1 DOR NO IDOSO: CONSIDERAÇÕES GERAIS E RELEVANTES PARA A ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA PAIN IN ELDERLY: GENERAL AND MARKETS APPROACH FOR PHYSIOTHERAPY Aline Barboza de Oliveira ¹, Ana Nery Batista do Nascimento ², Bruna Barbosa de Paula 3, Lilian Guerra Nunes 4, Geane Alves Dutra5 1. Acadêmica da Universidade Vale do Rio Doce -UNIVALE- Email: [email protected] 2. Acadêmica da Universidade Vale do Rio Doce -UNIVALE- Email: [email protected] 3. Acadêmica da Universidade Vale do Rio Doce -UNIVALE- Email: [email protected] 4. Acadêmica da Universidade Vale do Rio Doce -UNIVALE- Email: [email protected] 5. Fisioterapeuta Esp. Profª. da Universidade Vale do Rio Doce [email protected] Resumo A transição demográfico-epidemiológica vivenciada pelo Brasil e pelo mundo está associada à alta incidência das doenças crônico-degenerativas freqüentes na população idosa, com isso estima-se que 80% a 85% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentam pelo menos um problema significativo de saúde que predisponha a dor, sendo a de caráter crônico o tipo mais comum. Por sua freqüência e potencial de causar limitações funcionais, a dor se destaca frente aos objetos de estudo de vários pesquisadores. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica através de livros, periódicos, revistas e documentos eletrônicos publicados no período de 2000 a 2008, nos idiomas inglês, espanhol e português, que abordassem aspectos gerais e relevantes sobre a dor em pacientes idosos e que ressaltassem a atuação fisioterapêutica nesse contexto. Pôde-se observar que grande parte da população idosa vivencia a dor em conseqüência das limitações e doenças freqüentemente associadas ao processo de envelhecimento, e que por tal fenômeno ser capaz de comprometer a independência e funcionalidade dos idosos, uma equipe multidisciplinar é de fundamental importância para a avaliação e controle da dor nesses pacientes, onde se destaca a atuação da fisioterapia, que dispõe de técnicas e recursos que alem de controlar o quadro álgico, promove melhora da capacidade funcional contribuindo para melhor qualidade de vida da crescente e numerosa população envelhecida. Palavras-chave: Dor, Envelhecimento, Abordagem fisioterapêutica Abstract The demographic and epidemiological transition experienced by Brazil and world is associated with high incidence of chronic degenerative diseases common in that elderly population, thus it is estimated that 80% to 85%, of those over 65 have at last significant problem of health professional the pain, the chronic nature of the most common type. For its frequency and potential cause of functional limitations, the pain stands out against the objects of study by several researches. Thus, this study aimed to conduct a review through books, periodicals, magazines and electronic documents published in the period 2000 to 2008, in English, Spanish an Portuguese, that focused on general issues relevant to patients in pain elderly and emphasize the role that physiotherapist in that context. It was noted that much of the elderly experience the pain as a result of the limitations and diseases often associated with the aging process, and that by this phenomenon be able to compromise the independence and functionality of the elderly, a multidisciplinary team is of fundamental importance for the evaluation and control of pain in these patients, where highlights the role of physiotherapy, with technique and resources that besides controlling the pain, promotes improved functional capacity contributing to better quality of life of growing aging population. Key-words : Pain, Aging, physiotherapy Approach 2 subjetiva, não resultando apenas de características 1. INTRODUÇÃO A transição demográfico-epidemiológica vivenciada pelo Brasil e pelo mundo está associada à alta incidência de doenças crônicas e degenerativas, que muitas vezes resultam em quadros de dor e dependência, podendo interferir na qualidade de vida dos idosos. (DELLAROZA et al, 2007) Por sua freqüência e potencial de causar limitações funcionais, a dor se destaca frente aos objetos de estudo de vários pesquisadores. Estima-se que 80% a 85% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem, pelo menos, um problema significativo de saúde que predisponha a dor. Dentre os relatos de dor por esses idosos, a dor ocasional representa 10% a 25%, a aguda 6% a 7% e a dor crônica se destaca perfazendo 45% a 55% das queixas. (CABRERA et al, 2008) De acordo também com Falcão e Natour (2002), o tipo mais expressivo de dor no idoso é a crônica, representando um importante fator limitante de funções. Segundo a Instinational Association for the Study of Pain (IASP) ela é definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões”. (CABRERA et al, 2008) Barros, Carvalho e Garcia et al (2007) descrevem o fenômeno doloroso como uma transformação dos estímulos agressivos em potenciais de ação que, das fibras nervosas periféricas, são transferidos para o sistema nervoso central. Já de acordo com Sarti (2001), a dor constitui-se em uma experiência privada e da lesão tecidual, mas que envolve fatores emocionais e culturais individuais. Além disso, acrescenta ainda que a dor representa importante elemento para proteção e manutenção da vida, pois atua como um sinal de alerta exercendo papel biológico fundamental, podendo se manifestar voluntaria e involuntariamente. Imagens negativas tais como sofrimento prolongado, transtornos psiquiátricos, inexistência de tratamento e abuso de medicamentos, podem estar associadas a dor , tornando-se um problema para o individuo, a família e até mesmo para a sociedade, uma vez que direciona e limita as condições e o comportamento daquele que a vivencia, aumentando a morbidade especialmente na população idosa (ANDRADE, PEREIRA e SOUZA, 2006 ) Outro tópico de grande relevância é a avaliação da dor nesses pacientes, que para ser realizada precisamente, deve ser feita de forma exaustiva, através de exame físico minucioso e avaliação do estado funcional, psíquico e social, cuidando para não se restringir apenas ao autorelato do paciente (ANDRADE, PEREIRA e SOUZA, 2006) Além disso, a forma como o profissional reage diante da dor e das manifestações de dor do paciente, influenciará a própria reação do mesmo, frente à avaliação e ao tratamento do quadro álgico, pois se estará diante de uma relação em que se enfrentam dois mundos de significação, o do profissional da saúde e do paciente e sua família, ambos qualificando esta experiência, ainda que de forma e perspectivas diversas. (SARTI, 2001) Frente processo de à complexidade envelhecimento, envolvida vários no estudos destacam a necessidade e relevância de uma equipe 3 multidisciplinar abrangente para o tratamento ou controle da dor nos pacientes idosos. (BAAR, 2002; PIMENTA e SILVA, 2008) Como componente multiprofissional, o dessa fisioterapeuta equipe desempenha papel importante na avaliação e tratamento da dor no idoso à medida que promove controle dos sintomas, maximiza as habilidades funcionais remanescentes, promove educação e orientação aos cuidadores e ao paciente, mantendo a autonomia e senso de identidade dos mesmos. (JUNIOR e REIS, 2007) Dentro desse contexto, a Fisioterapia se destaca como uma intervenção não farmacológica eficaz e segura no combate a dor que envolve várias técnicas e recursos, através de terapias físicas, locais ou globais. (BAAR, 2002; BIASOLI, 2007) Sendo assim o presente trabalho tem como objetivo relatar aspectos gerais e relevantes sobre a dor nos pacientes idosos ressaltando a atuação do fisioterapeuta nesse contexto, como um componente importante da equipe de cuidados à população idosa na busca por maior funcionalidade e melhor qualidade de vida. A dor é multidimensional considerada com um fenômeno componentes sensoriais, emocionais e cognitivos, apresentando dimensões psicológicas acompanhadas de correlatos orgânicos (lesão real ou potencial do tecido) sendo objeto de estudo de diferentes áreas do conhecimento. (CRUZ e FRUTUOSO, 2004) A dor pode ser descrita também como uma informação transmitida da periferia para o sistema nervoso central, que interage com fatores individuais que podem interferir e modificar a percepção da informação inicial. Relaciona-se a percepção dolorosa a um conjunto de combinações e interpretação de fatores que variam de indivíduo para indivíduo, tais como humor, experiências anteriores, crenças, atitudes, conhecimentos e significados simbólicos atribuídos a queixas dolorosas. (BUDÓ et al, 2007; PIMENTA e SILVA, 2008) Os receptores específicos para a dor estão localizados nas terminações de fibras nervosas A e C e, quando ativados, sofrem alterações na sua de ação. Tais fibras são capazes de traduzir um Trata-se de um trabalho de revisão bibliográfica cuja pesquisa teórica foi realizada através de revistas, 3.1. O fenômeno da dor membrana, permitindo a deflagração de potenciais 2. METODOLOGIA livros, 3. DESENVOLVIMENTO periódica e documentos eletrônicos encontrados em sites de busca como Google acadêmico, Lilacs e Scielo, nos idiomas inglês, espanhol e português, publicados no período de 2000 a 2008, que abordavam aspectos gerais sobre o fenômeno dor na população idosa, e/ou citavam a importância da abordagem do fisioterapeuta nesse contexto. estímulo agressivo de natureza térmica, química ou mecânica, em estímulo elétrico que será transmitido até o sistema nervoso central e interpretado no córtex cerebral como dor. (BARROS, CARVALHO e GARCIA et al, 2007) A dor é principalmente, um mecanismo de proteção do corpo ocorrendo sempre que qualquer tecido esteja sendo lesado fazendo com que o individuo reaja para remover o estímulo doloroso. (GUYTON e HALL, 2002) 4 De acordo com Shiguemoto (2004), a dor 3.2. Dor x função pode ser desencadeada através de vários mecanismos como os nociceptivos que são causados por receptores específicos de dor; as neuropáticas causadas por danos provocados em nervos ou no trajeto dos mesmos; as não específicas ou variadas são causadas por mecanismos desconhecidos ou múltiplos e as mediadas psicologicamente causadas por fatores psicológicos que apresentam maior influência no inicio do surto. Existem duas classificações para a dor de acordo com sua duração: crônica (é vaga e mal delineada, persistindo por meses ou além do tempo razoável para a cura da lesão causal ou patologia) e aguda (caracterizada por surto repentino de curta duração, bem delineada). Ambos os tipos podem ser classificados em nociceptiva, neuropática, mista ou psicogênica. (BACHION et al, 2005;SHIGUEMOTO, 2004) Rull (2004) destaca a dor crônica como um evento complexo, de natureza biopsicossocial, que se configura em problema de saúde coletiva e exige abordagem multidisciplinar. A dor vem sendo considerada como “quinto sinal vital” devendo ser registrada, avaliada e tratada regulamente da mesma forma como os outros parâmetros fisiológicos quais sejam: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial. (GOMEZ, 2006) Para Patrocínio et al (2007), a mensuração da dor é essencial para o seu tratamento. Segundo N.A.N.D.A (2007), há uma relação entre dor psicológica, crônica e incapacidade considerando então, física ou que a incapacidade é decorrente da dor e não a sua causa. A progressiva interferência da dor na fisiologia do individuo afeta suas necessidades quanto a relacionamentos e declínio da autoestima. A dor constante pode alterar os relacionamentos interpessoais, levar a diminuição dos contatos sociais e, por fim, ao isolamento. Torna-se evidente então que a dor pode afetar além das necessidades fisiológicas, as psicológicas do ser humano. (BACHION et al, 2005), interferindo em sua vida de forma geral. Pimenta e Silva (2008) reforçam a idéia da dor como um estímulo à incapacidade e declínio funcional, relatando que a dor pode interferir até mesmo inibindo os esforços para a reabilitação do paciente. De acordo com Benicio et al (2007) e Coelho e Ramos (2007), a incapacidade funcional é definida como a dificuldade que o indivíduo possui de desempenhar certas atividades da vida cotidiana ou, mesmo, pela impossibilidade de executá-las. Por isso, preservar a capacidade funcional é de extrema importância para a manutenção da saúde em indivíduos na terceira idade, proporcionando um envelhecimento saudável. 3.3. Avaliação da dor Entretanto, relatam que por ser uma experiência Com freqüência há relatos de idosos com subjetiva, a dor não pode ser objetivamente algia que apresentam múltiplos problemas de determinada por instrumentos físicos, como os saúde e fontes potenciais de dores variadas, o que que mensuram o peso, a temperatura e a torna a avaliação, o diagnóstico e o tratamento da pressão arterial. 5 dor mais dificultoso nesse tipo de paciente. avaliada pode (SHIGUEMOTO, 2004) melhorar a A utilização de uma escala multidimensional em idosos pode ser mais efetiva representar qualidade de uma vida maneira do de paciente, permitindo tratamentos ou condutas terapêuticas mais eficazes. para avaliar a dor, uma vez que a percepção da dor está mais relacionada às qualidades 3.4. Dor no paciente idoso sensoriais, afetivas e temporais e não somente ao seu grau de intensidade. (AGUIAR et al, 2006) Augusto et al (2004), relata que para avaliar a dor existem diversas escalas como a Escala análoga de cores; a OLD Cart; e a escala funcional de dor, dentre outras. Já Andrade et al (2008), descreve que a intensidade da dor pode ser medida quantitativamente através de escalas como a escala verbal, a escala numérica, a escala analógica visual, a escala de faces e o questionário de dor de McGill (MPQ). Dentro desse contexto, Ferreira e Rigotti, (2005) destacam entre as escalas para avaliação da dor, a Escala Visual Analógica (EVA) como a mais utilizada. Tal escala consiste em uma linha que representa de forma contínua a intensidade da dor que o paciente irá relatar através de dados verbais: nenhuma dor ou dor máxima. O tamanho da linha pode variar, mas é freqüentemente de 10 cm. Uma vez que a dor interfere na capacidade funcional, Abreu et al (2004) relata a necessidade de utilizar escalas de avaliação funcional, onde destaca o Índice de Katz como uma das escalas capazes de avaliar a funcionalidade em relação a realização das atividades básicas de vida diária. Por fim, Celich e Pedroso (2006), reafirmam que a dor deve ser também avaliada como um “quinto sinal vital”, e uma vez bem O envelhecimento representa uma etapa do desenvolvimento individual, que associados a fatores externos e internos, como deficiência nutricional, mudanças endócrinas, ausência regular de atividade física e hereditariedade, podem levar ao aparecimento de doenças ocasionando alterações posturais, déficits na marcha, diminuição da força muscular, diminuição da capacidade de respiratória, dentre outras modificações que na maioria das vezes limitam o movimento corporal e associadas a quadros patológicos levam ao surgimento do quadro álgico. (AGUIAR et al, 2006) De acordo com os autores acima, os distúrbios músculo-esqueléticos na terceira idade são de ordem acumulativa, muitas vezes de caráter fisiológico ou associados á afecções reumáticas degenerativas ou traumato-ortopédicas que se manifestam por dores crônicas, disfunção articular e contraturas musculares, limitando progressivamente as atividades físicas diárias. Como já dito, no idoso a forma mais expressiva da dor é a crônica. Esta vem como fator limitante de funções, aumentando a agitação, o risco de estresse emocional e de mortalidade, afetando parte do corpo ou regiões, limitando o funcionamento físico muitas vezes já debilitado nos idosos. (FALCAO e NATOUR, 2002) A dor crônica se caracteriza por ocorrências intermitentes com períodos de dor intercalados com intervalos incertos, podendo ser constante, persistir 6 e piorar progressivamente apesar do tratamento. segurança e bem estar do idoso ao ser submetido a (BACHION et al, 2005) qualquer tratamento. (BAAR, 2002) Frente ao envelhecimento, Augusto et al Dentre os recursos Fisioterapia dor assume maior importância devido a sua eletroterapia, a massagem, a cinesioterapia e expressiva freqüente técnicas especiais como a reeducação postural limitação dela dependente, como anteriormente global (RPG), a osteopatia, a ginástica holística, a citado. facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat/ aliada a Constantemente, os idosos acreditam que a dor é uma conseqüência inevitável do o calor, o pela (2004), relatam que com o avançar da idade, a prevalência destaca-se utilizados frio, a FNP), o método Bobath e a hidroterapia dentre outras. (BIASOLI, 2007) envelhecimento, à qual se deve suportar sem Pimenta e Silva (2008) recomendam o uso queixas. Com isso a presença da dor muitas de intervenções variadas que possibilitem melhor vezes dos resposta analgésica, interferindo simultaneamente procedimentos médicos como de seus gastos, na diminuição da geração do impulso nociceptivo, perda alterando os processos de transmissão e de é negada da por medo autonomia tanto e possível institucionalização. (AUGUSTO et al, 2004) interpretação do impulso doloroso e estimulando o sistema supressor da dor. Frente 3.5. Implicações para fisioterapia vulnerabilidade A luta contra a dor é principalmente no às peculiaridades inerentes ao e maior processo de envelhecimento, ao se tratar de pessoas idosas, idoso uma tarefa multidisciplinar. Todo programa deve-se de intervenção deve se direcionar também á apresentem o menor risco possível de causar prevenção da dor no idoso. (SILVA, 2006) algum dano ao paciente durante o tratamento. Arnestein (2006) reforça que optar por métodos seguros e que uma Dentre as varias técnicas citadas na abordagem em equipe multidisciplinar promove literatura para o controle álgico, alguns autores controle mais eficaz da dor, relatando ser destacam a hidroterapia, pois a água apresenta-se necessária a participação de médicos, como um meio diferenciado e bastante apropriado fisioterapeutas, enfermeiros, farmacêuticos, para prática da Fisioterapia em pessoas idosas, assistentes sociais, terapeutas que além de levar à melhoras funcionais, ao espirituais, relaxamento, à facilitação de movimentos, melhora especialistas em tratamento da dor, o paciente e da auto-estima e autoconfiança, está associada a sua família. importante liberação de endorfinas que ajudará a ocupacionais, psicólogos, conselheiros A Fisioterapia vem se mostrando muito reduzir as sensações de dor e gerar bem estar, efetiva e eficaz no controle da dor em idosos, mesmo após o final da terapia. (COROMANO e pois CANDELORO, 2001; DRIUSSO et al 2006). A sendo apresenta-se um de tratamento grande valia conservador, diante das fisioterapia aquática, com todos os seus princípios alterações fisiológicas relacionadas à idade, representa um meio seguro, quando bem indicado sendo importante nas preocupações com a e realizado por profissionais bem preparados, para 7 A prática de exercícios físicos de forma o controle e até mesmo a prevenção da dor em geral na população idosa deve ser estimulada pelos idosos. Willians (2001) reforça a atuação do fisioterapeutas, pois de acordo com Alves et al, fisioterapeuta no tratamento da dor no idoso (2004), além de combater o sedentarismo, o citando vários recursos como o uso de órteses, exercício contribui de maneira significativa para a exercícios manutenção da aptidão física do idoso, seja na físicos realizados na piscina (hidroterapia), o calor e o frio, a estimulação saúde ou em suas capacidades funcionais. elétrica transcutânea (TENS), o relaxamento e os alongamentos musculares. Vale dizer, 4. Discussão/Conclusão que muitos recursos terapêuticos são citados, mas poucos estudos foram encontrados em relação aos benefícios de um recurso ou técnica em relação aos outros, não havendo consensos sobre o maior êxito de algum deles no tratamento da dor em Geriatria. Sabe-se, no entanto, que o sedentarismo, a incapacidade funcional e a dependência estão entre os maiores desafios da saúde associadas ao envelhecimento. Logo se recomenda que os idosos mantenham uma vida ativa, o que os auxiliará na manutenção da capacidade funcional e da saúde de uma forma geral. Dentro desse contexto, a atividade física atua de forma eficiente como método preventivo e curativo. (CONTE et al, 2005) De acordo com Susens (2004) o descondicionamento associado ao sedentarismo, é a principal fonte de incapacidade ligada à dor crônica. Nesse contexto, os benefícios provocados pela prática de exercícios físicos pelas pessoas idosas têm sido estudados pela comunidade cientifica. Destaque àqueles que atuam na melhora na capacidade funcional, no equilíbrio, força, coordenação e velocidade de movimento, contribuindo para uma maior segurança e prevenção de problemas comuns em idosos. (ANANDA et al, 2007 ) A queixa de quadro álgico apresenta-se com freqüência entre a população idosa, por isso muitas vezes são rotulados de poliqueixosos, fazendo com que a dor no idoso seja erroneamente subestimada. A intervenção fisioterapêutica dentro da equipe de avaliação e tratamento da dor se faz através de variados recursos terapêuticos, atuando nas causas e conseqüências álgicas, reabilitando a população idosa para as atividades de vida diária. Observa-se então que por grande parte da população idosa vivenciar a dor em conseqüência das limitações e doenças freqüentemente associadas ao processo de envelhecimento, e que por tal fenômeno ser capaz de comprometer a independência e funcionalidade dos idosos, uma equipe multidisciplinar é de fundamental importância para a avaliação e controle da dor nesses pacientes, onde se destaca a atuação da fisioterapia, que dispõe de técnicas e recursos que alem de controlar o quadro álgico, promove melhora da capacidade funcional contribuindo para melhor qualidade de vida da crescente e numerosa população envelhecida. Por fim, por se tratar de um tema de grande relevância frente aos desafios do envelhecimento populacional, é evidente a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a dor e as respectivas 8 técnicas fisioterapêuticas disponíveis para o controle álgico, em especial nas pessoas idosas. 5. Referências Bibliográficas ABREU. R. S.; GALDINO, D. C. A.; GUIMARAES, L. H. C. T.; et al. Avaliação da capacidade funcional de idosos em tratamento fisioterapêutico. Revista Neurociências. São Paulo. V.12, n.3, Ago./Set. 2004. AGUIAR, C.; AMARAL,C.; CORTEZ. R. et al. Acupuntura na reabilitação da terceira idade. Revista Fisioterapia Brasil. São Paulo. V. 7, n.6, p.18-22, Nov./Dez. 2006. AGUIAR, V.; PEREIRA. L. S. M.; MAGNO. F. et al. Aplicação da versão brasileira do questionário de dor McGill em idosos com dor crônica. Revista Acta Fisiatra. São Paulo. V.13, n.2, p. 75-82, ago. 2006. disponível em:<http://www.google.com.br>. Acesso em 11 de outubro de 2008 ALVES, J. G. D.; ALVES, S. R. 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