AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS TO PR OT EG ID O PE LA LE I DE DI R EI TO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DO CU M EN HIPERATIVIDADE E ÀS PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS LEIDINA GOMES DE CASTRO MONTEIRO PROFESSOR ORIENTADOR: FABIANE MUNIZ FORMOSA-GO MAIO/ 2009 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE HIPERATIVIDADE E ÀS PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS LEIDINA GOMES DE CASTRO MONTEIRO Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia Institucional. Professora Orientadora: Fabiane Muniz FORMOSA-GO MAIO/ 2009 Dedico o resultado desse trabalho a toda a minha família, filhos e esposo que apoiaram-me desde o início dessa nova caminhada. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus, criador do universo e de todas as coisas. A família, que sem o seu constante apóio jamais eu teria conseguido. Ao carinho dos meus filhos e marido, que estiveram sempre do meu lado. Enfim, a todas as pessoas que torceram por mim. Meu sincero obrigado. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9 CAPÍTULO I ................................................................................................................. 11 1.1. Hiperatividade e distúrbio de déficit de atenção....................................................... 11 1.1.1. Histórico ............................................................................................................... 11 1.1.2. Características e Definições .................................................................................. 13 1.1.3. Etiologia ................................................................................................................ 15 1.1.4. Os mitos ................................................................................................................ 16 1.1.5. Diagnóstico ........................................................................................................... 17 1.2. Histórico da Evolução dos Estudos sobre Hiperatividade....................................... 18 CAPÍTULO II – A INCLUSÃO DO HIPERATIVO NA ESCOLA REGULAR .......... 23 2.1. A Inclusão da Criança com Transtorno nas Classes Comuns.................................. 23 2.1.1. Mudança do enfoque médico para o ecológico .................................................... 25 2.1.2. Procedimentos que facilitam a aprendizagem dos alunos TDAH ........................ 27 2.1.3. Estratégias Educacionais e Psicológicas ............................................................. 29 2.2. Hiperatividade e as Questões Avaliativas na Escola................................................ 31 2.3. Subdivisões de TDAH e Interações com outros problemas .................................... 32 2.4. Uma Nova Proposta pra o ensino de crianças com TDAH ...................................... 37 2.5. Sintomas da Crianças com TDAH ........................................................................... 39 CAPÍTULO III METODOLOGIA – ESTUDO DE CASO...................................... 46 3.1. Contextualizando o TDAH na Realidade Observada............................................... 46 3.2. Considerações Finais ............................................................................................... 47 CONCLUSÃO................................................................................................................ 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 53 RESUMO Este trabalho abrange um tema de total relevância, pois alerta sobre as inúmeras dificuldades enfrentadas pelas crianças com TDAH no âmbito escolar, decorrentes dos efeitos dos sintomas do transtorno, tendo um forte impacto no processo educativo visto que apesar destas apresentarem uma inteligência média e superior correm o risco de duas a três vezes maior de fracasso acadêmico. Diante dessa perspectiva o estudo realizado teve como objetivo geral analisar o papel da escola frente ás dificuldades de aprendizagem do aluno com TDAH, a fim de encontrar táticas favoráveis ao ensinoaprendizagem capazes de reter a concentração e amenizar o comportamento hiperativo. O maior problema é que muitas escolas rejeitam alunos com TDAH e não trabalham respeitando os limites destas crianças. É preciso oferecer um processo educativo de qualidade, no qual as metas estabelecidas possam ser alcançadas verificando as necessidades e valorizando o potencial de cada aluno, sem discriminação e sem deixálos frustrados. O estudo fundamentou-se através de pesquisas bibliográficas, visando encontrar soluções para suprir, ou pelo menos amenizar as conseqüências do transtorno na vida destas crianças. Os resultados do estudo identificam várias intervenções simples, que podem ser utilizadas no dia-a-dia de qualquer escola, entre elas temos: manter uma rotina escolar, incentivar relações sociais, a distribuição tradicional em fileiras das carteiras facilita o trabalho escolar e melhora a concentração, é preferível que o aluno com TDAH fique sentado perto do professor ajudando na observação e na conduta desse para aplicar recompensas e punições imediatas e em lugares com poucas possibilidades de distração, as tarefas devem ser inovadoras e criativas, o dever de casa tem que ter a finalidade de revisar e reforçar o que foi ensinado em sala de aula, sempre que possível atender esse aluno individualmente e incorporar atividades físicas renovando a concentração, usar materiais tranqüilizantes como argila, areia, água, pintura com os próprios dedos e a música para amenizar os comportamentos hiperativos, evitar corrigir erros em excesso e reclamações sem necessidades, entretanto para que se obtenha sucesso é fundamental a atitude e o conhecimento dos professores sobre o transtorno. O apoio da família é muito importante para que estas crianças possam conseguir sucesso na escola. Palavras-chave: TDAH – Escola – Dificuldades de Aprendizagem – Intervenções. METODOLOGIA A partir do momento em que estudos apontam como um dos fatores predisponentes para a incidência hiperatividade e déficit de atenção os problemas ambientais, mudando o enfoque médico para ecológico, o interesse foi de buscar a parceria da psicopedagogia como uma das opções de oferecer ao professor e a família que lida com a criança ou adolescente com TDAH, as contribuições que a avaliação e a intervenção psicopedagógica pode trazer, tanto através dos testes, que favorece no diagnóstico quanto nas dinâmicas e oficinas que ela modalidade de atendimento traz. Para identificar se realmente há benefícios e como eles acontecem e repercutem na aprendizagem e comportamento do aluno, optou-se por analisar como acontece esse processo, analisando como os alunos que são encaminhados para as salas de recurso e atendimento pela equipe de psicopedagogia. A pesquisa foi a partir dos dados coletados nas escolas públicas de Planaltina – DF, que encaminham alunos para atendimento depois que o professor faz um prédiagnóstico. Trata-se de 8 (oito) alunos, que recebem esse atendimento, eles estão freqüentando salas de aula das escolas públicas, do ensino fundamental nas séries iniciais. Um dos motivos para o encaminhamento dos mesmos, de acordo com a pesquisa é a dificuldade de aprender, prestar atenção, memorizar, dentre outras limitações. Os resultados serão apresentados na forma de relatório, a partir das informações recebidas, e na análise tendo como apoio a pesquisa bibliográfica, desenvolvidas sobre TDAH, as contribuições da psicopedagogia, a parceria entre a escola, a equipe de psicopedagogia. “Mire e veja: o importante bonito do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou” João Guimarães Rosa INTRODUÇÃO A Psicopedagogia Institucional tem como proposta atuar no contexto escolar, modificando suas práticas, investigando quais os fatores que podem estar contribuindo para que a turma, um determinado grupo ou mesmo um aluno pode estar apresentando dificuldades de “aprender”. Sabendo-se que essa dificuldade de aprender pode estar relacionada a diversos fatores, o psicopedagogo atua na escola através de avaliações e intervenções psicopedagógicas, que possam estar indicando os fatores de inferência. Na escola, enquanto o professor desenvolve atividades relacionadas ao currículo, o psicopedagogo,trabalha com avaliação diagnóstica, que pressupõe avaliar os caminhos que a criança esta seguindo para processar a aprendizagem, e que por algum motivo não esta dando certo. Muitas vezes, esse caminho pode estar obstruído por alguma dificuldade de aprender, relacionada aos problemas físicos, psicológicos ou comportamentais que a criança pode estar enfrentando, cabe ao psicopedagogo avaliar se essa criança não apresenta algum tipo de distúrbio que possa estar comprometendo o processo. Essa pesquisa tem como proposta explorar o tema avaliação e intervenção psicopedagógica, no diagnostico precoce em casos de hiperatividade, tendo em vista buscar forma de resolver a problemática apresentada: como a dinâmica das avaliações e intervenções podem auxiliar no diagnóstico precoce dos alunos com suspeita de hiperatividade? A pesquisa justifica-se, visto que a psicopedagogia pode contribuir de várias formas e por meio de diferentes recursos, no auxilio a escola e a família, visando facilitar o processo de inclusão dos alunos portadores do transtorno da hiperatividade, quer seja no diagnostico das dificuldades de aprender, nas interações na família e na escola, através de avaliação e intervenção psicopedagógica, das oficinas, da utilização de recursos e adequação de planejamento e metodologia. A parceria entre essas instituições é fundamental para a adaptação do portador desse transtorno, por vários fatores, dentre os quais pode-se citar: o fortalecimento da autoestima, a afetividade, a construção da identidade e do conhecimento mediado, a motivação, desenvolvimento de habilidades especificas. O psicopedagogo atua nas instituições como mediador tanto nas interações pessoais como na aprendizagem, utilizando estratégias que trazem um novo dinamismo para a prática pedagógica, especialmente, através de atividades lúdicas. (BARBOSA, 2005) A pesquisa que se dividiu entre bibliografia e de campo tem como objetivo analisar as etapas do processo de diagnóstico, avaliação e intervenção, de uma criança encaminhada para atendimento psicopedagógico, por escola da rede pública de ensino, acompanhando todas as fases de atendimento, buscando referências na literatura especifica para relacionar a teoria e prática. Faz parte dos objetivos: analisar os estudos desenvolvidos na área das dificuldades de aprendizagens, sobre a hiperatividade, e os procedimentos teóricos-metodológicos que favorecem a aprendizagens desses alunos; identificar as dificuldades apresentada pelo aluno para aprender; acompanhar o desenvolvimento do aluno, através da análise de relatórios, entrevistas e a observação direta do aluno em situação de aprendizagem. A metodologia desenvolvida segue as orientações do estudo de caso, onde o referencial teórico baseado na pesquisa bibliográfica será usada para subsidiar a análise dos documentos apresentados pela secretaria da escola, coordenação pedagógica e relatório do aluno, assim como a reflexão sobre o resultado da pesquisa, obtidos através de entrevista com a família, com o professor e o psicopedagogo que esta fazendo o atendimento. O trabalho será dividido em duas partes, separados em capítulos, sendo que o primeiro será destinado às pesquisas bibliográficas e o segundo ao estudo de caso, terminando com uma análise reflexiva sobre o caso, que enriquecerá as considerações finais sobre o estudo. CAPÍTULO I O transtorno caracterizado pelo déficit de atenção tem sido motivo de preocupação para os professores da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, fase onde geralmente o transtorno é detectado, e é apontada como uma das causas que contribuem para a evasão e a multirepetência, de alunos, nas escolas públicas. Essas crianças que apresentam distúrbios de atenção com hiperatividade, geralmente têm características de desatentas, impulsivas e hiperativas, e podem causar sérios transtornos dentro de sala de aula, devido aos seus problemas de comportamento, interrompendo a concentração da turma, apresentando assim uma variedade de problemas dentro do contexto escolar. Os sintomas de hiperatividade, desatenção ou impulsividade geralmente se manifesta antes da criança completar sete anos, por esse motivo a pesquisa é delimitada para essa faixa etária, e apresenta geralmente em pelo menos dois ambientes (casa e escola, ou ambientes de lazer), são crianças que apresentam dificuldades em manter a atenção, seguir ordem, ficar sentados e trabalharem. 1.1. HIPERATIVIDADE E DISTÚRBIO DE DÉFICIT DE ATENÇÂO Nesse primeiro momento será abordado através dos pressupostos teóricos, o histórico do transtorno, os possíveis fatores etiológicos e alguns mitos que permeiam o tema, visto que ainda não existe estudo comprovado uma causa específica. Também o diagnóstico que é fundamentalmente clínico com o intuito de ajudar crianças com TDAH e não classificá-las através de estereotipias e por último não menos significante serão focados os diferentes tipos de transtorno. 1.1.1. Histórico Segundo Gaião e Barbosa (2001 apud BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005) em 1845 Heinrich Hoffman, um psiquiatra alemão, através de desenhos ilustrou uma breve conduta de uma criança com Transtorno Hipercinético, tornando-se o precursor do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Galen (1890 apud BENCKIC, 2002) médico grego, foi um dos primeiros profissionais a prescrever ópio para impaciência, inquietação e cólicas infantis. Mas somente em 1902 que George Frederic Still (apud BENCKIK, 2002) pela primeira vez descreveu crianças excessivamente ativas e agitadas como sendo hiperativas, com falta de atenção, dificuldade de aprendizado e problemas de conduta, caracterizando como tendo ‘defeitos mórbidos de controle moral’, podendo ser resultado de danos cerebrais, hereditariedade, disfunção ou problemas ambientais. Still não acreditava que houvesse uma forma de amenizar esses sintomas. No final da primeira Guerra Mundial, Kahn e Cohen (1934 apud BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005) descreveram as crianças sobreviventes como organicamente impulsionadas estas desenvolviam um grande transtorno de conduta semelhante ao que Still apresentou. Durante a segunda Guerra Mundial, pesquisadores estudaram os traumas cerebrais e descobriram que lesões em qualquer parte do cérebro acarretavam em comportamentos de desatenção, inquietação e impaciência, apoiando a idéia de que crianças com um destes sintomas tinham sofrido algum prejuízo ou disfunção cerebral (BENCZIK, 2002). Segundo Strauss (apud BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005) em 1947, crianças retardadas com hiperatividade, impulsividade, defeitos cognitivos tinham algum tipo de lesão cerebral, mesmo não sendo comprovado. Para ele a maior dificuldade dessas crianças era a distração e se fosse minimizada poderia amenizar esse problema. No ano de 1962, Clement e Peters (apud BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005) conceituaram a síndrome de ‘disfunção cerebral mínima’, devido a fraca coordenação, deficiências de aprendizagem instabilidade emocional sem apresentar lesões neurológicas específicas. Eles foram muito criticados por diagnosticarem as crianças apenas pelo seu comportamento. No ano de 1968, o DSM-II (Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais) denominou o transtorno como: Reação Hipercinética da Infância e em 1975, a CID-9 (Classificação Internacional das Doenças) usou o termo para descrevê-lo de Síndrome Hipercinética da Infância (BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005). Segundo Brioso e Sarria (1995 apud BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005, p. 11) “nos anos 80, como resultado de diversas investigações, e com mudanças na caracterização do distúrbio, ocorreram certas confusões em relação a sua definição e denominação, sendo então novamente nomeada”. Em 1980 o DSM III modificou o termo para Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, tendo como elementos básicos: desatenção, impulsividade e inquietação. Mas em 1987 o DSM-III renomeou o transtorno para Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção (BENCZIK, 2002). Depois de tantas mudanças na sua nomenclatura, devido seus sintomas e caracterização o DSM-IV (1995) denominou o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e segundo o CID-10 (1993) Transtorno Hipercinéticos (BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005). O DSM-IV (1994) utilizou-se como preceito dois grupos com mesma influência para diagnóstico: 1 desatenção e 2 hiperatividade/impulsividade (BENCZIK, 2002). Apesar das várias mudanças na sua terminologia ocasionando até mesmo uma certa confusão na definição da sua nomenclatura, devido não haver estudos com embasamentos empíricos comprovando sua causa específica, como veremos adiante, atualmente o DSM-IV mantêm a sua definição de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e a CID-10 de Transtornos Hipercinéticos. 1.1.2. Características e Definições: No início do século XX, esse distúrbio foi chamado de disfunção cerebral mínima, passando posteriormente a ser chamado de hipercinesia, ou hipercinese, logo a seguir, hiperatividade, nome que ficou muito conhecido e perdurou por mais tempo... em 1987, passou a ser chamado de distúrbio de déficit de atenção, ou ainda distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade, sendo que muitas vezes utiliza-se somente a sigla DDA (em português) ou ADD (em inglês “Attencion Déficit Dissorder”),. .(BARKLEY, 2002).De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (1994). Atualmente utiliza-se a sigla TDAH em pesquisa na área de pedagogia, psicopedagogia e médica. A característica fundamental do TDAH é um padrão persistente de desatenção impulsividade e/ou hiperatividade-impulsividade que é mais freqüente e severa que o tipicamente observado em indivíduos em um nível comparável de desenvolvimento”. (ibid, p.78). Os sintomas de hiperatividade, impulsividade, ou desatenção devem estar presentes antes dos sete anos. Pessoas com esse transtorno geralmente apresentam os três tipos de problemas, porém com diferentes graus de intensidade. Esses problemas devem estar presentes em pelo menos dois ambientes diferentes (por exemplo: em casa, na escola, ou no trabalho), e deve haver uma clara evidência de interferência com o adequado desenvolvimento da funcionalidade social, acadêmica ou ocupacional.(BARKLEY, 2002) Apenas recentemente TDAH foi reconhecido como um distúrbio distinto (Nussbaum & Bigler, 1990), porém pais, educadores e clínicos estão se tornando atentos e esclarecidos sobre ele. DDAH é um dos distúrbios neuro-comportamentais mais freqüentemente diagnosticados na infância, passando pelo período escolar e chegando à vida adulta. Estimativas conservadoras sugerem a ocorrência em 3% a 5% de todas as crianças em idade escolar. Alguns pesquisadores, inclusive, afirmam que o distúrbio esta sendo mais freqüentemente diagnosticado hoje em dia do que há uma década atrás. Historicamente o diagnóstico desse distúrbio também contribuiu para a controvérsia. Termos tais como lesão cerebral mínima e disfunção cerebral mínima são apenas alguns dos termos que foram utilizados para categorizar crianças que manifestaram o distúrbio. A maioria dos primeiros termos associados aos diagnósticos tinha conexão com problemas neurológicos. O Transtorno difere-se porque o indivíduo está hiperativo 24 horas por dia. O tratamento, entre outras atividades, inclui jogos de memória, xadrez, ditados aliados a objetos, nunca só auditivos. O tratamento clínico é multidisciplinar. Ao longo do tempo o foco de atenção mudou para o apresentado por esses comportamentos: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Estes sintomas principais foram considerados como a base do distúrbio de déficit de atenção, e em 1980, o distúrbio de déficit de atenção foi incluído com um distúrbio no DSM-III (Associação Americana de Psiquiatria, 1980). A terminologia foi modificada desde então, e a momenclatura de diagnostico atualmente em uso é “Distúrbio de Déficit de Atenção com Hiperatividade” (Associação Americana de Psiquiatria, 1994), ( TANGANELLI, 1995 In BAKLEY, 2002) 1.1.3. Etiologia Os estudos do TDAH são recentes, apesar de ter sido descoberto desde o inicio do século, não se sabe até hoje sua causa especifica, entretanto as pesquisas estão progredindo desde a metade dos anos 80 identificando assim a influência do transtorno na conduta das pessoas e tentando descobrir sua origem. Esse transtorno tem como possíveis causas agentes ambientais e a hereditariedade. Barkley (2002) informa que durante cem anos os cientistas desconfiavam que o TDAH era causado por alguma lesão cerebral. Esses cientistas verificaram problemas de comportamento semelhantes, entre crianças com TDAH e pessoas que tiveram lesões na região fronto-orbital do cérebro. Essa região é responsável pela inibição do comportamento, pela manutenção da atenção, pelo emprego do auto-controle e pelo planejamento para o futuro. Contudo, há mais de 20 anos descobriram que a maioria das crianças com TDAH nunca sofreram nenhum tipo de lesão cerebral, somente 5 a 10% das crianças tiveram transtorno manifestado depois de sofrer algum prejuízo cerebral. Estudos realizados em 1992 por Milbergee e colaboradores, revelam que filhos de gestantes que consomem álcool e nicotina têm maior risco de apresentar o TDAH. A exposição indireta do fumo após a gravidez aumenta a probabilidade de problemas comportamentais nas crianças. Segundo Faraone e Biederman (1998 apud Ramom et.al, 2003), as conclusões de associação entre TDAH e complicações durante o período de gestação se divergem , mas algumas complicações como toxemia, eclampsia, pós-maturidade fetal, duração do parto, estresse fetal , baixo peso ao nascer, hemorragia pré-parto e má saúde materna se predispõem ao transtorno. Nesse sentido, Barkley apresenta o resultado de seus estudos, feitos com animais: [...] os estudos em animais mostraram definitivamente que a nicotina e o álcool causam desenvolvimento anormal de determinadas regiões cerebrais e que essas anormalidades levam ao aumento de hiperatividade, ao comportamento impulsivo e à desatenção. Assim, talvez, a conclusão mais significativa seja a de que as mães aumentam o risco de seu filho ter TDAH pelo hábito de fumar e pelo consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez, e esse risco ainda é maior se a própria mãe também for portadora de TDAH. (BARKLEY, 2002, p. 87). Barkley (2002), cita ainda como fator predisponente para o aparecimento do transtorno a exposição ao chumbo, principalmente entre 12 e 36 meses de idade, podendo ser causador de hiperatividade e desatenção. Estudos em animais e humanos revelam que o chumbo é uma toxina que lesa o tecido cerebral, sendo considerado uma das possíveis causas de TDAH clinicamente manifestado. Aliados aos fatores ambientais, vários autores associam a genética, sito é quanto mais próximo o parentesco com o individuo que tem o transtorno, maior probabilidade de herança genética. (Barkley, 2002). Dessa forma tanto Barkley (2002), quanto Ramon et al. (2003), os fatores ambientais são causadores de 1 a 10% dos casos, apontando a hereditariedade como principal fator etiológico causador do transtorno. 1.1.4. Os mitos No avanço dos estudos sobre TDAH, muitas idéias errôneas ou sem o devido embasamento teórico, ou comprovação foram sendo, aos poucos desmistificados. Segundo Bejamim Feigold (apud Barkley, 2002), nos anos 70 e inicio dos anos 80 a ingestão de alimentos com defensivos e aditivos eram o fator responsáveis pela causa da metade do numero das crianças com hiratividade, mas somente 5% das crianças que consumiam esses produtos apresentavam discreto aumento de atividade e de desatenção, hipótese que não foi comprovada. Benczid (2002) comenta sobre o açúcar e informa que acredita-se que o mesmo deixaria as crianças mais agitadas, entretanto estudos invalidaram esta tese. Pois alguns estudiosos como Richard Milich, Mark Wolraich e Scott (1986 apud BARKLEY, 2002) fizeram novas pesquisas e verificaram que a ingestão de açúcar melhorava o comportamento das crianças ao invés de agravá-lo. Outro fator foi vastamente difundido foi sobre a idéia de que grande quantidade de vitaminas e sais minerais ajudaria pessoas com hiperatividade e deficiência de aprendizagem, mas estudos citados em Barkley (2002), mostram o contrário do que se afirmava, o comportamento das crianças piora com a megavitaminose e altas doses de minerais. Outra tentativa foi a de associar os baixos níveis de hormônios na tireóide e o TDAH, mas aconteceu algum tipo de falha nesses estudos devido ser insignificativo a relação entre o mau funcionamento dos hormônios e o TDAH. Benczik (2002), afirma que problemas familiares podem ser fatores de casos de saúde mental, entretanto não para TDAH, por sua vez Barkley (2002), afirma que brigas familiares contribuem para o desenvolvimento da agressividade e anti-socialismo das crianças e não para transtorno. Para tanto, o autor esclarece: Todas essas evidencias tornam altamente improvável que qualquer causa meramente social, como “má conduta de paternidade” ou uma vida familiar disruptiva ou estressante crie TDAH na criança. Ao contrário, as pesquisas sugerem que crianças com TDAH podem gerar estresse em seus pais. (BARKLEY, 2002, p. 97). Dentre os vários fatores que supostamente seriam considerados predisponentes para causar a hiperatividade e o déficit de atenção, verifica-se que é um assunto rodeado de mitos, de supostos indicadores não comprovados, ficando claro, que dois são as fatores que pode-se considerar indicadores a genética e os fatores ambientais. 1.1.5. Diagnóstico Benczik (2000) afirma que a avaliação diagnóstica pretende avaliar e especificar a gravidade da influência dos sintomas do TDAH na vida afetiva, escolar e social da criança, visando aprimorar e criar estratégias de intervenções para amenizar essas manifestações e não rotular as pessoas. Sobre o processo de avaliação e diagnóstico pode-se citar como acontece o processo através do texto de AACAP, (1997): O processo de avaliação de diagnóstico envolve, necessariamente, a coleta de dados com os pais e com a criança ou adolescente. A coleta de dados com a escola também é particularmente importante. A história do passado da criança e de seu desenvolvimento no contexto da família, da sua conduta e de sua comunidade deve ser cuidadosamente coletada. O relato da concepção, gestação e do parto pode ser ilustrativo quanto ao desenvolvimento da criança ou adolescente. O desenvolvimento neuropsicomotor, o desenvolvimento cognitivo e o funcionamento escolar, a maneira como a criança estabelece a relação com seus pares, a forma como a família se organiza e como a criança é inserida nesse contexto, a história do desenvolvimento físico e o relato de doenças e agravo vividos pela criança devem ser pesquisados. Também a história familiar, a historia de doenças psiquiátricas na família – em especial a história de TDAH– são essenciais na anamnese. (AACAP, 1997, apud MARTINS, TRAMONTIONA e ROHDE, 2003, p. 153) Primeiramente o profissional obtém várias informações a respeito da criança com suspeita de TDAH e de sua família, fazendo um paralelo com dados obtidos e os sintomas do transtorno, dando a definição da seriedade do caso e descartado envolvimentos com outros problemas. Essas informações são obtidas através de entrevistas com os pais, professores e a própria criança. Mas o profissional estará atento às declarações dadas pela criança, pois esta se comporta de maneira atípica em alguns momentos. Para Barkley (2002, p. 145). [...] a opinião de um professor é a parte critica de avaliação. Se a criança tem mais de um professor, estes devem ser entrevistados, principalmente aqueles com quem ela passa maior parte do tempo. Os profissionais perguntarão aos professores sobre os problemas acadêmicos atuais e de comportamento, sobre o relacionamento com os colegas de classe e sobre o comportamento em várias situações na escola(tais como recreio, lazer, atividades extra-classe. É importante reconhecer que o diagnóstico de TDAH é essencialmente clinico, podendo ser prescrito por psiquiatras, pediatras e neurologistas, fundamentado em normas claras e precisas, procedentes de sistemas classificatórios como o DSM-IV ou CID-10 sendo os dois convergentes. Utilizando-se elementos complementares no processo de diagnóstico como: escalas objetivas para serem preenchidas por professores com o intuito de verificar o índice de desatenção, hiperatividade e impulsividade dos alunos; avaliação neurológica, avaliação psicopedagógica e pedagógica. (MARTINS, TRAMONTINA e RHODE, 2003). 1.2. HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS SOBRE HIPERATIVIDADE Embora problemas com comportamentos de agitação e falta de atenção em crianças e até adultos está longe de ser uma novidade, e trabalhos científicos sobre o assunto estejam sendo feitos desde o começo do século XX, como um trabalho feito pelo médico George Frederic Still em 1902. Still descreveu um grupo de 20 crianças que se comportavam de maneira excessivamente emocional, desafiadora, passional e agressiva e que mostravam resistentes à qualquer tipo de ação com o objetivo de tornar o comportamento delas mais aceitável. O grupo tinha uma proporção de 3 meninos para cada menina e era composto de crianças que não tinham indícios de maus tratos pelos pais. Still especulou que devido à ausência de maus tratos, os problemas destas crianças deveria ser de origem biológica. A hipótese ganhou mais força ainda quando Still notou que alguns membros das famílias das crianças eram portadoras de problemas psiquiátricos como depressão, alcoolismo, problemas de conduta, etc. (HALLOWELL et al.,1995- p.271) O simples fato que Still propôs uma base biológica para o problema, embora a evidência definitiva ainda demorou mais algumas décadas para chegar, já foi um grande passo. Antes disso, as crianças e os pais eram considerados responsáveis pela "falha moral" e o tratamento era freqüentemente feito através do uso de castigos e punições físicas. Os manuais de pediatria da época eram repletos de explicações de como bater em crianças e afirmavam necessidade deste tipo de tratamento. As observações e deduções de Still influenciaram o "pai" da psicologia NorteAmericana, Willian James que especulou que estes distúrbios de comportamento seriam devido à problemas na função inibitória do cérebro em relação à estímulos ou à algum problema no córtex cerebral onde o intelecto acabava se dissociando da "vontade" ou conduta social. Em 1934, Eugene Kahn e Louis H. Cohen publicaram um artigo no famoso "The New England Journal of Medicine" afirmando que havia uma base biológica para a hiperatividade baseado em um estudo feito com pacientes vítimas da epidemia de encefalite de 1917-1918. Os autores deste artigo foram os primeiros à mostrar uma relação entre uma doença e os sintomas da ADD (falta de atenção, impulsividade e hiperatividade). Em 1937, Charles Bradley mostrou mais uma linha de relação da TDAH com o biológico através da descoberta acidental de que alguns estimulantes, as anfetaminas ajudavam crianças hiperativas a se concentrar melhor. Esta descoberta foi contrária à lógica tradicional, pois os estimulantes em adultos produziam um aumento de atividade no sistema nervoso central enquanto o inverso aconteciam em crianças com TDAH. O por que deste fenômeno ainda iria ficar mais algumas décadas sem resposta. Em pouco tempo as pessoas com este problema receberam uma nova e obscura descrição: "Disfunção Cerebral Mínima" e começavam a serem tratadas com dois estimulantes que tinham se demonstrado muito eficazes no tratamento do problema (Ritalina e Cyclert) Em 1957, Maurice Laufer tentou associar os problemas da "síndrome hipercinética" com o tálamo, estrutura cerebral responsável pela filtragem de sinais somáticos provenientes do resto do corpo. Embora esta hipótese não pudesse ser provada, era o começo da ligação entre a ADD e alguma estrutura cerebral. Nos anos 60 as observações clínicas se tornaram mais apuradas e ficou cada vez mais aparente que a síndrome tinha alguma origem biológica e talvez até genética, absolvendo os pais da culpa pelo problema definitivamente na comunidade científica. A população em geral continuou culpando os pais, como ainda acontece até hoje em populações menos informadas. No final dos anos 60 muito já era sabido sobre TDAH, mas a falta de novas evidência ligando a síndrome à bases biológicas começou a criar discussões sobre a existência da síndrome. Muitos acreditavam que o transtorno eram uma tentativa de livrar os pais de culpa por seus filhos mimados e mal comportados. Depois deste período de incerteza novas descobertas começaram a ser feitas ligando os problemas associados com a TDAH com certos tipos de neurotransmissores. Em 1970 C. KORNETSKY propôs a hipótese de que a TDAH poderia estar ligada à problemas com certos neurotransmissores como a Dopamina e a Noroepinefrina Embora a hipótese seja coerente, as pesquisas realizadas desde então na tentativa de comprovar o efeito destes neurotransmissores na TDAH ainda não obtiveram sucesso. Embora não se saiba qual é o neurotransmissor específico ligado à TDAH, muitos pesquisadores acreditam que o TDAH é um problema de desequilíbrio químico no cérebro e estudos recentes somados à aparente melhora obtida através da psicofarmacologia parecem confirmar esta hipótese. Nas décadas de 1980, vários autores como MATTES E GUALTIERI e CHELUNE (apud HALLOWELL et al.) especularam sobre o envolvimento dos lobos frontais no TDAHdevido à semelhança de sintomas apresentadas por pacientes de TDAH e aqueles que sofreram danos nos lobos frontais devido à acidentes ou outros problemas. Em 1984, LOU et. al. (apud HALLOWELL et al., 1995) acharam evidencias de uma deficiência de circulação sangüínea no lobos frontais e no hemisfério esquerdo de pessoas portadoras de TDAH. Todos estes achados forma confirmados em 1990 por ZAMETKIN (apud HALLOWELL et al.) graças ao desenvolvimento de novas tecnologias como o PET (Tomografia por Emissão de Positróns), que mostravam o funcionamento do cérebro in vivo. Através de exame de PET comparativos entre pessoas diagnosticadas com TDAH e controles, ZAMETKIN notou que o cérebros de pessoas com TDAH tinham um consumo de energia cerca de 8% menor do que o normal e que as áreas mais afetadas eram o lobos pré-frontais e pré-motores que são responsáveis pela regulação e controle do comportamento, dos impulsos e dos atos baseado nas informações recebidas de áreas mais primitivas do cérebro como o tálamo e sistema límbico. Conforme estas novas evidências começaram a surgir e ficou claro que a TDAH estava realmente associada à alterações do metabolismo cerebral, acabando definitivamente com a dúvida sobre a real existência da síndrome e sua ligação biológica. Na tabela abaixo analisaremos o que foi feito durante um certo período no tempo, e em que espaço geográfico mundial, sobre os benefícios para os indivíduos, que portador de qualquer distúrbio ou deficiência pudesse ter os benefícios de novos métodos e tratamento quer seja em termos de desenvolvimento ou de aprendizagem. Idealizador Jean Datas Nacionalidade Idéia principal Marc 1775-1838 Francês Gaspard Itard Pode-se usar a pesquisa sobre um único assunto para desenvolver métodos de treinamento para o deficiente mental. Samuel Gridley 1801-1876 Americano As crianças deficientes são capazes de Howe aprender e deveriam contar com uma educação organizada, e não somente receber cuidados por caridade. Edward Sguin 1812-1880 Francês As crianças retardadas mentais são capazes de aprender, quando ensinadas através de exercícios sensório-motores específicos. Francis Galton 1822-1911 Inglês Os gênios tendem a aparecer em famílias e as suas origens podem ser determinadas. Alfred Binet 1857-1911 Francês A inteligência pode ser medida e melhorada através da educação. Louis Braille 1809-1852 Francês As crianças cegas são capazes de aprender através de um sistema alternativo de comunicação baseado num código com pontinhos em relevo. Thomas Hopkins 1787-1851 Americano As crianças surdas são capazes de se Gallaudet comunicar soletrando e fazendo gestos com os dedos. Alexander 1847-1922 Americano Graham Bell As crianças deficientes auditivas conseguem aprender a falar e a usar a sua audição limitada se esta for ampliada. Maria Montessori 1870-1952 Italiana As crianças conseguem aprender desde muito cedo, utilizando experiências concretas planejadas a partir materiais especiais de instrução. de Anna Freud 1895-1982 Austríaca As técnicas de psicanálise podem ser aplicadas às crianças para ajuda-las nos seus problemas emocionais. Lewis Terman 1877-1956 Americano Os testes de inteligência podem ser utilizados para identificar crianças superdotadas que tendem a manter esta superioridade durante toda a vida. Alfred Strauss 1897-1957 Alemão Algumas crianças mostram padrões singulares aprendizagem, treinamento provavelmente de distúrbios que especial de requerem e causados que por são lesão cerebral. Tabela 01 – Idéias significativas que influenciaram a educação especial Mundial Fonte: KIRK (1991) CAPÍTULO II A INCLUSÃO DO HIPERATIVO NA ESCOLA REGULAR 2.1. A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO NAS CLASSES COMUNS A Educação tende a refletir a filosofia política de qualquer sociedade. Em uma democracia , onde se acredita que o Estado existe para promover o bem-estar do indivíduo, a educação tem de se organizar visando principalmente este objetivo. A afirmação “Todos os homens são iguais perante Deus” tornou-se banal, mas ainda é importante para a educação numa sociedade democrática. Embora tenha sido usada por seus criadores para denotar igualdade perante a lei, foi também interpretada no sentido de igualdade de oportunidades. Esse conceito refere-se á oportunidade de educação para todas as crianças, ou seja, o direito que toda criança tem de receber ajuda para aprender até os limites de sua capacidade, seja ela pequena ou grande. Recentes decisões dos tribunais confirmaram o direito de todas as crianças – deficientes ou não – a uma educação adequada e determinaram que as escolas estaduais tornassem as providências necessárias pra educar os menores excepcionais,promovendo a inclusão. Esses estudantes geralmente apresentam dificuldades em manter a atenção, seguir ordens, ficar sentados, e trabalharem independentemente em sala de aula. Estudos feitos mostram que é possível amenizar os sintomas do DDAH através de intervenção no comportamento, com feedback freqüente e supervisão individual ajuda a manter a atenção da criança.Tarefas repetitivas e pouco retorno, por outro lado, favorecerem o aparecimento dos sintomas. O comportamento inadequado mostrado pelos alunos com DDAH freqüentemente interrompe a concentração de seus colegas e geralmente resulta em relações pobre, em termos de afetividade, com os demais alunos. Adicionalmente, esses problemas geralmente são acompanhados por outros associados (por exemplo, baixa-estima, depressão) o que pode afetar significativamente a performance desses estudantes. (BARKLEY,1990) Segundo Kirk (1998), essas decisões legais são coerentes com a filosofia democrática de que todas as crianças devem ter a oportunidade de aprender, sejam elas típicas, inteligentes, lentas, retardadas, cegas, surdas, deficientes físicas, delinqüentes, portadoras de distúrbios emocionais, ou simplesmente limitadas em sua capacidade de aprendizagem. As escolas americanas modificaram bastante seus programas escolares regulares com o intuito de adaptar o ensino às crianças que se desviam da média e que não conseguem tirar um proveito substancial do programa comum. Os currículos modificados, ou seja, as adaptações curriculares, vêem suprir esta necessidade. Ainda de acordo com o autor, várias tentativas têm sido feitas no sentido de definir o termo criança excepcional, e todas devem ser ainda bastante elaboradas para que possam ser compreendidas. Algumas pessoas utilizam esse termo para se referir a uma criança particularmente inteligente ou a uma criança com talentos pouco comuns. Outras pessoas empregam-no ao se referir a qualquer criança atípica ou que se desvia do padrão considerado normal. No entanto, o termo tem sido geralmente aceito para designar tanto a criança deficiente quanto a talentosa. Para os presentes objetivos definimos como criança excepcional é aquela que difere da criança típica ou normal, segundo os conceitos defendidos por KIRK (1998): suas características mentais; 1- suas capacidades sensoriais; 2- suas características neuromotoras ou físicas; 3- seu comportamento social; 4- suas capacidades de comunicação; 5- suas deficiências múltiplas. Essas diferenças devem ser suficientemente notáveis a ponto de requerer a modificação das práticas escolares, ou de necessitar serviços de educação especiais, para possibilitar o desenvolvimento do indivíduo, até a sua capacidade máxima. Mas essa é uma definição bastante geral, que levanta uma série de questões. “O que é uma criança típica ou normal?” “Que grau de desvio requer educação especial?” “Qual é o papel do ambiente na definição?” “O que é educação especial?”. As crianças são consideradas educacionalmente excepcionais somente quando suas necessidades exigem a alteração do programa. Portanto, o uso do termo crianças excepcionais em educação difere do seu emprego em biologia, psicologia, e outras disciplinas e profissões. As crianças são educacionalmente excepcionais quando os desvios de seu desenvolvimento atingem um tipo e um grau que requerem providencias pedagógicas desnecessárias para a maioria das crianças. De acordo com Kirk (1998), para fins didáticos, agrupamos as crianças com características semelhantes (na faixa etária de seis anos, cursando a primeira série). As crianças excepcionais são com freqüência agrupadas para facilitar a comunicação entre os profissionais. É comum encontrar-se a seguinte classificação: 1- desvios mentais, incluindo crianças que são: intelectualmente lentas quanto à capacidade de aprendizado – mentalmente retardadas; 2- deficiências sensoriais, incluindo as crianças com: deficiências auditivas e deficiências visuais; 3- desordens de comunicação, incluindo as crianças com: distúrbios de aprendizagem e deficiências da fala e da linguagem; 4- desordens do comportamento, incluindo: distúrbio emocional e desajustamento social; 5- deficiências múltiplas e graves, incluindo várias combinações: paralisia cerebral e retardamento mental, surdez e cegueira, deficiências físicas e intelectuais graves, etc. 2.1.1. Mudança do enfoque médico para o ecológico Nos últimos trinta ou quarenta anos houve uma mudança significativa no modo de encarar as causas da deficiência. Houve uma época em que se pensava que a excepcionalidade era inata, semelhante à condição médica existente quando uma criança contrai uma determinada doença. Quando uma criança era surda, cega ou retardada mental, aceitava-se que a condição existia por completo na criança e que o problema básico era fazer com que o profissional descobrisse um meio de eliminá-la ou de ajudar a criança a se adaptar ao seu mundo. Á medida que os programas para crianças excepcionais expandiram e incluíram mais crianças com deficiências moderadas – como desordens de comunicação, distúrbios de aprendizagem, desordens de comportamento retardado mental moderado – tornou-se claro que a definição do excepcional abrangia uma combinação de características individuais e as exigências especiais do ambiente do indivíduo. O reconhecimento do papel do ambiente na definição de excepcionalidade tem sido amplamente chamado de mudanças do modelo médico, que implica uma condição ou doença física do paciente, para o modelo ecológico, que vê a criança excepcional em interações complexas com as forças ambientais. Exemplos ilustram essa mudança do enfoque médico para o ecológico. Diversos anos atrás, o President´s Committee on Mental Reterdation (Comitê Presidencial de Deficiência Mental) (1970), publicou um importante relatório intitulado The Six-Hour Retarded Child, que revelou que muitas crianças sem lesão neurológica observável pareceram retardadas mentais durante o período de seis horas que passaram na escola, mas que não foram consideradas retardadas antes ou depois desse tempo. Essencialmente, as exigências crescentes de desempenho intelectual, presentes na situação escolar, denunciaram deficiências por parte da criança, não considerada grave no ambiente familiar. Da mesma forma, o rótulo delinqüente juvenil carrega a implicação de que o problema de comportamento inadequado habita a criança, sendo que a solução do problema reside nela mesma, que deve mudar o comportamento inadequado para algo mais aceitável. Muitos sociólogos ficam revoltados com o conceito desses, pois coloca a vítima como culpada de seus problemas (TRAYN, 1997). Para compreender o impacto do ambiente como fator que contribui para as condições de excepcionalidade, pode-se fazer uma analogia entre o tratamento de doenças e de delinqüência juvenil. Nas áreas urbanas, algumas zonas estão infestadas de doenças e a incidência de doenças infantis está bem acima da média. Duas estratégias alternativas podem ser consideradas para resolver a situação: tratar individualmente cada criança que fica doente ou tentar corrigir o ambiente que causa a doença. Nos casos de delinqüência juvenil, pode-se tentar tratar ou punir cada criança que perturba uma área onde existe a propensão para a delinqüência, ou pode-se tentar cuidar do ambiente que parece predispor alguns jovens a um comportamento problemático. Uma explicação para o grande número de crianças pertencentes a minorias étnicas encaminhadas e matriculadas é a taxa excepcionalmente elevada de fracasso escolar nesses grupos. O fracasso escolar desencadeia o processo de educação especial de diagnóstico, rotulação e tratamento. Há ainda a suspeita de que essas crianças são colocadas com maior facilidade nos programas especiais, visando ás vezes mais a conveniência do educador do que o benefício do aluno. As inexplicáveis diferenças quanto ao sexo apóiam essa tese. O comportamento dos alunos do sexo masculino pode ser um fator determinante na maior proporção de crianças do sexo masculino matriculadas em educação especial. Sabe-se que os meninos costumam ser mais indisciplinares do que as meninas. Do ponto de vista educacional, a mudança do enfoque médico para o modelo ecológico representa um movimento que se distancia do objetivo exclusivo de se mudar a criança para chegar a um objetivo mais amplo de replanejamento da aprendizagem e do ambiente social da criança.Nesse ponto fica caracterizado de forma direta a questão da caracterização do aluno com TDAH, que não chega a ser excepcional, mas requer atendimento especifico, portanto diferenciado. 2.1.2. Procedimentos que facilitam a aprendizagem dos alunos TDAH: Abaixo, algumas dicas bastante resumidas para trabalhar com alunos que apresentem esse tipo de comportamento, lembrando sempre que todo comportamento considerado inadequado deverá ser encaminhado para orientação específica, pois pode estar contido em um espectro mais amplo, talvez até precisando de ajuda profissional especializada, como nos casos de autismo de alto desempenho, transtorno (ou síndrome) de tourette (tiques nervosos), síndrome de asperger, e outras contidas nos transtornos invasivos do desenvolvimento, conforme DSM-IV. Conforme Kirk (1998) • Olhe sempre nos olhos – vocês consegue “trazer de volta” uma criança TDAH através dos olhos nos olhos (eye contact) e isso ajuda a evitar a distração que tanto prejudica estas crianças; • Organizar as carteiras em círculos, ou em forma de U, ao invés de fileiras – facilita o contato e particularmente “eye contact” com os demais membros da classe, uma vez que esse tipo de aluno costuma estar “na turma do fundão”, não podendo visualizar os olhos dos companheiros de estudo, o que o torna ainda mais disperso; • Cuidado com as cores – o estímulo multi-colorido costuma deixa-los mais excitados e menos atentos ainda, devendo ser evitadas cores fortes no ambiente (de espectro vermelho e amarelo), inclusive na vestimenta da criança (TANGANELLI, 1995); • Adotar um ritmo dinâmico de aula – de tal forma a criar oportunidade pra que todos os alunos participem, sempre com o cuidado de não permitir que o aluno com TDAH se empolge demais; • Usar recursos e formas de apresentação não habituais – crianças com TDAH adoram novidades; explorar o seu cotidiano e fazer disso motivo para uma aula posterior ou mesmo criando um “gancho” na aula atual costuma ser muito proveitoso; • Utilizar metodologia preferencialmente visual – as crianças TDAH aprendem melhor visualmente que por outros métodos, portanto escreva palavras-chave ao mesmo tempo que fala sobre o assunto; • Estimular a criatividade – propor tarefas que exijam a criatividade do aluno (explorar, construir, criar) e não passivas (questionários com respostas tipo x); • Repita e repita as diretrizes – como dito acima, as pessoas com TDAH necessitam ouvir as coisas mais de uma vez, pois são profundamente visuais, aprendendo com mais facilidade quando as coisas são apresentadas da forma visual; • Fornecer com antecedência (preferencialmente no final do dia anterior) um programa com as atividades do dia a serem executadas (DuPaul & Stoner, 1994) – as crianças com DDAH necessitam de um ambiente estruturado. Faça listas, tabelas, lembretes, apresente o programa das aulas do dia no final do dia anterior, pelo menos informações sobre o assunto da aula do dia seguinte antes do término da aula anterior, pois essas crianças necessitam de diretrizes, organização, regras claras, definidas e ESCRITAS (eles fixam melhor o que conseguem ver); • Ao das instruções para a classe, solicitar que o aluno com TDAH repita para toda a classe – isso dar-lhe-á duas oportunidades: de que tenha • certeza de ter entendido o que é esperado dele (e dos demais) e ter sua autoestima (em geral extremamente baixa) reforçada; • A memória é um grave problema para eles – ensine mnemônicos, quadrinhas, dicas, rimas, pois eles tem problemas com a de reter informações; • O desafio costuma motivar o portador de TDAH – deve então o professor estabelecer de antemão com o aluno qual da tarefa a ser feita, quando será considerada concluída e quais os pontos pra isso (check-list a ser verificado no final da mesma). Isso dará aos poucos ao portador de TDAH formas de lidar com sua ansiedade, e falhas de terminar as tarefas a que se propõe, pois em geral ele concebe projetos grandiosos demais, os quais não consegue finalizar; • Elogiar o aluno com constância – não apenas quando ele termina a tarefa, mas durante o transcorrer da mesma, incentivando o seu término, uma vez que para o aluno com TDAH o concluir a tarefa é bastante difícil, exigindo quase o triplo de concentração (praticamente inexistente) que os demais... • Divida as grandes tarefas em tarefas menores – isso possibilita a criança a vislumbrar que a tarefa pode ser terminada, algo que é extremamente difícil pra os portadores de TDAH, possibilitando ao professor trabalhar a capacidade da criança, geralmente minimizada por ela (baixa auto-estima...) além de que evita acessos de fúria pela frustração antecipada de não terminar a tarefa em crianças menores, e as atitudes provocadas dos maiores; • Utilize uma agenda de contato com a família – isso facilita a troca de informações, pois os únicos momentos de contato (quando existem) entre professores e pais são os horários de entrada e saída dos alunos. E, convenha não são os momentos mais adequados para trocar informações tão valiosas e individuais... • Utilizar exercícios físicos – exercícios (até um enfoque de psicomotricidade) auxiliam sobremaneira o portador TDAH, pois ajudam a liberar o excesso de energia, concentrar a atenção em um objetivo facilmente entendido visualizado (correr até a linha vermelha), estimular a fabricação de endorfina, além de ser muito divertido. 2.1.3. Estratégias Educacionais e Psicológicas : Uma grande variedade de estratégias educacionais e psicológicas pode ser utilizada para se trabalhar com crianças com problemas de comportamento, inclusive com crianças com déficit de atenção e hiperatividade: a)Estratégia psicoeducacional – a ênfase da abordagem psicoeducacional é sobre a avaliação das necessidades da criança, o desenvolvimento de um plano individual e recomendações educacionais. O conjunto de modificações do programa é feito dentro da situação escolar, ao contrário da psicoterapia que remove a criança do ambiente da escola. Espera-se que o professor seja a figura central na implementação desta estratégia. b)Estratégia psicodinâmica – o principal objetivo desta estratégia é ajudar as crianças a se conscientizarem de suas próprias necessidades, desejos e temores. Os defensores do modelo psicodinâmico enfatizam os procedimentos psiquiátricos, como diagnóstico, tratamento, tomada de decisão e avaliação. O comportamento desajustado é visto como sintoma do conflito intrapsíquico, e o tratamento se concentra na eliminação da causa subjacente do conflito. Acredita-se que a eliminação de um sintoma (por exemplo, o comportamento agressivo pode ser visto como um sintoma) sem a remoção da causa resultaria somente na substituição de um sintoma por outro. c)Estratégia de modificação de comportamento – os defensores da modificação de comportamento vêem todos os comportamentos, desajustados ou não, como aprendidos. O behaviorista vê o comportamento manifesto como problema que precisa ser tratado, ao contrário dos seguidores da estratégia psicodinâmica que vêem o comportamento como um sintoma de um problema mais profundo. A modificação do comportamento é conseguida pela especificação dos comportamentos que devem ser mudados e oferecendo-se reforço diferencial para estabelecer os comportamentos desejados. d)Estratégia ecológica – os que apóiam o modelo ecológico (Rhode, 2003) afirmam que os problemas humanos são resultado de interações inadequadas da criança com o ambiente (família, irmãos, professores, crianças, subgrupos culturas e assim por diante). O tratamento consiste na modificação dos elementos da ecologia, inclusive da criança, do modo que ocorram interações mais construtivas da criança com o ambiente. Um outro fator técnico a ser observado, ignorado muitas vezes pelos educadores: é a injustiça que, involuntariamente, estes comentem na classificação e o prejuízo que assim causam, sem saber, aos alunos. Trata-se de distorções resultantes dos sistemas de classificação adotados. A avaliação continuada – o trabalho é, de certo modo, “truncado” ele trabalha em tema e, logo a seguir, depois de ter sido avaliado sobre esse tema, para uma outra coisa... e esquece aquilo que aprendeu. Talvez se faça necessário dar a avaliação continuada e à avaliação terminal caracteres diferentes para que se complemente, e permitam, diminuindo a angustia traumatizante pode provocar mudança no comportamento em certas pessoas, particularmente os altamente ansiosos portadores de TDAH, a aproximação de um exame, avaliar um campo, o mais vasto possível , da ação educativa. A forma de avaliação que acompanha a que chamamos avaliação diagnóstica. Qualquer produção do aluno é, com efeito, testemunha de sua atividade e revela seus pontos fortes e fracos; as faltas cometidas são de natureza diferente e fornecem indicações claras e precisas visando a compreensão do como se constrói nesse aluno o processo de aprendizagem, e em que ponto houve a ruptura ou falha do conhecimento. Além disso, o conjunto de erros cometidos num grupo permite ao educador dar-se conta da eficácia (ou não) de sua forma de comunicar o ensinamento. Nesta perspectiva, a avaliação compreendida como um vasto sistema de apoio à aprendizagem pode torna-se ainda mais dinâmica se tiver como objetivo, que o aluno tome consciência de seus progressos (ou de seus retrocessos) e o conhecimento de seus resultados não põem em causa as relações afetivas com o educador, se este utilizar esta forma de avaliação depois de ter explicado bem aos alunos o seu objetivo: ajudar o aluno na aprendizagem. 2.2. A HIPERATIVIDADE E AS QUESTÔES AVALIATIVAS NA ESCOLA Um outro fator técnico a ser observado, ignorado muitas vezes pelos educadores: é a injustiça que, involuntariamente, estes comentem na classificação e o prejuízo que assim causam, sem saber, aos alunos. Trata-se de distorções resultantes dos sistemas de classificação adotados. A avaliação continuada – o trabalho é, de certo modo, “truncado” ele trabalha em tema e, logo a seguir, depois de ter sido avaliado sobre esse tema, para uma outra coisa... e esquece aquilo que aprendeu. Talvez se faça necessário dar aa avaliação continuada e à avaliação terminal caracteres diferentes para que se complemente, e permitam, diminuindo a angustia traumatizante pode provocar mudança no comportamento em certas pessoas, particularmente os altamente ansiosos portadores de TDAH, a aproximação de um exame, avaliar um campo, o mais vasto possível , da ação educativa. A forma de avaliação que acompanha a que chamamos avaliação diagnóstica. Qualquer produção do aluno é, com efeito, testemunha de sua atividade e revela seus pontos fortes e fracos; as faltas cometidas são de natureza diferente e fornecem indicações claras e precisas visando a compreensão do como se constrói nesse aluno o processo de aprendizagem, e em que ponto houve a ruptura ou falha do conhecimento. Além disso, o conjunto de erros cometidos num grupo permite ao educador dar-se conta da eficácia (ou não) de sua forma de comunicar o ensinamento. Enquanto uma avaliação formativa normalmente no tempo de que a tarefa de aprendizagem, sobretudo para intervir imediatamente onde se manifeste uma dificuldade, a avaliação somativa reveste o caráter de um balanço. Ela intervém, portanto, depois de um conjunto de tarefas que constitue um todo, correspondendo, por exemplo, a um capítulo de um curso, ao conjunto dos cursos de um trimestre... Os exames periódicos, as chamadas gerais são, pois, avaliações somativas. (BARKLEY,1990) Nesta perspectiva, a avaliação compreendida como um vasto sistema de apoio à aprendizagem pode torna-se ainda mais dinâmica se tiver como objetivo, que o aluno tome consciência de seus progressos (ou de seus retrocessos) e o conhecimento de seus resultados não põem em causa as relações afetivas com o educador, se este utilizar esta forma de avaliação depois de ter explicado bem aos alunos o seu objetivo: ajudar o aluno na aprendizagem. 2.3. SUBDIVISÕES DE TDAH E INTERAÇÕES COM OUTROS PROBLEMAS O TDAH devido à sua complexidade de sintomas pode ser muitas vezes difícil de diagnosticar. Muitas vezes o transtorno pode aparecer sem alguns dos seus sintomas característicos e em outros casos podemos encontrar outras síndromes neurológicas e psiquiátricas que podem ser facilmente confundidas com TDAH, ou ainda apenas comportamentos culturais que podem confundir o diagnóstico. Embora o DSM-IV só cite 3 tipos de ADD, Tipo Predominantemente Desatento (314.00), Tipo predominantemente Hiperativos-Impulsivo (314.01) e Tipo Combinado (314.01); HALLOWELL et al..1995) sugere que na prática clínica outros tipos se manifestam e que é necessário que o especialista esteja atento a estes novos tipos de combinações entre TDAH e outras condições para a realização correta deste diagnóstico. As classificações propostas por estes autores são: • TDAH sem hiperatividade • TDAH com ansiedade • TDAH com depressão • TDAH com outros problemas de aprendizado • TDAH com agitação ou mania • TDAH com drogadicção • TDAH em pessoas criativas • TDAH com comportamento de alto risco • TDAH com estados dissociativos • TDAH com características de personalidade limítrofe (borderline) • TDAH com distúrbios de conduta (em crianças) ou características anti-sociais (em adultos) • TDAH com Transtorno Obsessivo-Compulsivo • Pseudo-TDAH A partir dessas subdivisões, destacaremos nesse trabalho alguns dos casos mais comumente observados nas escolas, portanto justificando maior destaque nesse trabalho, onde busca-se na literatura definições, causas, diagnostico e prognóstico de atendimento. a) TDAH sem hiperatividade: Um dos enganos mais freqüentes sobre TDAH é que se a criança não apresenta comportamento hiperativo, automaticamente a possibilidade de TDAH está descartada. Isto é mais freqüente ainda por causa do TDAH ser conhecido pelo público leigo apenas como Hiperatividade. Esta concepção de que TDAH é sempre acompanhada de hiperatividade não é verdade, pois existem casos, especialmente no sexo feminino em que o TDAH se manifesta através apenas da falta de atenção. São pessoas que tem uma característica sonhadora, que não são capazes de prestar atenção. Tem dificuldades em terminar tarefas já começadas e freqüentemente são taxadas de preguiçosas, desorganizadas ou não motivadas injustamente. b) TDAH com ansiedade: Devido ao esquecimento freqüente e dificuldade de organização é natural que pessoas com TDAH sintam certa ansiedade em saber se não estão se esquecendo de alguma coisa. Mas este ansiedade natural pode acabar se tornando patológica. A pessoas com TDAH pode começar a procurar algo para se preocupar durante o tempo todo. Passam a procurar sempre por alguma coisa que esqueceram, algum problema, etc. Acabam se tornando sempre preocupados com alguma coisa. c) TDAH com depressão: Como conseqüência do TDAH, as pessoas portadoras deste tipo de problema são freqüentemente taxadas das mais diversas coisas e trazem consigo muitas vezes um histórico de muitas frustrações devido a esquecimentos, trabalhos não terminados, etc.. Não é difícil de conceber em situações como estas possam levar logo à depressão. Alguns pesquisadores acreditam que a depressão no TDAH pode não ser apenas devido aos fatores ambientais, mas sim devido a fatores fisiológicos combinados com o TDAH, já que algumas das drogas usadas para tratar depressão são também eficazes para o tratamento de TDAH. Embora ainda não se saiba exatamente a causa da depressão no TDAH, este fenômeno é de extrema importância no tratamento do problema, especialmente se para ponto de vista do psicólogo, pois freqüentemente este é chamado para tratar a depressão e tentar resolver problemas de ajustamento do paciente. d) TDAH com outros problemas de aprendizado: Conforme já foi mencionando anteriormente o TDAH pode vir acompanhado de outros problemas de aprendizados: Dislexia – É uma perturbação constitucional, primaria, geneticamente transmitida, dificuldade de adquirir a capacidade de leitura (Lefevre, 1982). A Dislexia se manifesta por dificuldade em trocas de letras com formatos parecidos (d b, p q, b q, etc.) ou sons parecidos (d, t, f, m, n, etc.), deficiências de percepção visual e auditiva. Em alguns casos, os pacientes não conseguem entender o conteúdo do texto, mas sim tentam “adivinhar” este conteúdo na tentativa de negar o problema. Disgrafia – Dificuldade de escrita, manifesta como uma dificuldade motora na execução da escrita. A criança não consegue realizar os traços necessários para escrever corretamente, muitas vezes as letras ficam ilegíveis e muitas professoras acusam o aluno de não ser caprichoso, gerando ainda mais problemas. Discalculia - Problemas em realizar operações aritméticas e até a escrita de números como foi demonstrado em um exemplo de LEFEVRE abaixo, quando foi pedido para a criança calcular 367+ 51 sua conta foi a seguinte: 30067 + 51 81067 Todos estes problemas levam à uma necessidade de cuidados especiais na educação da criança e de um preparo especial dos professores para que estes não acusem a criança de ter alguma problema, baixando ainda mais a sua auto-estima e causando problemas quanto a concepção que ela vai ter da escola. É necessário que estes professores compreendam antes de acusar. e) TDAH com agitação ou mania: Em alguns casos o TDAH pode se assemelhar ao distúrbio bipolar e o inverso também pode conter no caso de um episódio de mania. A diferença esta na intensidade da crise, já que os episódios de mania tendem a ser muito mais intensos que os de TDAH. f) TDAH com agitação ou mania: Em alguns casos o TDAH pode se assemelhar ao distúrbio bipolar e o inverso também pode conter no caso de um episódio de mania. A diferença esta na intensidade da crise, já que os episódios de mania tendem a ser muito mais intensos que os de TDAH. No entanto, não é raro de acontecer de pessoas com TDAH, especialmente em casos onde existem comportamentos muito energéticos, serem diagnosticado com distúrbio bipolar. A mudança de diagnóstico normalmente vem quando o paciente não mostra resposta ao tratamento adequado. g) TDAH em pessoas criativas: Uma das características positivas em TDAH é a capacidade criativa que normalmente está presente junto com o problema. Devido a sua capacidade de não conseguir manter as idéias em ordem, pessoas com TDAH tendem a ser muito criativas e muitas vezes é em ramos onde a criatividade é importante que estas pessoas acabam encontrando um trabalho que conseguem fazer bem. Uma das características curiosas do TDAH é que algumas vezes quando os pacientes encontram o ambiente e a tarefa certo para estimulá-los eles pode acabar demonstrando uma característica contrária à aquela normalmente associada ao TDAH, ou seja, ao invés da desatenção, podem demonstrar uma concentração e uma dedicação bastante intensa. h) TDAH com comportamentos de alto risco: A incapacidade de se manter estável e a necessidade de busca por novas emoções podem levar uma pessoa com TDAH, especialmente na adolescência e vida adulta a demonstrar comportamentos de alto risco. HALLOWELL et. Al.,(1995) sugere uma lista de comportamentos que podem indicar TDAH em adultos: qualquer comportamento de alto risco em níveis crônicos Tipo “A” de personalidade, ou seja pessoas com uma forma de vida intensa, propensas à atividades estressantes e com um modo de vida onde a agitação e a necessidade por novas emoções está sempre presente. i) TDAH com estados dissociativos: Um das principais características de TDAH é a falta de atenção. No entanto muitas vezes é difícil se ter certeza de que o distúrbio é mesmo a causa deste tipo de comportamento, pois outros problemas também apresentam a distração como sintomas. Só para exemplificar poderíamos citar a lista abaixo: Os estados dissociativos fazem com que a pessoa corte os vínculos com um episódio traumático que aconteceu com ela para evitar o sofrimento e a dor psicológica relacionadas com a lembrança de tal evento. Para o diagnóstico diferencial entre a TDAH e estados dissociativos, o histórico completo e detalhado do paciente é fundamental. É necessário saber se o paciente não passou por nenhum trauma, já que muitas vezes estados dissociativos ligados a traumas podem se assemelhar à distração do aluno. Outra saída para se tentar decidir por um ou outro diagnóstico é a busca por sintomas no histórico desta pessoa, desde a infância, pois mesmo que a pessoa não tenha sido diagnosticada com esse distúrbio, ao contrário do que ocorre nos estados dissociativos, ela se lembra do que ocorreu com ela, só não sabendo que existe uma causa para os problemas dela. j) TDAH com problemas de conduta Os problemas de conduta, são comportamentos que ocorrem em algumas crianças por comportamento agressivo, dificuldade de convivência com regras e sociedade. Embora já há evidências de uma genética deste problema, é importante lembrar que crianças com este problema normalmente apresentam uma história comum, procedendo de famílias com sérios problemas como pais ausentes, abusivos, uso de drogas, pobreza, falta de educação, comida, etc. k) Pseudo TDAH Muitas vezes comportamentos influenciados pela cultura de um determinado povo ou de um grupo pode ser confundido com aqueles apresentados por pessoas com ADD. Um ambiente que exerce muita pressão sobre um sujeito pode muitas vezes induzir comportamentos como falta de atenção, hiper\atividade, incapacidade de concluir tarefas já começadas etc. 2.4. UMA NOVA PROPOSTA PARA O ENSINO DE CRIANÇAS COM TDAH Segundo, Bueno (2000), fala-se muito sobre pedagogia, teorizam-se processos, montam-se projetos até interessantes para crianças com diferentes síndromes.Estas idéias além de não serem mais do que utópicas, dificilmente chegam a ser debatidas com especialistas sobre as síndromes e levadas à população em geral. Ao criarmos instituições que amparam crianças com hiperatividade podemos estar afastando definitivamente estas crianças do âmbito social-real comprometendo os esquemas de aprendizagem, linguagem e corporal. Sabemos que a atenção de crianças com ADD é menor frente à estímulos. Menor no que se refere ao tempo em que a criança fixa sua atenção aos estímulos. Trataremos nesta etapa do trabalho sobre os aspectos que a atenção pode tomar na vida da criança. Ao lidar com atenção estamos abordando a via de entrada de informações na vida intelectual da criança. Pedagogicamente falando, sabemos que o caminho que essa atenção faz nos primeiros anos da vida da criança é do concreto para o abstrato. A criança vislumbra o concreto percorrendo o caminho do seu desenvolvimento até chegar no abstrato. Essa abstração é tão cobrada e valorizada pelos educadores que por si só é fonte de grande poder intelectual e de criatividade. Entendendo melhor o processo de pensamento de uma criança com TDAH, sabe-se que ela ao não dirigir sua atenção somente à um objeto devido à sua sensibilidade a estímulos externos, traça um emaranhado de associações que se acercam muito à abstração. Podemos dizer então, que uma criança hiperativa possui uma capacidade de abstração muito grande que levam à um potencial intelectual e criativo muito elevado. Da mesma maneira que isolando essa criança do ambiente escolar, com os estímulos existentes nele, é prejudicial, podemos dizer que o oposto pode tornar-se complicado. Geralmente o trabalho de um educador visa igualmente o individual e junto com isto uma concepção do que é o grupo. Essa criança carece de uma atenção especial, mais cuidadosa, um trabalho amplo, fazendo uma ponte entre sua casa-escola-clínica terapêutica. Levando em conta a realidade do ensino infantil que hoje está em decadência, carente de profissionais e amparo governamental, insistimos no conhecimento e interesse nas síndromes que afetam a educação. Sabemos que existem classes de quase 40 alunos onde uma atenção especial torna-se inviável. Por isso defendemos a existência de uma ponte entre o meio que a criança vive, ampliando a rede social, fazendo com isto que a criança conviva com mais pessoas, permitindo desta forma um melhor desenvolvimento das suas habilidades. Buscamos neste trabalho não só divulgar informações sobre uma condição que é tão pouco conhecida e, no entretanto, afeta tantas pessoas como também discutir as possíveis alternativas para a educação da criança com TDAH, propondo métodos de ensino adequados que permitam uma integração social mais ampla. A principal questão é como podemos dar par uma criança com TDAH a atenção e o apoio que elas necessitam quando nem crianças sem a síndrome e com necessidades menores conseguem ter este tipo de atenção? Como desenvolver a atenção da criança aproveitando o potencial criativo e sensível dela? Primeiramente devemos ter a consciência que a TDAH limita a capacidade de aquisição rápida da criança. Deve trabalhar então nestas crianças é o seu lado sensível tanto emocional como criativa. Como já foi mencionado, as crianças com ADD tem um potencial enorme para desenvolver estas capacidades. Antes de iniciar o trabalho devemos saber como realizar a estimulação nelas. As condições do mundo atual, leva à uma ansiedade pela alfabetização que em alguns casos tem se realizado à partir dos 3 anos de idade, faz com que as crianças deixem de desenvolver algumas outras atividades fundamentais que serviriam como suporte para um alfabetização futura, ampliando a base para a aquisição. Entre estas características está o esquema corporal, pois sabemos que o corpo de uma criança pode lhe proporcionar prazer além de ser uma fonte receptiva e transmissora de informações externas e internas. A criança vai desenvolvendo o seu esquema corporal através da superação de obstáculos e treinamento dos movimentos indo de movimentos grosseiros até a coordenação motora fina. O corpo sensivelmente capta e percebe sensorialmente o mundo. Essa porta de entrada possibilitará para a criança criar critérios qualitativos e discriminativos que serão fundamentais para a sua percepção espacial, social e corporal. Nas escolas de hoje, o trabalho corporal resume-se às aulas de educação física que podem levar estas crianças à fadiga e conseqüente desinteresse em desenvolver estas habilidades. O trabalho corporal não deve ser limitado apenas à atividade esportiva, trabalhos em grupos, introdução de regras, etc. Ele é sensível, é dramático, é o processo criativo, que se apresenta como um facilitador para obter a atenção da criança com TDAH. Através do corpo sensibilizamos outras áreas. O esquema corporal de uma criança com TDAH vê-se comprometido por disfunções de inibição e controle. Uma intervenção por parte do educador pode ser levada para o lado do experimento sensorial. Sabe-se que através do corpo podemos sensibilizar outras áreas. Um exemplo de trabalho com o corpo e que busca através de outro estímulo mais concreto fazer com que a criança experimente sensações corpóreas: Um trabalho com argila pode não buscar apenas a concretização de algo pensado. Existe uma parte sensível que se utiliza do tato. Fazendo a criança perceber o material com que trabalha. O professor ao estimular, valorizar suas descobertas pode introduzir conceitos discriminativos entre outros devido à sensibilização (que pode ser chamada de "aquecimento) que a criança experenciou. Com isto abre-se novos caminhos para a introdução e estimulação de outras áreas. Todo este universo é precioso para a criança pois nele terá liberdade para criar. A criança com TDAH tem aí um recurso que seguramente terá sua atenção durante algum tempo. Muitas vezes nos perguntamos se o processo é a segurança da atenção, ou o produto é que mostra o grau de atenção que a criança designou para a atividade. Como tudo, o processo pedagógico é progressivo. Ao valorizar o processo gerador de um produto estamos abrindo o caminho para uma evolução que exige paciência por parte do educador. A criança com TDAH ao trabalhar com suas habilidades sensíveis pode usar a sua percepção à estímulos para desenvolver um produto do processo criativo. Como sabemos, o mais difícil para uma criança com TDAH é finalizar uma tarefa, pois assim que começa uma já está prestando atenção em outra. Tendo esta finalidade essa necessidade Ao valorizarmos este processo enriquecemos o intelecto da criança e assim, cada vez mais está disposta a criar. Imaginemos se fosse criada uma sala especial para uma criança com TDAH, branca, sem interferências ou estímulos senão aqueles já planejados pelo educador. Estaríamos afastando a possibilidade da criança de entrar em contato com o mundo real, composto de estímulos que ajudariam essa criança a formar conceitos grupais desenvolvendo o seu intelecto capacitado para interagir com o meio. 2.5. SINTOMAS DA CRIANÇA COM TDAH Crianças com este transtorno apresentam tríade sintomatológica: impulsividade, hiperatividade e déficit de atenção, passando por situações difíceis em todo o seu contexto social. Tendo comprometimento cognitivo, atrasos na motricidade e no desenvolvimento da linguagem, dificuldades de leitura e aprendizagem. Causando assim forte impacto em sua vida, por serem muitas vezes mal interpretadas (BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005). De acordo com Benczik (2002), as crianças com TDHA são vistas pela sociedade como desobedientes, preguiçosas, mal educadas, não se adequando ao convívio social, deixando as pessoas que convivem com elas estressadas por ficarem aquém das expectativas esperadas, não conseguindo alcançar algumas metas. Conforme Andrade (1998 apud ANDRADE, 2003), os sintomas do TDAH surgem nos primeiros anos de vida, percebendo-se mudanças no processo de desenvolvimento neurológico e emocional. Há relatos de mães de crianças com TDAH de que essas se movimentam muito desde a vida intra-uterina, desde os primeiros meses eram irritadas, choravam excessivamente, mexiam quando estavam dormindo e acordavam diversas vezes na noite. Segundo Benczik (2002), grande parte dos pais notam o excesso de atividade motora no momento em que as crianças estão engatinhando, coincidindo quando elas aprendem a andar, estas podem apresentar graves alterações de comportamento como: problemas de alimentação e sono, inquietude exagerada e ceninhas de negativismo e birra. Nesta fase é notória a agitação das crianças com TDAH, devido ser bem superior em relação as sem o transtorno, precisando ainda mais de vigilância já que tem maior risco de sofrerem acidentes. Leibson (200, apud ANDRADE, 2003) acrescenta ainda que os responsáveis destas têm um custo médico anula em média estipulado de duas a três vezes mais alto que os de crianças e adolescentes sem o transtorno. Muitas vezes a conduta das crianças com o transtorno não é reparada pelos seus familiares, somente quando elas começam a freqüentar a escola fica mais fácil de perceber tais comportamentos, devido a possibilidade de comparar e analisar várias crianças com a mesma idade tendo que prestar atenção e ficar quietas durante certos períodos. (SCAHILL e SCHOWAB-STONE, 2000 apud ANDRADE, 2003). Segundo Barbosa, Barbosa e Amorim (2005, p. 74): [...] O TDAH está caracterizado por apresentar uma diversidade de sintormas, como: hiperatividade, déficit de atenção, impulsividade, agitação motora, desobediência constante, dificuldade em seguir regras, falta de persistência em continuar suas tarefas, antecipam respostas a questões não concluídas, imprudência etc. estas condutas afetam tanto o desenvolvimento emocional e global da criança, como sua adaptação social, acarretando, também, prejuízos no âmbito acadêmico, mesmo que essa criança apresente um nível satisfatório de inteligência. Estudos realizados pro Barkley (1990 apud BENCZIK, 2002) revelam que esse transtorno está relacionado com a possibilidade de mau desempenho escolar, tais como maior ocorrência de repetências, exclusões e suspensões, relações em geral complicadas, desenvolvimento de ansiedade, depressão, baixa auto-estima, problemas de conduta e delinqüência, uso precoce de drogas e envolvimento em acidentes de carros. Para Goldstein e Goldstein (2002 apud BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005) por não conseguirem desempenhar as exigências estabelecidas em sala de aula essas crianças ficam deprimidas e retraídas e outras tornam-se irritadas e agressivas, tais comportamentos são vistos como desajustados causando conseqüências negativas no contexto social, como na aprendizagem. Segundo Oaklander (1980), citado pelos autores mencionados no parágrafo anterior a para melhorar a auto-estima de crianças com TDAH é fundamental permitir que em alguns momentos elas tomem decisões, pois assim se sentirão importantes e com maior possibilidade de concluir projetos, por se tornarem autoconfiantes. Professores notam sua discordância entre potencial intelectual e a prática escolar das crianças com o transtorno, ficando comprometido o desenvolvimento escolar e a realização de atividades em sala de aula, até mesmo com inteligência superior (BENCZIK, 2002). Segundo Barkley (2002) afirma que elas realizam trabalhos inconsistentes, a maioria das crianças com esse transtorno apresentam inteligência média a superior e também têm a capacidade de prestar atenção prejudicada cerca de 30% ou mais se comparadas com outras sem transtorno. Este argumenta que não existe certeza de que crianças com TDAH se distraem mais facilmente do que outras sem o transtorno, para ele pais e professore confundem distração com perda de interesse rápida e a atração dessas crianças pelos aspectos mais recompensadores, divertidos e reforçativos em qualquer situação. Esse autor, afirma ainda que elas se distraem quando estão realizando atividades que exijam períodos longos de tempo, não retornando ao trabalho interrompido prontamente com a mesma facilidade de crianças sem o transtorno. Ele assegura que isto ocorre devido às pessoas com TDAH não conseguirem resistir à tentação de distração e sustentar a inibição de desejo em realizar outras tarefas, pois manter a atenção é sinal de inibição. [...] O TDAH compromete de modo marcante a vida da criança e dos adultos que a cercam, pois é uma condição que promove dificuldades, como impulsos, concentração, memória, organização, planejamento e autonomia. E envolve uma grande pluralidade de dimensões implicadas, tais como comportamentais, intelectuais, sociais e emocionais (BENCZIK, 2002, p. 26). De acordo com Barbosa, Barbosa e Amorim (2005) crianças com TDAH são em muitas situações acusadas de não prestarem atenção, mas o que acontece é que estas não têm capacidade de planejar antecipadamente, salientar a atenção seletiva e organizar respostas rápidas. Pessoas com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade têm dificuldade para tomar iniciativas, principalmente quando não há estímulos, planejar, determinar prioridades, serem organizadas. Apresentam sonolência diurna, decadência rápida de motivação, baixa tolerância a fustração, problemas com a memória, são lentas, não finalizam tarefas e não tem consciência quanto aos seus desempenhos. Este comprometimento da memória de trabalho não-verbal está relacionado em manter acontecimentos em mente, prever resultados futuros não conseguindo traçar um paralelo entre objetivos de concretização de metas futuras com planos feitos no passado. Já o comprometimento da memória verbal repercute em dificuldades de usar autoinstruções para determinar comportamentos, reflexão, auto-questionamento, cumprimento de regras e capacidade de resoluções de problemas verbais (MATTOS et al, 2003). O TDAH pode atrapalhar o processo de linguagem da criança, visto que a memória de trabalho, habilidades comunicativas e a capacidade de planejamentos são fundamentais pra o processamento lingüístico (LIMA e AlBUQUERQUE, 2003). Segundo Coulthard, (1997 apud ALBUQUERQUE, 2003), a capacidade de atenção é de suma importância a partir do principio da aquisição da linguagem e também no desenvolvimento comunicativo. Para Ssandler (1993 apud LIMA e ALBUQUERQUE, 2003), as crianças com problemas neste processo têm dificuldade de relacionamento devido não interagirem de forma conveniente. Goldstein (1998 apud LIMA e ALBUQUERQUE, 2003) enfatiza que as crianças com esse transtorno precisam aprender utilizar a linguagem como bom auxílio para ter autocontrole de seus comportamentos. Para Barkley (2002) a maioria das crianças com TDHA apresenta mais problemas referentes ao desenvolvimento da fala do que no processo de linguagem, tendo de fato dificuldades na expressão da linguagem e fluência. De acordo com Bishop e Tannock (apud LIMA e ALBUQUERQUE, 2003), a comunicação de crianças com TDAH é desorganizada, apresentados distúrbios na fala e problemas de ordem de linguagem. A fala é comprometida em vários aspectos, bem como, na produção dos sons causando alterações articulatórias na fluência, na cadeia de fala, na velocidade e na qualidade vocal. Já os problemas de linguagem referem-se a dificuldades em produzir e interpretar enunciados tendo vocabulário limitado, erros de acesso lexical e no processamento de estruturação sintático-semântica de informações. Pessoas com esse transtorno apresentam muita dificuldade em elaborar seqüências narrativas, sendo prejudicadas na interação social por não darem conta de relatar histórias e principalmente suas próprias experiências. Lima e Albuquerque (2003, p. 126-127) afirma que: [...] Para as crianças com TDAH, toda situação de interação lingüística que exija planejamento e organização representa um desafio a ser vencido. Como quase sempre são mal sucedidas, elas falam muito, falam de forma acelerada, respondem antes de terminar a pergunta, não esperam a vez, interrompem ou então parecem nem ouvir o que é dito, têm a fala diminuída ou disfluente e não conseguem narrar. Outro ponto crucial é a possibilidade de crianças com o transtorno ter falhas de produção da escrita, por causa do déficit visual motor, acarretando complicações na coordenação viso-motora, obtendo dificuldades em realizar atividades nas quais tenha de escrever, desenhar, traçar e copiar (BENCZIK, 2002). A escrita destas é comprometida frequentemente devido às dificuldades na coordenação motora fina e pela impulsividade, sendo comum a presença da disgrafia tendo como resultado trabalhos desorganizados, alterações no aspecto grafomotor, omissões e substituições por causa de dificuldades na correspondência fonema/grafema e na aquisição do sistema ortográfico devido não conseguirem fixarem (LIMA e ALBUQUERQUE, 2003). Crianças com TDAH apresentam leitura deficiente, devido à dificuldade em associar fonética aos sons das letras (BENCZIK, 2002). É habitual realizarem leituras automáticas, não tendo problemas para fazer decodificação fonológica, mas não há compreensão do texto por não manterem as representações durante o tempo necessário para que aconteça tal processo. Estas têm maior dificuldade em fazer leitura silenciosa, devido se perder no ponto de leitura sem o auxílio da fala, já na leitura oral há uma maior facilidade, pois a fala mantêm o foco de atenção. (LIMA e ALBUQUERQUE, 2003). Essa falta de compreensão é percebida mediante a dificuldade de interpretação de textos. Elas necessitam de pistas visuais, pois trabalham melhor com nível concreto (BENCZIK, 2002). Nas situações de grupo as crianças com o transtorno podem agravar seus sintomas. Elas desenvolvem melhor suas atividades quando são orientadas de perto e quando as instruções são repetidas frequentemente (BARKLEY, 2002). Crianças com TDAH apresentam atrasos consideráveis da função adaptativa, que envolvem responsabilidade de cuidar de si, relação social e capacidade de se tornarem independentes (BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005). Esta função abrange habilidades de auto-ajuda como: amarrar os cadarços dos sapatos, tomarem banho, se vestir, alimentar-se, ir ao banheiro, etc; linguagem e habilidades interpessoais. A função adaptativa é 10% inferior nas crianças com TDAH, elas têm maior probabilidade de desenvolver transtornos de conduta, são atrasadas em habilidades acadêmicas e suas interações familiares e sociais são conflituosas (BARKLEY, 2002). As relações sociais das crianças com TDAH são ruins, apresentando problemas com seus pares por não serem tão capazes de realizar trocas mútuas de favores, “reciprocidade”, por causa dos seus problemas de conduta como: comportamento opositivo e desafiador, agressivo, facilidade em se irritar desempenhando atitudes antisociais (BARKLEY, 2002). Devido sua inquietude e comportamentos disruptivos são rejeitadas por outras crianças (ANDRADE, 2003). Seus pais classificam-na de desastradas por causa da sua pouca coordenação motora (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1994, ANDRADE e Cols, 2000, GHERPELLI, 2001). Alguns estudos comprovam que o TDAH interfere no desenvolvimento intelectual e mental de forma significativa, prejudicando em média cerca de 7 a 10 pontos abaixo do grau normal de inteligência, isso ocorre provavelmente ao reflexo das complicações geradas pelo transtorno nas aptidões de realizar testes do que na própria inteligência (BARKLEY, 2002). Crianças com TDAH apresentam uma noção inadequada em relação a espaços, percebida na maioria das vezes através de seus desenhos e na identificação de símbolos gráficos parecidos, mas que se diferem pela disposição espacial (ANDRADE, 1998 e 2002; ANDRADE e Cols, 2000; GHERPELLI, 2001 apud ANDRADE, 2003). Segundo Weiss (1995 apud BARBOSA, BARBOSA e AMORIM, 2005) a aparência da criança com TDAH é normal, podendo não ter déficit de inteligência, o que dificulta a conclusão de diagnósticos precisos, entretanto a maioria não consegue média suficiente na escola podendo ter deficiências específicas de aprendizagem e conduta. Mas de acordo com Barkley (2002) estas podem apresentar mais anormalidades discretas em sua aparência como: orelhas com implantação pouco abaixo do normal na lateral da cabeça falta dos lobos das orelhas ou língua cheia de sulcos, dedo indicador mais longo que o dedo médio, um quinto dedo curvado e um terceiro dedo do pé tão ou mais longo quanto o segundo. Mas essas características não devem ser levadas muito em conta, devido não ser sinais exclusivos do TDAH. Barkley (2002, p. 119) afirma: Crianças com TDAH não são todos iguais. Algumas exibem padrões diferentes de comportamento, desenvolvimento e riscos tardios. Algumas apresentarão apenas o TDAH; outras terão esse transtorno aliado a problemas de aprendizado, agressividade, conduta anti-social e péssima relação com amigos. Todas compartilham o problema da habilidade reduzida de inibir seu comportamento e de manter esforços para sustentar atividades. E, com certeza, todas as crianças necessitam de novos cuidados, apoio, orientação, educação e amor, embora possam ser um desafio para se criar e nem sempre parecem agradecidas por nossos esforços em orientá-las e criá-las para a vida adulta. Tendo em vista as observações dos autores sobre os estudos que se referem ao histórico de crianças com TDHA, percebe-se a importância de que os profissionais que lidam diretamente com os portadores do transtorno, precisam estar a par dos avanços que as pesquisas fizeram no sentido de orientar esses profissionais. CAPÍTULO III METODOLOGIA - ESTUDO DE CASO A partir do momento em que estudos apontam como um dos fatores predisponentes para a incidência hiperatividade e déficit de atenção os problemas ambientais, mudando o enfoque médico para ecológico, o interesse foi de buscar a parceria da psicopedagogia como uma das opções de oferecer ao professor e a família que lida com a criança ou adolescente com TDAH, as contribuições que a avaliação e a intervenção psicopedagógica pode trazer, tanto através dos testes, que favorece no diagnóstico quanto nas dinâmicas e oficinas que ela modalidade de atendimento traz. Para identificar se realmente há benefícios e como eles acontecem e repercutem na aprendizagem e comportamento do aluno, optou-se por analisar como acontece esse processo, fazendo um estudo de caso com aluno da rede pública de ensino, com diagnóstico médico de TDAH em atendimento na equipe de multiatendimento . O estudo terá como suporte teórico metodológico às pesquisas bibliográficas, que confrontados com os resultados da pesquisa de campo, através de entrevistas com representantes dos segmentos: família, escola e equipe de multiadentimento, dando ênfase a análise qualitativa dos dados coletados em fichas individuais, relatório pedagógico e psicopedagógicos , anamnese e observação direta com o objeto de estudo. 3.1. CONTEXTUZALIZANDO O TDAH NA REALIDADE OBSERVADA Análise do caso foi direcionada para o universo das escolas públicas de Planaltina –DF, a partir de informações obtidas juntamente com as professoras que atuam em salas de recursos para atendimento de crianças portadores de dificuldades de aprendizagem diagnosticadas. A primeira proposta foi de averiguar se existem um grupo de alunos com TDAH recebendo atendimento especifico, se são diagnosticados e quantos, e por último qual a contribuição da equipe de psicopedagogia nesse tipo de atendimento. De acordo com os dados analisados, nos relatórios de controle da unidade de atendimento, atualmente estão sendo atendidos em média 8 (oito) alunos, (pesquisa de campo -novembro/2008), encaminhados pelas escolas públicas do DF, Região Administrativa de Planaltina-DF, após pré-diagnóstico das professoras regentes, e na maioria dos casos sem laudo médico, ou avaliação psicopedagógica anterior ao inicio do atendimento. Do total de alunos 2 (dois) estão na 4º ano do Ensino Fundamental de nove anos; 01 (um) no 3º ano e 3 (três) no 2º ano e 2 (dois) no Bloco Único de Alfabetização (BIA). A partir dos resultados dos testes pedagógicos e psicopedagógicos comprovou-se que todos os alunos, apresenta defasagem em relação à série/desenvolvimnento, isto é, estão com dificuldade de aprender, o que justifica o encaminhamento. A faixa etária dos alunos está entre 7 (sete) a 11(onze) anos, dos 08 (oito) alunos o total de 05 (cinco) deles 60% em média, já foram reprovados em alguma das séries freqüentadas, por isso foram causa de preocupação dos professores e coordenadores de escola, é importante trazer para a discussão a questão de que esses alunos apresentam dificuldade de aprender tanto em leitura e escrita quanto no raciocínio lógico-matemático. Segundo informações obtidas, as contribuições da psicopedagógia estão diretamente relacionadas, tanto ao diagnóstico quanto ao prognóstico. O atendimento que a equipe de psicopedagogia oferece é a parceria de orientação entre os professores, que atendem os alunos nas salas de recursos, através de oficinas psicopedagógicas, que constam de dinâmicas, atividades especificas para exercitar o treino e a memória, usando para isso jogos, quebra cabeças, brincadeiras, leitura, envolvendo atividades de grupo e individuais. Os relatórios apontam que os avanços podem ser considerados satisfatórios, visto que de acordo com as professoras o alunos estão mais motivados para aprender e participar das tarefas, tanto nas salas de recursos quanto nas salas de aula de ensino regular. 3.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS O termo Hiperatividade é muitas vezes utilizado de maneira inadequada, designando crianças com comportamento agitado aliado a dificuldades de concentração e aprendizagem. Com o objetivo de verificar qual nível de conhecimento que os professores possuem a respeito deste conceito, realizou-se o presente estudo que teve como sujeito 05 professores da rede municipal de ensino, que trabalham com as séries iniciais do Ensino Fundamental. No procedimento, foi utilizada a aplicação individual do instrumento aos sujeitos. Os resultados demonstraram que a totalidade dos sujeitos não possui nenhuma informação das possíveis causas médico-neurológicas deste distúrbio, tendendo a classificar a criança hiperativa sem uma fundamentação consistente. Os sujeitos definiram basicamente este distúrbio através de descrições de aspectos comportamentais e fisológicos ou relacionarem aos aspectos emocionais e intelectuais. Todos os sujeitos indicaram características corretas da hiperatividade, porém uma pequena parte de sujeitos relatou não ter certeza se já tiveram contato anterior ou não como crianças com este distúrbio. Neste sentido, uma parcela não significativa dos sujeitos admite não saber identificá-los embora também afirmem já terem trabalhado com algumas delas. Os dados permitem concluir que os sujeitos não possuem um mínimo de informação a respeito da hiperatividade, fato este que dificulta a percepção e o conseqüente trabalho dos docentes com crianças com este tipo de distúrbio. Resumo das idéias principais na relação entre teoria e prática: Ø As crianças com problemas de comportamento mostram comportamento impulsivo, agressivo, ansioso ou depressão de tal duração, tal intensidade e tal grau de inadequação que a escola se sente impelida a tomar atitudes especais. Ø Há quatro categorias principais de problemas escolares de comportamento: distúrbios de conduta, ansiedade-retraimento, imaturidade e agressão socializada. Ø Não se chegou a um acordo quanto à prevalência dos distúrbios de comportamento, que variam de 2 a 24 %, devido à dificuldade de se separar o comportamento normal do anormal. Concorda-se com que pelo menos 2 a 3 % das crianças que têm problemas de comportamento requerem tratamento intensivo e prolongado. Ø Os métodos de identificação incluem testes, escalas de classificação, observações de comportamento e entrevistas. A combinação desses métodos é muitas vezes utilizada nas situações escolares. Ø O tratamento das crianças, antes responsabilidade dos profissionais de saúde mental, passou a ser também responsabilidade do educador. Ø As estratégias para se modificar o programa educacional para as crianças com problemas de comportamento incluem diferentes abordagens rotuladas de psicodinâmicas, psicoeducacionais, modificação de comportamento e ecológica. Ø Em algumas crianças com problemas de comportamento parecem haver influências genéticas que interagem com fatores psicológicos e sociológicos reconhecidos. Ø Várias técnicas que ensinam a criança a observar o seu próprio comportamento parecem dar bons resultados, ajudando-a a controlar com maior eficácia a manifestação de seus comportamentos problemáticos. Ø A terapia com o uso de drogas cuidadosamente aplicada sob supervisão competente também parece modificar o comportamento hiperativo quando è combinada a experiências educacionais elaboradas. Ø Mesmo quando o tratamento é eficaz, não se espera que as crianças com problemas de comportamento passem a ser completamente normais. Até mesmo após um tratamento específico bem-sucedido é provável que os observadores ainda sejam capazes de distinguir a criança com distúrbios de comportamentos normais. Há divergências entre os autores em relação aos conflitos familiares serem origem do TDAH, enquanto alguns argumentam que um ambiente sem harmonia no qual é marcado por brigas é propício para o desenvolver o mesmo, todavia outros mencionam que esses problemas podem desencadear comportamentos de agressividade, anti-socialismo e até casos de saúde mental e não o transtorno em estudo. CONCLUSÃO A criança com amadurecimento intelectual, emocional e físico suficientes para aceitar com naturalidade as importantes modificações da rotina de vida que surgem com a vida escolar, que tenha sido previamente preparada para a socialização extra-familiar e que entre em uma escola com maleabilidade suficiente para atender suas necessidades específicas, deverá se adaptar rapidamente. Quando esta adaptação não ocorre de forma perfeita, significa que houve algum problema de ajustamento, estes, com o tempo pode se reverter em forma de dificuldades de aprendizagens e ajustamento às situações sociais e escolares, caracterizada como inadaptação. A inadaptação geralmente é revelada por queixas do tipo: recusa em ir à escola, agressividade, passividade, desinteresse, instabilidade emocional, comportamento desordeiro, somatizações,... Quando surgem dificuldades, toda a relação "família-criança-escola" encontra-se alterada. Frente a uma criança específica, em última análise, pode-se dizer: a) que a escolha daquela escola, naquele momento, não foi adequada; b) a criança é normal; porém, não corresponde às expectativas da família, que escolheu a escola segundo suas expectativas; a criança é normal, mas ainda imatura para a escolarização; c) a criança não é normal e precisa de uma atenção mais diferenciada. O diagnóstico do transtorno é realizado para avaliar e identificar a gravidade dos sintomas do transtorno na vida familiar, social e escolar da criança. Com intuito de minimizá-los e não para se criar rótulos, ajudando-a a viver em sociedade cada vez mais competitiva. Ele é restritamente clínico, fundamentado em normas claras e precisas como o DSM-IV e CID-10 se forem necessário utiliza-se elementos complementares. Primeiramente se obtém o maior número de informações possíveis sobre a vida da criança suspeita através de entrevistas com a família, professores e a própria escola, tendo-se o cuidado com as informações devido ela se comportar diferente em algumas situações. Para ser diagnosticada ela precisa apresentar no mínimo seis dos sintomas de desatenção e hiperatividade/implulsividade no período de seis meses em grau maladapativo e inconsistente com o nível mental. As crianças com TDAH têm a capacidade de prestar atenção prejudicada cerca de 30% em relação a outras sem transtorno, por isso se distraem em atividades que necessitam longo período de tempo, não tendo capacidade de planejar antecipadamente, apresentam atrasos na função adaptativa, sua comunicação é desorganizada, não conseguem cumprir regras e suas relações sociais são ruins. Apresentam problemas na produção de escrita por causa da impulsividade e dificuldades com a coordenação motora, sendo prejudicadas em concluir atividades nas quais precisam escrever e desenhar. Sua leitura é automática, não obtendo compreensão por terem dificuldades para interpretar textos, sendo melhor para seu entendimento orais. São inúmeras as estratégias de intervenções que podem ser utilizadas no âmbito escolar, primeiramente a escola precisa capacitar os professores para que estes consigam encontrar respostas convenientes às necessidades acadêmicas destas crianças, lembrando-se das dificuldades devido a tríade sintomatológica: impulsividade, hiperatividade e déficit de atenção, nesse sentido é fundamental o discernimento deste profissional sobre o transtorno para utilizar uma metodologia capaz de se realizar um sucesso escolar estabelecendo metas respeitando os limites destas crianças. A sala de aula precisa ser bem estruturada e criativa, tendo cuidado com o excesso de estímulos visuais, por isso atrapalha a concentração destes alunos. Pode se colocar cartazes na parede com regras a serem cumpridas para melhorar o comportamento. As cadeiras distribuídas em fileiras de maneira tradicional melhora a atenção e o desenvolvimento escolar, é preferível que alunos com TDAH sentem perto do professor para ser melhor observado e atendido e ao lado de crianças que dêem exemplos de bons comportamentos. Apesar das várias intervenções simples que podem possibilitar a aprendizagem dessas crianças, muitas escolas não recebem este tipo de aluno taxado como “bagunceiro ou que vive sempre no mundo da lua” ou não tem nenhuma tática favorecendo o processo educativo desta, talvez esse seja o grande fator de fracasso escolar. Intervenções no âmbito escolar são fundamentais para que alunos com TDAH consigam obter sucesso acadêmico. Entretanto a escola precisa dar assistência onde houver maior necessidade. Pode-se concluir ao termino desse trabalho que as crianças com diagnóstico comprovado de hiperatividade, precisa ter um atendimento especial, relacionado a adaptações curriculares adequadas, selecionadas após diagnósticos e prognósticos feito por um grupo de profissionais: educadores, psicopedagogos, psicologos e médicos quando for o caso de administração de drogas. Lembrando-se que todo comportamento considerado inadequado deverá ser encaminhado para orientação específica. Após a pesquisa, sobre a realidade vivenciadas pelas escolas, pode-se apontar que na cidade de Planaltina DF, segundo dados das escolas, poucos são os casos com diagnósticos precisos de hiperatividade, como diagnóstico e laudos, muitos dos casos onde pode ser apontado como à desatenção como causa da dificuldade de aprendizagem, não chega a ser caracterizado, dentro da literatura como transtorno ou distúrbio. Segundo as informações recebidas, a maioria dos casos é resolvido, através das adaptações curriculares, da participação e do comprometimento da família, o trabalho na auto-estima do aluno, em procedimentos específicos, a postura e a afetividade como forte fator determinante na aprendizagem. A aprendizagem centrada no aluno, e uma nova perspectiva de ensino, através de abordagens que priorizem aprendizagens significativas, têm também mostrado bons resultados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN PSUCHIATRY ASSOCIATION DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 4ª ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1995. ANDRADE, Adriana de e BARBOSA, Gaião. O TDAH em meninas: características especiais? In: ROHDE, Luis Augusto; MATTOS, Paulo e cols. Princípios e práticas em TDAH: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. São Paulo: Artmed, 2003, p. 143-150. ANDRADE, Ênio Roberto de, Quadro clínico do transtorno de déficit de anteção/hiperatividade. 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