ENTEROPATIA PERDEDORA DE PROTEÍNAS Sessão do Serviço de Gastroenterologia Carolina Martins Orientador: Prof. João Nametala 01 de Dezembro de 2014 Enteropatia Perdedora de Proteínas ANAMNESE • Id: MSO, 23 anos, sexo feminino, branca, desempregada, solteira, natural do RJ. • QP: “Inchaço” • HDA: Paciente refere que há cerca de 5 anos iniciou quadro de edema de MMII, predominantemente vespertino, sem piora progressiva. Nega edema periorbitário. Relato de internação hospitalar em outra instituição para investigação diagnóstica, durante quadro de anasarca. Exames complementares não evidenciaram proteinúria, porém demonstraram hipoalbuminemia e anemia. Iniciada diureticoterapia, com melhora parcial do quadro. • AD: ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ Nega alterações urinárias e alteração de hábito intestinal Refere vômitos diários (4 episódios/dia), sem relação com alimentação, há 2 anos Dispnéia aos esforços, com piora progressiva Nega febre e perda ponderal Nega alterações articulares Enteropatia Perdedora de Proteínas ANAMNESE • Em uso de: Omeprazol 20mg/dia; Enalapril 5 mg/dia; Furosemida 40mg/dia; Neutrofer 2x/dia; Ácido Fólico 5 mg/dia; Olanzapina 5 mg/dia; Paroxetina 12,5mg/dia; Clomipramina 75mg/dia; Metoclopramida 2x/dia; Dimeticona 2x/dia • HPP: ▫ Transtorno Obsessivo-Compulsivo ▫ Nega outras comorbidades, alergias e cirurgias • HFisio: Menarca aos 11 anos. Ciclos menstruais irregulares. G0P0A0. • HFam: História familiar de HAS. • HSP: Nega tabagismo e etilismo. Enteropatia Perdedora de Proteínas EXAME FÍSICO • Paciente em BEG, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, eupneica. • PA: 100 x 60 mmHg FC: 90 bpm • C/P: Ausência de edema periorbitário. Ausência de linfonodomegalia palpável. • AR: MVUA, sem RA • ACV: RCR, em 2 tempos, BNF. Ausência de TJP. • Abdome: peristáltico, timpânico, indolor à palpação superficial e profunda. Fígado palpável a 3 cm do RCD. Traube livre. • MMII: Edema bilateral (2+/4+), sem cacifo. Pulsos pediosos palpáveis e simétricos. Enteropatia Perdedora de Proteínas EXAMES COMPLEMENTARES PRÉVIOS • Exames laboratoriais (jul/2014): ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ FAN negativo Fator Reumatóide < 20 Complemento normal Sorologias virais negativas VHS 29 Ácido fólico 1,8 Vitamina B12 213 Cinética de ferro: Fe 23 TIBC 286 IST 8 FRT 49,7 • Urina de 24h (12/08/14): proteinúria 216 mg/24h • EPF (12/08/14): Ovos de Ascaris lumbricoides Enteropatia Perdedora de Proteínas EXAMES COMPLEMENTARES PRÉVIOS • USG de abdome (03/01/14): Ausência de sinais de hepatopatia. • EDA (28/07/14): ▫ Pangastrite atrófica moderada, com erosões elevadas em antro (Hx: Gastrite crônica leve em atividade). ▫ Duodeno sem alterações (Hx: mucosa entérica com trofismo preservado e celularidade normal na lâmina própria) • TC de tórax (09/09/14): ▫ Nódulo calcificado no lobo superior esquerdo, de aspecto residual, medindo 2 mm. Enteropatia Perdedora de Proteínas EXAMES COMPLEMENTARES PRÉVIOS • TC de Abdome e Pelve (09/09/14): ▫ Espessamento segmentar de alças de delgado com realce pelo meio de contraste (compatível com atividade inflamatória) ▫ Linfonodomegalia mesentérica reacional Enteropatia Perdedora de Proteínas EXAMES COMPLEMENTARES DA ADMISSÃO Exames Laboratoriais (29/10/14): BT 0,2 BD 0,1 PT 3,9 Alb 1,0 G 94 U 15 Hb 9,3 Ht 28,9 INR 1,06 PCR 34,4 EAF normal BI 0,1 FA 105 GGT 17 Cr 0,6 Na 142 K 4,5 Leuco 5000 PTT 1,07 VHS 23 TGP 21 Plaq 434000 TGO 11 Enteropatia Perdedora de Proteínas RESUMO DO CASO Ausência de perda urinária Edema por hipoalbuminemia + Anemia ferropriva Ausência de sinais de hepatopatia Enteropatia perdedora de proteínas ? Alteração em TC de Abdome Enteropatia Perdedora de Proteínas Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Causas de Enteropatia Perdedora de Proteínas Lesão de Mucosa Doenças Inflamatórias e Ulcerativas Doenças NãoUlcerativas 1) DII 2) Infecções (Bacterianas, parasitárias e Virais) 3) Malignidades de TGI 4) Enteropatia por AINE Hipertrófica 2) Gastroenterite Eosinofílica 3) Doença Celíaca 4) Vasculites (LES, PHS) 1) Gastropatia Alterações Linfáticas Linfangiectasia Intestinal Primária Linfangiectasia Intestinal Secundária 1) DII 2) Sarcoidose 3) Linfoma 4) Causas Cardíacas Marjet, JA. Protein-losing enteropathy in children. Eur J Pediatr. 2010. Enteropatia Perdedora de Proteínas EVOLUÇÃO DO CASO • Episódios de vômitos durante a internação (em uso de anti-eméticos) • Tratamento de parasitose • ECOTT (05/11/14): ▫ FE 54%; Hipocinesia difusa de VE. • EDA com colonoscópio (31/10/14): ▫ ▫ ▫ ▫ Percorrido 20 cm após segunda porção duodenal Gastrite endoscópica de antro enantematosa moderada Gastrite atrófica de corpo Biópsia de duodeno sem alterações • Colonoscopia (31/10/14): ▫ Normal (percorrido íleo terminal por 15 cm). ▫ Biópsias sem alterações Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Causas de Enteropatia Perdedora de Proteínas Lesão de Mucosa Doenças Inflamatórias e Ulcerativas Doenças NãoUlcerativas 1) DII 2) Infecções (Bacterianas, parasitárias e Virais) 3) Malignidades de TGI 4) Enteropatia por AINE Hipertrófica 2) Gastroenterite Eosinofílica 3) Doença Celíaca 4) Vasculites (LES, PHS) 1) Gastropatia Alterações Linfáticas Linfangiectasia Intestinal Primária Linfangiectasia Intestinal Secundária 1) DII 2) Sarcoidose 3) Linfoma 4) Causas Cardíacas Marjet, JA. Protein-losing enteropathy in children. Eur J Pediatr. 2010. Enteropatia Perdedora de Proteínas EVOLUÇÃO DO CASO • EnteroRM (04/11/14) – laudo verbal: ▫ Múltiplos segmentos de jejuno e íleo com parede espessada e realce pelo meio de contraste, sugerindo atividade inflamatória. ▫ Dificuldade de definir áreas de estenose, porém áreas acometidas apresentam redução da luz. ▫ Ausência de dilatação. ▫ Presença de múltiplos pseudodivertículos. ▫ Exame sugestivo de doença de Crohn em atividade. Enteropatia Perdedora de Proteínas DÚVIDAS 1. Há necessidade de realizar outros exames para confirmar o diagnóstico de Doença de Crohn? 2. Qual é o tratamento mais adequado para este caso? Enteropatia Perdedora de Proteínas Enteropatia Perdedora de Proteínas DEFINIÇÃO • Doença inflamatória crônica, com acometimento intestinal e manifestações extra-intestinais ▫ Pode acometer todo o trato gastrointestinal ▫ Apresenta padrão descontínuo ▫ Compromete o intestino de forma transmural • Etiologia não determinada • Interação entre fatores genéticos e ambientais Van Assche G. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Definitions and Diagnosis. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas CLASSIFICAÇÃO Classificação de Montreal Idade ao diagnóstico A1 – Abaixo de 16 anos A2 – De 17 a 40 anos A3 – Acima de 40 anos Localização L1 – Ileal L2 – Colônica L3 – Ileocolônica L4 – Trato gastrointestinal superior Comportamento B1 – Inflamatório B2 – Estenosante B3 – Penetrante P – Doença perianal L4 pode ser associado a L1-L3 se houver acometimento concomitante “p” é acrescentado a B1-B3 em caso de doença perianal concomitante Satsangi J. The Montreal classification of inflamatory bowel disease: controversies, consensus, and implications. Gut. 2006. Enteropatia Perdedora de Proteínas EPIDEMIOLOGIA • 65% dos pacientes apresenta acometimento de intestino delgado • 30% apresenta acometimento isolado de delgado • Perfil da população acometida ▫ Pacientes jovens ▫ Doença estenosante Van Assche G. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Definitions and Diagnosis. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Apresentação típica ▫ ▫ ▫ ▫ Dor abdominal Perda ponderal e febre Diarréia e esteatorréia Alterações laboratoriais Anemia carencial VHS e PCR elevados Van Hogezand RA. Proximal Crohn’s Disease: Review of the Clinicopathologic Features and Therapy. Inflammatory Bowel Diseases. 2001. Enteropatia Perdedora de Proteínas APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Enteropatia perdedora de proteínas ▫ Casos descritos desde de 1966 ▫ Edema de membros inferiores pode ser forma inicial de apresentação ▫ Sintomas gastrointestinais podem surgir anos após o edema ▫ Outros achados: ascite e derrame pleural ▫ Perda de proteínas pela luz intestinal hipoalbuminemia ▫ Perda de proteínas Transudato inflamatório rico em proteínas por erosões/ulcerações Obstrução linfática (linfagiectasia secundária) Marjet, JA. Protein-losing enteropathy in children. Eur J Pediatr. 2010. Enteropatia Perdedora de Proteínas APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Apresentação da doença estenosante ▫ ▫ ▫ ▫ Náuseas e vômitos Dor abdominal Constipação/obstrução intestinal Perda ponderal • Apresentação da doença penetrante ▫ Dor abdominal ▫ Febre e perda ponderal ▫ Abscessos Van Hogezand RA. Proximal Crohn’s Disease: Review of the Clinicopathologic Features and Therapy. Inflammatory Bowel Diseases. 2001. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Trânsito de delgado ▫ Muito utilizado no passado ▫ Exposição à radiação ▫ Dificuldade de avaliação de atividade de doença ▫ Substituído pela EnteroTC e EnteroRM Hafeez R. Use of small bowel imaging for the diagnosis and staging of Crohn’s disease – a survey of current UK practice. The British Journal of Radiology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO Uso de manitol ou Muvinlax ® para distender alças • EnteroTC ▫ Combina contraste oral neutro + contraste venoso ▫ Avalia extensão de acometimento de delgado ▫ Maior exposição à radiação ▫ Novas tecnologias podem reduzir à exposição à radiação Zimmermann EM. MRI of the small bowel in patients with Crohn’s disease. Current Opinion in Gastroenterology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • EnteroRM ▫ Ausência de exposição à radiação ▫ Exame de escolha para avaliar extensão de acometimento de delgado, principalmente em jovens ▫ Necessidade de radiologista experiente com o método ▫ Índice de atividade de doença MRIA Zimmermann EM. MRI of the small bowel in patients with Crohn’s disease. Current Opinion in Gastroenterology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • EnteroRM Uso de contraste bifásico: polietilenoglicol ▫ Enterografia x Enteróclise ▫ Uso de agentes antiperistálticos ▫ Indicações do exame Suspeita de doença de Crohn Suspeita de obstrução em pacientes com doença de Crohn Suspeita de complicações de doença de Crohn penetrante Avaliação de acometimento de delgado em pacientes com doença de Crohn Avaliar resposta terapêutica Avaliar atividade de doença na impossibilidade de realizar exames endoscópicos Zimmermann EM. MRI of the small bowel in patients with Crohn’s disease. Current Opinion in Gastroenterology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • EnteroRM Zimmermann EM. MRI of the small bowel in patients with Crohn’s disease. Current Opinion in Gastroenterology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO EnteroTC EnteroRM Maior disponibilidade Ausência de radiação Maior aceitação pelo paciente Múltiplos cortes Menor variação interobservador Melhor diferenciação entre atividade e fibrose Menor custo Novas tecnologias Zimmermann EM. MRI of the small bowel in patients with Crohn’s disease. Current Opinion in Gastroenterology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Ultra-sonografia com contraste ▫ Contraste oral (Muvinlax ®) ▫ Boa detecção de estenoses, fístulas enteroentéricas e abscessos ▫ Desvantagens: Não caracteriza adequadamente estenoses localizadas fora de delgado proximal e íleo terminal Operador-dependente Pallotta N. Small Intestine Contrast Ultrasonography (SICUS) for the Detection of Small Bowel Complications in Crohn’s Disease: A Prospective Comparative Study Versus Intraoperative Findings. Inflamm Bowel Dis. 2012. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Ultra-sonografia com contraste ▫ Pallotta N. Small Intestine Contrast Ultrasonography (SICUS) for the Detection of Small Bowel Complications in Crohn’s Disease: A Prospective Comparative Study Versus Intraoperative Findings. Inflamm Bowel Dis. 2012. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Cápsula Endoscópica ▫ Cápsula ingerida não-reutilizável ▫ Transmissão de fotos via radio-frequência ▫ Necessidade de jejum prévio ao exame ▫ Indicada na alta suspeição clínica, quando colonoscopia e outros exames de imagem são negativos ▫ Vantagens: Exame não-invasivo ▫ Desvantagens: Custo Contra-indicação em caso de estenose, fístulas e presença de marcapasso Fireman Z. Diagnosing small bowel Crohn’s disease with wireless capsule endoscopy. Gut. 2003. Van Assche G. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Definitions and Diagnosis. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Cápsula Endoscópica Fireman Z. Diagnosing small bowel Crohn’s disease with wireless capsule endoscopy. Gut. 2003. Van Assche G. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Definitions and Diagnosis. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Enteroscopia ▫ Tipos: Duplo-balão Balão único Espiral ▫ Vantagens: Visualização da mucosa Permite realização de biópsias e procedimentos Takenaka K. Comparison of Magnetic Resonance and Baloon Enteroscopic Examinations of the Small Intestine in Patients With Crohn’s Disease. Gastroenterology. 2014. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Enteroscopia Takenaka K. Comparison of Magnetic Resonance and Baloon Enteroscopic Examinations of the Small Intestine in Patients With Crohn’s Disease. Gastroenterology. 2014. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Calprotectina fecal ▫ Controverso ▫ Marcador de inflamação gastrointestinal ▫ Boa correlação com inflamação endoscópica e histológica ▫ Não é específica para doença de Crohn ▫ Alta sensibilidade + prevalência baixa de doença de Crohn elevado valor preditivo negativo Jensen MD. Fecal calprotectin is equally sensitive in Crohn’s disease affecting the small bowel and colon. Scandinavian Journal of Gastroenterology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas DIAGNÓSTICO • Exames endoscópicos e radiológicos são complementares • Combinar: Visualização da mucosa Visualização de toda extensão da parede e de tecidos adjacentes ECCO statment: Não há exame único padrão-ouro para o diagnóstico de doença de Crohn. O diagnóstico é confirmado por avaliação clínica, endoscópica, histológica, radiológica e bioquímica. Van Assche G. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Definitions and Diagnosis. JCC. 2009. Zimmermann EM. MRI of the small bowel in patients with Crohn’s disease. Current Opinion in Gastroenterology. 2011. Enteropatia Perdedora de Proteínas PROGNÓSTICO • Acometimento jejunal ▫ Fenótipo estenosante ▫ Maior necessidade de cirurgia Doença com maior gravidade • Acometimento ileal ▫ Fenótipos estenosante e fistulizante ▫ Maior necessidade de cirurgia Ressecção intestinal Estenoplastia Drenagem de abscesso Terapêutica mais agressiva • Risco de adenocarcinoma • Cirurgias repetidas síndrome do intestino curto Van Assche G. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Definitions and Diagnosis. JCC. 2009. Lazarev M. Relationship between proximal Crohn’s disease location and disease behaviou and surgery: A cross-sectional study of the IBD Genetics Consortiu. AmJ Gastroenterol. 2013. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO • Status nutricional na enteropatia perdedora de proteínas ▫ Dieta rica em proteínas ▫ 1,5-3 g/kg/dia ▫ Vitaminas lipossolúveis Marjet, JA. Protein-losing enteropathy in children. Eur J Pediatr. 2010. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO “Remissão Profunda” Modificar história natural da doença Remissão clínica Possibilidade de alterar história natural da doença Objetivos Maior toxicidade medicamentosa, maior custo e maior exposição a exames invasivos Cicatrização de mucosa Prevenir complicações Sandborn WJ. Treating beyond symptoms with a view to improving patient outcomes in inflammatory bowel diseases. JCC. 2014. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO Sandborn WJ. Treating beyond symptoms with a view to improving patient outcomes in inflammatory bowel diseases. JCC. 2014. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO Preditores de doença agressiva: Idade < 40 anos ao diagnóstico Lesão perianal Necessidade de uso precoce de corticóide Lesão endoscópica grave Preditores de risco de cirurgia: Doença de intestino delgado Doença penetrante Tabagismo Lesão endoscópica grave Sandborn WJ. Treating beyond symptoms with a view to improving patient outcomes in inflammatory bowel diseases. JCC. 2014. TRATAMENTO Enteropatia Perdedora de Proteínas Sandborn WJ. Treating beyond symptoms with a view to improving patient outcomes in inflammatory bowel diseases. JCC. 2014. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO ECCO statment: Pacientes com características clínicas sugestivas de pior prognóstico, parecem ser os mais adequados para introdução precoce de tiopurinas, metotrexato e/ou terapia anti-TNF. • Doença extensa deficiência nutricional • Uso de corticóide e tiopurinas • Introdução precoce de anti-TNF ▫ Maior taxa de resposta Dignass A. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Current management. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO • Recorrência ▫ Acrescentar anti-TNF ▫ Caso já em uso de anti-TNF Excluir complicações Reduzir intervalo de doses Aumentar dose Trocar de fármaco Tratamento cirúrgico ECCO statment: Perda de resposta à terapia anti-TNF deve levar à avaliação de atividade de doença, exclusão de complicações e discussão sobre as opções cirúrgicas. Para doença em atividade, redução do intervalo de doses ou aumento de dose são estratégias apropriadas antes de trocar para outro agente. Trocar de agente é uma estratégia eficaz, porém reduz as opções terapêuticas futuras. (“...”) Dignass A. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Current management. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO • Tratamento cirúrgico ▫ Doença localizada com sintomas obstrutivos, sem sinais de atividade ▫ Presença de abscessos ▫ Estenoplastia Para estenoses < 10 cm (convencional) Para doença extensa (não-convencional) ▫ Cirurgia em estágio precoce da doença melhores resultados ▫ Uso de anti-TNF controverso Dignass A. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Current management. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas TRATAMENTO • Doença fibroestenosante Felley C. Appropriate therapy for fistulizing and fibrostenotic Crohn’s disease: Results of a multidisciplinary expert panel – EPACT II. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas ACOMPANHAMENTO • Objetivo: cicatrização de mucosa • Métodos: ▫ ▫ ▫ ▫ EnteroRM Ultra-sonografia com contraste Cápsula endoscópica ? Métodos laboratoriais • Intervalo de acompanhamento Sandborn WJ. Treating beyond symptoms with a view to improving patient outcomes in inflammatory bowel diseases. JCC. 2014. Dignass A. The Second European evidence based Consensus on the diagnosis and management of Crohn’s disease: Current management. JCC. 2009. Enteropatia Perdedora de Proteínas Enteropatia Perdedora de Proteínas DÚVIDAS 1. Há necessidade de realizar outros exames para confirmar o diagnóstico de Doença de Crohn? Sim 2. Qual é o tratamento mais adequado para este caso? Abordagem top-down precoce? Enteropatia Perdedora de Proteínas EVOLUÇÃO DO CASO • Realizada enteroscopia com duplo balão ▫ Aparelho introduzido por cerca de 60-80 cm do ângulo de Treitz, onde foi identificada estenose anelar e úlcera rasa recoberta por fibrina. ▫ Logo adiante, a cerca de 10 cm, outra área de estenose e ulcerações rasas. ▫ Não foi possível a progressão do aparelho devido às estenoses. ▫ Conclusão: áreas de estenose e ulceração localizadas em jejuno proximal, sugestivas de doença de Crohn. Enteropatia Perdedora de Proteínas EVOLUÇÃO DO CASO • Realizada enteroscopia com duplo balão Enteropatia Perdedora de Proteínas EVOLUÇÃO DO CASO • Aguardando resultado histopatológico • Rastreio infeccioso para início de tratamento • Início de tratamento ambulatorial