A HIPERATIVIDADE E OS DESAFIOS ENFRENTADOS POR EDUCADORES NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: SUAS CONCEPÇÕES E PRÁTICAS Carine de Freitas, Ana Flávia Hansel (Orientadora – Dep. Pedagogia/UNICENTRO), e-mail : [email protected] Palavras-chave: hiperatividade, ensino/aprendizagem, crianças. Resumo: Está pesquisa pretende compreender e verificar de que forma acontece o processo de ensino/aprendizagem das crianças hiperativas inseridas nas séries iniciais de duas escolas municipais da cidade de Irati-Pr. Tendo em vista que a hiperatividade é um distúrbio de atenção que tem três características básicas: a desatenção, a impulsividade e a agitação (hiperatividade). Procurou-se investigar quais são as maiores dificuldades da criança hiperativa no ambiente escolar, as contribuições dos professores e profissionais da educação para com essas crianças e quais as estratégias metodológicas que os professores encontram nas salas de aula e na escola para trabalhar com a hiperatividade. Introdução: Considerando a relevância da temática dos distúrbios de aprendizagem e a sua relação com a formação dos professores, este trabalho tem o propósito de realizar um estudo sobre o desempenho e desenvolvimento acadêmico/escolar, de crianças hiperativas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A hiperatividade ou TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, como é comumente chamada, é uma síndrome heterogênea caracterizada por desatenção, tendência a distração, impulsividade e excessiva atividade motora em graus inadequados a etapa do desenvolvimento. Diante do exposto observa-se, que se trata portanto, de um problema importante, dadas as conseqüências que ele provoca, que vão desde dificuldades no desempenho escolar, até problemas psicológicos e sociais na vida da criança. Esta investigação pretende compreender e verificar como acontece o processo de ensino/aprendizagem com a criança hiperativa, observando quais são as estratégias metodológicas utilizadas pelos professores, de que forma contribuem com o aluno hiperativo, no sentido de estimulá-lo em todos os aspectos do desenvolvimento: psicomotor, social, cognitivo, etc. Metodologia: Buscamos escolher um método para coletar os dados que fosse mais adequado. O método escolhido foi o estudo de caso com análise do tipo qualitativo o qual tem como característica o ambiente natural. Para melhor caracterizar o estudo de caso, utilizamos Lüdke (1986), que enfatiza que os estudos de caso visam à descoberta. Essa característica se fundamenta no pressuposto de que o conhecimento não é algo pronto e acabado, mas uma construção que se faz e refaz constantemente. Assim sendo, o pesquisador estará sempre buscando novas respostas, novas indagações no desenvolvimento do seu trabalho. Portanto se fez necessário uma investigação sistemática, a qual teve como apoio um questionário com um roteiro de perguntas semi-estruturadas, as quais permitiram uma análise dos objetivos da pesquisa. Os dados coletados no decorrer da investigação foram expostos no diário da pesquisa, que segundo Pádua (2005, p. 69), “é o registro dos acontecimentos observados e manifestações de comportamento. Para analisar os dados coletados a pesquisadora adotou o método de análise de conteúdo, que segundo Martins (2000), é uma técnica que possibilita a análise dos dados de maneira sistemática e objetiva, aliado as categorias de análise, as quais forneceram o entendimento e compreensão necessários, das informações coletadas. Resultados e Discussão: Constatou-se que a hiperatividade realmente é um distúrbio muito grave que está presente no cotidiano de muitas escolas; as quais estão despreparadas para atender as exigências que essas crianças requerem. Pode-se perceber que o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem é um constante desafio a ser enfrentado pelos professores. Quanto às estratégias metodológicas adotadas pelos professores, são praticamente as mesmas para todas as crianças, a sobrecarga de trabalho do professor com número elevado de alunos e aulas e a formação deficitária dificulta o trabalho e entendimento das reais necessidades das crianças hiperativas, e a organização e métodos das aulas não atende todas as crianças; pois sabemos que a humanidade é um conjunto heterogêneo de pessoas, as quais têm limitações e ritmo de desenvolvimento próprio. Referente às dificuldades que a criança hiperativa enfrenta no ambiente escolar a pesquisadora pode evidenciar a rejeição por parte dos colegas e a constante luta que essas crianças enfrentam para se concentrar e concluir uma tarefa devido à falta de amparo e atendimento. Conclusão: Analisando o trabalho, pode-se perceber que o tratamento das crianças com TDAH só surtirá um efeito satisfatório se for feito coletivamente, entre os pais, professores e terapeutas. Ao professor, cabe o papel de desenvolver atividades e procurar métodos que possa atingir de maneira significativa o desenvolvimento das crianças hiperativas. Para tanto, o professor deve adotar medidas que venham externalizar o tempo e as conseqüências de suas ações fazendo com que a criança esteja sempre atenta aos seus pedidos. O contato com a família é um fator de extrema importância, pois, através de conversas informais, o professor poderá ter uma visão do comportamento no contexto geral da criança hiperativa; estas informações irão ajudá-lo na hora de desenvolver as atividades para estas crianças. Evidencia-se dessa forma a necessidade de se desenvolver uma proposta pedagógica que atenda as exigências das crianças hiperativas, procurando entender que esses comportamentos “extravagantes”, não são propositais, mas sim reflexos negativos do distúrbio que os atrapalha em todos os sentidos de desenvolvimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, A Avaliação e manejo da criança com dificuldade de atenção. J Pediatr 78: S104-10, 2002. Disponível em: http://bases.bireme.br (acesso em: 01/08/07) AMES, J. L. Desafios para a educação de alunos com necessidades de atenção especial: o problema dos portadores do TDA/H. Disponível em: http://www.orecado.org/?p=76 (acesso em 14/08/07) BARKLEY, R. A . Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Porto Alegre: Artemed, 2002. BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. Transtorno de Atenção/Hiperatividade. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. Déficit de CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991. COLL, C. 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