1 O Enfermeiro frente à crise hipertensiva no atendimento de urgência e emergência 1 The Nurse Facing the Crisis in Hypertensive Urgency and Emergency Care La enfermera Enfrentar la crisis en Urgencia hipertensiva y Atención de Emergencias Demézio Daniele Cristina dos Santos2, Milhomes Fabiane Ferreira2, Brasileiro Marislei Espíndula3. O Enfermeiro frente à crise hipertensiva no atendimento de urgência e emergência. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial online] 2013 ago-dez 4(4) 1-15. Available from: <http://www.ceen.com.br/revistaeletronica>. Resumo Objetivo: analisar e compreender a assistência do enfermeiro emergencista ao paciente com crise hipertensiva. Materiais e Método: estudo do tipo bibliográfico, exploratório e descritivo com análise integrativa da literatura disponível em bibliotecas convencionais e virtuais. Resultados: identificou-se que a atuação do enfermeiro deve ser imediata, com um tratamento correto nas primeiras 24 horas, não reduzindo a pressão arterial abruptamente e obtendo a história do paciente, realizando o exame físico, aconselhando, ensinando e orientando, assim como coordenar sua equipe para situações inesperadas. Conclusão: Considerando as publicações referentes ao tema e utilizando das informações conseguidas, conclui-se que nem sempre há enfermeiros suficientes para esse atendimento, devido atenderem outros casos. Faltando enfermeiros qualificados e capacitados, que atuam diretamente com a equipe, com os pacientes em crise hipertensiva sendo necessário ser especialista em emergência para saber lidas com as especificidades. Descritores: Enfermagem, emergência, urgência, hipertensão. Summary Objective: To analyze and understand the assistance of urgent and emergency nurses to hypertensive crisis. Materials and Methods: bibliographical study, exploratory and descriptive, integrative analysis of available literature on conventional and virtual libraries Results: It was identified that nurses' actions must be immediate, with a correct treatment in the first 24 hours, no lowering blood pressure abruptly and obtaining the patient's history, performing a physical examination, counseling, teaching and guiding the patient, as well as, coordinating his ¹Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem em Emergência e Urgência, turma nº 15 ª, do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição/Pontifícia Universidade Católica de Goiás. 2 Enfermeiras, especialistas em Emergência e Urgência, e-mail: [email protected], [email protected] 3 Doutora em Ciências da Saúde – FM-UFG, Doutora – PUC-Go, Mestre em Enfermagem - UFMG, Enfermeira, Docente do CEEN, e-mail: [email protected] 2 team to unexpected situations. Considering the publications on the subject, and using the information obtained, it is concluded that there is not always enough nurses for this service due heed other cases. Missing qualified and skilled nurses, who work directly with the team, with patients in hypertensive crisis is necessary to be a specialist in emergency to learn to read the specificities. Descreptors: Nursing, Emergency, emergency, hypertension. Resumen Objetivo: Analizar y comprender la asistencia del personal de enfermería de urgencia y de emergencia para crisis hipertensiva. Materiales y métodos: Estudio bibliográfico, exploratorio y descriptivo, el análisis integrador de la literatura disponible en las bibliotecas convencionales y virtuales. Resultados: Se identificó que las acciones de enfermería debe ser inmediata, con un tratamiento adecuado en las primeras 24 horas, sin reducción de la presión arterial bruscamente y la obtención de la historia clínica, el examen físico, el asesoramiento, enseñar y guiar al paciente, así como , coordinando a su equipo a situaciones inesperadas. Conclusión: Teniendo en cuenta las publicaciones sobre el tema, y el uso de la información obtenida, se concluye que no siempre hay suficientes enfermeras para este servicio debe prestar atención a otros casos. Faltan enfermeras calificados y capacitados, que trabajan directamente con el equipo, con los pacientes en crisis hipertensiva es necesario ser un especialista en caso de emergencia para aprender a leer las especificidades. Descriptores:Enfermería de Emergencia, emergencia, hipertensión. 1 Introdução O interesse em pesquisar esse tema surgiu pela grande frequência dos atendimentos médico e de enfermagem a pacientes com crise hipertensiva, no intuito de analisar e compreender a real prevalência do problema, e como os enfermeiros estão lidando com esta situação clínica. A crise hipertensiva é a entidade clínica onde há aumento súbito da PA (>180 x 120 mmHg), acompanhada de sintomas, que poderão ser leves (cefaleia, tontura, zumbido) ou graves (dispneia, dor precordial, coma e até morte), com ou sem lesão aguda de órgãos-alvo¹. A crise hipertensiva é didaticamente dividida em urgência e emergência hipertensivas. Nas urgências, o aumento de pressão arterial está associado a sintomas agudos e não apresentam risco imediato de morte e nem dano agudo a órgãos-alvo, portanto nessa situação o controle da pressão arterial deve ser feito mais lentamente, em até 24h. Contrariamente nas emergências hipertensivas o aumento da pressão arterial é acompanhado de sinais que 3 indicam lesão em órgãos-alvo em progressão, constituindo risco iminente de morte, devendo estes pacientes ser hospitalizados e submetidos a tratamento com medicamento de imediata ação anti-hipertensiva, em unidade de tratamento intensivo². Sabe-se ainda, que a hipertensão é seis vezes mais frequente em indivíduos de meia idade e idosos do que em jovens, contudo, algumas crianças ou jovens podem apresentar a doença desde pequenos, como causa de outras doenças concomitantes³. A hipertensão arterial é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo por sua elevada prevalência, onde cerca de 7% dos pacientes antes do uso da medicação apresentavam uma emergência hipertensiva4. Segundo o Ministério da Saúde, a proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial, de acordo com o levantamento, aumentou nos últimos cinco anos, passando de 21,6%, em 2006, para 23,3%, em 2010. Em relação ao ano de 2012, no entanto, o levantamento aponta recuo de 1,1 ponto percentual. Em 2009, a proporção foi de 24,4%5. A hipertensão é uma doença silenciosa que atinge cerca de 30% dos brasileiros em idade adulta, 50% na terceira idade, está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde ela é responsável também por 40% dos infartos, 80% dos acidentes vascular cerebral (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal6. Nos dias atuais a hipertensão arterial atinge em média cerca de 15 a 20% da população brasileira, sendo ela considerada um grande fator de risco cardiovascular. Mesmo com uma variada opção medicamentosa, vem sendo um dos maiores casos de atendimento na urgência e emergência³. Estudos relatam que, embora o sistema de saúde não provê condições adequadas para o tratamento das doenças crônicas, a procura pelo Pronto-socorro torna-se um "atendimento regular" semelhante ao atendimento ambulatorial7. Percebemos que há a necessidade de existir uma assistência de enfermagem no plano assistencial sobre a crise hipertensiva, onde também é uma forma de registrar o trabalho do enfermeiro contribuindo para uma melhor avaliação do paciente e segurança profissional³. Onde destacam que o enfermeiro, juntamente com sua equipe, é o profissional que está em primeiro lugar junto ao paciente, em qualquer nível de atendimento de saúde7. Nesse contexto o Enfermeiro possui um papel importante na prevenção, pois o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), dispõe da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, a qual define que o enfermeiro presta assistência de enfermagem ao indivíduo, à família e a comunidade, em situações que necessitem de medidas relacionadas com a promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de doenças, reabilitação de incapacitados, alívio do 4 sofrimento e 21 promoção de ambiente terapêutico, levando em consideração os diagnósticos e os planos de tratamento médico e de enfermagem8. De acordo com o Art. 24, Capítulo IV, quanto aos Deveres do Enfermeiro, estabelecidos pelo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, COFEN 240/2000, o Enfermeiro deve prestar à clientela uma assistência de Enfermagem livre dos riscos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência. O Decreto nº 94.406/87 regulamenta a Lei nº 7.498/86 sobre o Exercício de Enfermagem e dispõe, dentre outras incumbências, a prestação de cuidados diretos a pacientes com potencial risco de vida, além dos critérios de organização e direção dos serviços de Enfermagem e a execução das atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços planejando, executando, coordenando e avaliando o préstimo assistencial. Ao enfermeiro, remete-se a competência de fornecer uma resposta adequada relativa às necessidades em cuidados de enfermagem valorizando a vida e a qualidade nela empregada; atribuir à vida de qualquer pessoa com igual valor, a partir dos preceitos de integralidade e universalidade regidos pelas Diretrizes do SUS na lei 8.080/90, pelo que protege e defende a vida humana em todas as circunstâncias, respeitando as doutrinas de equidade social8. Diante disso: quais as principais intervenções do enfermeiro frente à crise hipertensiva na urgência e emergência? Responder a esse questionamento é importante pois, a falta de atendimento é um dos parâmetros que avalia de forma negativa os serviços de saúde. A relevância do estudo reside no conhecimento da clientela e dos fatores que desencadeiam a crise hipertensiva. As intervenções de enfermagem se revestem de fundamental importância na identificação das pessoas de maior risco, principalmente na emergência hipertensiva, na priorização dos casos mais graves pela implementação imediata de cuidados de enfermagem que visem minimizar os sintomas e o acometimento de órgãos-alvo. O fato de ter o atendimento negado promove no indivíduo desconfiança e descrédito na unidade de saúde. A compreensão do bom atendimento é um processo subjetivo e depende da avaliação individual. No entanto, ser bem atendido está relacionado a questões de satisfação, como ser bem recebido pelos profissionais de saúde, tempo de aguardo menor que o esperado, receber informações precisas sobre o estado de saúde, condução adequada dos problemas de saúde, dentre outros9. Cabe a equipe de enfermagem, em se tratado do enfermeiro cuidar do controle da hipertensão arterial, sendo de grande importância os esclarecimentos dos pacientes e familiares, para estimular o autocuidado e fazer o acompanhamento deste tratamento³. 5 O profissional enfermeiro, em sua formação, aprende a prestar assistência aos pacientes preocupando-se também com a infraestrutura que o cerca. Adquire ainda uma visão de conjunto pelo fato de conversar com o paciente, ouvir suas queixas, saber o que o levou até o hospital, enfim conhecer suas necessidades seja elas físicas psicológicas e até de ordem social7. Embora os serviços de emergências e urgências tenham como objetivo atender pacientes graves com ou sem risco de morte iminente que necessitam tratamento rápido ou imediato, verificar a assistência e atuação do enfermeiro nas unidades de atendimento de urgência e emergência em geral, por meio de uma educação em saúde, é possível conseguir a melhoria na capacitação destes profissionais³. Os mais profissionais receber que treinamento atuam em específico e unidade de emergência aperfeiçoamento deveriam técnico-científico cada na vez prática, pois é neste local que a equipe de enfermagem em conjunto com a equipe médica executa um atendimento sincronizado ao paciente. A literatura indica que a prática da enfermagem de emergência está inteiramente ligada a competência clínica, 7 desempenho, cuidado holístico e metodologia científica . Espera-se que este estudo sobre a prática da assistência de enfermagem, venha valorizar a importância do profissional de enfermagem em uma unidade de emergência e urgência, onde mais importante do que o enfermeiro tenha de possuir habilidades técnicas deve-se, ter claro os conhecimentos científicos e a capacidade de uma rápida tomada de decisões³. 2 Objetivo O objetivo deste artigo e analisar e compreender a atuação do enfermeiro frente à crise hipertensiva no atendimento de urgência e emergência. 3 Materiais e Método Este é um estudo do tipo bibliográfico que abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito e dito13. Sendo descritivo exploratório como principal finalidade de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Como objetivo primordial a descrição das 6 características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis12. A análise integrativa é aquela que permite que o leitor reconheça os profissionais que mais investigam determinado assunto, separar o achado científico de opiniões e ideias, além de descrever o conhecimento no seu estado atual, promovendo impacto sobre a prática clínica. Este método de pesquisa proporciona aos profissionais de saúde dados relevantes de um determinado assunto, em diferentes lugares e momentos, mantendo-os atualizados e facilitando as mudanças na prática clínica como consequência da pesquisa14. Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde - Bireme. Foram utilizados os descritores: enfermagem, emergência, urgência, hipertensão. O passo seguinte foi uma leitura exploratória das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos de Dados em Enfermagem – BDENF, Scientific Electronic Library online – Scielo, banco de teses USP. Os critérios de inclusão foram: serem publicados nos últimos dez anos e responderem aos objetivos do estudo. Foram excluídos os anteriores, ou que não respondiam aos objetivos. Realizada a leitura exploratória que é a seleção do material bibliográfico que tem por objetivo verificar em que medida a obra consultada interessa à pesquisa. É possível ter uma visão global da obra, bem como de sua utilidade para a pesquisa. Inicia a leitura analítica que é a de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que estas possibilitem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa, devendo adotar atitude de objetividade, imparcialidade e respeito16. Após a leitura analítica, constitui a leitura interpretativa que é a última etapa do processo de leitura das fontes bibliográficas. Naturalmente, é a mais complexa, já que tem por objetivo relacionar o que o autor afirma com o problema para o qual se propõe uma solução. Na leitura interpretativa, procura-se conferir significado mais amplo aos resultados obtidos com a leitura analítica. Sendo necessário que a interpretação se faça pela ligação dos dados com conhecimentos significativos, originados de pesquisas empíricas ou de teorias 17 comprovadas . Após a leitura e a tomada de apontamentos, procede-se à confecção das fichas de leitura. Identificação das obras consultadas; registro do conteúdo das obras; registro dos comentários acerca das obras; ordenação dos registros. As fichas seguem regras básicas para sua apresentação: toda ficha possui três componentes, o cabeçalho, a referência bibliográfica e o corpo ou texto, sendo opcional incluir a indicação da obra (ou seja, a que tipo de público ela se destina) e sua localização16. 7 A seguir, os dados apresentados foram submetidos à análise de conteúdo. Posteriormente, os resultados foram discutidos com o suporte de outros estudos provenientes de revistas científicas e livros, para a construção do relatório final e publicação do trabalho no formato Vancouver. 4 Resultados e Discussão Nos últimos dez anos ao se buscar as Bases de Dados Virtuais em Saúde, tais como a LILACS, MEDLINE e SCIELO, utilizando-se as palavras-chave: enfermagem, hipertensão, emergência encontrou-se 20 artigos publicados entre 2002 e 2011. Foram excluídos 5, onde os mesmos não mostravam o senso comum entre a hipertensão arterial, sendo, portanto, incluídos neste estudo 15 publicações. Após a leitura exploratória dos mesmos, foi possível identificar a visão de diversos autores a respeito da atuação de enfermagem frente à crise hipertensiva. 4.1 Em crises hipertensivas cabem ao enfermeiro a monitorização da hipertensão arterial Dos quinze artigos analisados, quatro estão em consenso quanto ao fato de que a crise hipertensiva tem que ser controlada em até 24 horas, conforme é possível verificar nas falas dos autores abaixo: Uma das razões para a crise hipertensiva ter que ser controlada em até 24 horas, é que “nas urgências, o aumento de pressão arterial está associado a sintomas agudos e não apresenta risco imediato de vida e nem dano agudo a órgãos-alvo, portanto, nessa situação o controle da pressão arterial deve ser feito mais lentamente, em até 24h” 10 . Diante do quadro clinico do paciente, o controle da crise hipertensiva “se aceita que o tratamento das emergências deva ser ministrado com drogas por via parenteral, com o objetivo de se reduzir a PA ao longo de horas, e o das urgências, com drogas por via oral, com o propósito de controle da PA ao longo de 24h” 11 . Nas emergências hipertensivas a pressão arterial deve ser controlada gradativamente por isso, “a internação uma vez decidida à intervenção terapêutica imediata, tendo em vista os prazos para a redução da PA que devem ser de 12 a 24 horas e não poucos minutos como são comum” 7. O enfermeiro deve estar preparado para um atendimento imediato onde, “a necessidade de instituir o tratamento correto, nas primeiras 24 horas, na urgência hipertensiva e, em menos de uma hora, na emergência se reveste de fundamental importância no tratamento da crise hipertensiva, bem como na prevenção ou limitação de lesões em órgãos 8 alvo. Portanto, um tempo de espera superior a sessenta minutos pode ser extremamente maléfico para a pessoa com crise hipertensiva, podendo causar inclusive a morte” 9. Confirmada a crise hipertensiva, é de fundamental importância “a recomendação de não se reduzir abruptamente a pressão arterial é particularmente importante para se evitar redução de fluxo para órgãos nobres, como o cérebro” 4 . Deve-se promover a redução da pressão arterial de maneira lenta e progressiva, observando-se a ocorrência de deterioração, principalmente nas funções cerebral (cognitiva, estado de alerta), cardíaca (acentuação de isquemia coronariana) e renal (aumento de escórias nitrogenadas) ¹². Percebe-se, nos estudos acima, que o enfermeiro tem um papel importante na prevenção, proteção e recuperação quanto ao paciente com crise hipertensiva, pois, além de ser capacitado para realizar a redução progressiva da crise em até 24 horas, o mesmo tem consciência dos cuidados quanto à patologia. Conclui-se que o enfermeiro, por meio de seus cuidados, é um profissional essencial na recuperação do paciente em crise hipertensiva. 4.2 Ante a crise hipertensiva é necessária à intervenção imediata Dos artigos analisados, três estão em consenso quanto ao fato de que a crise hipertensiva tem que ser realizado a monitorização da pressão arterial nos primeiros trinta minutos antes do tratamento, conforme é possível verificar nas falas dos autores abaixo: A crise hipertensiva é uma complicação da hipertensão arterial, que se caracteriza pela elevação repentina, rápida, severa, inapropriada e sintomática da pressão arterial, onde vale ressaltar que esta crise pode ocorrer também em pessoas com pressão normal. Estima-se que a crise hipertensiva acometa 1% da população com hipertensão arterial, mas são sempre situações de gravidade. Assim, o enfermeiro deve estar preparado para um atendimento imediato para poder fazer a redução rápida e gradual dos níveis pressóricos, sendo o tempo medido em minutos até a alguma horas³. Entre as diversas situações de saúde-doença, encontramos a crise hipertensiva onde, “É recomendada a monitorização da pressão arterial em resposta ao tratamento, nos primeiros 30 minutos, e a velocidade de redução da PA deve ser considerada de acordo com as condições clínicas de cada paciente”10. Para detectar e confirmar a crise hipertensiva, “o enfermeiro tem que estar preparado para um atendimento imediato para poder fazer a redução rápida e gradual dos níveis pressóricos, sendo o tempo medido em minutos até a algumas horas” 3. 9 Para o tratamento do paciente com crise hipertensiva, “o primeiro passo para a avaliação, é medir a PA em ambos os braços de uma forma padronizada. O paciente deve estar sentado em um ambiente tranquilo, com costas e braço na altura do coração” 18. De acordo com artigos estudados, “a meta inicial é reduzir a pressão arterial para níveis ≤ 160x110 mmHg em horas/dias, com a redução na PAM não ultrapassando 25% dentro das primeiras 24 horas” 19 . O papel do enfermeiro consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico, executar o tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientado os pacientes para dar continuidade ao tratamento. O enfermeiro da unidade de emergência e urgência é responsável pela coordenação da sua equipe, sendo fundamental a constante atualização desses profissionais, pois, desenvolvem, com a equipe médica e de enfermagem, habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma clara e continua15. A elevação da pressão arterial é esperada em situações de estresse, como emoções fortes e exercícios físicos, quando o organismo precisa se empenhar mais para garantir o fluxo sanguíneo para os órgãos mais importantes³. O objetivo do tratamento inicial da crise hipertensiva é alcançar a redução segura é controlada da pressão arterial até um nível fisiológico, não crítico, no qual existe menor risco cardiovascular15. Os estudos citados concordam que deve se ter uma intervenção imediata com o tratamento correto nas primeiras 24 horas, não reduzindo abruptamente a pressão arterial, e sim de maneira lenta e progressiva, aferindo a PA em ambos os braços de uma forma padronizada, monitorizando o paciente nos primeiros 30 minutos. As condições clínicas do paciente precisam ser prontamente avaliadas; a anamnese consiste na obtenção de informações indispensáveis para caracterizar o quadro e estabelecer a estratégia de tratamento. Procedimentos estes exercidos pelos profissionais de enfermagem, embora a população em grande parte não seja informada pelo papel exercido pelo enfermeiro nas unidades de emergências. Assim a assistência do enfermeiro frente à crise hipertensiva nem sempre é satisfatória, pois faltam enfermeiros suficientes para esse atendimento, vez que outros casos tais como, crises renais, gástricas, neurológicas, endócrinas, surgem simultaneamente no pronto socorro. 5 Considerações Finais Por acreditarmos, que as ocorrências clinicas de crise hipertensiva serem frequentes na urgência e emergência, e que ela surge em decorrência do paciente adaptar a doença e ao tratamento, buscamos a ideia principal que era explorar a falta de enfermeiros capacitados e 10 qualificados, que é certamente um dos desafios para que se alcance maior qualidade no serviço de saúde. O estudo leva a concluir que o enfermeiro atua diretamente com a equipe e com os pacientes em crise hipertensiva, necessitando para isso ser especialista em emergência para saber lidar com as especificidades. Espera-se que este estudo, possa contribuir de alguma maneira para os profissionais de enfermagem. Os quais possam criar estratégias para atender os pacientes com crise hipertensiva no setor de urgência e emergências, esclarecê-las devidamente sobre sua doença e aderir ao tratamento, no intuito de diminuir o índice de alterações clínicas consequentes da hipertensão arterial. Observamos a importância do trabalho do enfermeiro no plano assistencial e a transmissão de conhecimento para que os pacientes realizem o auto-cuidado. Reconhece-se a necessidade de continuidade do estudo com vistas a uma ampliação numérica para se estabelecer outras características de comportamento relacionadas com os episódios de crises hipertensivas mesmo em vigência de um tratamento contínuo, e fornecer um atendimento de melhor qualidade, sem complicações e gastos desnecessários. 6 Referências 1-Feitosa Filho GS, Lopes RL, Poppi NT, Guimarães HP. Emergências Hipertensivas Rev Bras Ter Intensiva. 2008 Jun; 20(3):305-312. 2-Nobre F, Viana JM, Pereira GJV, Lima NKC. 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