Pesquisa Pesquisa associa o vírus da Hepatite C a comportamento de risco Uma pesquisa recentemente publicada pela revista Psychiatry Research demonstrou que pacientes infectados pelo vírus da Hepatite C tendem a ser mais impulsivos e propensos aos chamados comportamentos de risco. Os resultados sugerem que pacientes infectados com o vírus são mais impulsivos do que indivíduos com outras doenças do fígado, mesmo quando a análise é controlada pela presença de transtornos mentais e gravidade da doença hepática. A pesquisa foi desenvolvida pela psicóloga hospitalar e mestranda Adriana Dantas Duarte, do Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde da Faculdade de Medicina da UFBA, sediado no Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos (HUPES). Ela surgiu a partir da observação do comportamento de pacientes com hepatite C. “Existiam algumas evidências na literatura ainda pouco conclusivas, mas que concordavam com a observação subjetiva de hepatologistas, que afirmavam que pacientes com hepatite C eram mais impulsivos e por vezes explosivos e impacientes nas salas de espera que portadores de outras doenças hepáticas”, explica o coordenador do trabalho e professor, Lucas Quarantini, coordenador do Serviço de Psiquiatria do HUPES e orientador da psicóloga. O estudo, intitulado “Comportamento de risco e impulsividade entre pacientes infectados pelo vírus da Hepatite C”, teve como objetivo investigar a impulsividade dos indivíduos infectados pelo vírus da hepatite C e se essa característica medeia o comportamento de risco. Pacientes adultos com doenças avançadas do fígado, inclusive em espera para transplante, foram divididos em dois grupos: um grupo de portadores do vírus da hepatite C e um grupo com diversas doenças hepáticas. Comportamentos de risco foram avaliados por um questionário sócio demográfico e a impulsividade foi medida por meio da Escala de Impulsividade Barratt. “Ao final verificamos que o grupo de pacientes com Hepatite C registrou a impulsividade mais elevada do que o grupo não viral em todos os domínios: impulsividade da atenção, impulsividade motora e não-planejamento”, detalha o professor. Como consequência, portadores de hepatite C crônica consistentemente engajam-se mais em situações potencialmente lesivas como sexo com parceiros desconhecidos sem uso de preservativo e direção perigosa, por exemplo. De acordo com o professor, diante desses resultados, os serviços de saúde que prestam assistência a portadores dessa condição infecciosa deveriam apresentar em seus quadros obrigatoriamente psicólogos e assistentes sociais e a disponibilidade de psiquiatras interconsultores para um suporte adequado e integral, o que em muitas vezes não ocorre. “Esses achados, publicados em um prestigiado periódico científico, contrasta com uma _____________________________________________________________________________ Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos – Complexo HUPES Rua Augusto Viana, s/n, Canela – Salvador, Bahia. CEP 40110-060. CNPJ: 15.180.714/0002/87 Tel.: (71) 3283-8022/ 3283-8023/ 98726-4148 [email protected] www.complexohupes.ufba.br realidade que é o fato de que a assistência em Saúde mental ainda é oferecida de maneira muito limitada e realmente deficitária em nosso meio”, ressaltam os pesquisadores. A Hepatite C A hepatite representa um importante problema de saúde pública. A infecção pelo tipo C ocorre por meio de sangue contaminado (compartilhamento de material perfuro-cortante) e tem uma prevalência significativa no Brasil e no Mundo. Cerca de 3 milhões de brasileiros são infectados cronicamente por ela; destes aproximadamente 10 a 20% irão evoluir para uma cirrose hepática ao longo de 20 anos. Assessoria de Comunicação Complexo HUPES | Ebserh _____________________________________________________________________________ Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos – Complexo HUPES Rua Augusto Viana, s/n, Canela – Salvador, Bahia. CEP 40110-060. CNPJ: 15.180.714/0002/87 Tel.: (71) 3283-8022/ 3283-8023/ 98726-4148 [email protected] www.complexohupes.ufba.br