UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA DISCIPLINA DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DIOGO SARMENTO FERREIRA MEMORIAL SOBRE AS DUAS PRIMEIRAS UNIDADES DA DISCIPLINA MACEIÓ, AL 2019 DIOGO SARMENTO FERREIRA MEMORIAL SOBRE AS DUAS PRIMEIRAS UNIDADES DA DISCIPLINA Relatório apresentado à disciplina Desenvolvimento e Aprendizagem a Distancia no Curso de Licenciatura em Física da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas como critério parcial para composição da NUP1. Orientação: Profa. Msc. Marcela Fernandes Peixoto MACEIÓ, AL 2019 A verdadeira função do educador é garantir a aprendizagem do aluno, o que extrapola o simples dar aula. Cabe ao educador perceber as especificidades do aluno e oferecer a eles métodos que o motivem a aprendizagem. O desenvolvimento humano é baseado na interação de três conceitos: i) Indivíduo ii) Ambiente Físico iii) Social A seguir serão apresentadas algumas teorias referentes ao processo de desenvolvimento e aprendizagem segundo Piaget (baseadas principalmente nas ações e coordenações de ações) e Vygotsky (baseada na Zona de Desenvolvimento Próximo – ZDP). Segundo a Teoria Desenvolvimentista Clássica é possível extrair algumas contribuições da abordagem freudiana da sexualidade infantil para o acesso ao ato de aprender e que, a partir dessas contribuições, seja possível falar de uma relação entre o desenvolvimento e aprendizagem do adotado ponto de vista psicanalítico. Segundo a teoria de Piaget, o Desenvolvimento e Aprendizagem, baseia-se no desenvolvimento cognitivo e afetivo, fundado em um motivo, em forma de necessidade e desequilíbrio. Destacando-se três aspectos: Esquema, Assimilação e Acomodação. Um termo bastante utilizado nessa teoria é a Equilibração, uma mistura entre Equilíbrio e Assimilação. A função do objeto, no processo de construção das competências cognitivas, é desequilibrar o sujeito (Becker, 2014). Isso o faz sair da sua zona de conforto e buscar auxiliar nas suas tomadas de decisão. Já sobre as regulações e a tomada de consciência, para Piaget, regular é manter, modificar ou variar a ação seguinte em função dos resultados da ação anterior. Dentre essas regulações temos a automática e a ativa. As regulações ativas auxiliam no processo de tomadas de decisão. Outro ponto bastante importante é o desequilíbrio majorante, onde é o desequilíbrio que leva o sujeito a um processo de acomodação da estrutura cognitiva. A experiência, entenda-se como capacidade de abstração, acumulada ao longo do processo de desenvolvimento e aprendizagem pode ser dividida em dois pontos: i) Física: ação sobre os objetos retirando as qualidades intrínsecas destes. ii) Lógico-matemática: ação sobre os objetos, retirando não deles, mas da ação e das coordenadas do sujeito. Segundo Becker (2013), experiência na perspectiva piagetiana não é submissão passiva aos objetos, mas uma ação (Assimilação e Acomodação) sobre eles que venha modifica-los ou transformá-los. Segundo Piaget, temos dois tipos de abstração: empírica (baseada na experiência física) e reflexiva (essa experiência permite construir novas qualidades, gerando novas formas). A abstração empírica pode ser entendida como o novo conhecimento é tirado por abstração da organização introduzida pelo sujeito, já a abstração reflexiva se desdobra em pseudo-empírica e refletida, ou seja, quando a reflexão se torna obra do pensamento, nos níveis superiores. Ainda de acordo com Piaget, o desenvolvimento de uma pedagogia ativa tem como objetivo levar a criança a atingir o seu pleno desenvolvimento cognitivo. A natureza ativa da construção do conhecimento implica a existência de métodos ativos na aprendizagem escolar. Essa aprendizagem decorre da interação sujeito x objeto. A construção do conhecimento por parte do aluno perpassa pelas constantes atividades desafiadoras as quais façam com que eles busquem uma equilibração majorante. O desequilíbrio faz com que o aluno busque novas descobertas, reinventando-se, construindo algo novo durante o seu processo de maturação do conhecimento. “A aprendizagem depende em tudo do desenvolvimento; suas possibilidades são abertas ou limitadas pelo desenvolvimento cognitivo (Becker, 2013, p.83) e afetivo”. Para Vigotsky (1995), toda função no desenvolvimento cultural da criança aparece duas vezes, em dois planos: Social e Psicológico. O professor tem papel de mediador entre seu aluno e o conhecimento escolar. “A estrutura de cada idade anterior se transforma em uma nova que surge e se desenvolve à medida que ocorre o desenvolvimento da criança” (Facci, 2004, p.75). A nova formação da criança, de acordo com um período etário, contextualiza o conceito vygotskyano de importância extrema no que concerne ao desenvolvimento psicológico: a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Partindo para o lado da contribuição psicanalítica para a compreensão entre desenvolvimento e aprendizagem, segundo o texto de Freud, reivindica que o primeiro surgimento da vida sexual da criança ocorre entre os três e cinco anos. Esse primeiro surgimento parte da curiosidade da própria criança. Ao passar dos anos, deve-se aliar o período de maturidade do desenvolvimento da criança a conteúdos capazes de manter essa ideia de busca pelo novo sempre em evidência. Uma importante contribuição para a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, é a indicação do por que algo tão significativo no nível simbólico, como são a leitura e escrita, deve-se manter em evidência. O fato de alinhar o período de desenvolvimento da sexualidade da criança às descobertas e experiências vividas, com sua evolução no processo de busca pelo conhecimento, busca combater e ajudar no processo de aprendizagem. Cabe ainda ao educador esse papel de interlocutor na transmissão do saber. A perspectiva teórica de Piaget confere ênfase aos conceitos de ações e de coordenação de ações. Na perspectiva teórica de Vygotsky, a ênfase é colocada no conceito de ZDP. Por fim, na perspectiva psicanalítica recortada, o objetivo foi o de apresentar algumas contribuições dentro do tema trabalhado concernentes às consequências da sexualidade infantil para o acesso ao ato de aprender, a partir da problematização feita. Alinhada a essas perspectivas teóricas sobre desenvolvimento e aprendizagem, podese destacar ainda as chamadas inteligências múltiplas. Que segundo Gardner, todos nós possuímos oito tipos de inteligência, cada uma com suas particularidades: i) Linguística Verbal: facilidade de se expressar e falar em público. Foca em ler bastante; ii) Naturalista: envolvidos com elementos ao nosso entorno e o meio ambiente; iii) Lógica Matemática: análise e resolução dos problemas baseados na lógica e operações matemáticas; iv) Cenestésica Corporal: capacidade de usar o próprio corpo para atividades diversas. Ex: dança, prática de esportes; v) Visual Espacial: capacidade de localização espacial, reconhecer espaços e formas; vi) Musical: capaz de interpretar, compor e apreciar pautas musicais; vii) Interpessoal: boa relação com os outros, gosta de trabalhar em grupo; viii) Intrapessoal: autorreflexão, autoconhecimento e autocontrole. Referências Becker, F. (2013). Sujeito do conhecimento e ensino de matemática. Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, 5 (Edição Especial), 65-86. Becker, F. (2014). Abstração pseudo-empírica e reflexionante. Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, 6(Número Especial), 104-128. Facci, M. G. (2004). A periodização do desenvolvimento psicológico individual na perspectiva de Leontiev, Elkonin e Vigotski. Cadernos Cedes, 24(62), 64-81. Freud, S. (1996a). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (vol.VII). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas (J. Salomão Trad.). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1905). Freud, S. (1996b). Sobre as teorias sexuais das crianças (vol.IX). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas (J. Salomão Trad.). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicada em 1908). Freud, S. (1996c). Inibição, sintoma e ansiedade (vol.XXIII). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas (J. Salomão, Trad.). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1926). Piaget, J. (1970). Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense.Piaget, J. (2014). Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense universitária. (Trabalho original publicado em 1964). Vygotsky, L. S. (1995). Obras escogidas (vol.III). Madrid: Visor. Vygotsky, L. S. (1996). Obras escogidas (vol.IV). Madrid: Visor Vygotsky, L. S. (2013). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.