 do número complexo w é um hexágono regular inscrito na circunferência de centro na origem do referencial e raio igual a |z|. e.i. |z| = √∫32∫ ∫ ∫+∫ ∫42∫ = √∫9∫ ∫+∫ ∫1∫6 = √∫2∫5 = 5 Uma vez que num hexágono regular a medida do lado é igual à medida do raio da circunferência onde ele está inscrito, concluímos que o lado do hexágono é igual a 5 unidades. 4 O AÆz 5 3 e.r. Logo, P = 6 ¥ 5 = 30 unidades. Opção (C) 7. A condição 0 ≤ x ≤ 4 ∧ 1 ≤ y ≤ 5 define o quadrado seguinte. y 5 1 O 4 x A circunferência inscrita no quadrado tem centro no centro do quadrado e as suas coordenadas h0 + 4 1 + 5h são i , i = (2, 3). Por outro lado, a circunferência é tangente aos lados do quadrado, 2 j j 2 sendo 2 o valor do raio. y 5 3 1 O 2 4 x Logo, a condição (x – 2)2 + (y – 3)2 = 4 define a circunferência inscrita neste quadrado. Opção (C) 2 © Edições ASA, Matemática A, 2016 8. Como (un) é uma progressão geométrica, sabemos que u8 = u4 ¥ r4. Logo, 8192 = 32 ¥ r4 ⇔ r4 = 256 ⇔ r = ± 4√∫2∫5∫6 ⇔ r = ±4 Como (un) é monótona, então r > 0. Logo, r = 4. Assim, u5 = u4 ¥ r = 32 ¥ 4 = 128. Opção (B) © Edições ASA, Matemática A, 2016 3 GRUPO II 1. 1.1. No contexto da situação descrita, P(B|A) é a probabilidade de o produto dos números das fichas retiradas ser ímpar, sabendo que a sua soma é igual a 10. Como a caixa U contém as fichas numeradas de 1 a 5 e a caixa V as fichas numeradas de 6 a 9, os casos possíveis são (1, 9), (2, 8), (3, 7) e (4, 6). O número de casos possíveis é então 4. Destes, o produto dos números das fichas retiradas é ímpar em dois casos: (1, 9) e (3, 7). Então, 2 é o número de casos favoráveis. 2 1 Pela Lei da Laplace, tem-se que P(B|A) = = . 4 2 1.2. 4 ¥ 4! ¥ 12A5 = 9 123 840 Existem quatro filas horizontais onde as quatro fichas com os números pares (2, 4, 6 e 8) podem ser colocadas. Portanto, existem quatro maneiras de escolher uma dessas filas. Por cada uma destas maneiras, existem 4! formas de as fichas com os números pares permutarem entre si. Depois de colocadas estas quatro fichas, restam 12 casas no tabuleiro e cinco fichas diferentes (as fichas numeradas com número ímpar: 1, 3, 5, 7 e 9). Existem, então, 12A5 maneiras de as colocar no tabuleiro. 2. Cálculo auxiliar 1: Cálculo auxiliar 2: |–1 + i| = √∫(∫–∫1∫)∫2∫ ∫+∫ ∫12∫ = √∫2 |–√∫2i| = √∫2 Seja a um argumento de –1 + i. 1 Então tga = ∧ a ∈2.º Q –1 ⇔ tga = –1 ∧ a ∈2.º Q 3p Logo, por exemplo, a = 4 h 3p h Assim, –1 + i = √∫2 cis i i j 4 j Sabemos que a imagem geométrica do número complexo –√∫2i pertence ao eixo imaginário (parte negativa). 3p Assim, um argumento de –√∫2i pode ser . 2 h 3p h Então, –√∫2i = √∫2 cis i i . j 2 j h 3p h i j 4 j √∫2 cis i z= h 3p h –1 + i = 2 = √∫22 cis i – 2qi (rcisq)2 j 4 j r cis(2q) r h 3p h i j 2 j w = –√∫2i = √∫2 cis i Para z = w tem que: √∫2 = √∫2 ∧ 3p – 2q = 3p + 2kp, k ∈Z 4 2 r2 3p 3p – + 2kp, k ∈Z ⇔ r2 = √∫2 ∧ 2q = 4 2 √∫2 3p + 2kp, k ∈Z ⇔ r2 = 1 ∧ 2q = – 4 3p ⇔ (r = 1 ∨ r = –1) ∧ q = – + kp, k ∈Z 8 Como r > 0, vem que r = 1. 5p Como q ∈]0, p[, então q = (para k = 1). 8 4 © Edições ASA, Matemática A, 2016 3. 3.1. Seja ≤n (3, 2, 4) um vetor normal ao plano a. Como a reta é perpendicular ao plano a, um vetor diretor da reta pode ser o vetor ≤n. Assim, uma equação vetorial da reta perpendicular ao plano a e que passa no ponto C de coordenadas (2, 1, 4), é: (x, y, z) = (2, 1, 4) + k(3, 2, 4), k ∈R 3.2. Sabemos que O≥D = D – O = (4, 2, 2) – (0, 0, 0,) = (4, 2, 2) Assim, uma equação vetorial da reta OD é: (x, y, z) = (0, 0, 0) + k(4, 2, 2), k ∈R Um ponto genérico da reta OD, em função de k, é então (4k, 2k, 2k), k ∈R. Para que o ponto pertença ao plano a de equação 3x + 2y + 4z – 12 = 0, tem de verificar-se 3 ¥ (4k) + 2 ¥ (2k) + 4 ¥ (2k) – 12 = 0, ou seja, 12k + 4k + 8k = 12 ⇔ 24k = 12 1 ⇔k= 2 h 1 1 1h Assim, o ponto de interseção pretendido tem coordenadas i4 ¥ ,2¥ , 2 ¥ i , isto é, 2 2 2j j (2, 1, 1). 3.3. Consideremos os três pontos não colineares A, B e P, que pertencem ao semieixo positivo Ox, ao semieixo positivo Oy e ao eixo Oz, respetivamente. Para o ângulo APB ser agudo, tem de verificar-se P≥A . P≥B > 0. Sabe-se que: • o ponto A, por pertencer ao semieixo positivo Ox tem coordenadas da forma A(x, 0, 0), com x > 0. Como A ∈a vem que 3x + 2 ¥ 0 + 4 ¥ 0 – 12 = 0, logo x = 4. Então, A(4, 0, 0). • o ponto B, por pertencer ao semieixo positivo Oy tem coordenadas da forma B(0, y, 0), com y > 0. Como B ∈a vem que 3 ¥ 0 + 2y + 4 ¥ 0 – 12 = 0, logo y = 6. Então, B(0, 6, 0). • o ponto P, por pertencer ao eixo Oz e ter cota não nula, tem coordenadas da forma P(0, 0, z), com z ≠ 0. • P≥A = A – P = (4, 0, 0) – (0, 0, z) = (4, 0, –z) • P≥B = B – P = (0, 6, 0) – (0, 0, z) = (0, 6, –z) Assim, P≥A . P≥B = (4, 0, –z) . (0, 6, –z) = = 4 ¥ 0 + 0 ¥ 6 + (–z) . (–z) = = z2 Como z2 > 0, ∀ z ≠ 0, fica provado que o ângulo APB é agudo. © Edições ASA, Matemática A, 2016 5 4. 4.1. Como o domínio de f é limitado inferiormente, só faz sentido procurar assíntota oblíqua quando x Æ +∞. Seja y = mx + b (m, b ∈R) a equação da assíntota oblíqua, caso exista. m = lim x Æ +∞ f(x) = x x – ln x = x x Æ +∞ = lim h = lim i1 – x Æ +∞ j = 1 – lim x Æ +∞ lnx h i= x j ln x = x 14243 limite notável =1–0= =1 b = lim (f(x) –x) = x Æ +∞ = lim (x – ln x – x) = x Æ +∞ = lim (–ln x) = x Æ +∞ = –ln(+∞) = = –(+∞) = = –∞ ∉R Como o valor obtido não é um número real, concluímos que o gráfico de f não admite assíntota oblíqua. È Î 4.2. Em Í – f ’(x) = p È 2 + sen x , 0 Í, f(x) = Î 2 cosx (2 + sen x)’ ¥ cosx – (2 + sen x) ¥ (cosx)’ = cos2x = cosx ¥ cosx – (2 + sen x) ¥ (–senx) = cos2x = cos2x + 2sen x + sen2x = cos2x = 1 + 2sen x cos2x f ’(x) = 0 ⇔ 1 + 2sen x =0 cos2x y ⇔ 1 + 2sen x = 0 ∧ cos2x ≠ 0 ⇔ sen x = – h ⇔ ix = – j 6 1 ∧ cosx ≠ 0 2 h p 7p p + 2kp ∨ x = + 2kp i ∧ x ≠ + kp, k ∈Z 6 6 2 j ( π6 ) π– – – π x 6 © Edições ASA, Matemática A, 2016 È Î Em Í – p È p , 0 Í: x = – Î 2 6 – x p 2 – Sinal de f ’ n.d. – Variação de f n.d. ¢ p 6 0 ph i 6j min. 0 + h È Î f é decrescente em Í – È Î f é crescente em Í – f i– j £ p pÈ ,– Í 2 6Î p È , 0Í Î 6 ph i j 6j h ph i= j 6j h 2 + sen i– f i– ph i j 6j h = cos i– 2– = 1 2 = √∫3 2 = 3 2 = √∫3 2 = 3 = √∫3 = 3√∫3 = 3 = √∫3 √∫3 é mínimo relativo para x = – p . 6 4.3. Seja r a reta tangente ao gráfico da função f no ponto de abcissa Em R+, f ’(x) = (x – lnx)’ = 1 – h1h 1 . Então, mr = f ’ i i . 2 j2j 1 x h 1h 1 = 1 – 2 = –1 i =1– 1 j2j 2 A reta r é definida por uma equação do tipo y = –x + b. h1 h 1 hh h 1 1 1h Como o ponto de coordenadas i , f i i i = i , – ln i pertence à reta, vem que: 2j j2 j 2 jj j 2 2 Logo, mr = f ’ i 1 1 1 1 1 – ln = – + b, isto é, + ln 2 + = b ⇔ 1 + ln 2 = b 2 2 2 2 2 © Edições ASA, Matemática A, 2016 7 Assim, a equação reduzida da reta r é y = –x + 1 + ln 2 È p È Recorrendo à calculadora gráfica, determinemos as abcissas pertencentes ao intervalo Í – , 0 Í Î 2 Î dos pontos A e B, pontos de interseção do gráfico de f com a reta r. y1 y y1 = y2 – A π 2 a B b 2 + sen x cos x y2 = –x + 1 + ln 2 O x a ≈ –1,19 e b ≈ –0,17 As abcissas dos pontos A e B, arredondadas às centésimas, são –1,19 e –0,17, respetivamente. 5. 5.1. Sabemos que x = 0,003. Pretendemos determinar o valor de n, número de meses em que o empréstimo será pago, sabendo que p = 24. 24 = 600 ¥ 0,003 1,8 ⇔ 1 – e–0,003n = –0,003n 1–e 24 ⇔ –e–0,003n = 0,075 – 1 ⇔ e–0,003n = 0,925 ⇔ –0,003n = ln(0,925) ⇔n= ln(0,925) –0,003 n ≈ 25,987 18 O empréstimo será pago em, aproximadamente, 26 meses. 5.2. Este item pode ser resolvido por, pelo menos, dois processos. 1.º Processo yh i j nj = 1 – ey h 600x = lim 1 – e–nx y Æ 0 xÆ0 lim = lim yÆ0 8 600 ¥ i– –600y = n(1 – ey) = 600 –y ¥ lim = y n yÆ0 1 – e = 600 y ¥ lim y = n yÆ0 e – 1 Cálculo auxiliar: Consideremos a mudança de variável: y –nx = y ⇔ x = – n xÆ0 ⇒ yÆ0 © Edições ASA, Matemática A, 2016 = = 600 1 ¥ lim y = n yÆ0 e – 1 y 600 ¥ n 1 = y lim e – 1 yÆ0 y 14243 limite notável = 600 1 ¥ = n 1 = 600 n 2.º Processo lim xÆ0 600x = 1 – e–nx x = 1 – e–nx xÆ0 = 600 ¥ lim = 600 ¥ lim 1 = 1 – e–nx x = 600 ¥ lim 1 = –nx – 1 e – x xÆ0 xÆ0 1 = 600 ¥ lim –nx – 1 xÆ0 e = –x 1 = 600 ¥ h e–nx – 1 lim i xÆ0 = 600 ¥ n j –nx h = ¥ ni j 1 = –nx lim e – 1 –nx Æ 0 –nx 1442443 limite notável = 600 1 ¥ = n 1 = 600 n Interpretação: quando a taxa de juro tende para zero, a prestação mensal tende para o quociente entre o valor do empréstimo e o número de prestações mensais. © Edições ASA, Matemática A, 2016 9 6. A equação g(x) = x + 1 é equivalente a g(x) – x – 1 = 0. Consideremos a função h, de domínio R, definida por h(x) = g(x) – x – 1. • h é contínua, por se tratar da diferença entre funções contínuas. Em particular, é contínua em [a, g(a)]. • h(a) ¥ h(g(a)) < 0 pois h(a) = g(a) – a – 1 > 0 (atendendo a que g(a) > a + 1) e h(g(a)) = g(g(a)) – g(a) – 1 = = a – g(a) – 1 = = (a – g(a)) – 1 < –2 (pois g(a) > a + 1 ⇔ –1 > a – g(a) ⇔ –1 – 1 > a – g(a) – 1 ⇔ –2 > a – g(a) – 1) Assim, pelo corolário do Teorema de Bolzano-Cauchy, concluímos que: ∃ c ∈]a, g(a)[ : h(c) = 0 isto é, ∃ c ∈]a, g(a)[ : g(c) – c – 1 = 0 ⇔ ∃ c ∈]a, g(a)[ : g(c) = c + 1, isto é, a equação g(x) = x + 1 é possível no intervalo ]a, g(a)[. 10 © Edições ASA, Matemática A, 2016