ALIMENTOS FUNCIONAIS Por Erodiade Benetti – nutricionista especialista em nutrição clínica. A humanidade, hoje, se destaca pela busca incessante à qualidade de vida e longevidade. O aumento acentuado da prevalência de algumas doenças, nos faz parar e refletir quais são os fatores que nos levaram a essa situação e quais são as mudanças que devemos fazer no dia-a-dia. Alimentação, stress, inseguranças, sedentarismo, aliados à herança genética são, muitas vezes, a explicação de um quadro patológico. A nutrição funcional nasceu na tentativa de poder explicar a ação benéfica de compostos bioativos presentes nos alimentos. Para um alimento ser considerado funcional deve apresentar benefícios sobre funções orgânicas, além de ter seu valor nutricional, promovendo saúde e o bem estar, assim como reduzir riscos de doenças. Devendo ter efeitos demonstrados em quantidades satisfatórias, comprovadamente, e que possam ser ingeridos como alimentos nas dietas. Com isso, a dieta ocupa, cada vez mais, um papel fundamental na prevenção e cura de muitas doenças: diabetis, dislipidemias, osteoporose, patologias renais, hiperuricemia, tumores, Mal de Alzheimer... -Chá verde: pelas catequinas, é responsável pelo efeito antioxidante, redução de níveis de colesterol, proteção da oxidação de LDL (“mau colesterol”) e tem efeito termogênico; -Tomate: licopeno, se caracteriza pela proteção de tumores no pulmão, próstata e estômago; - Alho e cebola: compostos organossulforados, reduz níveis de colesterol e pressão arterial; - Gengibre: curcumina e gingerona, função antioxidante e antiinflamatória, diminui dor, desconfortos gástricos e musculares; -Peixes, algas marinhas, linhaça, óleos de soja, oliva, girassol: apresentam ácidos graxos essenciais, compostos fenólicos, flavonóides – tem ação antioxidante, controla processos inflamatórios, é hipocolesterolemiante; - Brócolis, couve-flor, repolho: glucosinolatos – diminuem risco de câncer, ajudam na toxicidade de xenobióticos, atuam como cardioprotetor; - Uva roxa: resvetrol, taninos e epicatequinas – auxilia na inibição do LDL colesterol, atividade plaquetária, tendo efeito cardioprotetor. Possui ação antioxidante e antiinflamatória; - Oleaginosas (castanhas, nozes...): resvetrol, gordura monoinsaturada, vitamina E – reduzem colesterol e a agregação plaquetária, melhorando resistência à insulina; - Aveia: beta glicana – diminui a absorção de colesterol e glicose; -Soja: isoflavonas, saponinas, lecitinas, proteínas – favorece as dislipidemias e diabetis pela manutenção da glicemia. Para aproveitarmos as ações benéficas desses alimentos, se faz necessário uma boa saúde intestinal, ou seja, uma microbiota intestinal equilibrada, garantindo a absorção de nutrientes, por isso, a ingestão de fibras e a presença na dieta de prebióticos e probióticos, são importantes. Prebióticos: chicória, alcachofra (que contém inulina); cebola, alho, aspargos, centeio (que contém foss, por exemplo) – aumentam a biodisponibilidade de cálcio, auxiliando na osteoporose; modulam o trânsito intestinal, melhorando a microbiota; diminuem colesterol e aumentam a fração HDL (“bom colesterol”). Probióticos: microorganismos que atuam na microbiota intestinal, ativando o sistema imune, reduzindo a destruição das células beta (melhora do diabetis), mantém a saúde gastrointestinal , reduzem a absorção de colesterol. Como qualquer prescrição e recomendação, é importante que seja avaliado a individualidade, pois nem tudo vale para todos. Por exemplo, apesar de o chá verde conter as funções fantásticas, se associado às refeições ricas em ferro pode diminuir sua biodisponibilidade, portanto para indivíduos com anemia deve ser restrito próximo às refeições. Infelizmente, a industrialização e a refinação dos alimentos, roubam grande parte dessas substâncias. Precisamos valorizar mais a ingestão de produtos naturais, “brutos”, integrais, evitando o excesso dos industrializados. Dieta colorida que nos favorece amplitude de ingestão de nutrientes. “Permita que seu alimento seja teu medicamento e que o medicamento seja teu alimento”. (Hipócrates).