OS DISCURSOS LEGAIS SOBRE OS IDOSOS: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA LINGUÍSTICA E SEMIOÉTICA Marcus Vinicius Borges Oliveira Rosana do Carmo Novaes Pinto Introdução: O envelhecimento é um tema que tem interessado pesquisadores e cientistas de diversos campos, incluindo a Linguística e a Semiótica, áreas com as quais dialogamos neste trabalho. Na Fonoaudiologia, cada vez mais, é ressaltada a importância do atendimento ao idoso, não somente devido às dificuldades que parecem ser próprias do envelhecimento, mas também visando a promoção da saúde. Tal interesse é coerente com os índices demográficos que apontam um crescimento acelerado dessa população, constantemente desvalorizada e vítima de preconceitos gerados pelos valores embutidos na lógica produtivista em que vivemos. Objetivos: Nesse contexto, discutimos primeiramente questões relativas à terminologia/semiologia que se refere ao envelhecimento, tais como os conceitos referidos pelos pares velho/idoso, melhor idade/terceira idade e senescência/senilidade. Buscamos contextualizar a discussão, considerando os significados subjacentes aos discursos legais que visam proteger os idosos, focando sobretudo o tema da violência. Metodologia: Nossa discussão se respalda em dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também em documentos oficiais, como a Constituição Brasileira e as políticas nacionais especialmente elaboradas sobre (e para) os idosos. Trazemos, para essa discussão alguns conceitos desenvolvidos no âmbito da Semiótica e da Semioética, com especial referência aos trabalhos desenvolvidos por Petrilli e Ponzio (2003), por sua vez fortemente influenciados por autores como Peirce, Sebeok, Welby Lévinas e Bakhtin. Resultados e Conclusão: A opção pela utilização de um ou outro entre os termos anteriormente referidos, no discurso sobre o envelhecimento, revela diferentes posições ideológicas, principalmente associadas às classes sociais. O trabalho aponta, ainda, para a necessidade de dispositivos legais para evitar e punir a violência contra essa população, o que revela uma triste realidade sobre o modo como a sociedade trata seus idosos (Beauvoir,1990). Esses instrumentos, ao mesmo tempo em que asseguram direitos, acabam por silenciar a diversidade e a heterogeneidade do grupo de indivíduos legalmente designados como idosos. Palavras-Chave: Envelhecimento; Semioética; Violência contra idosos