Compreendendo Dory

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Compreendendo Dory
Keiciane Valduga1
Mariana Dariva de Oliveira1
Michael Alessandro Nunes Ghellere1
Miriam Bueno Castro da Silva Soares1
Charles Francisco Ferreira2
A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações
disponíveis. É o sistema que nos permite preservar nossa identidade e as
percepções do meio onde estamos inseridos, sabendo-se que existem sistemas de
memória que dependem de uma atividade consciente e outros sistemas capazes de
alterar o nosso comportamento dependentemente de qualquer atividade consciente,
sendo que qualquer prejuízo nestes sistemas ou processos ocasiona diferentes tipos
de amnésia. Neste contexto, a amnésia pode ser classificada como retrógrada (ou
de evocação), aquela em que o paciente é incapaz de evocar conscientemente na
memória de trabalho eventos armazenados na memória de longo prazo. Já a
amnésia anterógrada (ou de fixação) está relacionada à incapacidade de consolidar
ou fixar novas informações na memória de longo prazo, informações que se
encontram, ainda, na memória de trabalho. Assim, as novas informações não
passam da memória de curto prazo para serem consolidadas como memória de
longo prazo. Normalmente, a amnésia anterógrada pode ser provocada por doenças
neurológicas, traumas psicológicos ou físicos relacionados às regiões encefálicas
responsáveis pela consolidação de memórias, o que gera esta amnésia quanto a
eventos posteriores ao trauma. Na animação Procurando Nemo (Finding Nemo,
2003), o peixinho Nemo (peixe-palhaço, subfamília Amphiprion) é capturado por
mergulhadores e seu pai Marlin (peixe-palhaço, subfamília Amphiprion), na tentativa
de salvá-lo, encontra Dory (Paracanthurus hepatus), um peixe-fêmea que sofre de
amnésia anterógrada. No filme, Dory esquece, em questão de segundos, que está
ajudando Marlin, acreditando que está sendo seguida por ele. Relacionando o filme
com os transtornos amnésicos, podemos perceber alguns dos erros que aparecem
em relação à amnésia anterógrada. A personagem Dory classifica sua doença como
sendo “eu sofro de perda de memória recente, é de família”, o que não seria
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Acadêmicos do Curso de Psicologia – FACOS/CNEC.
Professor orientador.
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possível, pois o transtorno amnésico não possui carga genética herdável. Em outro
momento, Dory é capaz de memorizar um endereço presente na máscara do
mergulhador e, ao final do filme, lembrar-se de toda a aventura que viveu ao lado de
Nemo e Marlin, fato que não poderia acontecer, pois ela sofre de amnésia
anterógrada, o que a garante uma não capacidade de consolidar suas memórias de
curta duração em memórias de longa duração. Outros fatos interessantes, que não
condizem com a realidade, por exemplo, seria que peixes possuem uma estrutura
neural primitiva. Portanto, alguns comportamentos e emoções complexas foram
representados na animação para fins de entretenimento. Na elaboração deste
trabalho pretendemos obter um melhor entendimento quanto aos transtornos
amnésicos, com foco na amnésia anterógrada e os danos gerados para a vida e
relações interpessoais daqueles que convivem com este transtorno. Estabelecendo
uma relação entre a psicopatologia e o filme, espera-se esclarecer, de forma mais
didática, o funcionamento e consequências do transtorno em relação às
contrariedades percebidas na animação.
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