neuronovas SONO TRILHA SONORA Por que adolescentes precisam dormir mais Uma playlist para ajudar nos estudos Pesquisa britânica relaciona batidas por minuto (bpm) de canções a efeitos cognitivos específicos o relógio biológico sofre alterações na puberdade; documento da academia americana de Pediatria (aaP) recomenda início das aulas para depois das 8h30 6 neuroEDUCAÇÃO Baseada em estudos sobre o sono, a AAP divulgou um documento para políticas públicas no qual orienta as escolas a iniciar as aulas para adolescentes após as 8h30. O “sono insuficiente deve ser tratado como uma questão de saúde pública que afeta significativamente o sucesso acadêmico”, diz o documento. Os autores afirmam que a falta de sono torna os adolescentes mais propensos a desenvolver obesidade, diabetes e depressão e a buscar estímulo em bebidas com cafeína. De acordo com eles, atrasar o início das aulas aumentaria a frequência dos estudantes, reduziria atrasos e melhoraria o desempenho acadêmico. Redes escolares norte-americanas já debatem a mudança em seus horários, como a de Long Beach, na Califórnia, que pretende começar as aulas dos jovens às 9h, e a de Durham, na Carolina do Norte, que deve ajustar para 8h o primeiro sinal. No entanto, pais e professores argumentam que isso dificultaria a sincronização das aulas dos adolescentes com outros turnos escolares, atividades extracurriculares e os horários de trabalho dos pais. A discussão ainda vai longe. HITS PARA O CÉREBRO Algumas das sugestões da autora, a psicóloga Emma Gray, para estimular: Criatividade Beauty and a beat – Justin Bieber e Nicki Minaj Firework – Katy Perry Kiss you – One Direction (I can’t get no) Satisfaction – Rolling Stones Winter winds – Mumford & Sons © shutterstock © shutterstock A cena é comum: jovens sonolentos entram na escola por volta das 7h e mal conseguem manter os olhos abertos na primeira aula. Estudos sobre a saúde do sono mostram que adolescentes naturalmente dormem e acordam mais tarde e precisam de mais tempo de sono que crianças e adultos. No entanto, os horários habituais do início das aulas não coincidem com o relógio biológico dessa faixa etária. Há ainda as distrações tecnológicas: a interação com computadores, videogames e televisão, comum nessa faixa etária, adia em muito a hora de ir para a cama e interfere nas ao menos 8,5 a 9,5 horas de sono diárias recomendadas por entidades como a Academia Americana de Pediatria (AAP). E a falta de sono se reflete no desempenho escolar. Na puberdade, a liberação de melatonina – o hormônio que induz ao sono, cuja secreção é sincronizada com a diminuição da luz solar – é deslocada para um pouco mais tarde. úsica de fundo pode ser uma aliada dos estudos – mas não serve qualquer estilo musical. É o que sugere uma pesquisa britânica conduzida pela psicóloga clínica Emma Gray, especialista em comportamento cognitivo, que relaciona batidas por minuto (bpm) de canções a efeitos específicos sobre a cognição. De acordo com Gray, ouvir música clássica com 60 a 70 bpm favorece a concentração e o raciocínio lógico. Alunos que escutaram música clássica, como Para Elise, de Beethoven, durante os estudos acertaram em média 12% mais em testes de matemática. Sucessos pop não ficam de fora. Músicas de 50-80 bpm, como We can’t stop, de Miley Cyrus, e Mirrors, de Justin Timberlake, permitem ao cérebro absorver e lembrar informações mais facilmente, segundo a pesquisadora. Já o clássico do rock (I can’t get no) Satisfaction, dos Rolling Stones, pode produzir “uma elevação de excitação que propicia a criatividade”. O estudo foi financiado pelo serviço de música on-line Spotify (play.spotify.com), que oferece algumas “study playlist”. Mais pesquisas, porém, são necessárias para comprovar esses efeitos. © carlos alvareZ/IstockPhoto M Pensamento lógico Halo – Beyoncé O lago dos cisnes – Tchaikovsky Mirrors – Justin Timberlake Ode à alegria – Beethoven Para Elise – Beethoven neuroEDUCAÇÃO 7