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O que é o Setembro amarelo

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O que é o Setembro amarelo?
Setembro amarelo é uma campanha do Centro de Valorização da Vida que busca
trazer o diálogo sobre o suicídio para a sociedade. Desde 2015 o mês busca a
conscientização e a prevenção do suicídio.
No mundo todo, aproximadamente uma pessoa se mata a cada 40 segundos. Só no
Brasil, o suicídio é a quarta causa mais comum de morte de jovens. O assunto é um tabu.
Não falamos dele. A mídia evita por medo de aumentar os números, as pessoas evitam por
medo do assunto em si e com isso, acabamos cortando o diálogo necessário.
Por que o Setembro amarelo é importante?
O Setembro Amarelo é uma campanha que busca trazer o diálogo e prevenir o
suicídio. 90% dos suicídios poderia ser evitado com ajuda psicológica. A maioria deles é
causada por doenças mentais que não são tratadas porque muita gente nem sabe que
precisa de tratamento. Aproximadamente 60% das pessoas que morrem por suicídio não
buscam ajuda.
Já pensou se isso se aplicasse a outras doenças? Imagine se 60% das pessoas com
fraturas não fosse ao médico ou se 60% dos pacientes com apendicite não se tratasse e
você vai perceber que é estranho que tanta gente não busque ajuda. Isso porque nós, como
sociedade, não falamos do assunto, não informamos as pessoas.
Cerca de 17% dos brasileiros já pensou seriamente em suicídio. 4,8% deles já
elaboraram um plano para isso.
Objetivo do Setembro Amarelo
O objetivo do mês de prevenção do suicídio é conscientizar as pessoas deste
problema tão grave, que tira tantas vidas todos os anos. O setembro amarelo é um mês de
diálogo. É um mês que busca criar conversas sobre o assunto, deixar as pessoas que sofrem
com pensamentos suicidas saberem que elas não estão sozinhas e que a morte não é
solução.
O Setembro Amarelo busca salvar vidas através da informação e da conversa sobre
este assunto sério que ainda é um tabu.
Como surgiu o Setembro Amarelo?
A cor amarela é usada para representar o mês da prevenção do suicídio por causa
de Dale Emme e Darlene Emme. O casal foi o início do programa de prevenção de suicídio
“fita amarela”, ou “Yellow Ribbon” em inglês.
Em 1994, Mike Emme, filho do casal, com apenas 17, se matou. Mike era
conhecido por sua personalidade caridosa e por sua habilidade mecânica. Restaurou um
Mustang 68 e o pintou de amarelo. Mike amava aquele carro e por causa dele começou a
ser conhecido como “Mustang Mike”.
Entretanto, infelizmente, aqueles próximos de Mike não viram os sinais e o fim da
vida do garoto chegou. No dia do funeral dele, uma cesta de cartões com fitas amarelas
presas a eles estava disponível para quem quisesse pegá-los. Os 500 cartões e fitas foram
feitos pelos amigos de Mike e possuíam uma mensagem: Se você precisar, peça ajuda.
Os cartões se espalharam pelos Estados Unidos. Em poucas semanas começaram
a aparecer ligações. Um professor de outro estado havia recebido um dos cartões de uma
aluna, pedindo por ajuda. Diversas cartas chegavam de adolescentes buscando ajuda.
A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que
têm pensamentos suicidas a buscar ajuda.
Em 2003 a OMS instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da
Prevenção do Suicídio, e o amarelo do mustang de Mike é a cor escolhida para representar
este sentimento.
Diálogo e mídia
Suicídio não é notícia. Isso está em livros de jornalismo. O motivo é o medo de
causar o chamado “Efeito Werther”. Este fenômeno ganhou seu nome do livro “Os
sofrimentos do jovem Werther”, livro do autor alemão Johan Wolfgang von Goethe,
publicado em 1774. No final do livro, que possui um tom depressivo, o jovem Werther se
suicida, o que levou a uma suposta onda de suicídios nos jovens europeus da época.
O efeito Werther foi comprovado cientificamente e é chamado de “suicídio por
imitação”. Suicídios se tornam mais comuns quando divulgados pela mídia. Por exemplo,
após as mortes por suicídio de Marilyn Monroe, em 1962, e de Kurt Cobain, em 1994, as
taxas de suicídio americanas tiveram aumentos notáveis.
É por isso que a Organização Mundial da Saúde desaconselha que a mídia exponha
métodos ou processos de suicídio: para evitar que esta exposição incentive outras mortes.
Entretanto, os suicídios não são causados pela notícia ou pelo vídeo. As pessoas
que se mataram ao ver esse tipo de coisa já tinham tendências antes de assistir e se
encontravam no grupo de risco. Pessoas com depressão, pensamentos
suicidas, esquizofrenia ou diversas outras doenças mentais não tratadas são vulneráveis ao
efeito Werther.
Falar sobre o assunto é extremamente importante justamente para que possamos
reduzir o número de pessoas vulneráveis. Para que possamos evitar suicídios, o diálogo é
o primeiro passo. Conversar, trazer o assunto à tona e fazer com que essas pessoas saibam
que não estão sozinhas e que existem meios de tratar estas doenças.
Centro de Valorização da Vida (CVV)
O centro de valorização da vida é reconhecido como Utilidade Pública Federal
desde a década de 70. É uma organização sem fins lucrativos e filantrópica que busca dar
apoio emocional e prevenção do suicídio para quem precisa. Desde 2015, é possível entrar
em contato com eles através do telefone, de maneira gratuíta.
Basta ligar para o número 188 ou 141 (no caso dos estados do Maranhão, Paraná,
Pará e Bahia). O atendimento é anônimo e realizado por voluntários que guardam sigilo.
Também é possível acessar o chat online, enviar um e-mail ou ir a um dos postos de
atendimento físico.
O Setembro Amarelo foi idealizado pelo CVV em 2015 e o mês escolhido é
setembro pois é o mesmo mês do Dia Mundial para Prevenção do Suicídio, realizado no
dia 10 de setembro.
O que é o suicídio?
O suicídio é o ato de acabar com a própria vida. Ele sempre é um acontecimento
complexo. A pessoa não tem como objetivo a morte, mas sim o fim do sofrimento pelo
qual está passando e o único jeito que enxerga no momento para chegar nisso é através da
morte.
Este sofrimento pode ter várias naturezas: culpa, remorso, depressão, ansiedade,
medo, humilhação, entre outros.
Se você estiver pensando em tirar sua própria vida, saiba que você não está
sozinho e que existem formas de superar o sofrimento.
Em geral, suicídios são planejados e as pessoas dão sinais. Elas avisam e pedem
por ajuda de maneiras conscientes e inconscientes. Reconhecer estes sinais e ofertar apoio
pode prevenir uma tentativa e começar um caminho de superação do sofrimento.
Fatores de risco
Existem certos fatores de risco que aumentam as chances de alguém apresentar
pensamentos e tentativas suicidas. São eles:
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Tentativas anteriores;
Abuso de substâncias;
Ter entre 15 e 35 anos ou mais de 75 anos;
Histórico de suicídio familiar;
Falta de vínculos sociais e familiares;
Doenças terminais ou incapacitantes;
Desemprego;
Declínio social;
Divórcio;
Estresse continuado.
Além disso, são fatores de risco:
Extremos monetários
Estudos apontam que pessoas com muitos problemas monetários ou com dinheiro
demais apresentam maiores chances de tentar o suicídio.
No caso daqueles que possuem sérios problemas financeiros, o problema é óbvio,
a falta de dinheiro causa estresse. Para aqueles que possuem muito dinheiro, a sensação de
que existe muito a perder também pode ser um fator de estresse.
Transtornos mentais
Naturalmente, transtornos mentais como depressão e esquizofrenia são fatores de
risco para o suicídio. O transtorno mental que mais apresenta suicídios é o transtorno de
personalidade bipolar.
Homens se matam mais, mas mulheres tentam mais
O gênero do suicídio é um assunto delicado. A morte por suicídio é 2 vezes mais
frequentes em homens do que em mulheres, mas as mulheres tentam 2 vezes mais do que
os homens. Isso quer dizer que mulheres são mais afetadas pelo suicídio do que homens,
mas os métodos escolhidos pelo sexo masculino são mais letais, o que faz com que eles
morram com mais frequência em decorrência das tentativas apesar de mulheres tentarem
mais.
Como pedir ajuda?
Se você está com pensamentos suicidas, é importante pedir ajuda. Fale com
alguém próximo, conte para as pessoas o que passa pela sua cabeça. Ter alguém para
conversar faz toda a diferença.
Se você não tem ninguém próximo com quem conversar, não hesite em ligar para
o 141 ou 188 e conversar com um dos voluntários do Centro de Valorização da Vida. Eles
estão lá para você e podem entender pelo que você está passando.
O que não fazer se alguém próximo tem pensamentos suicidas?
Nem sempre é fácil saber o que fazer quando alguém próximo revela ter
pensamentos suicida, mas saiba que, se isso acontece, esta pessoa está se abrindo para
você e isso é um passo importante para a melhora. Caso isso aconteça, ou caso perceba
sinais de alerta em alguém próximo, existem algumas coisas que não se deve fazer.
Condenar
Não julgue a pessoa. Você não sabe pelo que ela está passando e ela está pedindo
ajuda, portanto busque não decepcioná-la. Dizer que o suicídio é covardia ou fraqueza não
é nem verdade, nem ajuda.
Banalizar
Lembre-se de que a maneira como sentimos as coisas é diferente para todo mundo.
Aquilo que a pessoa com pensamentos suicidas está sentindo é só dela e se está levandoa a sentir-se daquela maneira, é porque é sério.
Lembre-se também de que o suicídio é extremamente complexo e não pode ser
atribuído exclusivamente a um evento, mas sim a vários fatores. Não banalize nenhum
deles.
Dar opinião
Pensamentos suicidas não são questão de opinião. Dizer que é “falta de Deus” ou
que a pessoa “quer chamar atenção” não ajuda, só piora.
Brigar
Os pensamentos suicidas são um sintoma e não uma escolha. Fazer a pessoa sentirse culpada só piora a situação.
Frases de incentivo
Dizer para a pessoa “pensar positivo” ou que “a vida é boa” não ajuda. A pessoa
com pensamentos suicidas pode sentir-se ainda pior por não conseguir sentir-se melhor,
achando que a culpa disso é dela, quando não é.
Como ajudar?
Caso perceba sinais de alerta de suicídio ou alguém próximo entre em contato para
pedir ajuda, algumas coisas podem ajudar.
Escute
Encontre lugar apropriado e particular e escute o que a pessoa tem para falar. Deixe
ela saber que você está lá para ouvir e apoiar e escute. Este não é o momento para oferecer
soluções práticas, mas sim para escutar e estar lá pela pessoa, dando à ela a certeza de que
ela não está sozinha.
Incentive-a a busca ajuda profissional
Abrir-se com alguém próximo é um primeiro passo importante, mas a ajuda
profissional faz grande diferença e é onde é possível iniciar um tratamento. Ofereça-se
para acompanhar a pessoa em uma consulta.
Mantenha o contato
Acompanhe a pessoa, mantenha o contato e fique por perto. Esteja lá para a pessoa
e a apoie em sua doença e tratamento.
Em caso de crises
Se você acha que a pessoa está em perigo de se machucar no momento, entre em
contato com profissionais de emergência e busque atendimento, ou consulte um familiar
da pessoa para que ela fique segura.
Sinais de alerta
Existe o mito de que a pessoa com pensamentos suicidas não dá sinais, mas isso
não é verdade e aqueles próximos podem perceber. É extremamente raro que um suicídio
ocorra sem sinais. Esta lista mostra alguns destes avisos, mas eles não devem ser
considerados isoladamente.
Não existe uma maneira certeira de se identificar alguém em uma crise suicida,
mas detectar estes avisos pode ser a diferença entre a vida e a morte. Lembre-se de que,
especialmente se muitos deles aparecerem ao mesmo tempo, você pode conversar com a
pessoa sobre suicídio, o que pode ajudar.
Seja compreensivo. Estes indicadores não são ameaças ou chantagens, mas sim
avisos. Converse com a pessoa e incentive a busca de ajuda profissional.
Preocupação com a própria morte
Quando uma preocupação com a própria morte surge de maneira repentina, pode
ser um sinal. Visões negativas, ideias expressas em escrita, por fala ou desenhos, podem
significar que a pessoa está pensando em suicídio.
Comentários e intenções suicidas
Comentários como os seguintes podem ser sinais de pensamentos suicidas:
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“Vou desaparecer”;
“Queria nunca mais acordar”;
“Vou deixar vocês em paz”;
“É inútil tentar mudar, só quero me matar”.
Preste atenção se qualquer um destes comentários aparecer, especialmente se a
frequência deles aumenta.
Isolamento
Pessoas com pensamentos suicidas tendem a se isolar, não atendendo telefonemas
ou cancelando eventos e atividades, mesmo as que costumavam gostar de fazer. Preste
atenção especialmente se algum isolamento surge de maneira repentina. Mesmo pessoas
naturalmente mais introvertidas podem demonstrar este sinal.
Desfazer-se de objetos
Um sinal que costuma aparecer quando a pessoa está próxima de se suicidar é dar
de presente diversos objetos pessoais e importantes. Se algum amigo com depressão ou
outros sinais de repente resolver te dar uma coleção de livros, um videogame, algo de
valor, desfazendo-se de objetos pessoais, fale com esta pessoa, ofereça ajuda, incentive o
contato com profissionais e, se necessário, entre em contato com a família ou profissionais
você mesmo.
Tranquilidade repentina
Outro sinal emergencial é a tranquilidade e aparente felicidade repentina. Se
alguém com depressão severa de repente parece muito feliz, aqueles a seu redor podem
pensar que a pessoa está melhorando quando na verdade este é um sinal alarmante.
Quando alguém com pensamentos suicidas decide que vai seguir com um plano
de suicídio, a sensação de que seus problemas irão se resolver pode tirar um grande peso
das costas dela, o que aparece como tranquilidade e felicidade. Esta pessoa precisa de
atendimento urgente.
Mitos sobre suicídio
Existem alguns mitos sobre o tema que atrapalham os profissionais de saúde e
aumentam os riscos de pessoas com pensamentos suicidas ficarem sem ajuda. Ter estas
coisas em mente pode ajudar você a saber quais mitos sobre o suicídio podem ser
prejudiciais.
Quem ameaça não faz
Normalmente as pessoas não se suicidam sem aviso. Elas comunicam sua intenção
antes do ato, às vezes em tom de brincadeira, às vezes falando sério, mas raramente sem
aviso. Portanto é importante perceber que ameaças de suicídio podem ser sérias.
Suicidas não procuram ajuda
Pessoas com pensamentos suicidas procuram sim por ajuda. Acabar com a própria
vida é uma medida desesperada, quando a pessoa acredita estar sem opção para acabar
com seu sofrimento.
Sobreviventes de suicídio estão a salvo
Pelo contrário, as chances de alguém tentar suicídio depois de uma tentativa
frustrada são maiores do que antes. A recuperação de uma tentativa de suicídio é um
momento em que se deve prestar atenção no paciente.
Não se deve falar de suicídio
Pelo contrário, falar de suicídio é o ideal. Conversar com alguém que tem
pensamentos suicidas sobre o ato não irá fazer com que a pessoa se mate, mas abrir espaço
para diálogo e informações que podem fazer toda a diferença e salvar uma vida.
Não há como impedir
Há como impedir, em qualquer momento. Mesmo que a decisão já tenha sido
tomada pela pessoa que sofre. Sempre há como impedir e sempre existe tratamento
possível para aliviar o sofrimento psicológico.
Quem planeja se matar quer se matar
Quem planeja um suicídio não quer acabar com a própria vida, mas sim com a dor
e o sofrimento que faz com que estes pensamentos surjam. Ninguém deseja acabar com a
vida simplesmente porque não quer mais ela.
Melhora de humor significa desistência de suicídio
Como já falamos em sinais de alerta, uma melhora significativa e repentina de
humor pode ser um sinal de que a pessoa tomou a decisão de acabar com a própria vida.
O conflito parece resolvido e isso dá sensação de alívio para a pessoa, portanto é
importante buscar ajuda.
Quem se suicida é fraco
Este é um dos mitos sobre suicídio mais problemáticos, especialmente porque
ajuda a alimentar a ideia de que doenças psicológicas não são doenças.
O suicida é alguém que sofre muito e não consegue enxergar esperanças. Não tem
nada a ver com força ou fraqueza e dizer isso só piora.
A grande maioria das mortes por suicídios podem ser evitadas e o diálogo sobre o
assunto é o melhor jeito de fazer isso. Se você ou alguém que você conhece possui
pensamentos suicidas, peça ajuda.
Compartilhe este texto com seus amigos para que o diálogo sobre o suicídio se
espalhe ainda mais e possamos evitar estas mortes de pessoas que merecem viver!
O que é Ansiedade?
A ansiedade é a expectativa de uma ameaça futura caracterizada pelo sentimento
de desconforto, em conjunto com a preocupação excessiva e também do medo. Ela pode
ser leve ou grave e é bem difícil de controlar, pois atinge um alto grau de intensidade em
poucos minutos. Além disso, pode durar muito tempo e, geralmente, está acompanhada de
sintomas físicos.
Todas as pessoas, sejam elas crianças ou adultas, já se sentiram ansiosos em algum
momento da vida. Isso é normal, entretanto, para algumas pessoas, esse sentimento é mais
frequente e intenso, prejudicando suas atividades diárias.
O que é estresse?
O estresse é uma resposta do organismo (física ou mental) a um evento de esforço
extremo ou importante, geralmente quando se sente ameaçado ou sob pressão. Essa
resposta libera uma série de reações químicas no seu organismo, o que provoca reações
fisiológicas.
O organismo passa por diversos tipos de alterações durante nosso dia a dia; isso
acontece sempre que o cérebro entende alguma atividade como ameaçadora ou que cause
pressão, denominada Síndrome Geral de Adaptação ao Estresse. Essas alterações no
organismos podem ser muito positivas, como por exemplo: se alguém está passando por
períodos de pressão no trabalho, o cérebro percebe e responde com alterações que ajudarão
o indivíduo a concluir suas atividades com eficiência. Porém, se a pressão persistir por um
longo tempo, as alterações benéficas passam a ser prejudiciais, manifestando-se no
organismo de formas patológicas e com sintomas como dores de cabeça e dores de
estômago.
Sintomas da depressão (físicos, psicológicos, pós-parto): quais são?
Podemos dizer que a depressão é um dos maiores males da atualidade. Além de
afetar uma parcela significativa da população, as estimativas são de que, no futuro, a
doença vai se tornar cada vez mais comum.
Isso pode ser comprovado através de dados da Organização Mundial da Saúde, a
OMS, que, em 2017, em seu relatório global sobre a doença, constatou que o número de
casos de depressão aumentou em 18% entre os anos de 2005 e 2015.
Esses números representam aproximadamente 322 milhões de pessoas em todo
mundo, sendo que a maioria são mulheres. No Brasil, aproximadamente 5% da população,
ou 11,5 milhões de pessoas, têm de conviver com essa doença.
Os números assustam. Entretanto, apesar de não haver uma cura constatada para a
depressão, ela tem tratamento. Por essa razão, é muito importante estar atento aos
sintomas, pois quanto antes o paciente começar o tratamento, maiores são suas chances de
recuperação.
Buscando atender a demanda de uma maneira mais científica, vamos listar abaixo
os principais sintomas da depressão, usando como parâmetro para confecção da lista o
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5.
Como saber se é depressão?
De acordo com o DSM-5, para que um paciente seja considerado ou não com a
doença, é necessário que ele apresente ao menos 5 dos sintomas principais (listados a
seguir), sendo que é obrigatória a presença de humor deprimido ou perda de interesse
e prazer.
Com isso, os sintomas podem ser divididos entre físicos e emocionais
(psicológicos). Entenda:
Sintomas físicos da depressão
Os sintomas físicos são aqueles que são sentidos pelo corpo, como:
Fadiga
Não é nada incomum que o paciente depressivo se sinta cansado na maior parte do
dia. Esse estado em que parece que a pessoa não tem forças sequer para levantar da cama
é conhecido como fadiga.
Com a fadiga, alguns outros sintomas podem se fazer presentes, como o
surgimento de dores em diversas partes do corpo. As costas, o pescoço e até mesmo os
membros (braços e pernas) podem ficar doloridos, o que impede que o paciente sequer
sinta vontade de se levantar da cama.
Parece que a falta de energia paralisa a pessoa, que com o tempo não quer sair,
nem mesmo para ver os amigos ou comer a comida favorita. Em casos extremos, o
paciente deixa de ter os cuidados básicos de higiene, como tomar banho ou escovar os
dentes.
Perda ou ganho de peso
Esse sintoma costuma variar de pessoa para pessoa. Algumas apresentam perda de
peso, enquanto outras apresentam ganho de peso.
Segundo o DSM-5, para que este sintoma seja considerado relevante no
diagnóstico, é necessário que exista uma alteração de pelo menos 5% do peso corporal
dentro de um período igual ou inferior a 1 mês, sem que o paciente esteja praticando uma
dieta.
As alterações de peso podem acontecer por aumento ou diminuição do apetite. Ou
seja: o paciente sente mais fome e come mais, ou sente menos fome e não se alimenta
corretamente.
Alterações no sono
É muito comum que pessoas depressivas apresentem alterações de sono que, assim
como as alterações de peso, variam de paciente para paciente.
Enquanto alguns não conseguem dormir, isto é, apresentam insônia
terminal (quando a pessoa pega no sono, mas acorda de madrugada e não consegue mais
dormir), outros dormem por um período longo de tempo, um sintoma conhecido
como hipersonia.
Essas alterações do sono são muito prejudiciais para a saúde e podem agravar o
quadro dos sintomas depressivos, pois o sono é extremamente importante na regulação de
diversas funções do nosso organismo, bem como na manutenção do humor.
Não à toa muita gente acorda rabugenta depois de despertar cedo tendo dormido
tarde no dia anterior.
O ciclo do sono completo, de 6 a 8 horas — mas que pode variar de pessoa para
pessoa —, ajuda na regulação da insulina, previne os riscos de osteoporose, melhora o
humor e a memória, além de ajudar a prevenir os sintomas de depressão.
Mas isso vale para dormir dentro dos padrões, ou seja, nem mais nem menos.
Ambos, o excesso e a falta, podem trazer consequências ruins para o organismo.
Agitação ou retardo psicomotor
Segundo o DSM-5, nos casos graves de depressão, é comum que o paciente
apresente agitação psicomotora ou retardo psicomotor quase todos os dias.
No caso do retardo psicomotor, o paciente aparenta estar abatido e pouco
responsivo ou tem respostas mais lentas a estímulos externos. O pensamento e fala
parecem ficar mais lentos e é comum que o paciente fique sentado ou deitado por longos
períodos de tempo, mesmo sem fazer nada.
Já no caso da agitação, é o contrário, ele fica enérgico, mas não num sentido
positivo, pois parece estressado, ansioso e apreensivo. É comum andar de um lado para o
outro por conta do nervosismo, roer unhas, ter dificuldade de se manter parado ou de
encontrar uma posição confortável.
Em casos extremos, a agitação psicomotora acontece quando o paciente apresenta
uma série de movimentos involuntários e sem propósito. Já no retardo psicomotor, o
paciente, muitas vezes, por mais que queira, tem dificuldade na realização de movimentos
simples, como levantar os braços ou fechar as mãos.
Esse excesso e diminuição de movimentos são resultados de tensão mental
e ansiedade causados pela depressão.
Esses sintomas podem trazer consequências mais sérias, como rasgar ou mastigar
a pele em torno das unhas ou de um lápis (no caso da agitação psicomotora), além de poder
deixar o paciente prostrado na cama (no caso do retardo psicomotor).
Sintomas psicológicos da depressão
Os sintomas psicológicos são aqueles que afetam mais o estado emocional do
paciente. Entenda:
Humor deprimido
Segundo o DSM-5, este sintoma acontece quando o paciente apresenta “humor
depressivo na maior parte do dia, quase todos os dias”. No início, pode ser que o paciente
negue estar sentindo tristeza, porém, após algum tempo, é possível notar a presença desse
sentimento através das atitudes da pessoa.
Contudo, a característica essencial é que esse humor deprimido, aliado ao
desinteresse, se estendam por um período superior ao de duas semanas.
Esse humor mais deprimido pode ter ou não uma causa específica, como a perda
de um familiar ou o fim de um relacionamento.
Em crianças e adolescentes, o humor deprimido pode se apresentar como
irritabilidade em vez de tristeza e, como dito anteriormente, o paciente deve apresentar
pelo menos mais quatro sintomas aliados a este.
Nesses casos, é comum que o paciente manifeste o sintoma através de um
semblante triste, olhos caídos e sem brilho e uma postura curvada. Além disso, crises de
choro, pessimismo, falta de autocuidado e diminuição da autoestima são frequentes.
Pode ser que esse humor depressivo se apresente aliado a altos graus de ansiedade,
que podem aparecer com outros sintomas como tremores e suor excessivo.
O paciente normalmente costuma se queixar de sentir um vazio. O mundo fica
cinza, em preto e branco e nada mais parece ser interessante, o que nos leva ao segundo
sintoma da lista.
Apatia ou desinteresse
É muito comum que os pacientes depressivos comecem a perder o interesse em
atividades cotidianas e até mesmo em coisas que costumavam gostar. Como muitos relatos
costumam mostrar, é como se o pai deixasse de ver o brilho no olhar dos filhos.
O DSM-5 caracteriza esse sintoma como a “diminuição do interesse ou prazer em
todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias”.
Nada mais tem graça para o paciente com depressão. Um dia ensolarado não tem
mais o mesmo apelo e é tedioso. Nesses casos, ficar na cama parece mais interessante do
que ter de se levantar e curtir um dia de sol no parque.
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
Quando os sintomas da depressão aparecem, é comum que o paciente acabe tendo
pensamentos “viciados”. Pensamentos autoindulgentes e autodepreciativos aparecem com
constância e fora do controle do indivíduo.
Com isso, é comum que as pessoas se queixem de serem inúteis e sintam remorso
e culpa por conta disso. Em casos mais graves, tais pensamentos podem até mesmo ser
delirantes, ou seja, não representam a realidade.
Pode ser que um artista extremamente talentoso, por exemplo, deixe de ver o valor
que ele e sua arte têm, ou que uma mãe ou pai se sintam inúteis, mesmo desempenhando
a maternidade e paternidade da melhor forma que podem.
Diminuição da concentração
Pacientes depressivos apresentam uma dificuldade de concentração, seja com falta
ou excesso de sono. Segundo o DSM-5, esse sintoma se caracteriza por “capacidade
diminuída de pensar ou se concentrar, ou indecisão”.
Tal qual os outros sintomas, esse deve ser recorrente e se apresentar quase todos
os dias e pode ser facilmente observado pelo próprio paciente ou pelos outros ao seu redor.
A pessoa com depressão tem dificuldade para escolher um sabor de pizza, por exemplo,
mesmo tendo aquele que é seu favorito.
Esse sintoma pode muito se confundir com a apatia e o desinteresse e, de fato, os
dois estão, de certa forma, relacionados.
Pensamentos recorrentes de morte
Por pensamentos de morte não nos referimos somente às ideações suicidas ou o
medo de morrer. Na verdade, o paciente depressivo pensa na própria morte de diversas
formas, sendo elas acidentais ou não.
Uma hora passa na mente do paciente ser atingido por um raio, ou atropelado por
um ônibus. Em outro momento, pode ter ideação suicida, mesmo que não haja um plano
específico para cometer o ato.
O fato é que os pensamentos de morte aliados ao humor deprimido e à falta de
interesse são os sinais mais característicos de um transtorno depressivo. Ao sinal de
qualquer comportamento como estes, um médico deve ser consultado imediatamente.
Depressão na gravidez
A depressão atinge mais ou menos 10% a 20% das mulheres grávidas e, em alguns
destes casos, pode ser necessário o uso de medicação. Não existe nenhum antidepressivo
que seja completamente seguro para o bebê, mas, em casos graves, é fundamental que a
mãe e o médico avaliem o risco-benefício do tratamento.
Os sintomas da depressão na gravidez são os mesmos da depressão normal e
é por isso que não devem ser ignorados.
Ao não se alimentar corretamente, por exemplo, a gestante pode afetar a saúde do
feto. Por outro lado, alterações do sono podem afetar a gravidez, isso sem falar nos
pensamentos recorrentes de morte, que podem ocasionar uma tragédia.
Depressão pós-parto
Depois do parto ocorrem uma série de mudanças drásticas na produção de
hormônios. Isso pode ter como resultado a depressão pós-parto, em que a mulher é
inundada por sentimentos de melancolia intensos, aliados à irritabilidade excessiva, choro
frequente, sentimentos de desamparo, diminuição da energia, do interesse sexual e outros.
Tratam-se, novamente, de sintomas muito semelhantes aos da depressão normal.
Vale lembrar que não há nada de errado com a depressão pós-parto. Na verdade,
ela é até relativamente comum. Segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz,
aproximadamente 1 em cada 4 mulheres sofrem com os sintomas da depressão pós-parto.
Entretanto, com o tratamento adequado, essas mães podem voltar a ter o ânimo e
o humor normais e até mesmos necessários para esse momento da vida. Ou seja, o quadro
pode ser passageiro.
Depressão maior ou distimia: qual a diferença?
É importante fazer uma distinção entre a depressão maior e a distimia. Apesar de
muito parecidas, as duas coisas são diferentes.
A depressão maior, ou Transtorno de Depressão Maior (TDM), se diferencia da
distimia, também conhecida como Transtorno Depressivo Persistente, na duração dos
sintomas.
Eles são os mesmos nos dois casos, com a diferença de que, na distimia, os
sintomas são persistentes e costumam permanecer por um período superior a 2 anos sendo
que o paciente não consegue ficar mais de 2 meses sem apresentar nenhum sintoma.
Além disso, na distimia, nem sempre a pessoa aparenta estar triste, ou seja, os
estados depressivos e “normais” se alternam.
Por essa razão, a distimia é considerada uma forma de depressão leve ou moderada
crônica, enquanto a depressão maior é considerada aguda, ou seja, apresenta os sintomas
com maior intensidade.
É por isso que a depressão maior é considerada mais grave que a distimia. Na
depressão maior, as ideações e o risco de suicídio são geralmente maiores.
Os sintomas da depressão são variados e, normalmente, é preciso que pelo menos
5 deles se apresentem em conjunto para que o médico faça um diagnóstico correto da
doença, já que outras doenças, como hipotireoidismo, por exemplo, podem causar
sintomas semelhantes.
Se você apresenta esses sintomas, não hesite em buscar um psiquiatra e evite ao
máximo se automedicar. Compartilhe este texto para que mais pessoas saibam dos
sintomas da doença e possam se prevenir!
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