Folha 1 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Apresentação do curso Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte 1 Parte 1 Matemática Básica 1 Ementa do curso Matemática Básica 2 Bibliografia Iaci Malta; Sinésio Pesco; Hélio Lopes. Cálculo a Uma Variável. Volume 1: Uma Introdução ao Cálculo. Coleção MatMídia, Edições Loyola, Editora PUC-Rio, 2002. Noções de lógica. Função. Números inteiros, racionais e irracionais: axiomas e propriedades. Números complexos. Série geométrica. Função exponencial. Função logarítmica. Função potência. Parte 1 Parte 1 Matemática Básica 3 Parte 1 Matemática Básica 4 Bibliografia Folha 2 Bibliografia Elon Lages Lima; Paulo Cezar Pinto Carvalho; Eduardo Wagner; Augusto César Morgado. A Matemática do Ensino Médio. Volume 1. Coleção do Professor de Matemática, Sociedade Brasileira de Matemática, 2003. Parte 1 Matemática Básica Elon Lages Lima. Logaritmos. Coleção do Professor de Matemática, Sociedade Brasileira de Matemática, 2002. 5 Bibliografia Parte 1 Matemática Básica 6 Bibliografia James Stewart. Cálculo, volume 1, Quarta edição, Editora Pioneira, 2001. Marlene Dieguez Fernandez. Matemática Básica. Notas de Aula, Departamento de Matemática Aplicada, Universidade Federal Fluminense, 2011. Sebastião Marcos Antunes Firmo. Lições de Matemática Básica. Departamento de Matemática Aplicada, Universidade Federal Fluminense, 2011. Parte 1 Matemática Básica 7 Parte 1 Matemática Básica 8 Outras informações Folha 3 Datas das provas Página WEB do curso: http://www.professores.uff.br/hjbortol/. Clique no link DISCIPLINAS no menu à esquerda. Conteúdo: cronograma dia a dia, lista de execícios, material extra, notas das provas. Não deixe de consultar os horários de monitoria no GMA. Vamos definir agora um horário de atendimento para esta turma. Parte 1 Matemática Básica 1a VE 29/04/2015 (peso 2) 2a VE 29/06/2015 (peso 3) VR 01/07/2015 VS 08/07/2015 Frequência mínima: 75%. 9 Parte 1 Matemática Básica 10 O significado das palavras linguagem do cotidiano = linguagem matemática Elementos de Lógica e Linguagem Matemáticas Parte 1 Matemática Básica 11 Parte 1 Matemática Básica 12 Exemplo Folha 4 Exemplo João disse que: Se A afirmação seguinte é verdadeira ou falsa? eu viajar para a região Sul do Brasil, então eu visitarei o estado do eu visitarei o estado de eu visitarei o estado do eu visitarei o estado da Se x (x 2 − 2 x + 1) = 0, então x = 0 ou x = 1 ou x = 2. Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Bahia. ou ou ou Quais são as regras do jogo? Veremos que pelas regras da linguagem matemática, esta afirmativa é verdadeira! A afirmativa de João é verdadeira ou falsa? Quais são as regras do jogo? Veremos que pelas regras da linguagem matemática, a afirmativa de João é verdadeira! Parte 1 Matemática Básica 13 Exemplo Parte 1 Matemática Básica 14 Exemplo O pai de João disse que: Se João for aprovado no vestibular, então João terá um carro novo. A afirmação seguinte é verdadeira ou falsa? Admita que o pai de João esteja dizendo a verdade. Depois da divulgação do resultado do vestibular, João foi visto com um carro novo. É então verdade que João foi aprovado no vestibular? Se n é ímpar ou m é ímpar, então m + n é ímpar. Resposta: não! João poderia, por exemplo, não ter sido aprovado no vestibular e ter ganhado o carro em um sorteio. Quais são as regras do jogo? Veremos que pelas regras da linguagem matemática, esta afirmativa é falsa! Equívoco: na linguagem do cotidiano, é comum assumir que se a sentença Se João for aprovado no vestibular, então João terá um carro novo. é verdadeira, então também é verdadeira a sentença Se João tem um carro novo, então João foi aprovado no vestibular. Parte 1 Matemática Básica 15 Parte 1 Matemática Básica 16 Folha 5 Se A, então B: hipótese e tese Na sentença Se A, então B. A é denominada hipótese e B é denominada tese. Se A, então B: hipótese e tese Exemplo: Se m e n são inteiros pares, então o produto m · n é um inteiro par. Hipótese: m e n são inteiros pares. Tese: o produto m · n é um inteiro par. Parte 1 Matemática Básica 17 Se A, então B: hipótese e tese Parte 1 Matemática Básica 18 Se A, então B: hipótese e tese Na sentença Na sentença Se A, então B. Se A, então B. A é denominada hipótese e B é denominada tese. A é denominada hipótese e B é denominada tese. Exemplo: Exemplo: Se m é um inteiro ímpar, então existe um inteiro k tal que m = 2 · k 2 + 1. Se m é um inteiro múltiplo de 3, então m é um inteiro múltiplo de 9. Hipótese: m é um inteiro múltiplo de 3. Tese: m é um inteiro múltiplo de 9. Parte 1 Hipótese: m é um inteiro ímpar. Tese: existe um inteiro k tal que m = 2 · k 2 + 1. Matemática Básica 19 Parte 1 Matemática Básica 20 Folha 6 Se A, então B: hipótese e tese Na sentença Se A, então B. Se A, então B: exemplo e contraexemplo A é denominada hipótese e B é denominada tese. Exemplo: Se n é um inteiro positivo, então n2 + n + 41 é um número primo. Hipótese: n é um inteiro positivo. Tese: n2 + n + 41 é um número primo. Parte 1 Matemática Básica 21 Se A, então B: exemplo e contraexemplo Um exemplo matemático que para uma sentença “Se A, então B.” satisfaz a hipótese A e satisfaz Parte 1 Matemática Básica Se A, então B: exemplo e contraexemplo Um exemplo matemático que é um objeto a tese B. para uma sentença “Se A, então B.” satisfaz a hipótese A e satisfaz é um objeto a tese B. Um contraexemplo para uma sentença “Se A, então B.” é um objeto matemático que satisfaz a hipótese A e não satisfaz a tese B. Um contraexemplo para uma sentença “Se A, então B.” é um objeto matemático que satisfaz a hipótese A e não satisfaz a tese B. Se m é um inteiro múltiplo de 3, então m é um inteiro múltiplo de 9. Se m é um inteiro ímpar, então existe um inteiro k tal que m = 2 · k 2 + 1. Exemplo: m = 18. Exemplo: m = 1. Satisfaz a hipótese: m = 18 é múltiplo de 3. Satisfaz a hipótese: m = 1 é um inteiro ímpar. Satisfaz a tese: m = 18 é múltiplo de 9. Satisfaz a tese: se k = 0, então 2 · k 2 + 1 = 2 · (0)2 + 1 = 1 = m. Contraexemplo: m = 6. Contraexemplo: m = −3. Satisfaz a hipótese: m = 6 é múltiplo de 3. Satisfaz a hipótese: m = −3 é um inteiro ímpar. Não satisfaz a tese: m = 6 não é múltiplo de 9. Não satisfaz a tese: não existe inteiro k tal que 2 · k 2 + 1 = m, pois 2 · k 2 + 1 > 0 para todo inteiro k e m = −3 < 0. Parte 1 22 Matemática Básica 23 Parte 1 Matemática Básica 24 Se A, então B: exemplo e contraexemplo Um exemplo matemático que para uma sentença “Se A, então B.” satisfaz a hipótese A e satisfaz é um objeto a tese B. Um exemplo matemático que para uma sentença “Se A, então B.” satisfaz a hipótese A e satisfaz é um objeto a tese B. Um contraexemplo para uma sentença “Se A, então B.” é um objeto matemático que satisfaz a hipótese A e não satisfaz a tese B. Um contraexemplo para uma sentença “Se A, então B.” é um objeto matemático que satisfaz a hipótese A e não satisfaz a tese B. Se n é um inteiro positivo, então n2 + n + 41 é um número primo. Se m e n são inteiros pares, então o produto m · n é um inteiro par. Exemplo: m = 2 e n = 2. Exemplo: n = 1. Folha 7 Se A, então B: exemplo e contraexemplo Satisfaz a hipótese: n = 1 é um inteiro positivo. Satisfaz a tese: n2 + n + 41 = (1)2 + 1 + 41 = 43 é um número primo. Contraexemplo: n = 40. Satisfaz a hipótese: n = 40 é um inteiro positivo. Não satisfaz a tese: n2 + n + 41 = (40)2 + 40 + 41 = 1681 = 412 = 41 · 41 não é um número primo. Parte 1 Matemática Básica Satisfaz a hipótese: m = 2 e n = 2 são inteiros pares. Satisfaz a tese: m · n = (2) · (2) = 4 é um inteiro par. Contraexemplo: não existe, pois todo objeto que satisfaz a hipótese, obrigatoriamente também irá satisfazer a tese. De fato: se m e n satisfazem a hipótese, então m e n são inteiros pares. Mas o produto de inteiros pares é inteiro par. Logo, m · n é inteiro par e satisfaz a tese. 25 Parte 1 Matemática Básica 26 Se A, então B: verdadeira ou falsa? Regras do Jogo Com relação a uma sentença da forma “Se A, então B.”: Se A, então B: verdadeira ou falsa? (1) Ela possui um e somente um dos atributos: verdadeira e falsa. (2) Ela é verdadeira se não possui contraexemplos. (3) Ela é falsa se possui pelo menos um contraexemplo. Parte 1 Matemática Básica 27 Parte 1 Matemática Básica 28 Se A, então B: verdadeira ou falsa? Folha 8 Se A, então B: verdadeira ou falsa? Se m é um inteiro ímpar, então existe um inteiro k tal que m = 2·k 2 +1. Se m é um inteiro múltiplo de 3, então m é um inteiro múltiplo de 9. Contraexemplo: m = −3. Contraexemplo: m = 6. Satisfaz a hipótese: m = 6 é múltiplo de 3. Não satisfaz a tese: m = 6 não é múltiplo de 9. Satisfaz a hipótese: m = −3 é um inteiro ímpar. Não satisfaz a tese: não existe inteiro k tal que 2 · k 2 + 1 = m, pois 2 · k 2 + 1 > 0 para todo inteiro k e m = −3 < 0. Logo a sentença (proposição) é falsa! Logo a sentença (proposição) é falsa! Parte 1 Matemática Básica 29 Se A, então B: verdadeira ou falsa? Parte 1 Matemática Básica 30 Se A, então B: verdadeira ou falsa? Se n é um inteiro positivo, então n2 + n + 41 é um número primo. Se m e n são inteiros pares, então o produto m · n é um inteiro par. Contraexemplo: n = 40. Satisfaz a hipótese: n = 40 é um inteiro positivo. Não satisfaz a tese: n2 + n + 41 = (40)2 + 40 + 41 = 1681 = 412 = 41 · 41 não é um número primo. Contraexemplo: não existe, pois todo objeto que satisfaz a hipótese, obrigatoriamente também irá satisfazer a tese. De fato: se m e n satisfazem a hipótese, então m e n são inteiros pares. Mas o produto de inteiros pares é inteiro par. Logo, m · n é inteiro par e satisfaz a tese. Logo a sentença (proposição) é verdadeira! Logo a sentença (proposição) é falsa! Parte 1 Matemática Básica 31 Parte 1 Matemática Básica 32 Folha 9 A recíproca de “Se A, então B.” A recíproca de uma sentença na forma Se A, então B. é a sentença A recíproca de “Se A, então B.” Se B, então A. Sentença: se m é um inteiro múltiplo de 3, então m é um inteiro múltiplo de 9. Sentença: (a sentença é falsa) Recíproca: se m é um inteiro múltiplo de 9, então m é um inteiro múltiplo de 3. Recíproca: (a recíproca é verdadeira: prove!) Parte 1 Matemática Básica 33 A recíproca de “Se A, então B.” Parte 1 Matemática Básica A recíproca de “Se A, então B.” A recíproca de uma sentença na forma A recíproca de uma sentença na forma Se A, então B. Se A, então B. é a sentença é a sentença Se B, então A. Se B, então A. Sentença: se m é um inteiro ímpar, então existe um inteiro k tal que m = 2 · k 2 + 1. Sentença: (a sentença é falsa) Sentença: se m e n são inteiros pares, então o produto m · n é um inteiro par. Sentença: (a sentença é verdadeira) Recíproca: se existe um inteiro k tal que m = 2 · k 2 + 1, então m é um inteiro ímpar. Recíproca: (a recíproca é verdadeira: prove!) Recíproca: se o produto m · n é um inteiro par, então m e n são inteiros pares. Recíproca: (a recíproca é falsa: prove!) Parte 1 34 Matemática Básica 35 Parte 1 Matemática Básica 36 Folha 10 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Se A, então B: notações Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte 2 Parte 2 Matemática Básica 1 Parte 2 Matemática Básica 2 Se A, então B: notações Notação Exemplo Se A, então B. Se 0 < a < b, então a2 < b2 . A ⇒ B. 0 < a < b ⇒ a2 < b 2 . A implica B. 0 < a < b implica a2 < b2 . A é condição suficiente para B. 0 < a < b é condição suficiente para a2 < b2 . B é condição necessária para A. a2 < b2 é condição necessária para 0 < a < b. Parte 2 Matemática Básica Demonstrações: direta e por absurdo 3 Parte 2 Matemática Básica 4 Demonstração direta Demonstração direta: exercício resolvido Folha 11 Mostre que a sentença abaixo é verdadeira! Se m é um inteiro par, então m2 é um inteiro par. Demonstração direta Demonstração: se m é um inteiro par, então m é divisível por 2, isto é, m = 2 · k para algum inteiro k . Então, Mostra-se que todas as situações que satisfazem a hipótese A também satisfazem a tese B. Feito isto, segue-se que a sentença “se A, então B” é verdadeira, pois ela não possui contraexemplos. m2 = (2 · k )2 = 4 · k 2 = 2 · (2 · k 2 ). Segue-se que m2 é divisível por 2. Logo, m2 é um número par. Parte 2 Matemática Básica 5 Demonstração por absurdo Parte 2 Matemática Básica 6 Demonstração por absurdo: exercício resolvido Mostre que a sentença abaixo é verdadeira! Se m é um inteiro e m2 é par, então m é par. Demonstração por absurdo Demonstração: suponha, por absurdo, que a sentença seja falsa. Então ela possui um contraexemplo! Portanto, existe um m que satisfaz a hipótese, mas não satisfaz a tese, isto é, existe um m tal que m inteiro e m2 é par, mas m é ímpar. Mas, se m é ímpar, existe inteiro k tal que Nesta técnica, para demonstrar que a sentença “se A, então B” é verdadeira, supomos inicialmente que ela seja falsa. A seguir, a partir desse pressuposto, usando argumentos válidos, deve-se chegar a dois fatos contraditórios (por exemplo, que um número inteiro é par e ímpar ao mesmo tempo ou que uma sentença é verdadeira ou falsa ao mesmo tempo). Feito isto, como em uma teoria consistente não podem existir contradições, concluímos que nosso pressuposto da sentença “se A, então B” ser falsa está errado e, assim, a sentença “se A, então B” deve ser verdadeira. m = 2 · k + 1. Então m2 = (2 · k + 1)2 = 4 · k 2 + 4 · k + 1 = 2 · (2 · k 2 + 2 · k ) + 1. Segue-se que m2 é ímpar. Um número inteiro não pode ser par e ímpar ao mesmo tempo. Temos então uma contradição. Assim, a premissa de que a sentença inicial é falsa está errada, o que nos leva a concluir que a sentença inicial é verdadeira! Parte 2 Matemática Básica 7 Parte 2 Matemática Básica 8 Folha 12 A se, e somente se, B Regras do Jogo Dizemos que uma sentença A se, e somente se, B A se, e somente se, B é verdadeira quando as sentenças “se A, então B” e “se B, então A” são simultaneamente verdadeiras. Parte 2 Matemática Básica 9 A se, e somente se, B: verdadeira ou falsa? Parte 2 Matemática Básica 10 A se, e somente se, B: verdadeira ou falsa? m e n são inteiros pares se, e somente se, o produto m · n é um inteiro par. m é um inteiro e m2 é par se, e somente se, m é um inteiro par. A sentença é verdadeira, pois as duas sentenças A sentença é falsa, pois a sentença se o produto m · n é um inteiro par, então m e n são inteiros pares se m é um inteiro e m2 é par, então m é um inteiro par é falsa (justificativas já foram apresentadas anteriormente). e m é um inteiro par, então m é um inteiro e m2 é par são simultaneamente verdadeiras (justificativas já foram apresentadas anteriormente). Parte 2 Matemática Básica 11 Parte 2 Matemática Básica 12 A se, e somente se, B: verdadeira ou falsa? Folha 13 A se, e somente se, B: notações Notação m é um inteiro múltiplo de 3 se, e somente se, m é um inteiro múltiplo de 9. Exemplo A se, e somente se, B. A sentença é falsa, pois a sentença se m é um inteiro múltiplo de 3, então m é um inteiro múltiplo de 9 m é um inteiro e m2 é par se, e somente se, m é par. A ⇔ B. m é um inteiro e m2 é par ⇔ m é par. A se, e só se, B. m é um inteiro e m2 é par se, e só se, m é par. é falsa (justificativas já foram apresentadas anteriormente). Outra notação: A é condição necessária e suficiente para B. Exemplo: m ser um número inteiro e m2 ser um número par é condição necessária e suficiente para que m seja par. Parte 2 Matemática Básica 13 Parte 2 Matemática Básica 14 Observação 1 O pai de João disse que: Se João for aprovado no vestibular, então João terá um carro novo. Quatro observações Admita que o pai de João esteja dizendo a verdade. João não foi aprovado no vestibular. Podemos então garantir que João não vai ganhar um carro novo de seu pai? Resposta: não! O pai de João disse que se João passar no vestibular, então João vai ganhar um carro novo. O pai de João não fez nenhuma promessa (nada afirmou) caso João não fosse aprovado no vestibular. João pode ganhar ou não um carro novo de seu pai. Nada podemos afirmar. Parte 2 Matemática Básica 15 Parte 2 Matemática Básica 16 Observação 2 A sentença abaixo é verdadeira ou falsa? A sentença abaixo é verdadeira ou falsa? Se x ∈ R e x 2 < 0, então x = 1/7. Se x ∈ R e x 2 − 5 · x + 6 = 0, então x = 2 ou x = 3 ou x = 5. Resposta: a sentença é verdadeira, pois ela não possui contraexemplos uma vez que não existe nenhum x que satisfaça a hipótese. Neste caso, dizemos que a sentença é verdadeira por vacuidade. Parte 2 Folha 14 Observação 3 Matemática Básica 17 Resposta: a sentença é verdadeira, pois todas as situações que satisfazem a hipótese (no caso, os números x = 2 e x = 3) também satisfazem a tese. Parte 2 Matemática Básica 18 Observação 4 Proposição é sinônimo de sentença. Um teorema é uma proposição que merece destaque e tem importância central no desenvolvimento de uma determinada teoria. Um lema é uma proposição auxiliar usada na demonstração de uma outra proposição. Um corolário tra proposição. Parte 2 Uma demonstração por absurdo famosa é uma proposição que é consequência imediata de uma ou- Matemática Básica 19 Parte 2 Matemática Básica 20 Folha 15 Demonstração por absurdo: exercício resolvido Se x ∈ R, x > 0 e x 2 = 2, então x não é um número racional Demonstração: Suponha, por absurdo, que exista x ∈ R tal que x > 0, x 2 = 2 e x = m/n, com m, n ∈ N. Sem perda de generalidade, podemos supor que x = m/n, onde m e n não possuem fatores em comum. Se x = m/n e x 2 = 2, então (m/n)2 = 2 e, por conseguinte, m2 = 2 · n2 . Então, m2 é um número par. Por um exercício resolvido anteriormente, concluímos que m deve ser par: m = 2 · k para algum inteiro k . Desta maneira, 2 · n2 = m2 = (2 · k )2 = 4 · k 2 . Daí, segue-se que n2 = 2 · k 2 . Logo, n2 é par. Por um exercício resolvido anteriormente, concluímos que n é par. Mas se m é par e n é par, então m e n possuem um fator em comum (2), uma contradição. Parte 2 Matemática Básica Seção de Exercícios 21 Parte 2 Matemática Básica 22 Exemplo Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta! x ·x =x ⇒ x =1 (aqui x representa um número real) Resposta: a sentença é falsa, pois x = 0 é um contraexemplo! De fato: x = 0 satisfaz a hipótese (pois 02 = 0), mas x não satisfaz a tese (pois 0 = 1). Implicações e Teoria dos Conjuntos H = {x | x satisfaz a hipótese} = {0, 1} T = {x | x satisfaz a = {1} tese } Note que H ⊂ T ! Parte 2 Matemática Básica 23 Parte 2 Matemática Básica 24 Exemplo Folha 16 Exemplo Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta! Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta! x =1 ⇒ x ·x =x x2 = 4 ⇒ x = 2 (aqui x representa um número real) (aqui x representa um número real) Resposta: a sentença é verdadeira, pois não existem contraexemplos! De fato: todo x que satisfaz a hipótese (no caso, apenas x = 1 satisfaz a hipótese), também satisfaz a tese (pois 1 · 1 = 1). Resposta: a sentença é falsa, pois x = −2 é um contraexemplo! De fato: x = −2 satisfaz a hipótese (pois (−2)2 = 4), mas x não satisfaz a tese (pois −2 = 2). H = {x | x satisfaz a hipótese} = {1} T = {x | x satisfaz a = {0, 1} tese } H = {x | x satisfaz a hipótese} = {−2, 2} T = {x | x satisfaz a = {2} tese } Note que H ⊂ T ! Note que H ⊂ T ! Parte 2 Matemática Básica 25 Exemplo Parte 2 Matemática Básica 26 Exemplo Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta! Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta! x = 2 ⇒ x2 = 4 1 > 1/x ⇒ x > 1 (aqui x representa um número real) (aqui x representa um número real) Resposta: a sentença é verdadeira, pois não existem contraexemplos! De fato: todo x que satisfaz a hipótese (no caso, apenas x = 2 satisfaz a hipótese), também satisfaz a tese (pois (2)2 = 4). H = {x | x satisfaz a hipótese} = {2} T = {x | x satisfaz a = {−2, 2} tese } Resposta: a sentença é falsa, pois x = −1 é um contraexemplo! De fato: x = −1 satisfaz a hipótese (pois 1 > −1 = 1/(−1)), mas x não satisfaz a tese (pois −1 < 1). H = {x | x satisfaz a hipótese} = ] − ∞, 0[ ∪ ]1, +∞[ T = {x | x satisfaz a = ]1, +∞[ tese } Note que H ⊂ T ! Note que H ⊂ T ! Parte 2 Matemática Básica 27 Parte 2 Matemática Básica 28 Exemplo Folha 17 Moral Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta! Verdadeira ou falsa? x (x 2 − 2 x + 1) = 0 ⇒ x = 0 ou x = 1 ou x = 2 Se A, então B. (aqui x representa um número real) Sejam: Resposta: a sentença é verdadeira, pois não existem contraexemplos! De fato: todo x que satisfaz a hipótese (no caso, apenas x = 0 e x = 1 satisfazem a hipótese), também satisfaz a tese. H = {x | x satisfaz a hipótese} = {0, 1} T = {x | x satisfaz a = {0, 1, 2} tese } H = {x | x satisfaz a hipótese A}, T = {x | x satisfaz a tese B}. Relação entre Implicações e Teoria dos Conjuntos: A sentença “se A, então B” é verdadeira se, e somente se, H ⊂ T . Note que H ⊂ T ! Parte 2 Matemática Básica 29 Parte 2 Matemática Básica 30 Exemplo Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta! x ∈ R e x 2 < 0 ⇒ x = 1/7 H = {x | x satisfaz a hipótese} = ∅ T = {x | x satisfaz a = {1/7} tese } Conectivos Lógicos Como o conjunto vazio está contido em qualquer outro conjunto, segue-se que H ⊂ T e, portanto, a sentença é verdadeira! Por que o conjunto vazio está contido em qualquer outro conjunto? Alguém sabe demonstrar esse fato? Parte 2 Matemática Básica 31 Parte 2 Matemática Básica 32 Conectivo “ou” (∨) Regras do Jogo Regras do Jogo Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado p ou Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado q p (a disjunção entre p e q) se x satisfaz pelo menos um dos predicados p e q. Notação para o conectivo “ou”: ∨. x +1=2 A = {x | x satisfaz p} Matemática Básica B = {x | x satisfaz q}, e então {x | x satisfaz p ∨ q} = A ∪ B. Resposta: x = 1 (satisfaz p), x = −2 (satisfaz q) e x = 2 (satisfaz q). Parte 2 q Relação com a Teoria dos Conjuntos: se x2 = 4 . ou ou (a disjunção entre p e q) se x satisfaz pelo menos um dos predicados p e q. Notação para o conectivo “ou”: ∨. Quais são todos os valores de x ∈ R que satisfazem o predicado abaixo? 33 Conectivo “e” (∧) Parte 2 Matemática Básica 34 Conectivo “e” (∧) Regras do Jogo Regras do Jogo Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado p e Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado q p (a conjunção entre p e q) se x satisfaz simultaneamente os dois predicados p e q. Notação para o conectivo “e”: ∧. x +1=2 e q Relação com a Teoria dos Conjuntos: se A = {x | x satisfaz p} x2 = 1 . e B = {x | x satisfaz q}, então {x | x satisfaz p ∧ q} = A ∩ B. Resposta: x = 1 (satisfaz p e q). Note que x = −1 satisfaz q mas não satisfaz p. Matemática Básica e (a conjunção entre p e q) se x satisfaz simultaneamente os dois predicados p e q. Notação para o conectivo “e”: ∧. Quais são todos os valores de x ∈ R que satisfazem o predicado abaixo? Parte 2 Folha 18 Conectivo “ou” (∨) 35 Parte 2 Matemática Básica 36 Conectivos e o uso de parêntesis Quais são todos os valores de x ∈ R que satisfazem o predicado abaixo? Quais são todos os valores de x ∈ R que satisfazem o predicado abaixo? (x > 0 ou x < 2) e Folha 19 Conectivos e o uso de parêntesis x >1. (x = 0 ou x = 1) e q p 2 = 3. r Resposta: x > 1. Resposta: não existe valores de x ∈ R tais que (x = 0 ou x = 1) e 2 = 3. Quais são todos os valores de x ∈ R que satisfazem o predicado abaixo? Quais são todos os valores de x ∈ R que satisfazem o predicado abaixo? x > 0 p Parte 2 ou (x < 2 e q x > 1). = 0 x r p ou (x = 1 e q 2 = 3). r Resposta: x > 0. Resposta: x = 0. Moral: os parêntesis são importantes! Moral: os parêntesis são importantes! Matemática Básica 37 Parte 2 Matemática Básica 38 Folha 20 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Negação Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte 3 Parte 3 Matemática Básica 1 Negação Parte 3 Matemática Básica 2 Negação Regras do Jogo Regras do Jogo Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado ∼p ∼p (a negação do predicado p) se x não satisfaz o predicado p. Notações para a negação do predicado p: ∼ p ou ¬p. (a negação do predicado p) se x não satisfaz o predicado p. Notações para a negação do predicado p: ∼ p ou ¬p. Qual é a negação do predicado abaixo (assumindo que x representa um número real)? Relação com a Teoria dos Conjuntos: se A = {x | x satisfaz p}, x < 1. então Resposta: x ≥ 1. U − A. {x | x satisfaz ∼ p} = AC = conjunto universo Parte 3 Matemática Básica 3 Parte 3 Matemática Básica 4 Negação Folha 21 Negação Regras do Jogo Regras do Jogo Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado ∼p ∼p (a negação do predicado p) se x não satisfaz o predicado p. Notações para a negação do predicado p: ∼ p ou ¬p. (a negação do predicado p) se x não satisfaz o predicado p. Notações para a negação do predicado p: ∼ p ou ¬p. Fato: ∼ (p ∨ q) = (∼ p) ∧ (∼ q). Fato: ∼ (p ∧ q) = (∼ p) ∨ (∼ q). Exemplo: a negação de x < −δ ou x > δ é x ≥ −δ e x ≤ δ que pode ser escrita da seguinte forma compacta: −δ ≤ x ≤ δ. Exemplo: a negação de −δ < x < δ (isto é, −δ < x e x < δ) é x ≤ −δ ou x ≥ δ. Parte 3 Matemática Básica 5 Parte 3 Matemática Básica 6 Matemática Básica 8 Negação Regras do Jogo Dizemos um objeto matemático x satisfaz o predicado ∼p (a negação do predicado p) se x não satisfaz o predicado p. Notações para a negação do predicado p: ∼ p ou ¬p. Contrapositiva Fato: ∼ (∼ p) = p. Parte 3 Matemática Básica 7 Parte 3 Contrapositiva Folha 22 Teorema A ⇒ B é verdadeira se, e somente se, sua contrapositiva ∼ B ⇒∼ A é verdadeira. Regras do Jogo Demonstração. Dada uma sentença A ⇒ B, sua contrapositiva é a sentença (⇒) Suponha, por absurdo, que A ⇒ B seja verdadeira, mas que ∼ B ⇒∼ A seja falsa. Então, ∼ B ⇒∼ A possui pelo menos um contraexemplo, isto é, existe um objeto x que satisfaz ∼ B, mas não satisfaz ∼ A. Logo, x satisfaz A, mas não satisfaz B. Portanto, x é um contraexemplo para a sentença A ⇒ B. Logo, a sentença A ⇒ B é falsa, uma contradição. ∼ B ⇒∼ A. Exemplo: a contrapositiva da sentença (assumindo que m representa um número natural) (⇐) Basta usar (⇒), trocando “A ⇒ B” por “∼ B ⇒∼ A” e observando que ∼ (∼ A) = A e ∼ (∼ B) = B. se m2 é um número par, então m é um número par é a sentença Corolário: se m é um número ímpar, então m2 é um número ímpar . Parte 3 Matemática Básica A ⇒ B é falsa se, e somente se, sua contrapositiva ∼ B ⇒∼ A é falsa. 9 Parte 3 Matemática Básica 10 Contrapositiva: exercício resolvido Se m é um inteiro, mostre que a sentença abaixo é verdadeira! Se m2 é par, então m é par. Demonstração: basta demonstrar que a contrapositiva da sentença é verdadeira, isto é, basta demonstrar que se m é ímpar, então m2 é ímpar. Para isso, faremos uma demonstração direta. Seja m um número inteiro ímpar. Então existe k ∈ Z tal que m = 2 k + 1. Portanto, m2 = (2 k + 1)2 = 4 k 2 + 4 k + 1 = 2 (2 k 2 + 2 k ) + 1 é um número ímpar. Parte 3 Matemática Básica Quantificadores 11 Parte 3 Matemática Básica 12 Quantificador universal (∀) Folha 23 Quantificador universal (∀) Regras do Jogo Regras do Jogo Dizemos que a expressão quantificada Dizemos que a expressão quantificada ∀x ∈ X , q ∀x ∈ X , q (lê-se “para todo x pertencente a X , q”) (lê-se “para todo x pertencente a X , q”) é verdadeira se todo elemento x do conjunto X satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q é verdadeira. Note que “∀x ∈ X , q” é falsa se existe pelo menos um x ∈ X que não satisfaz o predicado q. é verdadeira se todo elemento x do conjunto X satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q é verdadeira. Note que “∀x ∈ X , q” é falsa se existe pelo menos um x ∈ X que não satisfaz o predicado q. Exemplo: Exemplo: ∀x ∈ [1, ∞[, x2 ∀x ∈ R, x 2 ≥ −x ≥x A sentença é verdadeira. Justificativa: se x ∈ [1, ∞[, então x ≥ 1 e x > 0. Portanto, x · x ≥ 1 · x, isto é, x 2 ≥ x. Parte 3 Matemática Básica A sentença é falsa. Justificativa: existe x ∈ R tal que x 2 < −x. De fato: se x = −1/2, então x ∈ R e x 2 = 1/4 < 1/2 = −x. 13 Quantificador universal (∀) Parte 3 Matemática Básica 14 Quantificador existencial (∃) Regras do Jogo Regras do Jogo Dizemos que a expressão quantificada Dizemos que a expressão quantificada ∀x ∈ X , q ∃x ∈ X | q (lê-se “para todo x pertencente a X , q”) (lê-se “existe x pertencente a X tal que q”) é verdadeira se todo elemento x do conjunto X satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q é verdadeira. Note que “∀x ∈ X , q” é falsa se existe pelo menos um x ∈ X que não satisfaz o predicado q. é verdadeira se existe pelo menos um elemento x do conjunto X que satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q possui pelo menos um exemplo. Note que “∃x ∈ X | q” é falsa se todo elemento x ∈ X não satisfaz o predicado q. Exemplo: ∀a, b ∈ R, (a + b)2 = a2 + 2 ab + b2 Exemplo: ∃x ∈ R | x 2 − x − 1 = 0 A sentença é verdadeira. Justificativa: se a, b ∈ R, então (a + b)2 = (a + b)(a + b) = a2 + ab + ba + b2 = a2 + 2 ab + b2 . Parte 3 Matemática Básica √ A sentença é verdadeira. Justificativa: se x = (1 + 5)/2, então x ∈ R e x 2 − x − 1 = 0. 15 Parte 3 Matemática Básica 16 Quantificador existencial (∃) Folha 24 Quantificador existencial (∃) Regras do Jogo Regras do Jogo Dizemos que a expressão quantificada Dizemos que a expressão quantificada ∃x ∈ X | q ∃x ∈ X | q (lê-se “existe x pertencente a X tal que q”) (lê-se “existe x pertencente a X tal que q”) é verdadeira se existe pelo menos um elemento x do conjunto X que satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q possui pelo menos um exemplo. Note que “∃x ∈ X | q” é falsa se todo elemento x ∈ X não satisfaz o predicado q. é verdadeira se existe pelo menos um elemento x do conjunto X que satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q possui pelo menos um exemplo. Note que “∃x ∈ X | q” é falsa se todo elemento x ∈ X não satisfaz o predicado q. Exemplo: Exemplo: ∃x ∈ R | x2 ∃a, b, c ∈ N | a2 = b2 + c 2 −x +1=0 A sentença é falsa. Justificativa: para todo x ∈ R, x 2 − x + 1 = (x − 1/2)2 + 3/4 > 0. Parte 3 Matemática Básica A sentença é verdadeira. Justificativa: se a = 5, b = 3 e c = 4, então a2 = 25 = 9 + 16 = b2 + c 2 . 17 Quantificador existencial (∃) Parte 3 Matemática Básica 18 Quantificador existencial de unicidade (∃!) Regras do Jogo Dizemos que a expressão quantificada Regras do Jogo ∃x ∈ X | q Dizemos que a expressão quantificada (lê-se “existe x pertencente a X tal que q”) ∃!x ∈ X | q é verdadeira se existe pelo menos um elemento x do conjunto X que satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q possui pelo menos um exemplo. Note que “∃x ∈ X | q” é falsa se todo elemento x ∈ X não satisfaz o predicado q. (lê-se “existe um único x pertencente a X tal que q”) é verdadeira se existe um único elemento x do conjunto X que satisfaz o predicado q, isto é, se a sentença x ∈ X ⇒ q possui um único exemplo. Note que “∃!x ∈ X | q” é falsa se existe mais de um elemento x ∈ X que satisfaz o predicado q ou se todo elemento x ∈ X não satisfaz o predicado q. Exemplo: ∃n, a, b, c ∈ N | n > 2 e an = bn + c n A sentença é falsa. Justificativa: difícil (ler a respeito do Último Teorema de Fermat). Parte 3 Matemática Básica 19 Parte 3 Matemática Básica 20 Quantificador existencial de unicidade (∃!) Quantificador existencial de unicidade (∃!) Exemplo: Folha 25 Exemplo: ∃!x ∈ R | 2 x − 4 = 0 ∃!x ∈]0, ∞[ | x 2 = 4 A sentença é verdadeira. Justificativa: A sentença é verdadeira. Justificativa: (Existência) Se x = 2, então x ∈ R e 2 x − 4 = 2 (2) − 4 = 4 − 4 = 0. (Existência) Se x = 2, então x ∈]0, +∞[ e x 2 = (2)2 = 4. (Unicidade) Sejam x1 , x2 ∈ R tais que 2 x1 − 4 = 0 e 2 x2 − 4 = 0. Logo 2 x1 − 4 = 2 x2 − 4. Portanto, 2 x1 = 2 x2 . Assim, x1 = x2 . (Unicidade) Sejam x1 , x2 ∈]0, +∞[ tais que x12 = 4 e x22 = 4. Logo x12 = x22 e x1 + x2 = 0. Portanto, x12 − x22 = 0 e x1 + x2 = 0. Assim, (x1 − x2 )(x1 + x2 ) = 0 e x1 + x2 = 0. Desta maneira, x1 − x2 = 0, isto é, x1 = x2 . Parte 3 Matemática Básica 21 Quantificador existencial de unicidade (∃!) Parte 3 Matemática Básica 22 Quantificador existencial de unicidade (∃!) Exemplo: Exemplo: ∃!x ∈ R | x2 ∃!x ∈]0, ∞[ | x 2 = 2 =4 A sentença é falsa. Justificativa: se x1 = −2 e x2 = 2, então x1 ∈ R, x2 ∈ R, x12 = 4, x22 = 4 e x1 = x2 . A sentença é verdadeira. Justificativa: (Existência) Difícil: para justificar a existência é necessário estudar primeiro o conceito de continuidade de funções reais. (Unicidade) Sejam x1 , x2 ∈]0, +∞[ tais que x12 = 2 e x22 = 2. Logo x12 = x22 e x1 + x2 = 0. Portanto, x12 − x22 = 0 e x1 + x2 = 0. Assim, (x1 − x2 )(x1 + x2 ) = 0 e x1 + x2 = 0. Desta maneira, x1 − x2 = 0, isto é, x1 = x2 . Parte 3 Matemática Básica 23 Parte 3 Matemática Básica 24 Cuidado: ordem dos quantificadores Folha 26 Negação dos quantificadores Negação dos Quantificadores ∼ (∀x ∈ X , p) = (∃x ∈ X | ∼ p) ∼ (∃x ∈ X | p) = (x ∈ X | p) = (∀x ∈ X , ∼ p) ∀a ∈ R, ∃b ∈ R | b > a ∼ (∃!x ∈ X | p) = (∀x ∈ X , ∼ p) ∨ (∃x ∈ X | (p ∧ (∃y ∈ X | p ∧ (x = y)))) (Verdadeira) ∃b ∈ R | ∀a ∈ R, b > a Exemplos: (Falsa) ∼ (∀x ∈ R, x 2 ≥ −x) = ∃x ∈ R | x 2 < −x Moral: cuidado com a ordem dos quantificadores! ∼ (∃x ∈ R | x 2 − x + 1 = 0) = ∀x ∈ R, x 2 − x + 1 = 0 ∼ (∃b ∈ R | ∀a ∈ R, b > a) = ∀b ∈ R, ∃a ∈ R | b ≤ a Parte 3 Matemática Básica 25 Negação de uma implicação Negação de Uma Implicação ∼ (p ⇒ q) = ∃x | (p ∧ ∼ q) Exemplos: ∼ (x ∈ R ⇒ x 2 ≥ −x) = ∃x | (x ∈ R ∧ x 2 < −x) ∼ (1/x < 1 ⇒ x > 1) = ∃x | (1/x < 1 ∧ x ≤ 1) ∼ (4 ≤ x 2 ≤ 9 ⇒ 2 ≤ x ≤ 3) = ∃x | [4 ≤ x 2 ≤ 9 ∧ (x < 2 ∨ x > 3)] Parte 3 Matemática Básica 27 Parte 3 Matemática Básica 26 Folha 27 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Argumentos Departamento de Matemática Aplicada (Autora: Anne Michelle Dysman Gomes) Universidade Federal Fluminense Parte 4 Parte 4 Matemática Básica 1 Argumentos Parte 4 Matemática Básica 2 Argumentos Decida se o argumento é ou não válido. Argumento é uma sequência de proposições que começa com premissas e termina com conclusões obtidas por implicações lógicas decorrentes das premissas. Premissas: 1) se a = b, então a + 1 = b + 1; 2) a = b. Quando todas as implicações lógicas que levam a conclusão são corretas, dizemos que o argumento é válido. Caso contrário, dizemos que não é válido. Conclusão: a + 2 = b + 2. Exemplos Argumento: Argumento válido Premissas: se x = 0, então x 2 = x; x = 0; Conclusão: x 2 = x. por (2), a = b. Logo, por (1), a + 1 = b + 1. Usando (1) novamente, obtemos que (a + 1) + 1 = (b + 1) + 1, isto é, a + 2 = b + 2. Argumento não válido Premissas: se x = 0, então x 2 = x; x 2 = x; Conclusão: x = 0. Parte 4 Matemática Básica 3 Parte 4 Matemática Básica 4 Argumentos Folha 28 Argumentos Decida se o argumento é ou não válido. Forme um argumento válido acrescentando como conclusão tudo o que você puder concluir sobre o conjunto A a partir das premissas dadas. Premissas: 1) se m > 0, então p > 0; Premissas: 2) se p > 0, então j > 0; 3) p > 0. 1) A ⊂ N; Conclusão: 3) 11 ∈ A se e somente se {12, 13, 14, . . . , 18, 19} ∩ A = ∅; j > 0 e m > 0. 4) existe x ∈ A tal que 11 ≤ x ≤ 20; 2) para quaisquer x e y pertencentes a A, x − y é múltiplo de 10; 5) para todo x ∈ A temos que 0 < x < 40; Argumento: 6) se 25 ∈ / A, então A possui exatamente 3 elementos. por (3), p > 0. Logo, por (2), j > 0. Como p > 0, por (1), m > 0. Assim j > 0 e m > 0. Parte 4 Matemática Básica 5 Parte 4 Matemática Básica 6