Rodada #01 Raciocínio Lógico Professor Guilherme Neves Assuntos da Rodada RACIOCÍNIO LÓGICO: Conjuntos e suas operações. Números naturais, inteiros, racionais e reais e suas operações. Representação na reta. Potenciação e radiciação. Geometria plana: distâncias e ângulos, polígonos, circunferência, perímetro e área. Semelhança e relações métricas no triângulo retângulo. Medidas de comprimento área, volume, massa e tempo. Álgebra básica: expressões algébricas, equações, sistemas e problemas do primeiro e do segundo grau. Noção de função, função composta e inversa. Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e geométrica. Proporcionalidade direta e inversa. Juros. Problemas de contagem e noção de probabilidade. equivalência, Lógica: proposições, quantificadores, negação, operações. Plano coordenadas, distância. Problemas de lógica e raciocínio. conectivos, cartesiano: implicação, sistema de RACIOCÍNIO LÓGICO a. Teoria em tópicos 1. Chama-se proposição toda oração declarativa que pode ser valorada em verdadeira ou falsa, mas não as duas. Exemplo: Paris está na Inglaterra (Falso). 2. Sendo oração, deve possuir sujeito e predicado. Portanto, expressões como “Os alunos do Ponto dos Concursos” não são proposições lógicas, pois não possuem predicado (verbo). 3. Sendo declarativa, não pode ser exclamativa, interrogativa, imperativa ou optativa. Desta forma, as expressões abaixo não são consideradas proposições. i) Que belo dia! (exclamativa) ii) Qual é o seu nome? (interrogativa) iii) Leia isto atenciosamente. (imperativa – indica ordem) iv) Que Deus te abençoe. (optativa – exprime desejo). 4. Um importante tipo de sentença que não é proposição é a chamada sentença aberta ou função proposicional. Sentença aberta é aquela em que o sujeito é um termo variável. Exemplo: Ele foi aprovado no concurso da Receita Federal em 2009. 2 RACIOCÍNIO LÓGICO A frase acima não é uma proposição lógica, pois não pode ser classificada em V ou F, já que não sabemos quem é “ele”. Exemplo: x + 2 = 8 A sentença acima não pode ser classificada em V ou F, pois não sabemos o valor de x. A sentença x + 2 = 8 é, portanto, uma sentença aberta (não é proposição lógica). 5. A partir de proposições dadas, podemos construir novas proposições com o auxílio de operadores lógicos. Os operadores lógicos são o modificador (advérbio não) e os conectivos. 6. O modificador é um operador lógico que “troca” o valor lógico das proposições. Se temos em mãos uma proposição verdadeira, então, ao aplicarmos o modificador, teremos uma proposição falsa. Da mesma forma, se temos em mãos uma proposição falsa, então, ao aplicarmos o modificador, teremos uma proposição verdadeira. 7. Os símbolos que indicam que uma proposição foi “modificada” são: . A proposição modificada é chamada de negação da proposição original. Exemplos: Está é uma proposição falsa. Ao aplicarmos o modificador, teremos uma proposição verdadeira. 3 RACIOCÍNIO LÓGICO Esta frase também pode ser lida das seguintes formas: 8. Quando temos uma proposição simples, devemos modificar o verbo principal para negar a frase. Vejamos outro exemplo: Esta é uma proposição verdadeira. Vamos modificar o verbo e torná-la uma proposição falsa. 9. Uma tabela-verdade dispõe as relações entre os valores lógicos das proposições. Tabelas-verdade são especialmente usadas para determinar os valores lógicos de proposições construídas a partir de proposições simples. Observe a tabela que dispõe as relações entre uma proposição p e a sua negação ~p. p ~p V F F V 4 RACIOCÍNIO LÓGICO 10. Além do modificador, podemos construir novas proposições utilizando conectivos lógicos. 11. Os conectivos cobrados em provas são Conjunção (e), Disjunção Inclusiva (ou), Disjunção Exclusiva (ou...ou), Condicional (se..., então) e o Bicondicional (...se e somente se...). A banca IBFC adora esses nomes. É muito importante memorizá-los. 12. Caso o problema fale apenas “disjunção”, consideraremos que se trata da Disjunção Inclusiva. 13. Os conectivos podem estar “disfarçados” sob expressões equivalentes. Exemplo 1: “Fui à praia, mas não estudei” = “Fui à praia e não estudei. Exemplo 2: “Quando vou à praia, não durmo”= “Se vou à praia, então não durmo”. Exemplo 3: “Penso, logo existo” = “Se penso, então existo”. 14. A proposição “Guilherme e Moraes são professores” é uma proposição simples. O sujeito dessa proposição, porém, é composto. A proposição “Guilherme é professor e Moraes é professor” é uma proposição composta. 15. Cada um dos conectivos é representado por um símbolo. Nome do Conectivo Forma mais comum Símbolo 5 RACIOCÍNIO LÓGICO Conjunção e Disjunção (Inclusiva) ou Disjunção Exclusiva Ou...ou Condicional Se..., então Bicondicional ...se e somente se 16. Como distinguir os símbolos e ? Basta colocar uma letra O ao lado dos símbolos. Observe: O / O Em qual das duas situações você consegue ler “OU”? Na “palavra da esquerda! Portanto, aquele símbolo é o “ou”. Consequentemente o outro é o “e”. Outro processo mnemônico consiste em colocar um “pontinho” em cima do símbolo. Vejamos: Em qual das duas situações você consegue ver a letra cursiva “i”? No símbolo da direita! Portanto, aquele símbolo é o “e” (mesmo fonema do “i”). 17. Para classificar uma proposição composta em V ou F, devemos saber a regra de cada um dos conectivos. 18. Uma proposição composta pelo conectivo “e” (conjunção) só é verdadeira quando as duas frases componentes são verdadeiras. Se pelo menos uma das frases componentes for falsa, a proposição composta será falsa. 6 RACIOCÍNIO LÓGICO Exemplo: Se a proposição “João é pobre” for falsa e se a proposição “João pratica atos violentos” for verdadeira, então a proposição “João não é pobre, mas pratica atos violentos” será verdadeira. Exemplo: A proposição “2+3 = 5 e a Lua é quadrada” é falsa, pois um de seus componentes é falso. 19. Uma proposição composta pelo conectivo “ou” (disjunção (inclusiva)) só é verdadeira se pelo menos um de seus componentes for verdadeiro. A disjunção só será falsa se os dois componentes forem falsos. Exemplo: A proposição “2+3 = 5 ou a Lua é quadrada” é verdadeira, pois pelo menos um de seus componentes é verdadeiro. Exemplo: A proposição “Paris está na Inglaterra ou √16=3” é falsa, pois seus dois componentes são falsos. 7 RACIOCÍNIO LÓGICO 20. Observe que o conectivo "ou" tem um sentido inclusivo, ou seja, classificamos como verdadeira a proposição composta pelo “ou” que possui os dois componentes verdadeiros. 21. Ao utilizar o conectivo “Ou...ou...” a proposição composta só será verdadeira quando APENAS um dos componentes for verdadeiro. Se as duas frases componentes forem verdadeiras, a composta será falsa. Se as duas frases forem falsas, a composta será falsa. Há exercícios em que a banca enfatiza o conectivo “ou...ou...” colocando a expressão “mas não ambos” ao final da frase. Assim, “Ou p ou q” = “Ou p ou q, mas não ambos”. 22. Na proposição condicional “Se p, então q”, a proposição p é o antecedente e a proposição q é o consequente. Exemplo: Se Guilherme é recifense, então é Igor é mineiro. O antecedente é a proposição “Guilherme é recifense” e o consequente é a proposição “Igor é mineiro”. A proposição “Se p, então q” pode ser lida como “p é condição suficiente para q” ou como “q é condição necessária para p”. 8 RACIOCÍNIO LÓGICO 23. Uma proposição composta pelo conectivo “Se..., então...” só é falsa quando ocorre VF, ou seja, quando o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso. Em qualquer outra possibilidade (VV, FV, FF) a composta será verdadeira. Exemplos: 24. O que precisamos saber é apenas isso: se ocorrer VF, ou seja, se o antecedente for verdadeiro e o consequente for falso, a proposição composta pelo “se..., então” é falsa. Em todos os outros casos a proposição composta será verdadeira. V V V V F F F V V F F V 9 RACIOCÍNIO LÓGICO 25. Uma proposição composta pelo conectivo “...se e somente se...” (bicondicional) é verdadeira quando os dois componentes têm valores iguais, ou seja, VV ou FF. Se os componentes têm valores opostos (VF ou FV), a composta será falsa. 26. O conectivo “se e somente se” corresponde à conjunção (e) de dois condicionais (se...,então...). Em outras palavras, as proposições “P se e somente se Q” e “Se P, então Q e se Q, então Q” querem dizer a mesma coisa (são equivalentes). Exemplo: São equivalentes as proposições “Hoje é Natal se e somente se hoje é 25/12” e “Se hoje é Natal, então hoje é 25/12 e se hoje é 25/12, então hoje é Natal”. A proposição “p se e somente se q” pode ser lida como “p é condição necessária e suficiente para q” ou “q é condição necessária e suficiente para p”. 27. Podemos resumir tudo o que foi dito sobre conectivos com a seguinte tabelaverdade. V V V V F V V 10 RACIOCÍNIO LÓGICO V F F V V F F F V F V V V F F F F F F V V 28. Para facilitar o processo mnemônico, podemos fixar as regras que tornam as compostas verdadeiras. Conjunção As duas proposições p, q devem ser verdadeiras Disjunção Inclusiva Ao menos uma das proposições p, q deve ser verdadeira. Não pode ocorrer o caso de as duas serem falsas. Disjunção Exclusiva Apenas uma das proposições pode ser verdadeira. A proposição composta será falsa se os dois componentes forem verdadeiros ou se os dois componentes forem falsos. Condicional Não pode acontecer o caso de o antecedente ser verdadeiro e o consequente ser falso. Ou seja, não pode acontecer V(p)=V e V(q)=F. Em uma linguagem informal, dizemos que não pode acontecer VF, nesta ordem. Bicondicional Os valores lógicos das duas proposições devem ser iguais. Ou as duas são verdadeiras, ou as duas são falsas. 29. O número de linhas da tabela-verdade de uma proposição composta com n proposições simples é 2n. 11 RACIOCÍNIO LÓGICO Para uma proposição simples p, o número de linhas da tabela-verdade é 2, pois, pelas leis do pensamento a proposição p só pode assumir um dos dois valores lógicos: V ou F. p V F Para duas proposições p e q, o número de linhas da tabela-verdade é 22 = 4. SEMPRE que você for construir uma tabela-verdade envolvendo 2 proposições, começaremos com a seguinte disposição. pq VV VF FV FF Para 3 proposições p, q e r, o número de linhas da tabela-verdade é 23 = 8. SEMPRE que você for construir uma tabela-verdade envolvendo 3 proposições, começaremos com a seguinte disposição. pqr VVV 12 RACIOCÍNIO LÓGICO VVF VF V VF F F VV F VF FFV FFF Cada linha da tabela (fora a primeira que contém as proposições) representa uma valoração. 30. Tautologia é uma proposição composta que é verdadeira independentemente dos valores das proposições simples que a compõem. Vamos considerar três proposições quaisquer p, q e r. Assim, qualquer tabela-verdade envolvendo apenas estas três proposições terá linhas. Desta forma, vamos construir a tabela-verdade da proposição ( p r ) (~ q r ) . E o que significa “construir a tabela-verdade” desta proposição? Significa dispor em uma tabela todas as possibilidades de valoração para esta proposição. Ou seja, estamos preocupados em responder quando é que esta proposição é verdadeira e quando é que ela é falsa. Para tal tarefa, devemos começar com a seguinte disposição: 13 RACIOCÍNIO LÓGICO pqr VVV VVF VF V VF F FVV FVF FFV FFF Neste “começo” de tabela, estão dispostas todas as possibilidades de valorações destas 3 proposições. Observe que há um padrão na construção deste início. Na primeira coluna, temos 4 “V” seguidos de 4 “F”. Na segunda coluna temos 2 “V” seguidos de 2 “F” alternadamente. Por fim, na terceira coluna temos “V” e “F” que se alternam. Pois bem toda tabela-verdade envolvendo três proposições começa assim. Queremos construir a tabela-verdade da proposição ( p r ) (~ q r ) . Observe que não aparece a proposição propriamente dia e sim a sua negação. Portanto, o primeiro passo é construir a negação de . Lembre-se que se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa e reciprocamente. 14 RACIOCÍNIO LÓGICO p q r ~q V V V F V V F F V F V V V F F V F V V F F V F F F F V V F F F V Valores opostos!! Vamos obedecer a ordem de preferência. Vamos construir as proposições compostas que estão dentro dos parênteses. Comecemos por proposição com a proposição . Devemos conectar a através do conectivo “e”. Lembre-se que uma proposição composta pelo “e” só é verdadeira quando os dois componentes são verdadeiros. Vamos selecionar as linhas em que ambas outras possibilidades tornam a composta p q r e são verdadeiras. Todas as falsa. ~ q pr V V V F V V V F F F 15 RACIOCÍNIO LÓGICO V F V V V V F F V F F V V F F F V F F F F F V V F F F F V F Vamos agora construir a segunda proposição composta que está dentro de parênteses: . Lembre-se que uma proposição composta pelo conectivo “ou” é verdadeira quando pelo menos um dos dois componentes for verdadeiro. Vamos nos focar apenas nas linhas em que pelo menos uma das duas p q r ou for verdadeira. ~ q pr ~ qr V V V F V V V V F F F F V F V V V V V F F V F V F V V F F V F V F F F F F F V V F V 16 RACIOCÍNIO LÓGICO F F F V F V Observe que tanto na linha 2 quanto na linha 6 as duas proposições são falsas, e portanto, a composta construída é falsa nestes casos. Podemos agora, finalmente construir a composta ( p r ) (~ q r ) . Lembre-se que há apenas um caso em que a composta pelo “se..., então” é falsa: quando o primeiro componente for verdadeiro e o segundo componente falso. Vamos olhar apenas as duas últimas colunas. Vejamos cada linha de per si: 1ª linha: V V (o condicional é verdadeiro). 2ª linha: F F (o condicional é verdadeiro). 3ª linha: V V (o condicional é verdadeiro). 4ª linha: F V (o condicional é verdadeiro). 5ª linha: F V (o condicional é verdadeiro). 6ª linha: F F (o condicional é verdadeiro). 7ª linha: F V (o condicional é verdadeiro). 8ª linha: F V (o condicional é verdadeiro). Desta forma: p q r ~ q p r ~ q r ( p r ) (~ q r ) V V V F V V V V V F F F F V 17 RACIOCÍNIO LÓGICO V F V V V V V V F F V F V V F V V F F V V F V F F F F V F F V V F V V F F F V F V V Concluímos que a proposição composta ( p r ) (~ q r ) é sempre verdadeira, independentemente dos valores atribuídos às proposições . Dizemos então que a proposição ( p r ) (~ q r ) é uma tautologia (ou proposição logicamente verdadeira). 31. Contradição é uma proposição composta que é falsa independentemente dos valores das proposições simples que a compõem. Para verificar se uma proposição é uma contradição, devemos construir a sua tabelaverdade. 32. Contingência é uma proposição composta que assume valores V ou F a depender dos valores das proposições componentes. Para verificar se uma proposição é uma contingência, devemos construir a sua tabelaverdade. 18 RACIOCÍNIO LÓGICO 33. Grosso modo, duas proposições são logicamente equivalentes quando elas “dizem a mesma coisa”. Por exemplo: Eu joguei o lápis. O lápis foi jogado por mim. As duas proposições acima têm o mesmo significado. Elas querem dizer a mesma coisa!! Quando uma delas for verdadeira, a outra também será. Quando uma delas for falsa, a outra também será. Dizemos, portanto, que elas são logicamente equivalentes. Em símbolos, escrevemos . 34. Para mostrar que duas proposições são equivalentes, devemos construir as tabelas-verdade e verificar se elas possuem as mesmas valorações em todas as linhas. Exemplo: Mostre que são equivalentes as proposições , e . Precisamos apenas construir a tabela-verdade. p q ~ q ~ p p q ~ q ~ p ~ p q V V F F V V V V F V F F F F F V F V V V V F F V V V V V 19 RACIOCÍNIO LÓGICO Como os valores lógicos das três proposições são iguais, elas são ditas logicamente equivalentes. 35. As proposições equivalentes do tópico anterior são responsáveis por 99% das questões de concurso sobre este assunto. Portanto, não se preocupe. Você não precisará construir uma tabela para resolver a questão da sua prova (afirmo isso com 99% de probabilidade de acertar. Rs...). Portanto, memorize as seguintes equivalências: 36. A equivalência permite construir uma proposição composta pelo “se...,então...” a partir de outra proposição composta pelo “se...,então”. Para tanto, basta negar os dois componentes e trocar a ordem. Exemplo: São equivalentes as proposições “Se bebo, então não dirijo” e “Se dirijo, então não bebo”. 37. A equivalência permite construir uma proposição composta pelo “ou” a partir de uma composta pelo “se...,então...”. Para tanto, basta negar o primeiro componente. Exemplo: São equivalentes as proposições “Penso, logo existo” e “Não penso ou existo”. 20 RACIOCÍNIO LÓGICO 38. Para negar uma proposição composta pelo conectivo “ou”, deve-se negar os componentes e trocar o conectivo por “e”. Exemplo: A negação de “Corro ou não durmo” é “Não corro e durmo”. 39. Para negar uma proposição composta pelo conectivo “e”, deve-se negar os componentes e trocar o conectivo por “ou”. Exemplo: A negação de “Corro e não durmo” é “Não corro ou durmo”. 40. Para negar uma proposição composta pelo “Se...,então...”: copie o antecedente, negue o consequente e troque o conectivo por “e”. Em outras palavras, copie a primeira parte, negue a segunda e troque por “e”. Exemplo: A negação de “Penso, logo existo” é “Penso e não existo”. 41. Proposições quantificadas são aquelas utilizam expressões como “Todo”, “Nenhum”, “Algum”. Observação: Algum = Existe = Pelo menos um = Existe um = Existe pelo menos um = Existe algum 42. Uma proposição do tipo “Todo...é”... é chamada de Proposição Universal Afirmativa (U.A.) Exemplo de U.A.: Todo recifense é pernambucano. 21 RACIOCÍNIO LÓGICO 43. Uma proposição do tipo “Todo...não é”... é chamada de Proposição Universal Negativa (U.N.). A Universal Negativa também pode ser representada por “Nenhum...é...”. Exemplo de U.N.: Todo brasileiro não é uruguaio = Nenhum brasileiro é uruguaio. 44. Uma proposição do tipo “Algum...é”... é chamada de Proposição Particular Afirmativa (P.A.) Exemplo de P.A.: Algum recifense é pernambucano. 45. Uma proposição do tipo “Algum... não é”... é chamada de Proposição Particular Negativa (P.N.) Exemplo de P.N.: Algum carioca não é pernambucano. 46. Resumo das proposições quantificadas. Proposição universal afirmativa Todo recifense é pernambucano. Proposição universal negativa Nenhum recifense é pernambucano. Proposição particular afirmativa Algum recifense é pernambucano. Proposição particular negativa Algum recifense não é pernambucano. 22 RACIOCÍNIO LÓGICO 47. Como negar proposições quantificadas? Se for Particular, troca por Universal (e vice-versa). Se Afirmativa, troca por Negativa. Afirmação Negação Particular afirmativa (“algum...”) Universal negativa (“nenhum...” ou “todo... não ...”) Universal negativa (“nenhum...” ou Particular afirmativa (“algum...”) “todo... não...”) Universal afirmativa (“todo...”) Particular negativa (“algum... não”) Particular negativa (“algum... não”) Universal afirmativa (“todo...”) Observe que se a proposição original utiliza o quantificador UNIVERSAL, a sua negação terá um quantificador PARTICULAR. Se a proposição original tem um quantificador PARTICULAR, sua negação utilizará o quantificador UNIVERSAL. Verifique ainda que se a proposição original é AFIRMATIVA, sua negação será NEGATIVA. Se a proposição original é NEGATIVA, sua negação será AFIRMATIVA. Vejamos alguns exemplos: p : Algum político é honesto. p : Existe político honesto. A proposição dada é uma PARTICULAR AFIRMATIVA. Sua negação será uma UNIVERSAL NEGATIVA. ~ p : Nenhum político é honesto. ~ p : Todo político não é honesto. q : Nenhum brasileiro é europeu. 23 RACIOCÍNIO LÓGICO q : Todo brasileiro não é europeu. A proposição dada é uma UNIVERSAL NEGATIVA. Sua negação será uma PARTICULAR AFIRMATIVA. ~ q : Algum brasileiro é europeu. ~ q : Existe brasileiro que é europeu. r : Todo concurseiro é persistente. A proposição dada é uma UNIVERSAL AFIRMATIVA. Sua negação será uma PARTICULAR NEGATIVA. ~ r : Algum concurseiro não é persistente. ~ r : Existe concurseiro que não é persistente. t : Algum recifense não é pernambucano. t : Existe recifense que não é pernambucano. A proposição dada é uma PARTICULAR NEGATIVA. Sua negação será uma UNIVERSAL AFIRMARTIVA. ~ t : Todo recifense é pernambucano. 48. Como saberemos se uma questão qualquer se refere à negação? De três maneiras: i) A questão explicitamente pede a negação de uma proposição dada. ii) A questão fornece uma proposição verdadeira e pede uma falsa. iii) A questão fornece uma proposição falsa e pede uma verdadeira. 24 RACIOCÍNIO LÓGICO 49. O estudo das proposições categóricas (que utilizam quantificadores) pode ser feito utilizando os diagramas de Euler-Venn. É habitual representar um conjunto por uma linha fechada e não entrelaçada. 50. Relembremos o significado, na linguagem de conjuntos, de cada uma das proposições categóricas. Todo A é B Todo elemento de A também é elemento de B. Nenhum A é B A e B são conjuntos disjuntos, ou seja, não possuem elementos comuns. Algum A é B Os conjuntos A e B possuem pelo menos 1 elemento em comum. Algum A não é B O conjunto A tem pelo menos 1 elemento que não é elemento de B. 51. Todo A é B A proposição categórica “Todo A é B” é equivalente a: A é subconjunto de B. A é parte de B. 25 RACIOCÍNIO LÓGICO A está contido em B. B contém A. B é universo de A. B é superconjunto de A. Se sabemos que a proposição “Todo A é B” é verdadeira, qual será o valor lógico das demais proposições categóricas? “Algum A é B” é necessariamente verdadeira. “Nenhum A é B” é necessariamente falsa. “Algum A não é B” é necessariamente falsa. 52. Algum A é B A proposição categórica “Algum A é B” equivale a “Algum B é A”. Se “algum A é B” é uma proposição verdadeira, qual será o valor lógico das demais proposições categóricas? “Nenhum A é B” é necessariamente falsa. “Todo A é B” e “Algum A não é B” são indeterminadas. Observe que quando afirmamos que “Algum A é B” estamos dizendo que existe pelo menos um elemento de A que também é elemento de B. 26 RACIOCÍNIO LÓGICO 53. Nenhum A é B A proposição categórica “Nenhum A é B” equivale a: Nenhum B é A. Todo A não é B. Todo B não é A. A e B são conjuntos disjuntos. Se “nenhum A é B” é uma proposição verdadeira, qual será o valor lógico das demais proposições categóricas? “Todo A é B” é necessariamente falsa. “Algum A não é B” é necessariamente verdadeira. “Algum A é B” é necessariamente falsa. 54. Algum A não é B 27 RACIOCÍNIO LÓGICO Observe que “Algum A não é B” não equivale a “Algum B não é A”. Por exemplo, dizer que “Algum brasileiro não é pernambucano” não equivale a dizer que “Algum pernambucano não é brasileiro”. Se “algum A não é B” é uma proposição verdadeira, qual será o valor lógico das demais proposições categóricas? “Nenhum A é B” é indeterminada, pois poderia haver elementos na interseção dos conjuntos A e B. “Algum A é B” é indeterminada, pois pode haver ou não elementos na interseção dos conjuntos A e B. “Todo A é B” é necessariamente falsa. 28 RACIOCÍNIO LÓGICO b. Revisão 1 QUESTÃO 01 – 2015 – IBFC - EMBASA Os valores lógicos das proposições, p: “3+2 = 5 e o dobro de 4 é 12”; q: “Se a metade de 10 é 6, então 3+5 = 7” são, respectivamente: a) F, F b) F, V c) V, F d) V, V QUESTÃO 02 – 2015 – IBFC - EBSERH A frase “Carlos não passou no vestibular, então vai estudar numa faculdade particular”, equivale, logicamente, à frase: a) Carlos não passou no vestibular e vai estudar numa faculdade particular. b) Carlos passou no vestibular ou vai estudar numa faculdade particular. c) Se Carlos passou no vestibular, então não vai estudar numa faculdade particular. d) Carlos passou no vestibular e não vai estudar numa faculdade particular. e) Carlos não passou no vestibular ou vai estudar numa faculdade particular. QUESTÃO 03 – 2015 – IBFC - EBSERH 29 RACIOCÍNIO LÓGICO Dentre as alternativas, a única correta, em relação aos conectivos lógicos, é: a) O valor lógico da disjunção entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente uma das proposições for falso. b) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é verdade se, o valor lógico de somente uma das proposições for verdade. c) O valor lógico do condicional entre duas proposições é falsa se o valor lógico das duas proposições for falso. d) O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente uma das proposições for falso. e) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente uma das proposições for falso. QUESTÃO 04 – 2015 – IBFC - EMBASA Sabendo que todos A é B, todo C é B e que nenhum C é A, segue necessariamente que: a) Algum A é C. b) Nenhum B é A. c) Algum B não é C. d) Algum C não é B. QUESTÃO 05 – 2016 – IBFC - EBSERH Com relação aos conectivos lógicos é correto afirmar que: 30 RACIOCÍNIO LÓGICO a) O condicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico verdadeiro. b) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico verdadeiro. c) A disjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico verdadeiro. d) O bicondicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico falso. e) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são verdadeiros tem valor lógico falso. 31 RACIOCÍNIO LÓGICO c. Revisão 2 QUESTÃO 06 – 2016 – IBFC – CÂMARA DE FRANCA/SP Dentre as alternativas abaixo e considerando o valor lógico das proposições compostas, a única falsa é a) (3+4 = 7) ou (25% de 60 = 18). b) (4+4 = 8) e (3+5 = 7) c) Se (2+3 = 4), então (1+4 = 3). d) (1+4=4) se, e somente se, (2+3 = 6). QUESTÃO 07 – 2014 – IBFC – PREF. DE ALAGOA GRANDE Sejam as proposições p: 15% de 30% = 45% e q: a quarta parte de uma dúzia é igual a 3, e considerando os valores lógicos dessas proposições, podemos afirmar que o valor lógico da proposição composta é: a) falso b) verdadeiro ou falso c) verdade d) inconclusivo QUESTÃO 08 – 2014 – IBFC – PREF. DE ALAGOA GRANDE 32 RACIOCÍNIO LÓGICO Dentre as afirmações, a única incorreta é: a) se os valores lógicos de duas proposições são falsos então o valor lógico do condicional entre elas é falso. b) se o valor lógico de uma proposição é falso e o valor lógico de outra proposição é verdade, então o valor lógico da conjunção entre elas é falso. c) se os valores lógicos de duas proposições são falsos então o valor lógico da disjunção entre elas é falso. d) se o valor lógico de uma proposição é falso e o valor lógico de outra proposição é verdade, então o valor lógico do bicondicional entre elas é falso. QUESTÃO 09 – 2016 – IBFC – CÂMARA DE FRANCA/SP Se o valor lógico de uma proposição é falso e o valor lógico de outra proposição é verdade, então o valor lógico do condicional entre eles, nessa ordem, é: a) verdadeiro b) falso. c) falso ou verdadeiro. d) impossível de determinar. QUESTÃO 10 – 2014 – IBFC - EBSERH Se uma proposição p for falsa e uma proposição q for verdade, então a única alternativa incorreta é: 33 RACIOCÍNIO LÓGICO a) p ou q é verdade. b) p e q é verdade. c) p se e somente se q é falso. d) se p, então q é verdade. e) não p e não q é falso. QUESTÃO 11 – 2014 – IBFC – AMAZUL Considerando as proposições r: a quinta parte de 24 é maior que 5 e s: 35% de 70 é menor que 25, pode-se afirmar que: a) r condicional s é falso. b) r bicondicional s é verdade. c) a conjunção entre r e s é verdade. d) s condicional r é falso. QUESTÃO 12 – 2014 – IBFC - AMAZUL Se os valores lógicos de duas proposições são falsas, então pode-se afirmar que: a) a conjunção entre as duas proposições é verdade. b) o condicional entre as duas proposições é verdade. c) o bicondicional entre as duas proposições é falso. d) a disjunção entre as duas é verdade. 34 RACIOCÍNIO LÓGICO d. Revisão 3 QUESTÃO 13 – 2014 – IBFC - AMAZUL Se p e q são duas proposições e seus valores lógicos são, respectivamente, verdade e falso, então o valor lógico da proposição composta é: a) verdade. b) falso ou verdade. c) falso. d) inconclusivo. QUESTÃO 14 – 2015 – IBFC – PREF. DE FERNANDÓPOLIS Se os valores lógicos de duas proposições simples são falsos, então o valor lógico do bicondicional entre as proposições é: a) Falso b) Inconclusivo c) Incompleto d) Verdade QUESTÃO 15 – 2015 – IBFC – PREF. DE FERNANDÓPOLIS O valor lógico da disjunção entre duas proposições é falso se: 35 RACIOCÍNIO LÓGICO a) Os valores lógicos das duas proposições forem verdades. b) Os valores lógicos das duas proposições forem falsos. c) Os valores lógicos das duas proposições forem opostos. d) O valor lógico da primeira for falso e o valor lógico da segunda for verdade. QUESTÃO 16 – 2015 – IBFC – PREF. DE FERNANDÓPOLIS A negação da frase “João não foi ao médico e Eduarda é psicóloga”, de acordo com a lógica proposicional, é: a) João foi ao médico ou Eduarda não é psicóloga. b) João foi ao médico ou Eduarda é psicóloga. c) João foi ao médico e Eduarda não é psicóloga. d) João não foi ao médico ou Eduarda é psicóloga. QUESTÃO 17 – 2012 – IBFC – FUNED Sejam as proposições: p: Carlos joga bola. q: João é esportista. r: Maria joga vôlei. Uma escrita simbólica correta da proposição composta: Carlos joga bola ou Maria não joga vôlei é condição necessária e suficiente para que João seja esportista é: 36 RACIOCÍNIO LÓGICO a) b) c) d) QUESTÃO 18 – 2012 – IBFC – FUNED A negação da frase “Celso é médico e Paula é enfermeira” é: a) Celso não é médico ou Paula não é enfermeira. b) Celso não é médico e Paula não é enfermeira. c) Se Celso não é médico então Paula não é enfermeira. d) Celso não é médico mas Paula não é enfermeira. QUESTÃO 19 – 2012 – IBFC – FUNED A proposição composta que é equivalente à proposição “Se Marcos está feliz, então Mara foi à escola” é: a) Marcos está feliz ou Mara não foi à escola. b) Marcos não está feliz ou Mara foi à escola. c) Marcos não está feliz ou Mara não foi à escola. d) Marcos não está feliz se, e somente se, Mara foi à escola. 37 RACIOCÍNIO LÓGICO QUESTÃO 20 – 2012 – IBFC – FUNED A proposição que é equivalente a p → q é: a) ~q→~p b) ~p → ~q c) q→p d) ~( p → q) 38 RACIOCÍNIO LÓGICO e. Gabarito 1 2 3 4 5 B B D C A 6 7 8 9 10 B C A A B 11 12 13 14 15 D B C D B 16 17 18 19 20 A C A B A 39