Uma mente sem lembranças

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Uma mente sem lembranças
Fernanda Denise Lotti1
Fabiana de Paula Gerhardt1
Delaine Aparecida Barrufi Calabresi1
Charles Ferreira2
A amnesia é um distúrbio de memória, provocada por doenças neurológicas
degenerativas ou por problemas relacionados às áreas encefálicas responsáveis
pela aquisição, evocação e consolidação de informações e vivências. O aspecto
consciente envolvido na consolidação e na evocação de uma informação representa
um dos principais aspectos da memória. Prejuízos nesses processos podem levar a
diferentes tipos de amnésia. Neste contexto, a amnésia pode ser classificada como
retrógrada (ou de evocação) ou anterógrada (de consolidação). Com o intuito de,
didaticamente, analisarmos a amnésia anterógrada, este trabalho objetivou
relacionar o filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Eternal Sunshine of
the Spotless Mind, 2004) a amnésia retrógrada, onde o sujeito se recorda dos fatos
ocorridos depois de um trauma sofrido, esquecendo-se dos fatos anteriores a este
trauma. Este filme parte do pressuposto de apagar as lembranças do cérebro,
permitindo excluir as lembranças. O autor Charlie Kaufman ilustra uma sensível
loucura amorosa para retratar de uma forma fictícia uma suposta oportunidade de
apagar a existência do ex-amado. Clementine (Kate Winslet) contrata um
especialista para apagar todas as suas lembranças referentes ao namorado, devido
a fortes crises no relacionamento do casal. O namorado de Clementine, Joel (Jim
Carrey), quando descobre do feito da namorada, também decide se submeter a tal
tratamento para remover a namorada de suas lembranças. Porém, no meio do
processo, Joel desiste de apagar os momentos felizes que passou com a amada,
encontrando-se em uma difícil situação, preso em sua mente, tenta impedir a
continuação do processo de apagar as suas lembranças. Salientamos que o filme
trata-se de uma ficção, onde esta amnésia foi induzida, não sendo provocada por
um trauma ou doença neurológica. Contudo, estudos reportados pelo laboratório
LeDoux, na Universidade de Nova Iorque, estão perto de tornar esse conceito uma
realidade: os pesquisadores estudam maneiras de apagar certas memórias
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Acadêmicas do Curso de Psicologia – FACOS/CNEC.
Professor orientador.
Anais da IV Mostra Integrada de Iniciação Científica – CNEC Osório
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emocionalmente carregadas no cérebro. Sua pesquisa se concentra nas respostas
do cérebro. Sempre que criamos uma memória de um momento assustador, como
uma mordida de cachorro, criamos vias neurais no cérebro para essa memória que
traçamos novamente quando nos lembramos dela. Em experimentos com modelos
animais, os pesquisadores descobriram uma substância capaz de remover a via
neural ligada a uma memória aversiva. Com o avanço das pesquisas, este
procedimento poderia evoluir para uma possível terapia inovadora para pessoas
com distúrbios emocionais ou debilitadas por memórias de medo específicas. A
principal mensagem que o filme nos transmite é a que amar nunca é fácil. Mas não é
esquecendo o lado triste da historia que a tornaremos melhor. Costuma-se dizer que
é preferível amar e sofrer, a nunca ter amado. Podemos apagar as lembranças da
mente, mas nunca os sentimentos da alma, pois o que é verdadeiro será novamente
revivido.
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