EVOLUÇÃO DE 8 PACIENTES COM MPS TIPO I ACOMPANHADOS DURANTE UM PERÍODO DE 15 ANOS 1 Autores Instituição 1 1 Christine Hsiaoyun Chung , José Francisco da Silva Franco , Sofia Mizuno Miura Sugayama , Diogo 1 1 1 1 Cordeiro de Queiroz Soares , Rachel Sayuri Honjo , Débora Romeo Bertola , Chong Ae Kim 1 HCFMUSP - Instituto da Criança - HCFMUSP (Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 647 - Jardim Paulista, São Paulo - SP) Resumo OBJETIVOS Relatar as diferentes formas de evolução de 8 pacientes com diagnóstico de Mucopolissacaridose tipo I (MPS tipo I). MÉTODOS Foram coletadas informações de prontuário de 8 pacientes com diagnóstico clínico e bioquímico de MPS tipo I, atendidos na Unidade de Genética do Instituto da Criança - HCFMUSP, no período de 2000 a 2015. RESULTADOS Seis pacientes foram classificados como Síndrome de Hurler e dois pacientes como Hurler-Scheie. A idade ao diagnóstico variou de 5 meses a 7 anos (idade média de 30 meses). Consanguinidade dos pais foi observada em três casos. Os achados pré-natais foram: oligoâmnio e dolicocefalia em um paciente. Ao nascimento foram observados comprimento > p90 (n=1), peso > p90 (n=4) e macrocefalia (n=2). Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor foi observado em 5 pacientes, sendo que um deles apresentava atraso acentuado da linguagem. Os achados clínicos mais frequentes foram: fácies infiltrada (n=7); hepato/esplenomegalia (n=7); restrições em articulações (n=7); acometimento ocular (glaucoma, opacidade corneana) (n=6); cifose dorso-lombar (n=6); mãos em garra (n=5); hérnias umbilical/ inguinal (n=4); infecções recorrentes de vias aéreas superiores (n=4); acometimento cardíaco (insuficiências mitral e aórtica discretas e hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo) (n=4); hirsutismo (n=3); perda auditiva (n=2); macroglossia e hipertrofia gengival (n=1); apnéia do sono (n=1). Todos os pacientes apresentaram achados radiológicos compatíveis com disostose múltipla. Dos 8 pacientes, 2 retornaram ao local de origem. Cinco pacientes receberam Terapia de Reposição Enzimática (TRE) com laronidase. Faleceram 4 pacientes: 2 deles não haviam recebido TRE e os outros 2 receberam TRE por mais de 3 anos até o óbito. Uma paciente com Hurler foi submetida ao transplante de medula óssea (TMO) aos 2 anos de idade, com boa evolução clínica no primeiro ano pós TMO. Um paciente com Hurler-Scheie continua recebendo TRE há 9 anos com melhora do quadro clínico. CONCLUSÃO A MPS tipo I é uma doença lisossômica com ampla heterogeneidade fenotípica, alta morbidade e sobrevida reduzida. Apesar das opções de tratamento disponíveis (TRE, TMO), permanecem os riscos potenciais de complicações. Palavras-chaves: Mucopolissacaridose tipo I, Terapia de Reposição Enzimática, Transplante de Medula Óssea, Mortalidade Agência de Fomento: