rinite alérgica: alérgenos e poluição

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Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779
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RINITE ALÉRGICA: ALÉRGENOS E POLUIÇÃO
O tratamento das rinites é considerado um desafio, pois além do
processo alérgico existe as causas não-alérgicas. A rinite tem uma morbidade
significativa, custo financeiro importante, perda de produtividade (faltas à escola
e ao trabalho). As doenças associadas mais freqüentes são a asma, tosse
crônica, sinusite, insônia, otite média serosa, conjuntivite, polipose nasal,
infecções de repetição, ... A prevalência varia entre 20-30% da população em
geral, inicia-se aos 6-8 anos e a maioria dos casos ocorre antes dos 20 anos. A
rinite é a doença respiratória crônica mais comum entre adultos e crianças. A
maioria das rinites apresenta os seguintes sintomas, nariz entupido, coriza
aquosa, espirros e coceira de nariz, garganta, olhos e ouvidos. O tratamento da
rinite alérgica inclui controle de ambiente, tratamento emocional (Body Talk),
medicamentos e vacina antialérgica.
Vou abordar as funções normais do nariz e as doenças mais freqüentes.
Agora passo a escrever sobre o segundo assunto abordando uma visão da
rinite alérgica: alérgenos e poluição.
A rinite alérgica é a causa mais comum de rinite, afeta mais 30 milhões
de brasileiros. A rinite alérgica é uma doença atópica e provavelmente envolve
fatores genéticos. Se ambos os pais tem alergia como a asma ou rinite alérgica,
a probabilidade de ter um filho com uma destas doenças respiratórias é de 50%.
Se um dos pais tem a doença respiratória, a probabilidade é 25%. Se ambos os
pais não tem doença respiratória, a probabilidade é 10%.
Embora a rinite alérgica não seja uma condição que ameace a vida, as
complicações podem ocorrer e comprometer significativamente a qualidade de
vida. A rinite alérgica é comum, provoca noites mal dormidas e também
prejudica a vida social.
A rinite alérgica pode ocorre em pessoas de qualquer raça. Na infância, a
rinite alérgica é mais comum nos meninos do que nas meninas, mas nos
adultos, a prevalência é igual entre homens e mulheres. O aparecimento da
rinite alérgica é comum na infância, adolescência e na velhice. A prevalência da
rinite alérgica é alta, 40% nas crianças e diminui a incidência com o avançar da
idade. Na população geriátrica, a prevalência é de rinite não-alérgica.
Muitos terão asma na vida adulta. Para protegê-las e evitar a asma, a
vacina antialérgica deve ser usada precocemente.
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GRAVIDEZ
O “status” imune da grávida pode ser alterado na mãe fumante, uso
abusivo de café ou de bebidas alcoólicas. Quando o “status” imune torna-se
deficiente aumenta a produção do anticorpo da alergia (IgE) no cordão
umbilical e pode provocar rinite alérgica ou outras doenças respiratórias no
recém nascido. O mesmo ocorre quando se usa leite de vaca ou ovo de
galinha precocemente para o bebê.
MORTALIDADE/MORBIDADE
A rinite alérgica não mata ninguém (a não ser que venha acompanhada
de asma grave ou choque anafilático), mas a morbidade pode piorar em muito a
qualidade de vida.
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A rinite alérgica pode vir acompanhada de otite média, sinusite aguda ou
crônica, pólipose (carne esponjosa), conjuntivite alergia e/ou dermatite
atópica;
A rinite alérgica pode vir acompanhada de asma;
As evidências sugerem que uma rinite fora de controle piora as crises de
a asma e da dermatite atópica. A conseqüência é o aumento da
morbidade e mortalidade;
As crises de rinite alérgica diminuem a qualidade de vida;
A rinite aumenta as dificuldades de aprendizado e diminui o desempenho
escolar, aumenta a fadiga e doenças do sono (insônia);
A sonolência, mal-estar geral, desconforto no trabalho, falta escolar e
acidente automobilístico ou com maquina podem ser devidos à rinite ou
aos medicamentos usados.
ALÉRGENOS
A rinite alérgica pode ser sazonal, perene ou esporádico-episódica.
Alguns pacientes são sensíveis a múltiplos alérgenos e podem provocar rinite
alérgica perene com exacerbações sazonais.
POLENS
Os polens são liberados pelas gramas, arbustos e árvores durante a
estação de floração (polinização) provocando a rinite alérgica sazonal. A
intensidade das crises de rinite depende da concentração dos polens na
atmosfera. Geralmente, nas épocas quentes do ano, as plantas liberam mais
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polens do que nas estações frias. Muitas plantas polinizam na primavera e
outras no verão. Os ventos aumentam a dispersão dos polens causando maior
exposição ao paciente com rinite alérgica.
O melhor dia para o rinítico é o dia chuvoso. A água da chuva limpa o ar
dos polens, fazendo-os caírem ao chão. O ar depois das chuvas torna-se fresco
e limpo.
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Rinite alérgica sazonal é causada por polens e fungos-do-ar dispersos
pelos ventos;
Polens de árvores variam de acordo com a localização geográfica. Os
polens estão presentes no ar em grande quantidade na primavera,
algumas espécies produzem polens no outono e as gramas no verão. No
Norte do Paraná a árvore mais comum associada á rinite alérgica é o
Ligustrum vulgaris.
Os polens de grama também variam de acordo com a geografia. As
muitas espécies de grama podem provocar rinite alérgica, entre elas o
azevem. Muitas gramas apresentam reação cruzada entre seus polens,
significa que tem estruturas alergênicas assemelhadas, ou seja, uma
pessoa alérgica a uma espécie também pode ser sensível a outras
espécies de gramas. Os polens são importantes no final da primavera,
mas pode estar presentes o ano todo nas regiões de clima quente.
Os polens dos arbustos (ervas daninhas) variam geograficamente. Muitos
dos polens de arbustos estão presentes o ano todo, especialmente em
clima quente como a Ambrosia, Caruru, Sálvia, Artemísia,...
Procure o artigo em Rinite - ÁCAROS - FONTES DE ALERGIZAÇÃO.
FUNGOS-DO-AR
As condições atmosféricas podem afetar o crescimento e a dispersão dos
fungos-do-ar, portanto sua prevalência varia dependendo do clima e da estação
do ano.
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Alternaria e Cladosporium são particularmente prevalentes nos períodos
secos. Nos dias de muito vento, sua dispersão, atinge picos nas tardes
ensolaradas, principalmente no verão e inicio do outono. Estão
praticamente ausentes no inverno.
Aspergillus e Penicillium podem ser encontrados tanto dentro como fora
de casa (particularmente nas úmidas), seu crescimento é variável em
função da estação do ano e do clima. Seus esporos também podem ser
dispersados nos períodos secos.
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ÁCAROS DA POEIRA DE CASA
Os principais alérgenos da rinite alérgica perene (anual) são os ácaros
da poeira domiciliar. Os ácaros comumente encontrados nas residências são
Dermatophagoides
pteronyssimus,
Dermatophagoides
farinae,
Thyrophagus putrecensis e Blomia tropicalis. Geralmente, os ácaros
crescem rapidamente em clima úmido e quente. Portanto, a sensibilização aos
acarídeos depende do lugar onde você vive.
Ácaros da poeira domiciliar apresentam maior concentração quando a
umidade esta entre 70-80% e dias quentes. Nas regiões montanhosas com
clima seco e frio os ácaros têm crescimento inibido.
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Estes ácaros se alimentam de material orgânico dentro das casas,
particularmente células descamadas da pele, tanto das pessoas como de
animais. Eles são encontrados em carpetes, estofados, travesseiros,
colchões, ededrons e brinquedos de pelúcia.
Os ácaros são encontrados nas residências durante todo ano.
ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO (PETS)
Os alérgenos presentes na saliva, fezes, urina e caspa dos animais são
outras fontes de alérgenos. Portanto, a alergia nasal pode ser causada por
animais domésticos como gato e cão e também por ratos e camundongos.
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Animais de estimação são causa de rinite alérgica;
Os gatos e cães são os mais comuns, porem outras espécies de animais
e aves criados dentro de casa também pode causar rinite alérgica;
A barata é uma importante causa de asma particularmente nas cidades e
também pode causar rinite alérgica;
A infestação de roedores pode associar-se à sensibilização alérgica;
Rinite alérgica esporádica, com episódios curtos e intermitentes de rinite
pode ser causada por exposição intermitente a um alérgeno. Isto ocorre
devido à exposição de animais ou pets em que a pessoa entra em
contato de vez em quando. A rinite alérgica esporádica também pode
devido a polens, fungos-do-ar ou alérgenos dentro de casa na qual a
pessoa usualmente não está exposta.
A rinite alérgica ocupacional causada pelos alérgenos no local de trabalho
pode ser esporádica, sazonal ou perene.
Veterinários, pesquisadores e trabalhadores podem ter sintomas
episódicos quando expostos a certos animais, sintomas diários ocorrem
no local de trabalho ou sintomas contínuos (que podem persistir durante a
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noite e fins de semana devido à grande sensibilidade devida à inflamação
persistente da fase tardia).
• Agricultores, trabalhadores agrícolas expostos aos polens, animais e
fungos-do-ar (mofo).
• Outros importantes alérgenos ocupacionais que podem causar rinite
alérgica incluem serragem, látex (devido à inalação do talco das luvas
cirúrgicas), anidrido ácido (gráficos) e colas.
POLUIÇÃO
A poluição do ar aumenta a sensibilização aos alérgenos. A poluição
pode ser dividida em dois grupos, a poluição fora de casa, liberada pelas
indústrias e automóveis e dentro de casa pela fumaça do cigarro, moveis,
madeiras e queima de carvão. Quimicamente, a poluição do ar consiste em
nitrogênio, dióxido de enxofre, ozona, monóxido de carbono e fuligem. Como a
poluição facilita a sensibilização nasal ainda não é compreendida. Talvez a
poluição do ar irrite a mucosa nasal e a torna pronta para a sensibilização. A
poluição atmosférica tem um impacto negativo no epitélio e nos cílios nasais, os
quais são responsáveis pela limpeza de partículas (incluindo os alérgenos).
ALERGIA ALIMENTAR e RINITE
A alergia alimentar em geral apresenta sintomas relacionados ao sistema
gastrintestinal, raramente apresenta rinite alérgica. A alergia alimentar pode
causar rinite, particularmente em crianças, geralmente acompanhada de
sintomas gastrointestinais e de pele. Nesta situação, a história clínica sugere a
associação a um determinado alimento.
A coriza aquosa que ocorre após alimentação pode ser uma rinite
vasomotora (não-alérgica) mediada via nervo vago. Também chamada de rinite
gustativa.
Dr. Luiz Carlos Bertoni
Member of Brazilian of Allergy and Clinical Immunology Society (ASBAI)
Member of World Allergy Organization (WAO)
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