UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO ESCOLA DE GESTÃO E DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANDRE TONIN FERRARI DESVALORIZAÇÃO POR ATRASO: UM ESTUDO SOBRE O COMPORTAMENTO IMPULSIVO E PROCRASTINADOR NA TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA SÃO BERNARDO DO CAMPO 2016 DESVALORIZAÇÃO POR ATRASO: ESTUDO SOBRE O COMPORTAMENTO IMPULSIVO E PROCRASTINADOR NA TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA ANDRE TONIN FERRARI Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de mestre em administração. Área de Concentração: Gestão Econômico Financeira de Organizações. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Cappellozza SÃO BERNARDO DO CAMPO 2016 FICHA CATALOGRÁFICA F412d Ferrari, André Tonin Desvalorização por atraso: estudo sobre o comportamento impulsivo e procrastinador na tomada de decisão financeira / André Tonin Ferrari. 2016. 105 p. Dissertação (Mestrado em Administração) --Escola de Gestão e Direito da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2016. Orientação: Alexandre Cappellozza 1. Desvalorização por atraso 2. Impulsividade 3. Procrastinação 4. Tomada de decisão 5. Administração financeira I. Título. CDD 658 A Dissertação de mestrado intitulada “DESVALORIZAÇÃO POR ATRASO: UM ESTUDO SOBRE O COMPORTAMENTO IMPULSIVO E PROCRASTINADOR NA TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA.”, elaborado por ANDRÉ TONIN FERRARI, foi apresentada e aprovada em 22 de junho de 2016, perante a banca examinadora composta pelo Prof. Dr. Alexandre Cappellozza (Presidente/UMESP), Prof. Dr. Elmo Tambosi Filho (Titular/UMESP) e Prof. Dr. Joelson Oliveira Sampaio (Titular/FECAP). __________________________________________ Prof. Dr. Alexandre Cappellozza Orientador e Presidente da Banca Examinadora __________________________________________ Prof. Dr. Almir Martins Vieira Coordenador de Programa de Pós - Graduação Programa: Pós-Graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo Área de Concentração: Gestão de Organizações Linha de Pesquisa: Gestão Econômico- Financeira de Organizações Dedico este trabalho a meu grande amor Angela, sua presença me fortalece. As minhas filhas Vitória e Beatriz pela pureza e amor incondicional. E aos meus pais, Conceição e Antonio José pela educação e ensinamentos de que a humildade é a ponte para a felicidade. E aos meus sogros, Regina e Donald, por demonstrar que a generosidade é um dos maiores sentimentos do ser humano. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço ao Criador por ter me dado a vida e força para persistir, que assim como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muitos leves, sentem-nos ceder, mas cantam, pois eles sabem que possuem asas. Agradeço a todos os professores do Programa de Pós Graduação em Administração Stricto Sensu da Universidade Metodista que foram essenciais durante o processo de aprendizagem. Ao professor Dr Alexandre Cappelloza que ao longo do processo, foi líder, educador e incentivador, mostrando que a educação e o trabalho árduo é um seguro para a vida e um passaporte para a eternidade. Ao Prof Dr Elmo Tambosi Filho, pelos seus ensinamentos e por desmitificar a área financeira, e nos ensinar que a verdadeira humildade se estabelece nas ações que expressam a identidade de quem se mantem em benefício do aprender e ao Prof Dr Joelson Oliveira Sampaio, que contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento deste trabalho, sempre disponível e demonstrando que o segredo do sucesso é a constância de propósitos. Aos meus pais Conceição e Antonio José, cujo ensinamentos sobre integridade, perseverança e humildade levarei eternamente comigo. Apesar da distância vocês sempre me visitam no coração e pensamento. A minha esposa Angela, que sempre me apoiou e nos momentos de dificuldade fez com que enxergasse que há luz no fim do túnel. As coisas que realizamos, nunca serão tão belas quanto a que sonhamos. Mas as vezes, nos acontecem coisas tão belas que nunca pensamos em sonhá-las. Para mim aconteceu você. As minhas princesas Vitória e Beatriz, sua presença me traz força, e tenho a infinita certeza que não existe maior e mais verdadeiro que o amor de vocês. Mateus e Bruna, meus irmãos, amigos, vocês sempre estão comigo em meus pensamentos. RESUMO Estudos tem sido realizados sobre a desvalorização por atraso que buscam demonstrar a existência de fatores que influenciam a tomada de decisão financeira considerando um cenário aversivo. Alguns destes fatores como o comportamento impulsivo e o comportamento procrastinador, podem ser fundamentais para que o indivíduo aceite ou não desvalorizar determinado valor. Este estudo analisou os comportamentos impulsivo e procrastinador que podem influenciar na tomada de decisão financeira. Através de uma abordagem de investigação quantitativa, os dados foram coletados por meio de um instrumento de pesquisa com obtenção da resposta de 410 questionários. Os resultados obtidos por esta pesquisa confirmam a influência da procrastinação no processo de tomada da decisão financeira individual. Conclui-se que o comportamento procrastinador afeta a tomada de decisão, conduzindo o indivíduo a não desvalorizar o atraso. Porém constatou-se que o comportamento impulsivo não ficou evidenciado neste estudo como componente que possa impactar na decisão financeira do indivíduo em cenários aversivos. Palavras-chaves – Desvalorização por Atraso, Impulsividade, Procrastinação, Tomada de Decisão Financeira. ABSTRACT Studies have been conducted on the delay discouting, which seek to demonstrate the existence of factors that influence financial decision making considering an aversive scenario. Some of these factors with impulsive behavior and the procrastinator behavior, can be critical for the individual to accept or not to devalue certain value. This study analyzed the impulsive behavior and procrastinator that may influence financial decision making. Through a quantitative research approach, data were collected through a survey tool to obtain 410 questionnaires response. The results of this research confirm the influence of procrastination in making the individual financial decision. It concludes that the procrastinator behavior affects decision making, leading the individual to not devalue the delay. But it was found that impulsive behavior was not observed in this study as a component that can impact the financial decision of the individual aversive scenarios. Keywords – Delay Discounting , Impulsivity , Procrastination , Financial Decision Making . LISTA DE QUADROS Sumário Quadro 1 – Estudos realizados sobre Procrastinação .................................... 25 Quadro 2 – Fatores que definem a procrastinação ativa ................................ 31 Quadro 3 – Questões Demográficas .............................................................. 37 Quadro 4 – Tipos de Impulsividade Escala BIS11 .......................................... 38 Quadro 5 – Estudos de Impulsividade com a escala BIS 11 .......................... 39 Quadro 6 – Construto Impulsividade Atencional ............................................. 40 Quadro 7 – Construto Falta de Planejamento ................................................ 41 Quadro 8 – Construto Impulsividade Motora .................................................. 41 Quadro 9 – Itens do Construto Preferência por Pressão ................................ 42 Quadro 10 – Itens do Construto Satisfação com o Resultado ........................ 43 Quadro 11 – Itens do Construto Habilidade em Cumprir Prazos .................... 43 Quadro 12 – Itens do Construto Decisão Intencional ..................................... 44 LISTA DE QUADROS LISTA DE TABELAS Sumário Tabela 1 – Pontuação da Escala BIS 11 – Classificação do Grau de Impulsividade ................................................................................................... 40 Tabela 2 – Ofertas do Experimento ................................................................. 44 Tabela 3 – Desvalorização por Atraso – Situação de Escolha......................... 45 Tabela 4 - Teste de Normalidade aplicados aos respondentes ....................... 48 Tabela 5 - Teste de comparação entre grupos ................................................ 49 Tabela 6 – Teste de oferta experimental e oferta real ..................................... 51 Tabela 7 – Dados descritivos da idade dos respondentes ............................... 52 Tabela 8 – Teste Qui Quadrado – Pagantes Mensalidade .............................. 56 Tabela 9 – Teste qui quadrado – Responsabilidade pela decisão financeira .. 57 Tabela 10 – Frequência média de respostas por construto ............................. 60 Tabela 11 – Frequência de respostas dos itens da escala .............................. 60 Tabela 12 – Comparativo entre desconto (oferta) e retorno de investimento .. 71 Tabela 13 – Resultado Regressão Logística – Prazo um mês ........................ 73 Tabela 14 – Resultado Regressão Logística – Prazo dois meses ................... 74 Tabela 15 – Resultado Regressão Logística – Prazo seis meses .................. 75 Tabela 16 – Resultado Regressão Logística – Prazo doze meses ................. 76 Tabela 17– Resultado Regressão Logística – Prazo trinta e seis meses ....... 77 Tabela 18– Síntese dos Testes de Hipóteses.................................................. 78 LISTA DE FIGURAS Sumário Figura 1 – Modelo Conceitual de Pesquisa ..................................................... 35 Figura 2 – Gênero dos respondentes .............................................................. 49 Figura 3 – Histograma da idade dos participantes .......................................... 52 Figura 4 – Situação profissional dos respondentes ......................................... 53 Figura 5 – Tempo de Empresa ........................................................................ 54 Figura 6 – Renda do Respondente.................................................................. 54 Figura 7 – Pagantes Mensalidade ................................................................... 55 Figura 8 – Responsabilidade pela decisão financeira ..................................... 57 Figura 9 – Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 1 Mês ... 65 Figura 10 – Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 6 Meses ......................................................................................................................... 67 Figura 11 - Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 12 Meses ......................................................................................................................... 68 Figura 12 - Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 36 Meses ......................................................................................................................... 69 Figura 13 - Comparativo entre períodos valor da oferta – R$100,00 ......................................................................................................................... 70 Figura 14 - Comparativo entre períodos valor da oferta – R$125,00 ......................................................................................................................... 70 SUMÁRIOário 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 8 1.2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO .................................................................. 9 1.3 OBJETIVO DA PESQUISA ..................................................................... 10 1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 10 1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 10 1.4. ESTRUTURAÇÃO DO ESTUDO ........................................................... 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................... 11 2.1 TOMADA DE DECISÃO .......................................................................... 11 2.2 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS ........................................................ 12 2.2.1. Efeito Framing ..................................................................................... 16 2.3 DESVALORIZAÇÃO POR ATRASO ....................................................... 17 2.4 IMPULSIVIDADE .................................................................................... 21 2.5 PROCRASTINAÇÃO............................................................................... 25 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................... 35 3.1 INFORMAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................... 36 3.2 INSTRUMENTOS DE MEDIDA ............................................................... 36 3.2.1 Dados Demográficos ............................................................................ 37 3.2.2 Escala de Impulsividade BIS 11 ........................................................... 38 3.2.3 Escala de Procrastinação..................................................................... 42 3.2.4 Questões de Desvalorização por Atraso .............................................. 44 3.2.5 Operacionalização do Experimento ..................................................... 45 3.3. Coleta de Dados ................................................................................... 47 3.4 TÉCNICAS ESTATÍSTICAS .................................................................... 47 3.4.1. Regressão Logística ............................................................................ 47 3.4.2. Teste do Qui Quadrado x² ................................................................... 47 3.4.3. Teste de Mann Whitney....................................................................... 48 4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................ 49 4.1. Teste de Normalidade .......................................................................... 49 4.2. Teste de Comparação entre Grupos ................................................... 50 4.3. Teste de Comparação Experimento e Cenário Real ........................... 51 4.4. Descrição Dados Demográficos .......................................................... 51 4.5. Análise Descritiva das Variáveis das Escala ........................................ 59 4.6. Resultado das decisões das ofertas por período ................................. 66 4.7. Resultado das decisões das ofertas entre períodos ............................. 70 4.8. Análise das Hipóteses .......................................................................... 73 5. CONCLUSÕES ........................................................................................... 80 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 84 APÊNDICE ....................................................................................................... 95 8 1. INTRODUÇÃO Decidir é o processo de escolha de uma opção dentre outras alternativas e pode ser considerada como recorrente a quase todo momento. Tal processo envolvem situações cotidianas como decidir qual roupa vestir, ou decisões de outra magnitude como, por exemplo, investir ou não em educação, ou realizar investimentos em outras possibilidades. A tomada de decisão é algo frequente no âmbito empresarial e gestores que não possuem habilidades e conhecimento suficiente podem se comprometer tomando decisões inadequadas em cenários complexos e comprometer os resultados empresariais. Além disto, sabe-se que há uma tendência nos indivíduos em procurar atalhos mentais durante o processo decisório (KAHNEMAN & TVERSKY, 1979). Desta forma diferentes aspectos podem influenciar a tomada de decisão individual levando o indivíduo racional a tomar decisões carregadas por um viés cognitivo, ou seja, em uma situação racional o processo decisório do indivíduo ocorre de forma diferente de uma situação em que os atalhos mentais são ativados, tendo suas decisões influenciadas por emoções (KAHNEMAN & TVERSKY, 1979). Por outro lado, a impulsividade também pode afetar a decisão, considerando que a impulsividade trata-se de uma tendência a resposta de forma rápida e sem reflexão. A impulsividade tem sido relacionada com consequências negativas como inadimplência, arrependimento pós compra e comprometimento da autoestima. A compra por impulso pode adquirir proporções excessivas e levar o indivíduo a adquirir dívidas financeiras ou a enfrentar distúrbios psicológicos (DITTMAR, 1996). No entanto indivíduos tendem a apresentar um comportamento procrastinador, pois acabam prorrogando suas decisões, desta forma perdendo oportunidades que possam ser vantajosas ao indivíduo (HAMASAKI & KERBAUY, 2001). 9 Outro aspecto que pode influenciar as decisões se refere ao comportamento procrastinador que pode ser percebido durante a vida estudantil. Onde estudos demonstram que aproximadamente 80% dos estudantes procrastinam, e destes, 50% apresentam prejuízos significativos durante sua vida acadêmica por conta deste comportamento (DRYDEN & SABELUS, 2012; ENUMO & KERBAUY, 1999). Os adultos por sua vez procrastinam em tarefas rotineiras como, por exemplo, marcar exames médicos (HAMASAKI & KERBAUY, 2001), e pesquisadores apontam aumento desse comportamento na população em geral, indicando que a procrastinação afeta cronicamente 15 a 20% da população de indivíduos adultos (HARRIOT & FERRARI,1996; KACHGAL, HANSEN & NUTLER, 2001). No contexto empresarial, profissionais que procrastinam tendem a apresentar resultados abaixo do esperado, gerando inclusive desconforto junto aos liderados, pois deixam o cumprimento das atividades para a última hora, correndo o risco de não entregar o trabalho. No entanto a procrastinação tem sido pouco explorada pelas pesquisas em comportamento organizacional apesar de seus impactos negativos na produtividade empresarial (WEYMANN, 1988). A partir desta possibilidade de investigação científica, este estudo analisou possíveis efeitos da procrastinação e da impulsividade na tomada de decisões monetárias. 1.2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO No ambiente corporativo, os gestores estão sujeitos a tomarem decisões frequentemente, abrangendo os diversos níveis empresariais. Decisões tomadas de forma incorreta podem levar a perda de receitas financeiras e produtividade, e também gerando insatisfações junto aos liderados. Profissionais que tomam decisões de forma impulsiva tendem a comprometer os resultados empresarias. Problemas originados da 10 impulsividade também podem ser presenciado em consumidores que apresentam comportamento impulsivo. A compra por impulso gera vários tipos de consequências negativas, pois no momento em que o consumidor avaliar a realização destes gastos, gera-se emoções negativas, sendo a culpa ou irritação pela aquisição de produtos ou serviços, entre outras consequências (COSTA & LARAN, 2003). Além disto a procrastinação pode levar o profissional a altos níveis de estresse por conta da ansiedade sobre a entrega de seus resultados. Além de levar o indivíduo ao sofrimento físico e emocional, é possível que haja impacto nos relacionamentos empresariais e pessoais (KERBAUY,1997). Sabe-se que indivíduos que procrastinam geralmente tomam decisões que poderiam trazer melhor resultado se fossem decididas anteriormente. Neste sentido, o ato de procrastinar, pode afetar o desempenho do indivíduo no trabalho e levando-o a tomar decisões que podem acarretar em prejuízos ou na perda de oportunidades. 1.3 OBJETIVO DA PESQUISA 1.3.1 Objetivo Geral Analisar influências de aspectos individuais a decisões financeiras apresentadas em condições distintas de prazo e valor. 1.3.2 Objetivos Específicos 1. Analisar o impacto da impulsividade sobre o processo decisório; 2. Analisar o impacto da procrastinação sobre o processo decisório; 3. Comparar e discutir os resultados de experimento vinculado a diferentes cenários decisórios especificados em valor e prazos distintos com os resultados de um cenário decisório real. 11 1.4 ESTRUTURAÇÃO DO ESTUDO O presente trabalho apresenta-se organizado em capítulos com as informações importantes para o entendimento do assunto, além da introdução, justificativa, objetivos e contribuições previstas com o estudo contidas nessa primeira parte, o projeto de pesquisa apresenta mais cinco capítulos. No capítulo dois é apresentando o referencial teórico, onde são tratados temas como: tomada de decisão; finanças comportamentais; desvalorização por atraso; impulsividade e procrastinação. No capítulo três trataremos dos procedimentos metodológicos, no capítulo quatro são apresentados e discutidos os resultados e no capítulo cinco são apresentadas as conclusões da pesquisa. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 TOMADA DE DECISÃO A tomada de decisão consiste em um processo individual de ponderar e prever consequências positivas e negativas de determinadas alternativas (REIMANN & BECHARA, 2010). Configura-se como uma situação em que é necessário optar entre uma série de alternativas, especialmente em situações nos quais há certo grau de incerteza a respeito dos resultados dessa escolha. Dado relevante papel das decisões na vida cotidiana, o processo por meio da qual elas são realizadas, tornou um dos principais objetos de estudo em áreas como matemática, economia, filosofia e psicologia (REIMANN & BECHARA, 2010). No contexto das teorias cognitivas que começaram a se consolidar de maneira sistemática na década de 1970, a interpretação de processos de tomada de decisão, eram feitas a partir de teorias normativas, derivadas de estudos oriundos da matemática e economia. Estas teorias, tal como a da 12 utilidade esperada (Von Neumann e Morgenstern, 1947) afirmavam que o ser humano era perfeitamente racional, em situações de incerteza, agiria de acordo com estimativas matemáticas dos ganhos relacionados a cada alternativa disponível. Contudo, Simon (1957) chamou a atenção para o fato de que a escolha racional pode ser impactada, pois, faltam aos indivíduos informações completas. Tal processo segundo autor, ocorrendo apenas de forma limitada. Portanto a ideia central do Conceito de Racionalidade Limitada é que o indivíduo possui intenção de agir racionalmente, porém em função de suas limitações cognitivas e computacionais, não conseguem escolher a melhor alternativa, mas opta por uma suficientemente aceitável (FERNANDES, 2000). Segundo Macedo Junior (2003), a psicologia cognitiva considera a decisão como um processo interativo, onde fatores não triviais apresentam influência, como percepções, convicções e modelos mentais do próprio decisor e acabavam por interferir na ação ou decisão escolhida. Além disso, motivos intrínsecos como emoções, estados da mente, tendências e atitudes psicológicas podem influenciar nas decisões, inclusive financeiras. 2.2 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS Nos inicios dos anos de 1950, a psicologia julgava os homens como seres perfeitamente racionais e seus comportamentos eram explicados pela relação estímulo resposta (SKINNER, 1957). Nem todo o comportamento poderia ser explicado pela relação estímulo e resposta, considerando que, os seres humanos preferem abreviar situações que são consideradas desagradáveis, assim postergando ao máximo a tarefa de ter que tomar decisões. (TOLMAN, 1932). De acordo com o modelo clássico de escolha racional que envolvam processos de tomada de decisão, espera-se que indivíduos, quando submetidos a uma determinada escolha dentro de um universo com várias alternativas, opte por aquela que lhe proporcione a maior satisfação possível, 13 ou a combinação que se traduza no melhor resultado (GILOVICH; GRIFFIN, 2002). Da mesma forma, ainda considerando este modelo, que enfatiza o processo racional de tomada de decisão, “os consumidores maximizam satisfação ou utilidade derivada do consumo de um bem, ou seja, os agentes agem racionalmente” (VASCONCELLOS, 2001). A Teoria da Utilidade Esperada é baseada na tomada de decisão por meio de um processo ancorado estritamente em aspectos racionais. Esta teoria fundamenta-se “sobre as preferências reais das pessoas ou entidades quanto aos resultados oriundos de sua decisão, desta forma, abrigando a explicação do comportamento dos agentes de decisão” (BEKMAN; COSTA, 1995). Considerando esta teoria, os tomadores de decisão associam valores de uma quantidade abstrata, chamada de utilidade, aos fatores ou valores monetários envolvidos no processo. Na década de 70, os psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky (1979) testaram os princípios da Teoria da Utilidade Esperada, aplicando um questionário a estudantes que envolviam decisões arriscadas. Os resultados da pesquisa evidenciaram padrões de comportamento divergentes da Teoria da Utilidade Esperada, demonstrando que a tomada de decisão era influenciada por diversos fatores de natureza emocional, social e física e não somente dominada pela razão. As finanças comportamentais representam uma nova perspectiva, que busca incorporar aspectos psicológicos dos indivíduos durante o processo de avaliação e tomada de decisão. Apresenta um aspecto multidisciplinar, envolvendo modelos financeiros tradicionais, métodos quantitativos, economia e psicologia (KIMURA, 2003). Os trabalhos de Kahneman, Slovic e Tverski (1979, 1994) comprovam uma aproximação entre as disciplinas de sociologia e psicologia, convergindo desta forma com a área denominada psicologia econômica. A Economia Comportamental estuda impactos de políticas macroeconômicas na população apoiada pela psicologia, sociologia, antropologia, história e biologia e as Finanças Comportamentais que estuda o comportamento do mercado com 14 base em teorias econômicas tradicionais, economia comportamental e psicologia econômica (FERREIRA, 2007). Carneiro (2006), afirma que as finanças comportamentais são o estudo da ação humana com suas fragilidades e falhas dentro do mercado financeiro. Tais fragilidades, apontam para um processo de tomada de decisão enviesado, demonstrando que boa parte dos investidores tomam decisões parcialmente racionais. O surgimento das finanças comportamentais no meio acadêmico remete ao final da década de 70, com a publicação dos trabalhos de Kahneman e Tversky (1979), sobre o comportamento e o processo de tomada de decisão do ser humano em situações aversivas. Sobre o paradigma da Teoria Moderna de Finanças, os tomadores de decisão são considerados racionais e maximizadores de utilidades. A psicologia cognitiva sugere que o processo humano de decisão está sujeito a diversas ilusões cognitivas, podendo ser classificadas de duas formas: ilusões derivadas de processos de decisão heurísticos, chamados também de atalhos mentais, e ilusões causadas pela adoção de crenças ou práticas que levam os indivíduos a cometerem erros. Os processos heurísticos referem-se a modelos criados pelo homem para tomar decisões complexas, por exemplo, em ambientes econômicos de incertezas, onde todas as informações relevantes são coletadas e avaliadas objetivamente, ao invés disto, os tomadores de decisão usam “atalhos mentais” no sentido de facilitar o processo de decisão (KAHNEMAN E TVERSKY, 1979). Para Shleifer (2000), as finanças comportamentais apresentam-se como uma alternativa para avaliar o movimento do mercado financeiro. Portanto é de se esperar a existência de anomalias no processo decisório, que são chamados de atalhos mentais, ou heurística definidos por Kahneman e Tversky (1979), desta forma os seres humanos simplificam o processo de decisão na tentativa de tornarem a tarefa mais simples e rápida, fazendo uso de atalhos mentais. Kahneman e Tversky (1979) apresentam três heurísticas, que significam atalhos mentais, e que, são caminhos utilizados pelo cérebro no intuito de 15 facilitar a tomada de decisão. As heurísticas são: a representatividade, disponibilidade e ancoragem. A representatividade ocorre quando os indivíduos tentam prever de forma intuitiva um determinado fato baseado modelo existentes e préconcebidos. A heurística da disponibilidade, está ligada a determinação da probabilidade através da facilidade de lembrar acontecimentos parecidos. E por fim a heurística de ancoragem que ocorre quando as pessoas tentam prever probabilidades baseadas em uma informação inicial ou ponto de vista (KAHNEMAN E TVERSKY, 1979). Souza et.al (2011), afirma que a finalidade das heurísticas é identificar e compreender as ilusões cognitivas que fazem com que pessoas cometam erros de avaliação na hora de tomarem decisões. Desta forma, o indivíduo nem sempre apresenta um comportamento racional, estando sujeito aos vieses cognitivos. Portanto as finanças comportamentais surgem no cenário econômico como um modelo de estudos sobre o comportamento humano e a irracionalidade do homem, no que diz respeito a tomada de decisão (HALFELD & TORRES, 2001). Desta forma a psicologia cognitiva complementou os princípios das finanças modernas que apresentavam como pressuposto a racionalidade do investidor na tomada de decisão, que em determinadas situações é necessário aceitar a hipótese de que os agentes econômicos não ajam de maneira plenamente racional (THALER,1993). Para Thaler e Barberis (2003), desvios no comportamento racional são intrínsecos a natureza humana e devem ser incorporados a análise econômica como uma extensão dos modelos tradicionais. No entanto os modelos comportamentais precisam especificar a forma da irracionalidade dos agentes. A psicologia neste aspecto desempenha um papel importante, ao fornecer o embasamento teórico que explica os vieses cognitivos que influenciam as preferências, comportamento e decisões das pessoas (SHEFRIN, 2000). 16 Segundo Possas (2009), o ser humano apresenta dois métodos, ou maneira, de pensar que acabam influenciando o comportamento, isto de forma intuitiva, ou automática, no qual agimos na maioria das vezes, em que adotamos processos automáticos sem ter a necessidade de um pensamento que exija maior complexidade de ação. Porém também, considera-se o pensamento reflexivo, em que se adotam os processos controlados, exigindose maior complexidade na execução, por exemplo, aprender um novo idioma. Nossa concepção tradicional de tomada de decisão considera apenas um dos quadrantes de nosso cérebro, ou seja, pensamos de forma cognitiva e agimos de acordo com os processos controlados, porém o campo de estudo das finanças comportamentais critica justamente este ponto, pois nosso cérebro também é composto pela parte afetiva, na qual as emoções exercem grande influência nos pensamentos e tomadas de decisão (POSSAS, 2009). Portanto os vieses provenientes das heurísticas de decisão, afetam a relação que possa existir entre a tomada de decisão do indivíduo de acordo com a forma em que determinado assunto é exposto a ele. A postura do ser humano muda de acordo com as alterações na forma de apresentação dos problemas, e que dessa forma os indivíduos procuram simplicar o problema para a tomada de decisão. A este conceito é dado o nome de efeito framing (KAHNEMAN E TVERSKY, 1979). 2.2.1 Efeito Framing Como forma de simplificação dos processos de decisão, os indivíduos geralmente não consideram boa parte das características de cada uma das opções de escolha e centralizam sua análise sobre os componentes que distinguem as opções de escolha. Neste contexto, por exemplo, dois problemas são apresentados de formas idênticas, porém a forma como a descrição das alternativas é apresentada, faz com que o indivíduo mude sua escolha (BAZERMAN & MOORE, 2009). 17 As pessoas utilizam-se de estratégias baseadas em suas crenças, para o processo decisório, característica da racionalidade limitada. Portanto o processo de tomada de decisão não é restritamente racional, principalmente quando o tempo disponível é limitado. Adiciona-se ainda o fato de que os indivíduos utilizam informações baseadas em suas preferências, que podem mudar dependendo do caminho em que o problema de decisão é apresentado as pessoas, e como buscam caminhos mais simples, denominadas heurísticas, para a tomada de decisão (TVERSKY & KAHNEMAN, 1986). O Efeito Framing é a possibilidade de se influenciar a decisão de um indivíduo apresentando as informações de forma verídica, sem distorções, porém com alterações sutis na apresentação e estruturação das informações de um mesmo problema (MAYER & AVILA, 2010). Desta forma o Efeito Framing, estabelece a noção de que o ser humano responde de forma diferente a um mesmo problema decisório a partir de alterações na forma de apresentação do problema (CARVALHO JUNIOR, ROCHA & BRUNI, 2010). O desenvolvimento da Teoria do Prospecto foi embasada por uma série de estudos que forneceram evidências de que era possível a reversão de uma preferência entre alternativas de uma decisão em função da forma como o problema era apresentado. Os pesquisadores denominaram esse fenômeno criando a expressão chamada Efeito Framing (KAHNEMAN & TVERSKY, 1979). Além do efeito framing estudado pelas finanças comportamentais, outro fenômeno pode afetar a tomada de decisão, chamado de desvalorização por atraso. 2.3 DESVALORIZAÇÃO PELO ATRASO Desvalorização pelo Atraso ou Delay discounting, representa um comportamento no qual as pessoas aceitam receber valores de forma imediata na medida em que o prazo para este recebimento se torna distante, ou seja, pode ser definido como a depreciação do valor de uma recompensa 18 relacionada com o tempo com que o indivíduo leva para aceitar a recompensa. Assim considerando a definição de Desvalorização pelo Atraso, indivíduos que tendem a recusar o recebimento de recompensas mais adiante, apresentam um comportamento imediatista, mesmo que esperar para receber esta recompensa mais a frente seja mais vantajosa (MAR & ROBBINS, 2007). Outras definições apresentam a Desvalorização por Atraso, como a tendência a preferir recompensas menores de forma imediata a valores maiores, mais vantajosos, no qual o indivíduo aceita receber mais tarde (MAR & ROBBINS, 2007). A Desvalorização pelo Atraso apresenta várias suposições, que de acordo com a racionalidade, os indivíduos, planejam seus atos, mensurando as consequências futuras, e que há um enfraquecimento dos efeitos das consequências, em caso da desvalorização por atraso ocorrer, ou seja, o indivíduo aceita de forma imediata o recebimento da recompensa (CRITCHFIELD & KOLLINS, 2001). Portanto, uma pessoa pode escolher em receber de forma instantânea um valor, acreditando em que sua riqueza aumentará ao longo do tempo, e que tomadas em um momento mais cedo proporcione maior utilidade do que tomadas de decisão em um momento mais tarde (FREDERICK,2003). A arbitragem intertemporal também evidencia que as pessoas preferem receber o valor de forma antecipada e na medida em que investem este valor poderão obter ganhos maiores no futuro, ao invés de aguardar para receber um valor maior descontado considerando o tempo entre receber agora ou mais a frente (Frederick,2003). No entanto, participantes que tomaram decisões sobre gastos e aplicações em poupança em determinadas economias, demonstraram que a taxa de juros da economia simulada afeta diretamente os participantes, no momento em que a desvalorização pelo atraso é aplicada (KAWASHIMA, 2006). Mischel, Grusec e Master (1969) descrevem quatro experimentos que procuravam avaliar o efeito do atraso sobre estímulos apetitivos e aversivos, em que a amostra estudada, composta por crianças e estudantes 19 universitários, foram expostos a estímulos apetitivos, sendo a obtenção de créditos acadêmicos e aversivos sendo o recebimento de um choque, com atrasos variando entre um dia a três semanas. Os resultados deste experimento demonstram que 80% da amostra indicou a preferência pelo choque imediato, considerando o estímulo aversivo durante a aplicação do experimento, o que implicaria que eventos aversivos imediatos seriam considerados menos aversivos do que se fossem atrasados, contrariando o efeito de procrastinação (MISCHEL & COLS, 1969). Mischel (1969) afirma que o tempo de espera, ou seja, o atraso por um estímulo aversivo, favorece a escolha do estímulo aversivo de forma imediata e de menor magnitude. No entanto, Yates e Watts (1975) realizaram um experimento em que a situação de escolha, envolvia o atraso de estímulos aversivos, foram aplicados choques elétricos, mas também o atraso de estímulos apetitivos. Desta maneira ao escolher o choque imediato, os participantes tinham a oportunidade também de receber imediatamente o estímulo apetitivo, no caso, créditos acadêmicos. Assim, a escolha final era entre receber um pequeno choque e os créditos imediatamente ou receber um choque maior e os créditos com um atraso maior (YATES & WATTS, 1975). Yates e Watts (1975), com o objetivo de eliminar o suposto efeito do estímulo apetitivo sobre a escolha utilizaram um procedimento em que os participantes foram divididos em dois grupos recebendo instruções diferentes. Os indivíduos do grupo experimental receberam antecipadamente uma quantia específica (US$3,00), e teriam que escolher entre a opção de devolução imediata US$1,00 ou a devolução de US$2,00 com atraso. Os resultados indicaram que a maioria dos participantes do grupo preferiu as alternativas imediatas, tal como no estudo de Mischel (1969) e (Yates & Watts, 1975). No grupo experimental a preferência dos participantes mostrou-se dividida: metade deles mostrou preferência pelas alternativas imediatas, e a outra metade preferiu as alternativas atrasadas. Os dados deste experimento indicam que em situações envolvendo estímulos aversivos e atraso pode haver preferência pelo estímulo atrasado de maior magnitude, ao contrário do sugerido por Mischel. 20 Thaler (1981), afim de investigar o efeito de diferentes atrasos e de diferentes magnitudes sobre a taxa de desvalorização de estímulos apetitivos e aversivos realizou também um experimento com universitários. Nesse experimento o autor comparou situações em que os participantes deveriam relatar que quantia de dinheiro recebida ou paga após um determinado período de tempo seria equivalente a uma quantia fixa a ser recebida ou paga imediatamente. O resultado este experimento apontou para uma Desvalorização pelo Atraso tanto na situação apetitiva quanto na situação aversiva. No entanto, a desvalorização na situação aversiva se mostrou muito menor do que na situação apetitiva, identificando o fenômeno que mais tarde ficou conhecimento assimetria ganho-perda, (LOEWESTEIN & PRELEC, 1992; THALER, 1981). Tal conclusão é importante para resultados dos outros dois experimentos descritos acima, uma vez que a taxa de desvalorização é muito menor na situação aversiva, o uso de atrasos pequenos pode não resultar em uma desvalorização importante (THALER,1981). Nos experimentos propostos por Loewenstein (1988) envolvendo a Desvalorização por Atraso, as escolhas também são feitas a partir de um ponto de referência, no entanto a situação de Desvalorização pelo Atraso o ponto de referência não é dado pela probabilidade de ganho ou perda, mas pelas mudanças temporais provocadas pelas instruções. O nível observado que os indivíduos desvalorizam consequências atrasadas sugeriria o comportamento impulsivo como componente que pode afetar a tomada de decisão financeira (AISNLIE, 1975; LOGUE, 1988; RACHLIN & GREEN, 1972; RICHARDS, ZHANG, MITCHELLl & WIT, 1999). 21 2.4 IMPULSIVIDADE Impulso é considerado uma necessidade forte, e as vezes irresistível, com a inclinação de agir sem deliberação ou planejamento (McCown & DeSimone, 1993), sendo gerado a partir da exposição de um certo estímulo (WOLMAN, 1989). A impulsividade pode ser conceituada como “uma tendência a responder rapidamente a um dado estímulo, sem deliberação ou avaliação das consequências” ou como escolhas comportamentais que não teriam sido feitas caso elas fossem consideradas em termos de suas consequências de longo prazo (ROOK & FISCHER, 1995). Na Universidade de Harvard foi realizado um estudo sobre impulsividade na década de 60, baseando-se nos conceitos de Skinner e aplicada na teoria econômica social (LOGUE, 2002). No entanto, as pessoas apresentam tendência a considerar o valor de um resultado pela quantidade de tempo que levam para obter o referido resultado, sendo que impulsividade desconsidera o valor futuro, desta forma preferindo o resultado presente. O valor da consequência, seja ela desejável ou não tipicamente diminui com o passar do tempo. Ao mesmo tempo, a recompensa, ou punição, que está disponível imediatamente tem impacto maior no desempenho que aquele que é atrasada (GREEN & MYERSON, 1995). De acordo com Moeller, Barrant, Doughert, Schimitz e Swann (2001) a impulsividade pode ser definida como a propensão a reações rápidas e não planejadas a partir de estímulos externos ou internos, sem que sejam levadas em consideração as consequências negativas que podem decorrer das ações para o indivíduo ou outras pessoas. Barrat (1959), definiu a impulsividade como um traço de personalidade, complexo, relacionado a tendência em realizar ações motoras rápidas, de forma não planejada, com frequência, ineficientes e incorretas. Contudo Buss e Plomin (1975) apontaram quatro fatores para o comportamento impulsivo, sendo o principal deles o controle inibitório. Os 22 demais considerados são: considerar as consequências das ações antes da tomada de decisão; a habilidade para persistir nas atividades a despeito de outros fatores, chamado de “busca de sensações” e por fim a inclinação ao tédio, com a necessidade de busca por novos estímulos, fator denominado como “persistência”. A impulsividade está relacionada a um padrão comportamental no qual, o indivíduo, manifesta suas respostas, cognitivas e motoras, rápidas porem sem uma reflexão adequada, condicionando a um maior número de erros devido ao baixo foco atencional e perceptivo na tarefa. Desta forma os indivíduos impulsivos tendem a demonstrar falta de previsão das consequências de seus atos (MOLLER, 2011). Normalmente a maioria dos indivíduos apresentam certo grau de impulsividade, que pode ser considerada um traço de personalidade, englobando algumas características como criatividade, espontaneidade, rapidez de resposta, e desorganização (TAVARES,2009). Para tanto a análise do comportamento utiliza medidas de desconto para descrever comportamentos de autocontrole e impulsividade (RACHLIN & COLS, 1991). Mitchell (1999), realizou um estudo com objetivo de estimar se fumantes de cigarro eram mais impulsivos que os não fumantes, por meio da aplicação de questionários de personalidade e uma tarefa de escolha. Os resultados desta pesquisa realizada por Mitchell demonstraram que os grupos de fumantes regulares, foi significantemente mais impulsivo que os não fumantes em 19 das 28 escalas de personalidade. Já considerando a tarefa de escolha, a taxa de desconto é substancialmente mais alta para os fumantes regulares quando a recompensa era atrasada. Considerando as outras duas tarefas a taxa de desconto foi similar para os dois grupos. No entanto o conceito de tomada de decisão foi desenvolvido pela Psicologia Comportamental envolvendo o chamado continuum autocontrole impulsividade. Desta forma há pessoas que apresentam um maior número de 23 comportamentos impulsivos, e pessoas que apresentam um maior número de comportamentos de autocontrole (GONÇALVES, 2005). Autocontrole está relacionado ao controle que o indivíduo exerce sobre parte de seu comportamento quando uma resposta tem consequências que apresentam conflitos, ou seja, quanto esta leva a reforçar o comportamento como punição. De acordo com Skinner (2000), autocontrole seria qualquer comportamento que tornasse a resposta punida menos provável, alterando as variáveis das quais é função. A impulsividade, desta forma caracteriza-se pela ausência ou diminuição de autocontrole, tornado a resposta punitiva mais provável. Considerando a tomada de decisão, indivíduos autocontrolados apresentam maior probabilidade na escolha de alternativa atrasada, ou seja, quanto maior o tempo de escolha a que o indivíduo é exposto, maior a chance de escolher esta opção. Considerando também a possibilidade de receber um valor maior em detrimento de uma alternativa imediata de menor valor, em uma situação apetitiva. Por sua vez um indivíduo impulsivo na mesma situação, tenderia a escolher a alternativa imediata, mesmo de menor valor, em detrimento da alternativa atrasada de maior valor. Em uma situação aversiva, um indivíduo autocontrolado apresentaria maior probabilidade em escolher alternativa imediata de menor magnitude em detrimento de uma alternativa aversiva atrasada de maior magnitude. O indivíduo impulsivo tenderia a procrastinar, apresentando maior probabilidade na escolha da alternativa aversiva atrasada de maior magnitude, em detrimento da alternativa aversiva imediata de menor magnitude (AINSLIE, 1974). Além disso, a definição de autocontrole foi baseada na perspectiva cognitivista, como a proposição voluntária de gratificação imediata para obtenção de uma recompensa mais valiosa, embora mais atrasada (Mischel et al.,1989). 24 A desvalorização pelo atraso pode ser considerada uma definição operacional de impulsividade, que representa a perda do valor que uma recompensa sofre com o aumento o atraso para sua obtenção (YOON et al., 2007). A impulsividade é a preferência pelos resultados a curto prazo ao invés de recompensas futuras, mesmo estas recompensas podendo ser mais valiosas, no entanto, na procrastinação, a recompensa a longo prazo está associada a execução de uma ação pouco atrativa, portanto, assim como acontece no comportamento impulsivo, o indivíduo escolhe uma atividade menos importante, porém mais prazerosa a curto prazo (VAN EERDE, 2000). Portanto, entende-se que a desvalorização por atraso pode estar relacionada a impulsividade, e elabora-se a seguinte hipótese: Hipótese (H1) – a impulsividade influencia positivamente a desvalorização por atraso. Segundo Barrat (1959), a impulsividade pode se desdobrar na impulsividade motora a ação em que o indivíduo age sem premeditação, a impulsividade atencional que está relacionada a tomada de decisão rápida e a impulsividade por falta de planejamento que engloba comportamentos orientados para o presente. Desta forma formulam-se as seguintes hipóteses: Hipótese (H1a) – A impulsividade atencional influencia positivamente a desvalorização por atraso. Hipótese (H1b) – A impulsividade motora influencia positivamente a desvalorização por atraso. Hipótese (H1c) – A impulsividade por falta de planejamento influencia negativamente a desvalorização por atraso. No entanto, comportamentos com baixo grau de impulsividade podem levar o indivíduo a apresentar um comportamento de adiamento de tarefas que são importantes e que pode podem impactar na tomada de decisão (FERRARI & EMMONS, 1994). 25 2.5 PROCRASTINAÇÃO A procrastinação é definida como um comportamento de se adiar tarefas, de se transferir atividades para “outro dia” que não o atual; deixar de fazer algo ou, ainda, interromper o que deveria ser concluído dentro de um prazo determinado (KERBAUY, 1997). Procrastinar também se refere a atrasar uma tarefa importante que tem um reforçador atrasado, em benefício de alguma coisa mais rápida e fácil que traga menor ansiedade. (BOICE, 1996). Significa atrasar ações vitais até que o desempenho e os resultados sejam maiores do que os as atividades realizadas no tempo adequado. A procrastinação é temporária ou permanente, podendo também ser definida como uma função ao nível comportamental, adiamento do planejado, ao nível cognitivo, no qual há um adiamento da tomada de decisão (DEWITTE & LENS, 2000). A procrastinação é uma tendência comportamental, que traz consequências negativas para o indivíduo. Sendo o sintoma mais típico o fraco desempenho, pois devido ao comportamento de iniciarem tudo mais tarde, os procrastinadores acabam não tendo tempo suficiente para realizar a tarefa, considerando suas capacidades (FERRARI, JOHNSON & MCCOWN, 1995). Segue no quadro 1 alguns estudos relevantes sobre procrastinação. Quadro 1 - Estudos realizados sobre Procrastinação ASSUNTOS ESTUDOS REFERÊNCIAS Referente aos trabalhos ou obrigações Hábito de Estudo acadêmicas que não concluídas dentro do (GREEN, prazo, por exemplo, deixar de estudar para 1982). avaliações. Nesta categoria, procura-se manipular tempo e técnicas para estudar. Hábito de Estudo Investigação sobre a frequência da (SOLOMON & procrastinação acadêmica em estudantes. ROTHBLUM, 26 1984). Aplicado a estudantes de psicologia, analisando Hábito de Estudo Hábito de Estudo (BESWICK, três explicações psicológicas para a ROTHBLUM E procrastinação. MANN, 1988). Investigação se alunos motivados intrinsicamente em aprender tendem a procrastinar menos do que alunos externamente motivados. (ORPEN, 1998). Realização de um experimento para testar se a Hábito de Estudo adição de recursos para aumentar a motivação reflete positivamente no desempenho e aprendizado dos estudantes de um curso a (TUCKMAN, 2007). distância. Na qual se procura estudar como a procrastinação impacta na tomada de decisão importantes na vida Pesquisas Clínicas do indivíduo como por exemplo, trabalho, casamento, família, etc... Nestas categorias as variáveis levadas em consideração são medo do (ELLIS E KNAUS, 1975). fracasso, baixa estima, dificuldade em lidar com tarefas não prazerosas. Desenvolvido que inclui nos aspectos pessoais dos Pesquisas Clínicas procrastinadores fatores relacionados a auto eficácia, autoestima e auto regulação. Vida Cotidiana (KLASSEN; KUZUKU, 2009). Estudo sobre o efeito do controle familiar sobre a (FERRARI & indecisão dos estudantes. OLIVETTE, 1993). Pesquisas Clínicas Vida Cotidiana Sobre procrastinação e gênero sobre os efeitos do (STEWART & álcool, associado ao desvio de comportamento. GETZ, 2007). Procrastinação da vida cotidiana na qual se (MILGRAM, procura trata de questões que envolvem SCOLOFF e pontualidade de determinação de prioridades. ROSEMBAUM, 1988). Fonte: Elaborado pelo autor 27 A ansiedade da avaliação, dificuldades na tomada de decisão, falta de controle, o medo das consequências do sucesso, a aversão a tarefas e os padrões excessivamente perfeccionistas são apontadas como algumas das razões para o comportamento procrastinador (SOLOMON & ROTHBLUM, 1984). Desta forma, existem dois tipos de procrastinadores, os passivos e ativos. Os procrastinadores passivos são aqueles no sentido tradicional. Em termos cognitivos os procrastinadores passivos não apresentam a intenção de procrastinar, mais o fazem por conta de sua incapacidade de tomar decisões de forma rápida. Já os procrastinadores ativos, são capazes de agirem sobre suas decisões em tempo útil, no entanto acabam suspendem suas ações de forma deliberada, focando sua atenção em outras tarefas de maior relevância (CHU & CHOI, 2005). Existe uma diferença entre os procrastinadores ativos, considerando as dimensões cognitivas, afetivas e comportamentais. Considerando a questão afetiva, quando um prazo se aproxima, os procrastinadores tendem a sentir a pressão tornando-se pessimistas, principalmente sobre sua capacidade em alcançar resultados satisfatórios (FERRARI, PARKER & WARE, 1992). Por sua vez os procrastinadores passivos são propensos a desistir e não terminar as tarefas. A procrastinação ativa trata-se de um fenômeno que inclui componentes cognitivos, como a decisão de adiar, afetivos que preferem a pressão do tempo e comportamentais, que concluem uma tarefa dentro do prazo (CHU E CHOI, 2005). Se o indivíduo considerar que há a possibilidade de ser punido pelo seu comportamento procrastinador e não acontecer (Van Eerde, 2000), ou até mesmo se este comportamento procrastinador for recompensado por bons resultados no trabalho ou provas, torna-se evidente que o sucesso obtido após deixar a realização de uma tarefa para a última hora, reforça a crença de que a procrastinação pode se tornar uma estratégia praticável, sugerindo a existência de uma ligação entre o comportamento e suas consequências (TUCKMAN E SCHOUWENBURG, 2004). 28 A procrastinação envolve uma escolha voluntária de um comportamento ou tarefa sobre outras opções, desta maneira não se pode atrasar de forma irracional todas as tarefas, mas pode-se simplesmente favorecer algumas em detrimento de outras. A menos que o indivíduo procrastine de forma aleatória, a natureza da própria tarefa pode ter algum efeito sobre as decisões (STEEL, 2007). Tanto o castigo como as recompensas são incentivos ao comportamento. Desta maneira, a procrastinação deveria ocorrer com maior frequência nos indivíduos que foram recompensados pelo seu comportamento, e que optaram por atividades mais reforçadoras, ou que não foram punidos de forma suficiente por procrastinarem (SKINNER,1975). O tempo é considerado como componente central do conceito, é proposto que procrastinar não implica somente em evitar tarefas, mas estaria também relacionado a habilidade do indivíduo em estimar o tempo necessário para cumprimento com sucesso de uma tarefa (SILVER, 1974). Neste sentido, a procrastinação seria considerada um resultado da análise do custo benefício das escolhas comportamentais. Um estudo realizado em 1994 por McCows e Roberts, com 1.543 estudantes universitários, segundo Ferrari, Johnson e McCown (1995), o trabalho confirmou que procrastinar é uma fonte significativa de estresse pessoal, que afeta o desempenho acadêmico, relacionando-se ao desconforto emocional e a desajustamentos. Ellis e Knaus (1977), concluíram que a procrastinação depende da tarefa, e que o medo de errar e a aversão a tarefa são algumas causas percebidas. Como meio de salvar sua autoestima, esses alunos podem encontrar uma desculpa irracional para a procrastinação, como um programa especial na televisão ou uma festa. Hermans (1976) constatou que apenas altos níveis de procrastinação somados ao alto receio de um fracasso foram correlacionados fortemente. Rothblum (1990) estima que 6% a 14% dos estudantes procrastinadores tem um elevado receio do fracasso, mais para a maioria dos procrastinadores esse medo não é a principal motivação para o seu comportamento. 29 Ferrari, Johnson e McCown (1995) identificaram duas categorias de procrastinadores, aqueles que apresentam receio do fracasso e aqueles com atividades desagradáveis. Além disso, a procrastinação foi associada a baixa estima, maior ansiedade e depressão (BESWICK, et al., 1988). Estudos apontam para fatores de ordem ambiental, como por exemplo, influências parentais, normas sociais, aversão ou dificuldade na realização da tarefa, aspectos pessoais, orientação a metas, atribuição de causalidades, autocontrole, crenças irreais, questões envolvendo a baixa aprovação social, dificuldades de gestão de tempo e o planejamento para estudar e disciplina para o trabalho (FERRARI, 2004). Beswick, Rothblum e Mann (1988), realizaram um estudo aplicado a uma amostra de 245 indivíduos na Austrália, no qual procurou obter três explicações de ordem psicológica para a procrastinação, sendo: indecisão, crenças irracionais sobre autoestima e baixa autoestima. No entanto vale a pena ressaltar que os pesquisadores não encontraram relação significativa entre a procrastinação e as crenças irracionais, apresentando inclusive correlação negativa e significativa entre procrastinação e a autoestima. No entanto descobriu-se que os indivíduos que adiavam a realização ou a conclusão de seus trabalhos acadêmicos apresentavam uma tendência a ter uma baixa autoestima. Day, Mensik e O’Sullivan (2000), realizaram um estudo com 242 canadenses com o objetivo de identificar os tipos de tarefas com maior índice de procrastinação. Os resultados demonstram que as atividades mais adiadas pelos indivíduos estudados foram a leitura acadêmica, redação de textos, a realização de trabalhos acadêmicos e o estudo para a realização de avaliações. Já Tuckman (2007) realizou tal experimento para testar se a adição de recursos com o intuito de aumentar a motivação reflete positivamente no desempenho e aprendizado dos estudos de cursos a distância. Participaram do experimento 98 estudantes, sendo 56 homens e 42 mulheres. O resultado demonstra que alunos com comportamento procrastinador que foram expostos 30 ao método com recursos motivacionais apresentaram melhor desempenho do que os estudantes expostos ao método tradicional. Balkis e Duru (2009), realizaram um estudo com 329 mulheres e 251 homens, indicando que a tendência a procrastinar apresenta maior incidência entre os homens. Já Iskender (2011) examinou a relação entre a procrastinação acadêmica e os seguintes fatores: gênero, autocompaixão, e atitudes disfuncionais. A pesquisa foi aplicada para 251 homens residentes na Turquia. Os resultados demonstraram que não há diferenças estatisticamente significativas quando se analisam as variáveis: procrastinação, autocompaixão e atitudes disfuncionais. No entanto descobriu-se correlação positiva e significativa entre autocompaixão e procrastinação acadêmica e correlação negativa não significativa entre autocompaixão e atitudes disfuncionais. Sampaio e Bariani (2011), também realizaram um estudo exploratório com o objetivo de descrever o comportamento de procrastinador entre indivíduos residentes no Brasil, além de identificar as atividades com maior índice de procrastinação e o sentimento relatado pelos pesquisados ao procrastinar. Os resultados revelam que 82% da amostra pesquisa apresentam comportamento procrastinador, deste universo 53% pertenciam ao curso de Ciências Biológicas. Para tanto vale destacar dois posicionamentos que direcionam a investigações sobre o tema, uma que compreende a procrastinação com um traço de personalidade e outra com um comportamento (WOLTERS, 2003; SCHOUWENBURG, 2004; STEEL, 2007). Alguns elementos geradores da procrastinação foram identificados por exemplo como aversão a tarefa, atraso a execução da tarefa, baixa auto eficácia e impulsividade, assim como distração, autocontrole, falta de informação e organização (AKERLOF, 1991; BOICE, 1996; ELLIS & KNAUS, 1977; FERRARI, JOHNSON & MCCOWN, 1995; HAMASAKI & KERBAUY, 2001; KNAUS, 2000; MILGRAN & ROSENBAUM, 1988. STRONGMAN & BURT, 2000). 31 Nesse sentido são diferenciados dois tipos de procrastinadores, os ativos e passivos. Dentro deste contexto os procrastinadores passivos são considerados procrastinadores tradicionais, congelando suas decisões em virtude de indecisões, deixando de executar as tarefas em tempo hábil. Por outro lado, os procrastinadores ativos apresentam características de comportamento desejáveis e atitudes, preferindo trabalhar sobre pressão, tomando decisões, controlando o tempo e auto eficácia com objetivo de executarem de forma melhor as tarefas. Nesse contexto a procrastinação não se apresenta apenas como componente de gestão do tempo, pois também envolve fatores que estão relacionados com fenômenos comportamentais, afetivos e cognitivos, assim como se destaca a noção de que uma tarefa pode ser adiada até sua data limite e mesmo assim ser bem executada, gerando resultados positivos, despertando nos indivíduos sensações agradáveis de capacidade de realização e auto eficácia (BUI, 2007; FEE & TANGNEY, 2000). Em 2005 a partir de estudos realizados com estudantes universitários no Canadá, provenientes de diferentes culturas, foram definidas quatro variáveis que fundamentam a procrastinação: estresse, depressão, satisfação com a vida e nível de desempenho (CHU E CHOI, 2005). Como resultado, foi mapeada uma estrutura multifuncional, reunindo estes quatro fatores que definem a procrastinação ativa: preferência por pressão (PPP), decisão intencional (DI), habilidade em cumprir prazos (HCP) e satisfação com os resultados (SCR) (CHU E CHOI, 2005). Portanto optaram por uma estrutura tetrafatorial, conforme o quadro 2: Quadro 2 – Fatores que definem a procrastinação ativa Fatores de Procrastinação Definição Este fator considera o stresse como elemento, que é motivado pela necessidade de lidar com desafios Preferência por Pressão (PPP) e por demandas externas para completar a tarefa no tempo determinado. De acordo com Freedman e Edwards (1988), essa pressão pode desenvolver sentimentos de desafio. Os seguintes itens ilustram 32 a questão: “É realmente difícil para mim trabalhar sabendo que os prazos estão próximos” e “Fico chateado e relutante para agir quando sou forçado a trabalhar sob pressão”. Os indivíduos que procrastinam tendem a se motivar, quando, sob pressão conseguem executar as tarefas em tempo hábil, obtendo resultados satisfatórios. Desta forma, procrastinadores ativos decidem de forma intencional adiar suas tarefas, Satisfação com os Resultados postergando para o último momento a execução de (SCR) tarefas com o objetivo de utilizar de forma eficaz seu tempo para obter um resultado gratificante. Dois dos itens que representam este fator são: “Meu desempenho tende a piorar quando tenho que correr para cumpri prazos” e “Não me saio bem se tenho que fazer minhas atividades às pressas”. Procrastinadores ativos são capazes de determinar corretamente um tempo mínimo e necessário para a conclusão de uma tarefa, por meio da utilização Habilidade em cumprir prazos (HCP) de estratégia de enfrentamento sob estresse para atingir seu objetivo com sucesso. Os fatores que descrevem esta questão são: “Quando começo alguma atividade, tenho dificuldade em termina-la” e com “Com frequência não consigo cumprir metas que estabeleço para mim mesmo”. Procrastinadores tendem a alternar de uma atividade para a outra sem se preocupar com o planejamento ou organização do tempo. Estão Decisão intencional (DI) dispostos a adiar tarefas que planejam executar, alterando sua programação mesmo a curto prazo. Os fatores que permitem representar este fator são: “Adio de propósito minhas atividades para usar meu tempo mais eficientemente” e “Adio 33 intencionalmente o meu trabalho para aumentar minha motivação”. Fonte: Adaptado de CHU e CHOI (2005). Os estudos sobre procrastinação refletem a condição passiva, evidenciando características que são consideradas frequentes entre os brasileiros, tais como adiar tarefas e decisões (ENUMO E KERBAUY,1999). Portanto refere-se a aspectos psicológicos inatos, sendo o comportamento de adiamento de tarefas, decisões ou atitudes comuns as pessoas do mundo todo. O hábito de atrasar/adiar e comum a jovens, adultos, homens e mulheres, independentemente da sua condição social (DOMINGUEZ, 1999). Considera-se a procrastinação um problema frequente (Ferrari, Johnson & McCown, 1995). Cerca de 25% das pessoas adultas, relatam comportamentos procrastinatórios em tarefas consideradas rotineiras como pagar contas, impostos, marcar exames médicos (SCHOUWEMBURG, 2004). Para cerca de 25% das pessoas adultas não estudantes, o ato de procrastinar parece ser um problema significativo e, em 40% dos casos, originou perdas financeiras no ano precedente a investigação (McCown & Johnson, 1989). Estima-se ainda que seja um fenômeno comum a cerca de 70% dos estudantes universitários e tarefas relacionadas com a vida acadêmica (FERRARI, O’CALLAGHAN & NEWBEGIN, 2005). Pesquisas mostram que os procrastinadores crônicos em geral apresentam características comportamentais: como baixa estima, alto perfeccionismo, ansiedade elevada, baixa tolerância a frustração, alta necessidade por autonomia e uma perspectiva temporal inadequada (Aitken, 1982; Burkas & Yuen, 1983), utilizado posteriormente como desculpa para possíveis críticas. Por exemplo, os procrastinadores muitas vezes evitam usar informações relevantes para completar facilmente a tarefa (FERRARI & TICE, 2000). 34 No entanto estudos realizados por Chu e Choi (2005), apontam para os chamados procrastinadores ativos, que procrastinam suas decisões de forma consciente, utilizando o fato de deixarem a realização de tarefas para a última hora como fator motivador, podendo afetar a tomada de decisão. Portanto, formula-se a seguinte hipótese: Hipótese (H2) – A procrastinação ativa afeta negativamente a desvalorização por atraso. A procrastinação ativa também pode levar o indivíduo a perder oportunidades devido a tomada de decisão encima da hora. Podem ser definidos como quatro os fatores que definem a procrastinação ativa, sendo a preferência por pressão, satisfação com os resultados, habilidade em cumprir prazos e decisão intencional (CHOI & MORAN, 2009). Desta forma formulam-se as seguintes hipóteses: Hipótese (H2a) – A opção por pressão afeta negativamente a desvalorização por atraso. Hipótese (H2b) – A satisfação com o resultado afeta negativamente a desvalorização por atraso. Hipótese (H2c) – A habilidade em cumprir prazos afeta negativamente a desvalorização por atraso. Hipótese (H2d) – A decisão desvalorização por atraso. intencional afeta negativamente a 35 Na figura 1 temos o modelo conceitual da pesquisa. Figura 1. Modelo Conceitual de Pesquisa IMPULSIVIDADE PROCRASTINAÇÃO Fonte: Elaborado pelo autor 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este estudo é de corte transversal, pois os dados serão coletados em um só ponto no tempo e sintetizados (HAIR et., al 1999). O estudo utilizou técnicas quantitativas para análises dos resultados que buscam identificar os indivíduos que apresentam comportamento impulsivo e procrastinador e que afetam a tomada de decisão financeira e procura generalizar os resultados da amostra para a população-alvo (MALHOTRA, 2001). 36 O estudo se trata de uma pesquisa exploratória, onde o objetivo é evidenciar variáveis importantes para o estudo do tema e para levantar possibilidades de futuras pesquisas. Malhotra (2001, pg. 105) afirma que a pesquisa exploratória serve para “definir o problema com maior precisão, identificar cursos relevantes de ação ou obter dados adicionais, antes que se possa desenvolver uma abordagem do problema”. 3.1 INFORMAÇÕES DA AMOSTRA A população ou universo é um conjunto de elementos que possuem as caraterísticas que serão objeto de estudo (VERGARA, 1998). A população do presente estudo é constituída por alunos do curso de administração com duração de oito semestres abordando duas Instituições de Ensino Superior de Caráter Privado, localizadas na cidade de São Paulo. Para este estudo foi utilizada uma amostra de 410 respondentes, sendo 350 respondentes pertencentes a Universidade A e 60 respondentes pertencentes a Universidade B de ambos os sexos, acima de 18 anos, em situação de adimplência e que sejam responsáveis por lidar com decisões financeiras no seu cotidiano. Os dados quantitativos foram analisados por meio do SPSS – Statistical Package for the Social Sciences na versão 24. 3.2 INSTRUMENTOS DE MEDIDA Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário estruturado contendo perguntas fechadas, em ordem pré-estabelecida. Com a aplicação de uma survey com o objetivo de identificar se os fatores impulsividade e procrastinação afetam a desvalorização por atraso em um processo decisório. 37 O experimento foi realizado com estudantes de duas Instituições de Ensino Superior de caráter privado, localizada na cidade de São Paulo, onde foram aplicados cinco cenários de ofertas monetárias para que o respondente faça a opção entre aceitar o pagamento de um determinado valor de forma imediata ou aceitar um valor maior em um prazo maior. O resultado do experimento foi comparado com a decisão real de oferta de desconto aplicado sobre a matrícula dos estudantes das cinco unidades que compõem a Instituição de Ensino Superior, considerando apenas os respondentes da Universidade A denominada neste estudo. Foi aplicado um questionário auto preenchível, de forma presencial aos participantes envolvendo cincos Unidades da Instituição de Ensino Superior pertencentes a Universidade A e mais uma unidade pertencente a Universidade B, objeto deste estudo, todas localizadas na Zona Sul da Cidade de São Paulo. O questionário é composto por uma parte introdutória explicando o objetivo da pesquisa, a garantia de sigilo e o uso dos resultados apenas como base dados para uma investigação científica, caso o participante autorize. Foi apresentado o nome da Instituição, o nome do autor da pesquisa e os seus contatos. O questionário completo consta no apêndice desta dissertação. 3.2.1 Dados Demográficos Foram incluídas questões para coleta dos dados demográficos conforme o quadro 3: Quadro 3 – Questões Demográficas 1. Gênero 2. Idade 3. Renda – apresentado valores múltiplos do salário mínimo 4. Número de Matrícula 38 5. Você é quem paga sua faculdade? 6. Você trabalha atualmente? 7. Caso trabalhe atualmente, há quanto tempo atua na mesma empresa? 8. E você quem toma as decisões financeiras na sua residência? Fonte: Elaborado pelo Autor 3.2.2 Escala de Impulsividade BIS 11 Para medir o grau de impulsividade do indivíduo parte da amostra, foi utilizada a Escala Barrat de Impulsividade BIS 11 (Barrat, 1995), composta por três construtos distintos denominados abaixo: Quadro 4 - Tipos de Impulsividade Escala BIS11 Dimensões Definição do Construto Está relacionada a não inibição de respostas Motora incoerentes com o contexto, ou seja, agir sem premeditação. Atencional Relacionada a tomada de decisão rápida. Falta de Planejamento Engloba comportamentos orientados para o presente. Fonte: BARRAT, ES. Factor analysis of some psychometric measures of impulsiveness and anxiety. Psychological Reports. 1965 A Escala BIS 11 foi adaptada e validada para o Brasil, por Diemen et al., (2006) e traduzida e adaptada para o Brasil, por Malloy-Diniz et al., (2010), tendo os índices de consistência interna variando entre 0,79 e 0,82, que de acordo com Hair Jr (2009), valores superiores a 0,60, são considerados aceitáveis. Dentre as escalas de auto relato desenvolvidas com o objetivo de avaliar a impulsividade, a Escala de Impulsividade de Barrat BIS-11 é um dos 39 instrumentos mais utilizados mundialmente desde seu desenvolvimento a mais de 50 anos. (MILLER, JOSEPH & TUDWAY, 2004; STANFORD, MATHIAS, DOUGHERTY, LAKE, ANDERSON& PATTON, 2009). Alguns estudos ao longo dos anos foram realizados utilizando a BIS-11 conforme o Quadro 7, o que corroboram com a aceitabilidade da escala na mensuração do grau de impulsividade: Quadro 5 – Estudos de Impulsividade utilizando a escala BIS 11 Aplicação Referências Pacientes forenses (HADEN & SHIVA, 2008) internados. (SOMEYA SAKADO, SEKI, KOJIMA, TANG & Trabalhadores japoneses. TAKAYASHI, 2001) Adolescentes chineses. (YANG, YAO & ZHU, 2007) Estudantes, adultos e pacientes psiquiátricos dos (PATTON et al., 1995; SPINELLA, 2007) Estados Unidos. Indivíduos estonianos. (PAAVER, NORDQUIST, PARIK, HARRO, ORELAND & HARRO, 2007) Adultos franceses. (BAYLE et al., 2000) Alemães saudáveis e (PREUSS, RUJESCU, GIEGLING, WATZK, pacientes psiquiátricos. KOLLER & ZETZSCHE, 2007) (FOSSATI, DI CEGLIE, ACQUARINI & Estudantes italianos. BARRATT, 2001; FOSSATI, BARRATT, ACQUARINI & CEGLIE, 2002) Adolescentes brasileiros. (VON DIEMEN, SZOBOT, KESSLER & PECHANSKY, 2007) Fonte: Adaptado pelo autor A escala BIS 11 é uma escala de autopreenchimento composta por 30 itens relacionados às manifestações da impulsividade. O indivíduo deve analisar 40 cada um dos itens considerando seu comportamento e classificá-los de acordo com uma escala do tipo Likert de sete pontos, sendo: 1 = discordo totalmente e 7 = concordo totalmente. A pontuação da escala varia de 30 a 120 pontos, e altas pontuações indicam presença de comportamentos impulsivos. Tabela 1: Pontuação da Escala BIS11 – Classificação do Grau de Impulsividade Muito Controlados <52 pontos Limites normais de Impulsividade Altamente Impulsivos Entre 52 e 71 pontos >72 pontos Fonte: BARRAT, ES. Factor analysis of some psychometric measures of impulsiveness and anxiety. Psychological Reports. 1965. Desta forma, além de uma pontuação global, considerando o somatório obtido nos 3 construtos, a Escala BIS 11, permite o cálculo parcial, aplicando somente um dos construtos se necessário. Neste estudo serão utilizados os construtos Impulsividade Atencional – IA, Falta de Planejamento– FP e Impulsividade Motora - IM compostos pelos itens abaixo: Quadro 6 – Construto Impulsividade Atencional Impulsividade Atencional IA5 – Eu não presto atenção. IA6 – Eu tenho pensamentos que se atropelam. IA9* - Eu me concentro facilmente. IA11 – Eu fico me contorcendo na cadeira em peças de teatro e palestras. IA20* – Eu mantenho a linha de raciocínio. IA24 – Eu troco de interesses e passatempos. IA26 - Enquanto estou pensando em uma coisa, é comum que outras ideias me venham a cabeça ao mesmo tempo. 41 IA28 - Eu me sinto inquieto em palestras e aulas. Fonte: MALLOY-DINIZ, Leandro Fernandes et al. (2010). Quadro 7 – Construto Falta de Planejamento Falta de Planejamento FP1* – Eu planejo tarefas cuidadosamente. FP7* – Eu planejo viagens com antecedência. FP8* – Eu tenho autocontrole. FP10* – Eu economizo (poupo) regularmente. FP12* – Eu penso nas coisas com cuidado. FP13* – Eu faço planos para me manter no emprego. FP14 – Eu falo coisas sem pensar. FP15* – Eu gosto de pensar em problemas complexos. FP18 – Eu fico entediado com facilidade quando estou resolvendo problemas mentalmente. FP27 – Eu tenho mais interesse no presente do que no futuro. FP29* – Eu gosto de jogos e desafios mentais. Fonte: MALLOY-DINIZ, Leandro Fernandes et al. (2010). Quadro 8 – Construto Impulsividade Motora Impulsividade Motora IM2 – Eu faço coisas sem pensar. IM3 – Eu tomo decisões rapidamente. IM4 – Eu sou despreocupado. IM16 – Eu troco de emprego. IM17 – Eu ajo por impulso. IM19 – Eu ajo no calor do momento. 42 IM21 – Eu troco de casa. IM22 – Eu compro coisas por impulso. IM23 – Eu só consigo pensar em uma coisa de cada vez. IM25 - Eu gasto ou compro a prestação mais do que ganho. IM30* – Eu me preparo para o futuro. Fonte: MALLOY-DINIZ, Leandro Fernandes et al. (2010). Os itens indicados pelo sinal de asterisco recebem escore inverso para o cálculo dos escores parciais, de acordo com o estudo original (PATTON; STANFORD & BARRAT, 1995). 3.2.3 Escala de Procrastinação A Escala de Procrastinação é utilizada para avaliar a procrastinação ativa. (CHU & CHOI, 2005). Esta escala está distribuída em 4 construtos, composta por 16 itens, utilizando uma estrutura tetrafatorial avaliando o comportamento procrastinador. As respostas dos itens são fornecidas em uma escala tipo likert de 7 pontos, variando entre 1 – Concordo Totalmente a 7 – Discordo Totalmente. Por se tratar de uma escala originalmente construída no idioma inglês, será utilizada a versão adaptada para o português (GOUVEIA, 2014). Para este estudo foram utilizados os quatro construtos sendo Preferência por Pressão PPP; Satisfação com os Resultados SCR Habilidade em cumprir prazos HCP e Decisão Intencional (DI), descritos pelos itens abaixo: Quadro 9 – Itens do Construto Preferência por Pressão Preferência por Pressão PP1* - É realmente difícil para eu trabalhar sabendo que os prazos estão próximos. 43 PP2* – Eu me sinto chateado e relutante quando sou forçado a agir sobre pressão. PP3* – Eu me sinto tenso e não consigo me concentrar quando estou sob pressão. PP4* – Me sinto frustrado quando tenho que correr para atingir os prazos. Fonte: CHOI, J.N. & MORAN, S.V. (2009) Quadro 10 – Itens do Construto Satisfação com os Resultados Satisfação com os Resultados SCR1* – Meu desempenho tende a diminuir quando tenho que correr para cumprir prazos. SCR2* – Eu não executo bem uma tarefa quando tenho que correr para finalizá-la. SCR3* – Se eu deixo as coisas para a última hora, não me sinto satisfeito com os resultados. SCR4* – Eu atinjo melhores resultados se executar uma tarefa a um ritmo mais lento, sem me preocupar com prazo. Fonte: CHOI, J.N. & MORAN, S.V. (2009) Quadro 11 – Itens do Construto Habilidade em cumprir prazos Habilidade em Cumprir Prazos HCP1* – Eu geralmente inicio tarefas na última hora e encontro dificuldades em cumpri-las no prazo. HCP2* – Eu geralmente fracasso em cumprir objetivos pessoais. HCP3* – Eu geralmente me atraso para realizar as tarefas. HCP4* – Eu tenho dificuldade em finalizar atividades uma vez que comecei. Fonte: CHOI, J.N. & MORAN, S.V. (2009) 44 Quadro 12 – Itens do Construto Decisão Intencional Decisão Intencional DI1 – Para utilizar meu tempo da melhor forma, eu conscientemente prorrogo algumas tarefas. DI2 – Eu intencionalmente prorrogo a realização de alguns trabalhos para melhorar minha motivação. DI3 – Para utilizar melhor meu tempo, eu intencionalmente adio algumas tarefas. DI4 – Eu finalizo muitos dos meus trabalhos antes dos prazos, porque eu escolho fazer desta forma. Fonte: CHOI, J.N. & MORAN, S.V. (2009) 3.2.4 Questões de Desvalorização por Atraso As questões de desvalorização por atraso que fazem parte deste estudo, foram baseadas no experimento realizado por Rachlin, Rainieri e Cross (1991). Foi analisado o fenômeno da desvalorização por atraso por meio de cinco cenários decisórios com diferentes prazos, sendo 1 mês, 2 meses, 6 meses, 12 meses e 36 meses, conforme a tabela 2. Tabela 2 – Ofertas do Experimento – Desvalorização por Atraso Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Ofertas Ofertas Ofertas Ofertas Ofertas Agora Em 1 Agora Mês R$ 497,50 R$ 500,00 R$ 495,00 R$ 475,00 Em 2 Agora Meses R$ 425,00 R$ 500,00 Em 6 Agora Meses Em 12 Agora Meses Em 36 Meses R$ 450,00 R$ 500,00 R$ 425,00 R$ 500,00 R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 425,00 R$ 500,00 R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 375,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 375,00 R$ 500,00 R$ 350,00 R$ 500,00 45 R$ 450,00 R$ 500,00 R$ 375,00 R$ 500,00 R$ 350,00 R$ 500,00 R$ 325,00 R$ 500,00 R$ 425,00 R$ 500,00 R$ 350,00 R$ 500,00 R$ 325,00 R$ 500,00 R$ 300,00 R$ 500,00 R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 325,00 R$ 500,00 R$ 300,00 R$ 500,00 R$ 275,00 R$ 500,00 R$ 375,00 R$ 500,00 R$ 300,00 R$ 500,00 R$ 275,00 R$ 500,00 R$ 250,00 R$ 500,00 Fonte: Elaborado pelo Autor 3.2.5 Operacionalização do Experimento Foram apresentadas a cada respondente cinco ofertas aleatórias e que que foram extraídas por meio da combinação dos cenários apresentados na tabela 2. Cada cenário foi apresentado por meio de uma única questão apresentada aos respondentes conforme abaixo, considerando um cenário aversivo. Você parcelou a compra de um televisor para pagamento em 6 meses. O vendedor ofereceu duas opções para pagamento da primeira parcela sendo: Os participantes do experimento escolheram entre duas respostas, conforme tabela 3. Tabela 3 – Desvalorização por Atraso – Situação de Escolha pagar R$425,00 agora pagar R$500,00 daqui dois meses 46 Fonte: Elaborado pelo autor Após a aplicação do experimento, os resultados foram comparados com os resultados de ofertas de renovação de matrícula de uma Instituição de Ensino Superior Privada localizada na cidade de São Paulo. O processo de renovação de matrícula inicia-se com quatro meses de antecedência ao início do próximo semestre, no qual é apresentado ao aluno uma proposta de renovação antecipada da matrícula no valor de 15% de desconto sobre o valor da mensalidade. Esta promoção fica vigente até dois meses antes do término das aulas, e o aluno pode optar em aceitar a oferta de 15% forma imediata ou decidir por postergar a tomada de decisão. Foi utilizada a base de dados da Instituição de Ensino Superior com as informações dos alunos que aceitaram a oferta de forma imediata ou postergaram a decisão. Estes dados resultantes das decisões de ofertas reais foram cruzados com os dados obtidos por meio do experimento, com o objetivo de comparação de possíveis diferenças nas decisões sobre as ofertas hipotéticas e reais, cujos resultados estão apresentados nos tópicos posteriores. 3.3 Coleta de Dados A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de questionário impresso in loco e abrangeu as cinco unidades da Instituição de Ensino Superior denominada A. Foram respondidos 350 questionários por alunos matriculados no curso bacharelado de Administração de Empresas composto por alunos matriculados entre o terceiro e sétimo semestre do respectivo curso. Considerou-se também se o respondente apresentava situação financeira regular com a Instituição. 47 Os questionários foram aplicados presencialmente e acompanhados pelo pesquisador com duração média de 15 minutos para seu preenchimento, no qual instruções prévias referentes ao preenchimento foram fornecidas aos respondentes. O questionário também foi aplicado para outra Instituição de Ensino de Superior denominada B e localizada na zona sul da cidade de São Paulo, totalizando 60 respondentes do curso de bacharelado em Administração de Empresas. O período de coleta foi entre 15 de fevereiro a 25 de março de 2016. Finalizada a coleta e tabulação dos dados, iniciou-se a tratativa da base de dados para verificação de discrepâncias nas respostas e foram considerados os 410 questionários como elegíveis a pesquisa. 3.4 Técnicas Estatísticas 3.4.1 Regressão Logística Para este estudo aplicou-se a técnica estatística de regressão logística. A regressão logística prediz a probabilidade de um evento ocorrer, adequada para analisar os efeitos de uma variável dependente dicotômica. Além disto, não exige a suposição da normalidade das variáveis independentes (HAIR JR, 2005). 3.4.2 Teste do Qui Quadrado (x²) Este teste proporciona uma medida à decisão se duas variáveis de escala nominal são estatisticamente independentes, por meio de um algoritmo que calcula se os valores observados das frequências contidas nas tabelas dos resultados são diferentes do valor esperados destas frequências. Caso a 48 diferenças destas frequências sejam pequenas e não significantes, pode não existir relação entre duas variáveis, e vice-versa (REYNOLDS, 1984; AGRESTI, 1990). 3.4.3 Teste de Mann-Whitney Este teste é aplicado quando se dispõe de uma amostra pequena e a variável numérica não apresenta variação normal, ou ainda quando não homogeneidade das variâncias. O teste de Mann-Whitney é não paramétrico aplicado a amostras independentes, e testa a igualdade das medianas, sendo utilizado para testar se dois grupos independentes foram extraídos da mesma população (SIEGEL & CASTELLANI JR, 2006). 4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 Teste de Normalidade Para verificar a normalidade de distribuição de dados, foi aplicado o teste diagnóstico de normalidade Kolmogorov-Smirnov, no qual se analisa se os dados da amostra foram extraídos de uma população com uma distribuição peculiar de frequências, como a distribuição normal. Tabela 4 - Teste de Normalidade aplicado aos respondentes Construtos Valor K-S p-valor Impulsividade Atencional 0,43 0,07 Falta de Planejamento 0,76 0 Impulsividade Motora 0,71 0 Pressão por Preferência 0,82 0 Satisfação com o Resultado 0,47 0,03 49 Habilidade em Cumprir Prazos 0,47 0,03 Decisão Atencional 0,5 0,02 Fonte: Elaborado pelo Autor Após os resultados dos testes de normalidade, constata-se que as distribuições dos dados são normais para o construto Impulsividade Atencional. Os demais construtos Falta de Planejamento, Impulsividade Motora, Preferência por Pressão, Satisfação com os Resultados, Habilidade em Cumprir Prazos e Decisão Intencional não apresentaram normalidade na distribuição dos dados. Dados os resultados obtidos do teste de normalidade KolmogorovSmironov, aplicou-se o teste de Mann-Whitney com o objetivo de verificar se existe diferença significante entre as medianas em relações aos indicadores dos construtos respondidos, desta forma, trata-se de um teste cujo resultado demonstra se há a possibilidade de unificarmos as amostras de diferentes fontes de coletas de dados. 4.2 Teste de Comparação entre Grupos de respondentes por Instituição Na tabela seguinte apresentam-se a mediana dos escores médios dos indicadores de cada construto, desvio padrão e a significância do teste de Mann- Whitney para cada construto considerando os respondentes dos Grupos Universidade A e Universidade B. Tabela 5 - Teste de comparação entre grupos (Universidade A e Universidade B) Variável IA* FP* IM* PP* Universidade N Mediana A B A B A B A 350 60 350 60 350 60 350 3,7 4,3 4,5 4,7 3,1 3,2 4 Desvio Padrão 0,79 0,88 0,71 0,74 0,87 0,81 1,39 Teste W p-valor 68088 0,00 71255 0,42 71405 0,54 70246 0,04 50 SCR* HCP* DI* B A B A B A B 60 350 60 350 60 350 60 4,3 3,8 4 2,3 2,3 4 3,5 1,35 1,34 1,42 1,25 1,32 1,15 1,15 70787 0,17 71712 0,80 10682 0,51 Legenda: IA: Impulsividade Atencional; FP: Falta de Planejamento; IM: Impulsividade Motora; PP: Preferência por Pressão; SCR: Satisfação com os Resultados; HCP: Habilidade em Cumprir Prazos; DI: Decisão Intencional Fonte: Elaborado pelo autor Somente dois construtos obtiveram diferenças significantes entre as medianas, portanto optou-se por considerar a Universidade A e Universidade B como um único grupo para efeitos de análises posteriores dos construtos. 4.3 Teste de Comparação entre Ofertas Experimentais e Oferta Real Com o objetivo de compararmos os resultados obtidos entre os grupos que tomam a decisão financeira e aqueles que não tomam a decisão financeira foi aplicado o teste de qui quadrado. De acordo com os resultados apresentados na tabela 6, não há diferença significante entre o resultado da questão experimental (oferta 2) comparado com a oferta real. Portanto os resultados obtidos no cenário experimental quanto no cenário real, demonstram que as decisões nos cenários com valores financeiros são semelhantes entre a oferta do experimento e a oferta real e não podem ser consideradas como resultados significantemente distintos. 51 Tabela 6 – Teste de oferta experimental e oferta real Valor P-valor Qui- quadrado de Pearson 0,73 0,39 N de casos válidos 350 Fonte: Elaborado pelo autor 4.4 Descrição dos Dados Demográficos O perfil da amostra, composta por 410 respondentes possui em sua maioria mulheres, sendo 63,2 % do sexo feminino e 36,8% do sexo masculino conforme figura 2: 36,80% 63,2% Masculino Feminino Figura 2 – Gênero dos respondentes Fonte: elaborado pelo autor Em relação a idade dos respondentes a média encontrada foi de 27 anos com desvio padrão de 7,33. A idade do menor respondente é de 17 anos, enquanto a maior apresentada é de 54 anos. 52 Tabela 7 – Dados descritivos da idade dos respondentes Idade (anos) Idade Mínima Idade Máxima Média Desvio Padrão 17 54 27,48 7,332 Fonte: Elaborado pelo autor Pelo histograma da idade dos respondentes nota-se que há uma concentração maior de respondentes entre as faixas dos 19 anos aos 38 anos de idade. O histograma pode ser visualizado na figura 3. Figura 3 – Histograma da idade dos participantes Fonte: Elaborado pelo autor 53 A maior parte dos respondentes trabalham, sendo o equivalente a 90,7% da amostra, seguido por 9,3% dos respondentes que estão desempregados. Os resultados são apresentados na figura 4. Figura 4 – Situação profissional dos respondentes Fonte: Elaborado pelo autor De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a taxa de desemprego no país atingiu 9,5% no primeiro trimestre de 2016 em pesquisa divulgada em março deste ano (IBGE,2016). Este valor da taxa de desemprego populacional número demostra que a amostra da pesquisa apresenta situação ocupacional similar a população brasileira no que se refere a este indicador. Quanto ao tempo de atuação na empresa 43 % dos respondentes, estão entre 1 e 3 anos na empresa e 20,3% estão há mais de 5 anos na empresa, conforme resultado apresentado na figura 5. 54 Figura 5 – Tempo de Empresa Fonte: Elaborado pelo autor Quanto a renda do indivíduo dos 410 respondentes, 9,3% não declararam renda por estarem desempregados. Para este estudo foi considerado o valor do salário mínimo de R$788,00 referente ao ano base de 2015, conforme o decreto de número 8.381 de 29 de dezembro de 2014 (Diário Oficial, 2014). Na figura 6 são apresentados os resultados em percentual da renda dos respondentes. Figura 6 – Renda por Respondente Fonte: Elaborado pelo autor 55 Do total de respondentes 40,0% apresentam renda na faixa entre 1 a 2 salários mínimos e 26,6% apresentam renda variando entre 2 a 3 salários mínimos. A média de renda dos respondentes apresentada neste estudo é de R$1527,95. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE, em fevereiro de 2016, o estado de São Paulo apresenta a maior renda per capita do país na ordem de R$1482,00 (PNAD,2016). Portanto os respondentes apresentam renda média próxima a renda per capita do Estado de São Paulo, desta forma permitindo a generalização dos resultados, pois a amostra pesquisada se aproxima da maioria da população. Quanto ao pagamento da mensalidade 78% declararam que pagam e 22% declararam que não pagam. É importante ressaltar que antes do início da aplicação da pesquisa, os respondentes com algum tipo de bolsa concedida pela própria Instituição de Ensino de Superior ou Órgão Público, foram orientados a marcarem a opção do questionário que afirma não serem os responsáveis pelo pagamento da mensalidade. Figura 7 – Pagantes Mensalidade Fonte: Elaborado pelo autor 56 Foi aplicado o teste de qui quadrado com o objetivo de verificar se há diferença significativa entre os respondentes que pagam a mensalidade da e os que não pagam. Os resultados apresentados indicam que não há diferença significante entre os grupos de respondentes que pagam a mensalidade sobre aqueles que não pagam, fortalecendo a percepção de que não há diferenças significantes entre os grupos quanto a decisão das ofertas. Tabela 8 – Teste Qui Quadrado – Pagantes Mensalidade Valor Qui - Quadrado Qui – quadrado de Pearson 0,54 N de casos válidos 410 p-valor 0,46 Fonte: Elaborado pelo Autor Foi também aplicado o teste de qui quadrado entre os grupos que tomam decisão financeira sobre o pagamento da mensalidade e o grupo composto por aqueles que não tomam a decisão financeira sobre este custo. Os resultados são apresentados na figura 8. A elevada porcentagem de respondentes que afirmaram tomar decisões financeiras é importante para este estudo, na medida em que estamos analisando os impactos da impulsividade e da procrastinação sobre a tomada de decisão financeira. 57 Figura 8 – Responsabilidade pela decisão financeira Fonte: Elaborado pelo autor Foi realizado o teste de qui quadrado para avaliar se há diferença de decisão entre grupos que sob o aspecto da tomada de decisão financeira do pagamento da mensalidade. Os resultados do teste de qui quadrado aplicados aos grupos são apresentados na tabela 9, indicando também que não há diferença significante entre os grupos e podem ser analisados de forma unificada nas análises. Tabela 9 – Teste qui quadrado – Responsabilidade pela decisão financeira Valor Qui - Quadrado Qui – quadrado de Pearson 2,06 N de casos válidos 410 Fonte: Elaborado pelo Autor p-valor 0,15 58 4.5 Análise Descritiva das Variáveis da Escala Os sete construtos do estudo formaram 45 itens do instrumento de coleta de dados. Foi realizada uma análise referente a cada construto por meio das médias dos itens e seus respectivos desvios padrões considerando a média mais alta e a média mais baixa. O objetivo desta análise é caracterizar as respostas e suas variações em relação a cada item, mostrando a homogeneidade das respostas do questionário. O construto Impulsividade Atencional foi avaliado a partir de 8 itens com média geral de respostas de 4,02 e desvio padrão de 1,68. O item deste construto que teve maior média de respostas foi o IA26 “Enquanto estou pensando em uma coisa, é comum que outras ideias me venham a cabeça ao mesmo tempo” com média de 5,16 e desvio padrão de 1,65. O item com menor média de resposta foi o IA5 “Eu não presto atenção “ com média de 2,9 e desvio padrão de 1,68. O construto Falta de Planejamento foi avaliado a partir de 11 itens com média geral de respostas de 4,53 e desvio padrão de 1,70. O item deste construto que teve maior média de respostas foi FP12 “ Eu penso nas coisas com cuidado “ com média de 5,51 e desvio padrão de 1,64. O item com menor média de respostas foi o FP13 “ Eu faço planos para me manter no emprego “ com média de 3,57 e desvio padrão de 1,90. O construto Impulsividade Motora foi avaliado a partir de 11 itens com média geral de respostas de 3,22 e desvio padrão de 1,83. O item deste construto que teve maior média de respostas foi o IM30 “ Eu me preparo para o futuro “ com média de 5,25 e desvio padrão de 1,60. O item com menor média de respostas foi o IM21 “ Eu troco de casa “ com média de 2,36 e desvio padrão de 1,77. O construto Preferência por Pressão foi avaliado a partir de 4 itens com média geral de respostas de 3,81 e desvio padrão de 1,77. O item deste construto que teve maior média de respostas foi o PP2 “ Eu me sinto chateado e relutante quando sou forçado a agir sob pressão “ com média de 4,14 e 59 desvio padrão de 1,81. O item com menor média de respostas foi o PP1 “ É realmente difícil para eu trabalhar sabendo que os prazos estão próximos “ com média de 3,34 e desvio padrão de 1,68. O construto Satisfação com os resultados foi avaliado a partir de 4 itens com média geral de respostas de 3,79 e desvio padrão de 1,88. O item deste construto que apresentou maior média de respostas foi o SCR3 “ Se eu deixo as coisas para última hora, não me sinto satisfeito com os resultados “ com média de 4,51 e desvio padrão de 1,96. O item com menor média de respostas foi o SCR1 “ Meu desempenho tende a diminuir quando tenho que correr para cumprir prazos “ com média de 3,31 e desvio padrão de 1,76. O construto Habilidade em Cumprir Prazos foi avaliado a partir de 4 itens com média geral de respostas de 2,52 e desvio padrão de 1,66. O item deste construto que apresentou maior média de respostas foi o HCP1 “ Eu geralmente inicio tarefas na última hora e encontro dificuldades em cumpri-las no prazo “ com média de 2,68 e desvio padrão de 1,71. O item com menor média de respostas foi o HCP2 “ Eu geralmente fracasso em cumprir objetivos pessoais “ com média de 2,40 e desvio padrão de ,158. E por fim o último construto Decisão Intencional foi avaliado a partir de 4 itens com média geral de respostas de 3,77 e desvio padrão de 1,75. O item deste construto que apresentou maior média de respostas foi o DI4 “ Para utilizar meu tempo da melhor forma, eu conscientemente prorrogo algumas tarefas “ com média de 4,69 e desvio padrão de 1,74. O item com menor média de respostas foi o DI2 “ Eu intencionalmente prorrogo a realização de alguns trabalhos para melhorar minha motivação “ com média de 3,41 e desvio padrão de 1,73. A tabela 10 reúne as médias dos itens de cada construto e apresenta as médias gerais das frequências das respostas por construto com suas respectivas médias e desvios padrão. 60 Tabela 10 – Frequência média de respostas por construto Construto Média Desvio Padrão Impulsividade Atencional 4,02 1,68 Falta de Planejamento 4,53 1,70 Impulsividade Motora 3,22 1,83 Preferência por Pressão 3,81 1,77 Satisfação com os resultados 3,79 1,88 Habilidade em Cumprir Prazos 2,52 1,66 Decisão Intencional 3,77 1,75 Fonte: Elaborado pelo autor A tabela 11 apresenta os resultados em percentuais de forma detalhada as análises descritas neste tópico, referentes aos construtos analisados neste estudo. Tabela 11 – Frequência de respostas dos itens da escala Itens 1 2 3 4 5 6 7 2,4% 3,7% 11,2% 9,0% 31,2% 22,2% 20,2% 3,2% 5,9% 9,0% 9,8% 19,3% 23,2% 29,8% 2,2% 3,2% 10,5% 9,5% 29,8% 25,9% 19,0% 4,6% 8,0% 9,8% 9,5% 27,8% 21,0% 19,3% 4,4% 3,2% 4,4% 10,5% 16,8% 24,4% 36,3% 20,0% 15,10% 15,4% 10,0% 23,0% 9,0% 7,1% Falta de Planejamento FP1 FP7 FP8 FP10 FP12 FP13 Eu planejo tarefas cuidadosamente Eu planejo viagens com antecedência Eu tenho autocontrole Eu economizo (poupo) regularmente Eu penso nas coisas com cuidado Eu faço planos para me 61 manter no emprego FP14 FP15 Eu falo coisas sem pensar Eu gosto de pensar em problemas complexos 2,2% 3,2% 10,5% 9,5% 29,8% 25,9% 19,0% 11,7% 9,3% 14,4% 18,3% 23,4% 15,1% 7,8% 15,9% 17,1% 17,1% 13,7% 21,% 9,5% 5,8% 16,8% 14,4% 19,8% 12,0% 17,8% 9,3% 10,0% 6,8% 5,9% 14,9% 17,1% 23,2% 19,8% 12,4% 1 2 3 4 5 6 7 29,0% 15,9% 23,9% 7,10% 16,1% 7,10% 1,0% 13,9% 15,9% 21,0% 11,5% 25,9% 6,6% 5,4% 2,9% 6,1% 17,8% 9,0% 30,0% 21,0% 13,2% 31,2% 12,7% 13,4% 12,7% 15,4% 9,5% 5,1% 1,7% 2,7% 9,8% 8,5% 36,8% 27,8% 12,7% 12,9% 11,5% 18,8% 16,6% 20,2% 14,6% 5,4% 4,9% 4,4% 9,3% 5,6% 23,9% 31,2% 20,7% Eu fico entendiado com FP18 facilidade quando estou resolvendo problemas mentalmente Eu tenho mais interesse FP27 no presente do que no futuro FP29 Eu gosto de jogos e desafios mentais Impulsividade Atencional IA5 IA6 IA9 Eu presto atenção Eu tenho pensamentos que se atropelam Eu me concentro facilmente Eu fico me contorcendo IA11 na cadeira em peças de teatro e palestras IA20 IA24 Eu mantenho a linha de raciocínio Eu troco de interesses e passatempos Enquanto estou IA26 pensando em um coisa é comum é comum que 62 outras ideias me venham a cabeça ao mesmo tempo IA28 Eu me sinto inquieto em palestras e aulas Impulsividade Motora IM2 IM3 Eu faço as coisas sem pensar Eu tomo decisões rapidamente 18,% 12,2% 18,5% 10,5% 21,5% 13,2% 6,1% 1 2 3 4 5 6 7 25,6% 19,5% 16,8% 8,5% 20,0% 6,3% 3,2% 6,6% 12,0% 23,2% 10,2% 12,4% 15,6% 9,0% IM4 Eu sou despreocupado 36,8% 20,7% 15,9% 8,3% 10,0% 3,4% 4,9% IM16 Eu troco de emprego 41,0% 17,6% 15,1% 10,0% 10,7% 4,9% 1,7% IM17 Eu ajo por impulso 28,8% 17,6% 17,6% 9,3% 16,3% 5,9% 6,1% 30,2% 15,4% 17,8% 9,5% 15,1% 5,9% 6,1% 50,7% 14,4% 10,5% 9,0% 7,3% 4,1% 3,9% 30,2% 12,4% 16,8% 6,6% 17,6% 6,3% 10,0% 30,5% 16,8% 14,6% 10,5% 10,7% 10,0% 6,8% 38,5% 13,2% 13,4% 8,3% 10,7% 5,4% 10,5% 4,10% 3,7% 8,0% 7,6% 24,1% 29,0% 23,4% IM19 IM21 IM22 IM23 Eu ajo no calor do momento Eu troco de casa Eu compro coisas por impulso Eu só consigo pensar em uma coisa de cada vez Eu gasto e compro a IM25 prestação mais do que ganho IM30 Eu me preparo para o futuro 63 Preferência por Pressão 1 2 3 4 5 6 7 19,8% 14,1% 18,8% 19,5% 19,0% 4,9% 3,9% 11,2% 10,5% 16,1% 11,7% 25,9% 15,1% 9,5% 10,5% 16,1% 14,9% 12,7% 24,9% 11,7% 9,3% 13,2% 13,2% 19,8% 15,1% 20,5% 9,3% 9,0% 1 2 3 4 5 6 7 33,7% 20,2% 8,5% 9,3% 3,9% 4,1% 5,5% 37,3% 28,5% 12,7% 7,3% 8,0% 4,1% 2,0% 37,8% 26,1% 12,7% 8,0% 9,8% 2,0% 3,7% 35,6% 24,6% 17,1% 6,6% 8,5% 2,9% 4,4% É realmente difícil para PP1 eu trabalhar sabendo que os prazos estão próximos Eu me sinto chateado e PP2 relutante quando sou forçado a agir sob pressão Eu me sinto tenso e não PP3 consigo me concentrar quando estou sob pressão Me sinto frustrado PP4 quando tenho que correr para atingir os prazos Habilidade em Cumprir Prazos Eu geralmente inicio HCP1 tarefas na última hora e encontro dificuldades em cumpri-las no prazo Eu geralmente fracasso HCP2 em cumprir objetivos pessoais Eu geralmente me HCP3 atraso para realizar tarefas Eu tenho dificuldades HCP4 em finalizar atividades uma vez que comecei 64 Satisfação com os Resultados 1 2 3 4 5 6 7 19,8% 19,8% 15,6% 16,3% 16,3% 7,8% 4,4% 19,5% 18,5% 16,1% 15,9% 14,9% 6,6% 8,3% 11,7% 7,1% 14,9% 7,8% 20,2% 20,2% 18,0% 14,9% 13,2% 14,6% 14,9% 17,8% 12,7% 12,0% 1 2 3 4 5 6 7 17,30% 13,7% 16,3% 19,0% 20,0% 7,1% 6,6% 19,5% 14,9% 16,3% 17,6% 21,7% 5,6% 4,4% 18,3% 16,8% 18,5% 15,4% 17,8% 7,1% 6,1% Me desempenho tende SCR1 a diminuir quando tenho que correr para cumprir prazos Eu não executo bem SCR2 uma tarefa quando tenho que correr para finalizá-la Se eu deixo as coisas SCR3 para última hora não me sinto satisfeito com os resultados Eu atinjo melhores resultados se executar SCR4 uma tarefa a um ritmo mais lento, sem me preocupar com o prazo Decisão Intencional Para utilizar meu tempo da melhor forma, eu DI1 conscientemente prorrogo algumas tarefas Eu intencionalmente prorrogo a realização de DI2 alguns trabalhos para melhorar minha motivação Para utilizar melhor meu DI3 tempo, eu intencionalmente adio 65 algumas tarefas Eu finalizo muitos dos meus trabalhos antes dos prazos, pois eu DI4 6,1% 4,6% 16,8% 14,1% 22,2% 16,8% 19,3% escolho fazer desta forma Fonte: Elaborado pelo Autor 4.6. Resultado das decisões das ofertas por período A figura 9 apresenta os percentuais de respostas fornecidas considerando os valores dos descontos aplicados as ofertas monetárias em cada cenário, no qual o respondente foi submetido a duas situações, aceitando de forma imediata ou não o valor proposto. Figura 9 – Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 1 Mês de prazo 5% 10% 15% 20% 25% 30% Percentual de desconto aplicado as ofertas Fonte: Elaborado pelo Autor 35% 66 Podemos pressupor que em valores de desconto abaixo de 15% o percentual de indivíduos que aceitam o valor de forma imediata é similar ao percentual dos indivíduos que decidiram não aceitar o valor de forma imediata, portanto corroboram com o experimento de Mischel (1969), no qual o tempo favorece a escolha do estímulo aversivo de forma imediata e menor magnitude, considerando as ofertas para o prazo de um mês. Os resultados do experimento para um cenário de um mês de prazo de pagamento convergem com os experimentos realizados por Thaler (1981), que afirma que a taxa de desvalorização por atraso é menor na situação aversiva aplicada a valores de desconto menores, não resultando em altos percentuais de aceitação do valor de forma imediata por parte dos indivíduos que tomam a decisão financeira. Considerando o valor de R$25,00 até o valor de R$125,00, a diferença de percentual de respondentes que aceitam o valor de forma imediata aumenta consideravelmente. Portanto o resultado demonstra que os respondentes são sensíveis a valores de desconto maiores considerando a influência de um mês na tomada de decisão monetária. Ressalta-se que para os valores a partir de R$25,00 de desconto a variação entre os percentuais aplicados as ofertas, entre 15% a 20% potencializaram o número de indivíduos que aceitaram o valor de forma imediata conforme apresentado na figura 9. Os resultados corroboram com os estudos realizados por Rachlin, Rainieri e Cross (1991), que demonstram que o efeito da desvalorização por atraso chamado de ponto de inferência ocorre após a diferença percentual de desconto entre ofertas atingir o valor entre 15% a 20%. O resultado apresentado na figura 10 demonstra que o primeiro valor aplicado de desconto de R$50,00 sensibilizou parcialmente os respondentes no qual 50% optou por aceitar o valor de forma imediata e os outro 50% aceitaram desvalorizar o valor oferecido. Mischel (1969) afirma que o tempo de espera, ou seja, o atraso por um estímulo aversivo, favorece a escolha do estímulo aversivo de forma imediata e de menor magnitude. 67 Já para ofertas com prazo de seis meses cujos resultados podem ser visualizados na figura 10 nota-se o mesmo comportamento do prazo de um mês, onde entre 15% a 20% de desconto se percebe maior quantidade de respondentes que optam por desvaloriza o atraso, ou seja, aceitam o valor oferecido de forma imediata. Figura 10 - Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 6 Meses de prazo 15% 10% 10% 5% 20% 15% 25% 20% 30% 25% 35% 30% 40% 35% Percentual de desconto aplicado as ofertas Fonte: Elaborado pelo Autor O percentual de variação entre os descontos considerando o valor de R$75,00 até o valor de R$200,00 é igual ou superior a 15%, portanto nota-se que o percentual dos indivíduos que desvalorizam é potencializado, onde podemos pressupor que o fator tempo considerando um mês e seis meses, pode sugerir a presença do comportamento impulsivo e afetar a tomada de decisão financeira. Já para ofertas com prazo de doze meses cujos resultados pode ser visualizados na figura 11 demonstram uma tendência no qual a frequência de indivíduos que aceitam o valor de forma imediata apresentam em média um percentual de aceitação menor, ou seja, podemos pressupor que o fator tempo, 68 após doze meses pode influenciar a decisão financeira do indivíduo, conduzindo-o a um comportamento procrastinador. No entanto, as pessoas apresentam tendência a considerar o ganho de um valor pela quantidade de tempo que podem levam para obter tal valor (FREDERICK, 2003). Os resultados do experimento para doze meses, corroboram com os estudos de Green e Myerson (1995), em que afirmam que o valor da recompensa ou punição que está disponível imediatamente tem impacto menor no desempenho sobre o valor atrasado. Portanto para prazos superiores a seis meses, o efeito da desvalorização por atraso é atenuado, ou seja, há uma diminuição na frequência de indivíduos que aceitam o valor de forma imediata. Figura 11 - Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 12 Meses de prazo 15% 20% 25% 30% 35% 5% 10% 15% 20% 25% 40% 30% 45% 35% Percentual de desconto aplicado as ofertas Fonte: Elaborado pelo Autor Na figura 12 os resultados apresentados para o cenário de trinta e seis meses demonstram que o tempo, pode influenciar a tomada de decisão de 69 financeira, pois houve diminuição na percentual de indivíduos que aceitaram os descontos de forma imediata. Figura 12 - Percentual de respondentes que aceitaram o desconto – 36 Meses de prazo 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% Percentual de desconto aplicado as ofertas Fonte: Elaborado pelo Autor 4.7 Resultados das decisões das ofertas entre períodos Na figura 13 considerando o valor de R$100,00 aplicado a todos os cenários de tempo evidencia-se que o fator tempo é uma variável que pode afetar diretamente a tomada de decisão financeira em um cenário aversivo. Para os períodos aplicados, percebe-se uma diminuição na aceitação da desvalorização do atraso em uma relação inversamente proporcional ao tempo, ou seja, quanto maior o tempo aplicado ao cenário do experimento menor o percentual de indivíduos que aceitam o desconto. 70 Figura 13 – Comparativo entre períodos valor da oferta – R$100,00 Fonte: Elaborado pelo Autor Também foi considerado o valor de R$125,00 aplicado a todos os cenários conforme a figura 14, nota-se que o percentual de respondentes que aceitam o valor de forma imediata entre um mês e seis meses apresenta frequência similar, porém para os prazos de doze e trinta e seis meses o para os indivíduos que aceitam o valor de forma imediata os percentuais são menores. Figura 14 – Comparativo entre períodos valor da oferta – R$125,00 Fonte: Elaborado pelo Autor 71 Torna-se relevante no contexto do estudo o fato de que a racionalidade pode impactar na tomada de decisão, conforme os resultados apresentados. Von Neumann e Morgenstern (1947) apontam para o fato que o ser humano é perfeitamente racional em situações de incerteza e que agiria de acordo com estimativas matemáticas dos ganhos relacionados a cada alternativa disponível. Contudo Simon (1957) chamou a atenção para o fato de que a escolha racional pode ser impactada, pois faltam aos indivíduos informações completas. A forma como a questão do experimento foi apresentada configura-se em um cenário aversivo, onde o indivíduo independente de aceitar o valor de forma imediata ou não, a condição imposta é para pagamento. Desta forma a capacidade de análise e tomada de decisão pode ser influenciada por variáveis externas como cenário econômico ou por exemplo, decidir se vale a pena pagar agora com desconto ou investir este dinheiro objetivando algum ganho financeiro futuro e que possa ser mais vantajoso a curto ou longo prazo. Utilizando como exemplo a aplicação do valor do desconto na poupança cujo rendimento médio mensal é de 0,62% de acordo com a Febraban (Febraban,2016) temos o seguinte cenário apresentando na tabela 12. Tabela 12 – Comparativo entre desconto (oferta) e retorno de investimento (poupança) Tempo 1 Mês 1 Mês 1 Mês 1 Mês 6 Meses 6 Meses 12 Meses 12 Meses 36 Meses 36 Meses Valor do Desconto Retorno Investimento % Aceita Desconto R$ 2,50 R$ 0,02 54 R$ 5,00 R$ 0,03 56 R$ 25,00 R$ 0,15 86 R$ 50,00 R$ 0,31 74 R$ 75,00 R$ 2,79 80 R$ 150,00 R$ 5,58 78 R$ 100,00 R$ 7,44 65 R$ 150,00 R$ 11,16 53 R$ 100,00 R$ 22,32 51 R$ 150,00 R$ 33,48 73 Fonte: Elaborado pelo Autor 72 Os resultados demonstram que os valores obtidos como retorno pelo investimento são inferiores ao valor da economia gerada pelo valor do desconto oferecido. Portanto nota-se que não é possível afirmar neste estudo que o individuo considerou o retorno do investimento como um indicador que possa ter influenciado sua decisão financeira. O valor do desconto apresentando demonstra que o percentual médio de indivíduos que aceitaram o desconto decresce com o passar do tempo, mesmo em um cenário no qual a desvalorização é vantajosa em termos monetários. 4.8 Análise das Hipóteses A técnica de Regressão Logística foi aplicada aos sete construtos, sendo três construtos que integram a de Impulsividade e mais quatro construtores aplicados a escala de Procrastinação. Na tabela 13 temos os resultados da regressão logística aplicada aos construtos de Impulsividade e Procrastinação para a oferta de um mês. 73 Tabela 13 – Resultado Regressão Logística – Prazo um Mês Impulsividade Falta de Impulsividade Preferência Atencional Planejamento Motora por Pressão Satisfação com o Resultado Habilidade em Cumprir Prazo Decisão Intencional N B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) Desconto R² H&L* 50 0,67(0,12) 0,40(0,35) 0,29(0,38) 0,72(0,18) 0,87(0,11) 0,71(0,17) 0,66(0,17) R$ 2,50 0,15 0,29 50 0,44(0,36) 0,32(0,48) 0,11(0,78) 0,31(0,43) 0,15(0,71) 0,56(0,83) 0,57(0,98) R$ 5,00 0,20 0,93 80 0,46(0,89) 0,34(0,42) 0,82(0,03) 0.36(0,12) 0,05(0,80) 0,25(0,30) 0,12(0,64) R$ 25,00 0,09 0,67 50 0,36(0,48) 0,97(0,25) 0,78(0,16) 0,26(0,60) 0,21(0,74) 0,56(0,28) 0,26(0,04) R$ 50,00 0,11 0,32 50 0,31(0,51) 1,17(0,11) 0,11(0,85) 0,38(0,34) 0,56(0,32) 0,68(0,13) 0,47(0,34) R$ 75,00 0,13 0,48 50 0,06(0,90) 0,34(0,74) 0,67(0,25) 0,68(0,15) 1,00(0,07) 0,05(0,90) 0,14(0,76) R$ 100,00 0,13 0,07 80 0,10(0,80) 0,59(0,18) 0,43(0,35) 0,04(0,901) 0,02(0,96) 0,24(0,58) 0,06(0,06) R$ 125,00 0,06 0,29 * Teste de Hosmer & Lemeshow Fonte: Elaborado pelo Autor Os resultados apresentados na tabela 13 demostram que apesar da impulsividade estar presente no comportamento do indivíduo, os índices de significância dos construtos de impulsividade representados em parênteses demonstram valor superior a 0,05, portanto neste estudo não se pode afirmar que a impulsividade possa afetar a tomada de decisão financeira sob o cenário aversivo. 74 Tabela 14 – Resultado Regressão Logística – Prazo dois meses N B (p-valor) Desconto Impulsividade Atencional 50 0,24 (0,86) R$75,00 Falta de Planejamento 50 0,11 (0,51) R$75,00 Impulsividade Motora 50 0,05 (0,75) R$75,00 Preferência por Pressão 50 0,01 (0,92) R$75,00 Satisfação com o Resultado 50 0,21 (0,10) R$75,00 Habilidade em Cumprir Prazos 50 0,01 (0,96) R$75,00 Decisão Intencional 50 0,14 (0,22) R$75,00 Nota: valor de R² 0,27 e valor do Teste de Hosmer e Lemeshow 0,58 Fonte: Elaborado pelo Autor Na tabela 14 os construtos de impulsividade e procrastinação não demonstraram valores significantes para o experimento com o prazo de dois meses, portanto os resultados apresentados não podem ser considerados conclusivos sobre a influência da impulsividade e da procrastinação considerando o valor da oferta para dois meses. Na tabela 15 no qual o prazo de desconto é igual a seis meses, os resultados dos construtos de impulsividade não apresentaram valores significantes, portanto não se pode que a impulsividade possa afetar a tomada de decisão financeira. Os construtos de procrastinação apresentaram resultados significantes para a oferta de 6 meses, portanto indicando que o comportamento procrastinador influencia a tomada de decisão financeira. 75 Tabela 15 – Resultado Regressão Logística – Prazo seis meses Impulsividade Falta de Impulsividade Preferência Atencional Planejamento Motora por Pressão Satisfação com o Resultado Habilidade Decisão em Cumprir Intencional Prazo N B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) Desconto R² H&L* 80 0,67(0,82) 1,04(0,13) 0,38(0,91) 0,12(0,65) 0,34(0,16) 0,22(0,37) 0,01(0,97) R$ 50,00 0,15 0,06 50 0,52(0,25) 0,32(0,97) 0,28(0,55) 0,20(0,62) 0,14(0,74) 0,11(0,05) 0,63(0,12) R$ 75,00 0,10 0,17 50 0,87(0,85) 0,47(0,92) 0,15(0,71) 0,01(0,98) 0,15(0,73) 0,40(0,27) 0,38(0,25) R$ 100,00 0,06 0,29 80 0,28(0,67) 0,57(0,50) 0,59(0,31) 0,69(0,21) 1,26(0,05) 0,35(0,04) 0,36(0,41) R$ 125,00 0,13 0,70 50 0,26(0,63) 0,23(0,74) 0,31(0,57) 0,04(0,05) 0,09(0,84) 0,36(0,45) 0,43(0,23) R$ 150,00 0,06 0,20 50 0,47(0,31) 0,21(0,81) 0,19(0,72) 0,52(0,29) 0,85(0,05) 0,23(0,62) 0,22(0,66) R$ 175,00 0,09 0,25 50 0,52(0,59) 0,29(0,57) 0,02(0,05) 0,09(0,84) 0,24(0,57) 0,97(0,82) R$ 200,00 0,02 0,45 0,1(0,78) * Teste de Hosmer & Lemeshow Fonte: Elaborado pelo Autor Na tabela 16 os resultados apresentam significância para os construtos de procrastinação entre os valores aplicados que variam entre R$75,00 a R$200,00. Desta forma pressupõem-se que o comportamento procrastinador está presente, e afeta a tomada de decisão financeira. Esta condição indica que em um cenário aversivo onde ocorre a perda, o tomador de decisão que apresenta comportamento procrastinador, pode considerar o tempo como fator de influência em sua decisão. 76 Tabela 16 – Resultado Regressão Logística – Prazo doze meses Impulsividade Falta de Impulsividade Preferência Atencional Planejamento Motora por Pressão Satisfação com o Resultado Habilidade em Cumprir Prazo Decisão Intencional N B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) Desconto R² H&L* 50 0,86(0,40) 0,30(0,95) 0,89(0,20) 1,42(0,25) 1,42(0,25) 1,19(0,47) 1,30(0,21) R$ 75,00 0,20 0,19 80 0,87(0,77) 0,79(0,04) 0,65(0,85) 0,68(0,79) 0,30(0,20) 0,30(0,25) 0,25(0,06) R$ 100,00 0,11 0,96 50 0,55(0,32) 0,69(0,31) 0,95(0,05) 2,27(0,00) 2,27(0,00) 2,29(0,01) 2,03(0,00) R$ 125,00 0,20 0,57 50 0,72(0,26) 0,52(0,42) 0,74(0,20) 0,17(0,77) 0,08(0,05) 0,39(0,40) 0,92(0,05) R$ 150,00 0,20 0,57 80 0,96(0,16) 2,10(0,12) 0,95(0,11) 0,09(0,81) 0,57(0,02) 0,82(0,02) 0,34(0,05) R$ 175,00 0,12 0,19 50 0,84(0,32) 0,05(0,95) 1,37(0,12) 0,53(0,33) 0,04(0,03) 0,48(0,51) 0,65(0,16) R$ 200,00 0,14 0,53 50 0,16(0,73) 0,39(0,69) 0,06(0,91) 0,56(0,37) 0,94(0,18) 0,08(0,01) 0,87(0,05) R$ 225,00 0,09 0,61 * Teste de Hosmer & Lemeshow Fonte: Elaborado pelo Autor Observa-se na tabela 17 que para os construtos de impulsividade não são apresentados resultados significantes e observa-se que o comportamento impulsivo neste estudo pode não afetar a tomada de decisão financeira. Porém nota-se que os construtos vinculados a procrastinação indicam que o comportamento procrastinador pode estar presente no individuo afetando a tomada de decisão financeira, principalmente o construto de Decisão Intencional, no qual o individuo decide procrastinar de maneira deliberada. 77 Tabela 17 - Resultado Regressão Logística – Prazo trinta e seis meses Impulsividade Falta de Impulsividade Preferência Atencional Planejamento Motora por Pressão Satisfação com o Resultado Habilidade em Cumprir Prazo Decisão Intencional N B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B (P-valor) B(P-valor) B (P-valor) Desconto R² H&L* 50 0,21(0,65) 0,71(0,36) 0,20(0,69) 0,67(0,18) 0,58(0,01) 0,53(0,20) 0,26(0,61) R$ 100,00 0,13 0,94 50 0,30(0,96) 1,09(0,35) 0,24(0,67) 0,27(0,53) 0,12(0,98) 0,26(0,05) 0,45(0,02) R$ 125,00 0,06 0,41 80 0,27(0,58) 0,68(0,16) 0,97(0,05) 0,44(0,23) 0,10(0,05) 0,23(0,53) 0,20(0,57) R$ 150,00 0,11 0,15 50 0,85(0,58) 0,28(0,13) 1,19(0,05) 2,27(0,04) 2,27(0,04) 2,29(0,05) 2,03(0,00) R$ 175,00 0,20 0,57 50 0,29(0,63) 0,38(0,60) 0,94(0,05) 0,71(0,14) 0,46(0,00) 0,73(0,05) 0,07(0,05) R$ 200,00 0,21 0,31 80 1,12(0,18) 0,08(0,92) 0,48(0,51) 0,02(0,96) 0,81(0,19) 0,63(0,24) 0,90(0,12) R$ 225,00 0,15 0,84 95,1(0,98) 109,2(0,98) 46,16(0,98) 0,98(0,04) 0,19(0,02) R$ 250,00 0,29 1,00 50 29,46(0,99) 0,36(0,99) * Teste de Hosmer & Lemeshow Fonte: Elaborado pelo Autor 78 A tabela 18 apresenta uma síntese dos testes de hipótese do estudo. Tabela 18 – Síntese dos testes de hipótese HIPÓTESE H1 H1a H1b DESCRIÇÃO A impulsividade influencia positivamente a desvalorização por atraso. A impulsividade atencional influencia positivamente a desvalorização por atraso. A impulsividade atencional influencia positivamente a desvalorização por atraso. RESULTADO Não Confirmada Não Confirmada Não Confirmada A impulsividade por falta de planejamento H1c influencia negativamente a desvalorização Não Confirmada por atraso. H2 H2a H2b H2c H2d A procrastinação ativa afeta negativamente a desvalorização por atraso. A opção por pressão afeta negativamente a desvalorização por atraso. A satisfação com o resultado afeta negativamente a desvalorização por atraso. A habilidade em cumprir prazos afeta Confirmada Parcialmente Confirmada Parcialmente Confirmada Parcialmente Confirmada negativamente a desvalorização por atraso. Parcialmente A decisão intencional afeta negativamente a Confirmada desvalorização por atraso. Fonte: Elaborado pelo Autor Parcialmente 79 5. CONCLUSÕES Para analisarmos o comportamento impulsivo e procrastinador na tomada de decisão financeira, considera-se que tomada de decisão consiste em um processo individual de ponderar e prever consequências positivas ou negativas de determinadas alternativas. (REIMANN & BECHARA, 2010). Este estudo baseou-se na tomada de decisão individual financeira sob a ótica da desvalorização por atraso, no qual buscou-se mensurar a interferência do comportamento impulsivo por meio da concepção do modelo de pesquisa baseado na escala de impulsividade e procrastinação propostas por Barrat (1995) e Chu & Choi (2005), respectivamente, e também pela adaptação do experimento proposto por Rachlin, Rainieri e Cross (1991). Os resultados apresentados demonstram que a maior parte dos respondentes, estão empregados e são responsáveis pela tomada de decisão financeira, sendo tais resultados, representativos para este estudo, pois estas condições podem influenciar diretamente a tomada de decisão financeira. Considera-se também o fato que os números obtidos se assemelham com o perfil médio da população brasileira, no que diz respeito a renda e nível de emprego e estão próximos aos percentuais da população brasileira. A desvalorização por atraso aplicado ao estudo foi realizada por meio de um experimento baseado nos estudos de Rachlin, Rainieri e Cross (1991), em que foram coletados 410 questionários, aplicados a duas Instituições de Ensino Superior localizadas na cidade de São Paulo. Em um primeiro momento os resultados do experimento foram comparados com os resultados de uma oferta monetária real aplicada a amostra. Os resultados evidenciam que não há diferença entre os resultados do experimento e os resultados da oferta real, possibilitando a validação de que cenários experimentais podem ser utilizados em pesquisas que tratam de temas associados com decisões financeiras. Os resultados apresentados neste estudo corroboram com os estudos de Loewestein e Prelec (1992) e Thaler (1987) no qual afirma que a 80 desvalorização por atraso na situação aversiva é reduzida, identificando o fenômeno que mais ficou conhecido como assimetria-perda. Esta condição de tomada de decisão em um cenário aversivo ficou evidenciada pelos resultados apresentados nesta pesquisa, no qual o tempo igual ou superior a doze meses, associado ao valor do desconto aplicado sendo igual ou superior a 15% do valor da oferta total conduzem o indivíduo ao comportamento de procrastinação. No entanto os resultados desta pesquisa demonstram que a impulsividade apesar de possivelmente estar presente nos indivíduos, não foi possível evidenciá-lo como um comportamento que possa afetar a tomada de decisão em cenários aversivos. Para os gestores, o estudo amplia o espectro de entendimento sobre dois componentes comportamentais: impulsividade e procrastinação, como fatores que podem anteceder a tomada de decisão financeira. Neste estudo ressalta-se que o comportamento impulsivo não foi detectado após análise dos resultados. Os resultados deste estudo podem contribuir para o planejamento de ações comerciais, na medida em que procura-se compreender em que momento a desvalorização ocorre, considerando o valor do desconto aplicado e o tempo. Desta forma este estudo pode auxiliar os gestores a planejarem melhor suas ofertas junto ao público alvo, principalmente considerando um cenário aversivo. Do ponto de vista acadêmico, o estudo das finanças comportamentais sobre a desvalorização por atraso, e a possível influência dos comportamentos de impulsividade e procrastinação, apresenta relevância, considerando que os estudos antes realizados tratam os temas de forma isolada, como os estudos sobre o comportamento impulsivo considerando uma população de Universitários (PARCIAS, SOMBRIO, FLUGLE, DO ROSARIO, SOUZA & GUIMARÃES, 2013). A impulsividade e acidentes de trânsito (ARAUJO, MALLOY-DINIZ & ROCHA, 2008) e o tratamento impulsividade e do comportamento agressivo. (LIMA, 2009) farmacológico da 81 Considerando os estudos sobre procrastinação, podemos ressaltar os estudos sobre a procrastinação como um comportamento causador de problemas a saúde (HAMASAKI & KERBAUY, 2001), a procrastinação aplicada ao comportamento de estudantes e transeuntes de uma capital brasileira (ENUMO & KERBAUY, 1999) e o estudo sobre gênero e outras variáveis que influenciam a procrastinação acadêmica. Portanto este estudo contribui com a associação de dois construtos comportamentais. Além de que, os estudos realizados associados a impulsividade e procrastinação são específicos da área clínica (GONÇALVES, F.L, 2005; BARBOSA, A.S, 2010; BERNARDES, L.S; 2013, MATTA, A; GONÇALVES, F.L. & BIZARRO, L, 2014). Entende-se como limitação desta pesquisa, o local de obtenção da amostra do estudo, pois a coleta de dados restringiu-se a dois grupos pertencentes a duas Instituições de Ensino Superior localizadas na cidade de São Paulo. Portanto para estudos futuros sugere-se aplicar a pesquisa com outros grupos de outros segmentos, possibilitando uma ampliação da amostra da pesquisa, com o objetivo de apresentar novas perspectivas sobre o tema. Pode-se considerar a quantidade de respondentes da pesquisa como possível fator limitante, pois foram aplicados sete tipos de questionários divididos em cinco grupos com cinquenta respondentes e dois questionários com oitenta respondentes, desta forma amostras maiores podem evidenciar alguns efeitos cuja significância não foi detectada neste estudo. Outro fato a ser considerado é o estabelecimento dos valores que foram considerados para a realização do experimento deste estudo. Os valores estabelecidos pelo experimento aplicado por Rachlin, Ranieri e Cross (1991), foram adaptados para a aplicação nesta pesquisa. A ausência de significância por meio do resultado obtido pela aplicação da regressão logística para o comportamento impulsivo, exige cautela em sua análise, pois apesar do fenômeno de impulsividade estar presente, não foram conclusivos os resultados desta pesquisa que associavam tal comportamento a tomada de decisão financeira, mesmo tal comportamento sendo ilustrado por meio da representação gráfica da aplicação do experimento. 82 . E por fim, sugere-se que outras variáveis de ordem macroeconômica, como cenário econômico, condição econômica entre países, processo inflacionário, renda, e fatores comportamentais como ansiedade, por exemplo, sejam incorporadas na análise de estudos futuros, buscando uma ampliação no espectro de variáveis que possam afetar a tomada de decisão financeira. 83 REFERÊNCIAS AGRESTI A. Categorical data analysis. New York: John Wiley & Sons; 1990. p. 366-70. AINSLIE, G. (1974). Impulse control in pigeons. 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Este questionário foi dimensionado para levar cerca de 10 minutos para ser respondido. Para prosseguir no questionário responda todas as perguntas de acordo com o seu grau de concordância. Sendo o final proposto um cenário onde você deverá assinalar sua preferência entre aceitar ou não a condição apresentada. Como forma de agradecimento pela sua participação no mês de março de 2016, será realizado um sorteio entre aqueles que responderem e deixarem seus contatos no campo abaixo, de 4 (quatro) vale-compras no valor de R$50,00 cada para ser utilizado na Livraria Saraiva, deixe seu contato abaixo: Email ou Telefone do Respondente: _____________________________ Qual o seu número de matrícula: _________________________ Sua contribuição é muito importante para este estudo! Pesquisador: André Tonin Ferrari Telefone para Contato: (11) 94233-6643 ou 98177-7185 E-mail: [email protected] 95 Pesquisa sobre a influência do comportamento impulsivo e procrastinador na toma de decisão. Análise as situações abaixo e marque apenas uma alternativa. SITUAÇÃO 1: Você parcelou a compra de um televisor para pagamento em 6 meses. O vendedor te ofereceu duas opções para pagamento da primeira parcela sendo: pagar R$475,00 agora pagar R$500,00 daqui um mês 96 SITUAÇÃO 2: Você parcelou a compra de um televisor para pagamento em 6 meses. O vendedor te ofereceu duas opções para pagamento da primeira parcela sendo: pagar R$425,00 agora pagar R$500,00 daqui dois meses 97 SITUAÇÃO 3: Você parcelou a compra de um televisor para pagamento em 6 meses. O vendedor te ofereceu duas opções para pagamento da primeira parcela sendo: pagar R$400,00 agora pagar R$500,00 daqui seis meses 98 SITUAÇÃO 4: Você parcelou a compra de um televisor para pagamento em 6 meses. O vendedor te ofereceu duas opções para pagamento da primeira parcela sendo: pagar R$350,00 agora pagar R$500,00 daqui doze meses 99 SITUAÇÃO 5: Você parcelou a compra de um televisor para pagamento em 6 meses. O vendedor te ofereceu duas opções para pagamento da primeira parcela sendo: pagar R$275,00 agora pagar R$500,00 daqui trinta e seis meses 100 Responda, por gentileza, a cada questão abaixo com apenas uma resposta marcando um “X” sobre o quadrado que indica qual é o nível que mais representa a sua realidade. Legenda: 1.Discordo Totalmente 2.Discordo Muito 3.Discordo Parcialmente 4.Indiferente 5.Concordo Parcialmente 6.Concordo Muito Discordo Totalmente 7.Concordo Totalmente Concordo Totalmente 1. Eu não presto atenção. 1 2 3 4 5 6 7 2. Eu tenho pensamentos que se atropelam. 1 2 3 4 5 6 7 3. Eu me concentro facilmente 1 2 3 4 5 6 7 4. Eu fico me contorcendo na cadeira em peças de teatro e palestras. 1 2 3 4 5 6 7 5. Eu mantenho a linha de raciocínio. 1 2 3 4 5 6 7 6. Eu troco de interesses e passatempos. 1 2 3 4 5 6 7 7. Enquanto estou pensando em uma coisa, é comum que outras ideias me venham a cabeça ao mesmo tempo. 1 2 3 4 5 6 7 8. Eu me sinto inquieto em palestras e aulas. 1 2 3 4 5 6 7 9. Eu planejo tarefas cuidadosamente. 1 2 3 4 5 6 7 10. Eu planejo viagens com antecedência. 1 2 3 4 5 6 7 11. Eu tenho autocontrole. 1 2 3 4 5 6 7 12. Eu economizo (poupo) regularmente. 1 2 3 4 5 6 7 13. Eu faço planos para me manter no emprego. 1 2 3 4 5 6 7 14. Eu falo coisas sem pensar. 1 2 3 4 5 6 7 15. Eu gosto de pensar em problemas complexos. 1 2 3 4 5 6 7 16. Eu fico entediado com facilidade quando estou resolvendo problemas mentalmente. 1 2 3 4 5 6 7 17. Eu tenho mais interesse no presente do que no futuro. 1 2 3 4 5 6 7 18. Eu gosto de jogos e desafios mentais. 1 2 3 4 5 6 7 19. Eu faço coisas sem pensar. 1 2 3 4 5 6 7 101 20. Eu tomo decisões rapidamente. 1 2 3 4 5 6 7 21. Eu sou despreocupado. 1 2 3 4 5 6 7 22. Eu troco de emprego. 1 2 3 4 5 6 7 23. Eu ajo por impulso. 1 2 3 4 5 6 7 24. Eu ajo no calor do momento. 1 2 3 4 5 6 7 25. Eu troco de casa. 1 2 3 4 5 6 7 26. Eu compro coisas por impulso. 1 2 3 4 5 6 7 27. Eu só consigo pensar em uma coisa de cada vez. 1 2 3 4 5 6 7 28. Eu gasto ou compro a prestação mais do que ganho. 1 2 3 4 5 6 7 29. Eu me preparo para o futuro. 1 2 3 4 5 6 7 30. É realmente difícil para mim trabalhar sabendo que os prazos estão próximos 1 2 3 4 5 6 7 31. E me sinto chateado e relutante quando sou forçado a agir sobre pressão. 1 2 3 4 5 6 7 32. Eu me sinto tenso e não consigo me concentrar quando estou sob pressão. 1 2 3 4 5 6 7 33. Me sinto frustrado quando tenho que correr para atingir os prazos. 1 2 3 4 5 6 7 34. Meu desempenho tende a diminuir quando tenho que correr para cumprir prazos. 1 2 3 4 5 6 7 35. Eu não executo bem uma tarefa quando tenho que correr para finalizá-la. 1 2 3 4 5 6 7 36. Se eu deixo as coisas para a última hora, não me sinto satisfeito com os resultados. 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 39. Eu geralmente fracasso em cumprir objetivos pessoais. 1 2 3 4 5 6 7 40. Eu geralmente me atraso para realizar as tarefas. 1 2 3 4 5 6 7 41. Eu tenho dificuldade em finalizar atividades uma vez que comecei. 1 2 3 4 5 6 7 42. Para utilizar meu tempo da melhor forma, eu conscientemente prorrogo algumas tarefas. 1 2 3 4 5 6 7 37. Eu atinjo melhores resultados se executar uma tarefa a um ritmo mais lento, sem me preocupar com prazo. 38. Eu geralmente início tarefas na última hora e encontro dificuldades em cumprilas no prazo. 102 43. Eu intencionalmente prorrogo a realização de alguns trabalhos para melhorar minha motivação. 1 2 3 4 5 6 7 44. Para utilizar melhor meu tempo, eu intencionalmente adio algumas tarefas. 1 2 3 4 5 6 7 45. Eu finalizo muitos dos meus trabalhos antes dos prazos, por eu escolho fazer desta forma. 1 2 3 4 5 6 7 1. Qual o seu gênero? Feminino Masculino 2. Qual a sua idade? _________________ Anos. 3. Assinale sua renda aproximada: Entre R$788,00 a R$1.576,00 Entre R$1.576,00 a R$2.364,00 Entre R$2.364,00 a R$3152,00 Entre R$3152,00 a R$3940,00 Entre R$3940,00 a R$4728,00 Entre R$4728,00 a R$5516,00 Acima de R$5516,00 4. É você quem paga sua faculdade? Sim Não 5. Você trabalha atualmente? Sim 6. Caso trabalhe atualmente, há quanto tempo atua na mesma empresa? Não Menos de 6 meses Entre 6 meses e 1 ano Entre 1 e 2 anos Entre 2 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Acima de 5 anos 7. E você quem toma as decisões financeiras em sua residência? Sim Não Obrigado por participar!