ar e superfícies

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Determinação da qualidade microbiológica do ar e das superfícies de uma sala de aula
Autores
Objectivos
(1) estimar o número de UFC de bactérias e de fungos no ar de utilizando o método da sedimentação; (2) estimar o número de UFC de bactérias
aeróbias mesófilas totais nas bancadas de uma sala de aula utilizando o método da zaragatoa seguido de inoculação por incorporação.
Metodologia
Qualidade microbiológica do ar
Para estimar o número de UFC de bactérias foi utilizado o meio de cultura PCA e para estimar o número de UFC de fungos foi utilizado o meio de
cultura PDA. Duas caixas contendo cada um dos meios foram expostas ao ar durante 30 minutos, após o que foram incubadas em estufa durante
48 horas (30ºC para as bactérias e 25ºC para os fungos). Após este período procedeu-se à contagem de UFC de bactérias no meio PCA e de fungos
no meio PDA. Para obter o número de UFC por metro cúbico de ar foi utilizada a seguinte fórmula:
em que a área da caixa de Petri é 0.005 m2. Com estes valores foi calculada a média de bactérias e de fungos por metro cúbico de ar da sala de
aula e os resultados obtidos foram comparados com os valores máximos admissíveis do Decreto-Lei nº79/2006 para a qualidade microbiológica do
ar interior.
Qualidade microbiológica de superfícies
Para estimar o número de UFC de bactérias aeróbias mesófilas totais foi utilizado o método da zaragatoa. As áreas a amostrar (10 cm × 10 cm)
foram delimitadas com um escantilhão. Na área delimitada pelo escantilhão passou-se uma zaragatoa embebida em água destilada, tendo o
cuidado de percorrer toda a superfície. Em condições de assepsia a zaragatoa foi mergulhada em 10 mL de soluto de Ringer, agitada e espremida
contra as paredes interiores do tubo de forma a libertar todas as partículas. A suspensão foi homogeneizada num vórtex. Para a inoculação, foi
utilizado 1 mL da suspensão em duas caixas de Petri, efetuando a inoculação por incorporação em PCA liquefeito. Após incubação a 30ºC durante
48 horas, procedeu-se à contagem de UFC nas caixas inoculadas. Estes valores foram multiplicados por 10 para obter o número de UFC no total do
volume da suspensão e depois dividido por 100 para obter o número de UFC por cada cm2 da área amostrada. A média dos valores obtidos foi
comparada com os valores considerados satisfatórios ou aceitáveis para superfícies na indústria alimentar.
Resultados
Qualidade microbiológica do ar
Na tabela 1 encontra-se o registo da contagem de UFC de bactérias e de fungos, na Tabela 2 encontra-se o número de UFC/m3 de ar e na Tabela 3
encontra-se a média do número de UFC de fungos e de bactérias/m3 de ar. Na maioria dos grupos, o número de UFC de bactérias foi superior ao
número de UFC de fungos.
Tabela 1. Resultados da contagem de UFC de bactérias (PCA) e de fungos (PDA) em caixas expostas ao ar durante 30 minutos
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Grupo 6
Grupo 7
Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2
Caixa 1
Caixa 2
UFC fungos
5
3
1
3
8
5
6
7
6
3
7
8
4
4
UFC bactérias
4
0
52
33
13
0
31
22
33
22
0
24
17
21
Tabela 2. Número de UFC/m3 de ar
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Grupo 6
Grupo 7
Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 1 Caixa 2
Caixa 1
Caixa 2
UFC fungos
43
26
9
26
70
43
52
61
52
26
61
70
35
35
UFC bactérias
35
0
452
287
113
0
270
191
287
191
0
209
148
183
Tabela 3. Número de UFC/m3 de ar (média das duas caixas)
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
UFC fungos
35
17
57
57
39
65
35
UFC bactérias
17
370
57
230
239
104
165
Comparação com valores de referência (DL 79/2006)
Menor que valor máximo admissível (500)
Menor que valor máximo admissível (500)
Qualidade microbiológica de superfícies
Na tabela 4 encontra-se o registo da contagem de UFC de bactérias, na Tabela 5 encontra-se o resultado do número de UFC no total da suspensão
efetuada (correspondente ao total da área amostrada) e na Tabela 5 encontra-se o número de UFC/ cm2 e a respectiva média. Na maioria dos
grupos, registou-se uma média inferior a 1; apenas nos grupos 6 e 7 a média foi superior a 10 UFC/ cm2.
Tabela 4. Número de UFC de bactérias aeróbias mesófilas totais nas caixas inoculados por incorporação de 1 mL
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
Caixa 1
8
9
1
5
9 >300
6
Caixa 2
10
2
0
8
4
28 >300
Tabela 5. Número de UFC de bactérias/100 cm2 (área amostrada)
Caixa 1
Caixa 2
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
80
90
10
50
90 >3000
60
100
20
0
80
40
280 >3000
Tabela 6. Número de UFC de bactérias/1 cm2
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
Caixa 1
0.8
0.9
0.1
0.5
0.9 >30
0.6
Caixa 2
1.0
0.2
0.0
0.8
0.4
2.8 >30
Média das duas caixas
0.9
0.6
0.1
0.7
0.7 >16.4 >15.3
Comparação com valores de referência (Downes & Ito, 2001)
Grupos 1, 2, 3, 4 e 5: satisfatório porque a média é <1
Grupos 6 e 7: não satisfatório porque a média >10
(NOTA: estes dois grupos devem justificar a
discrepância dos valores das 2 caixas)
Conclusão
Em relação à qualidade do ar verificou-se que é satisfatória, pois tanto no caso das bactérias como no caso dos fungos o valor obtido foi inferior ao
valor de referência de 500 UFC/m3 (Decreto-Lei 79/2006). Em relação à qualidade das superfícies, embora dois dos valores obtidos indiquem uma
qualidade não satisfatória (>10 UFC/cm2), a maioria dos resultados indica que os métodos de limpeza da sala de aula são adequados, pois o valor
obtido (<1 UFC/cm2) é satisfatório (Abelho, 2012). Assim, as condições da sala de aula cumprem os requisitos de qualidade previstos na legislação.
Bibliografia
Abelho, M. (2012). Manual de Monitorização Microbiológica Ambiental. Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Coimbra.
Decreto-Lei nº 79/2006, de 4 de Abril.
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