Capítulo 10 APÊNDICE 10.1 Limites Proposição 10.1. (Unicidade do limite) Se lim f (x) = L1 e lim f (x) = L2 ; (L1 , L2 ∈ R), então L1 = L2 . Em outras palavras se o limite x→b x→b existe (é um número real), ele é único. ε > 0 existe δ1 > 0, tal que se 0 < |x − b| < δ1 então 2 |f (x) − L1 | < 2ε . Se lim f (x) = L2 , então para todo 2ε > 0 existe δ2 > 0, tal que se 0 < |x − b| < δ2 Prova: Se lim f (x) = L1 , então para todo x→b x→b então |f (x)−L2 | < 2ε . Seja δ o menor entre δ1 e δ2 . Em particular, (b−δ, b+δ)∩(A−{b}) 6= φ; logo, existe z ∈ A tal que 0 < |z−b| < δ e |L1 −L2 | = |L1 −f (z)+f (z)−L2 | ≤ |L1 −f (z)|+|f (z)−L2 | < < 2ε + 2ε = ε; logo, |L1 − L2 | < ε, para todo ε > 0; consequentemente, L1 = L2 . Proposição 10.2. 1. Se lim f (x) = L > 0, então existe δ > 0 tal que f (x) > x→b A − {b} . L 2, para todo x ∈ (b − δ, b + δ) ∩ 2. Se lim f (x) = L < 0, então existe δ > 0 tal que, para todo x ∈ (b − δ, b + δ) ∩ A − {b} x→b tem-se f (x) < L . 2 L Prova: 1. Seja ε = ; então, existe δ > 0 tal que para todo x ∈ (b − δ, b + δ) ∩ A − {b} ; logo, 2 L 3L L ou < f (x) < . |f (x) − L| < 2 2 2 2. Exercício. Proposição 10.3. Se lim f (x) e lim g(x), existem, então para todo α, β ∈ R: x→a x→a 1. lim α f (x) + β g(x) = α lim f (x) + β lim g(x). x→a x→a x→a 2. lim f (x) g(x) = lim f (x) lim g(x) . x→a x→a x→a 381 CAPÍTULO 10. APÊNDICE 382 lim f (x) f (x) = x→a , se lim g(x) 6= 0. x→a x→a g(x) lim g(x) 3. lim x→a n n 4. lim f (x) = lim f (x) , se n ∈ N. x→a x→a 5. lim x→a p n f (x) = q n lim f (x), se lim f (x) ≥ 0 e n é qualquer natural, ou lim f (x) < 0 e n é x→a um natural ímpar. 6. lim ln f (x) = ln lim f (x) , x→a x→a x→a se x→a lim f (x) > 0. x→a 7. Se lim h(x) = lim g(x) = L e existe δ > 0 tal que h(x) ≤ f (x) ≤ g(x), para 0 < |x − a| < δ, x→a x→a então lim f (x) = L. x→a Prova: Provaremos 2 e 7. As demais propriedades ficam como exercícios. 2. Sejam lim f (x) = L e lim g(x) = M , de definição: x→a x→a |f (x) g(x) − L M | = |f (x) g(x) − f (x) M + f (x) M − L M | ≤ |f (x)| |g(x) − M | + |M | |f (x) − L|. Como lim f (x) = L, dado ε > 0 existe δ1 > 0 tal que |f (x) − L| < ε se 0 < |x − a| < δ1 ; logo, x→a |f (x)| < |L| + 1 se 0 < |x − a| < δ1 . Por outro lado também existe δ2 > 0 tal que |f (x) − L| < ε . Seja δ < 2 (|Mε|+1) se 0 < |x − a| < δ2 ; analogamente, existe δ3 > 0 tal que |g(x) − M | < 2 (|L|+1) um número ≤ |+|M | |f (x)−L| menor que δ1 , εδ2 eεδ3 ; então: |f (x) g(x)−L M | ≤ |f (x)| |g(x)−M ε ε ≤ |L| + 1 K1 + |M |K2 < 2 + 2 = ε, se 0 < |x − a| < δ, onde K1 = 2 (|L|+1) e K2 = 2 (|M |+1) . 7. Para todo ε > 0, existem δ1 , δ2 > 0 tal que se 0 < |x − a| < δ1 , então, L − ε < h(x) < L + ε e se 0 < |x − a| < δ2 , então, L − ε < g(x) < L + ε; considere δ menor que δ1 e δ2 ; logo, se 0 < |x − a| < δ; então, L − ε < h(x) ≤ f (x) ≤ g(x) < L + ε. Teorema 10.1. Seja f (x) uma função com domínio D nas condições das definições. Então lim f (x) = L se e somente se os limites laterais existem e lim f (x) = lim f (x) = L. x→a x→a+ x→a− Prova: A condição necessária segue das definições. Reciprocamente, se os limites laterais existem e lim f (x) = lim f (x) = L, temos que dado ε > 0 existem δ1 , δ2 > 0, tais que se x→a+ x→a− a < x < a + δ1 então |f (x) − L| < ε e se a − δ2 < x < a, então |f (x) − L| < ε. Note que δ1 e δ2 podem ser iguais ou diferentes, (arranje exemplos). Caso δ1 6= δ2 , considere δ = mín{δ1 , δ2 }; então se |x − a| < δ temos que |f (x) − L| < ε. 10.2 Funções Deriváveis Teorema 10.2. Se f é derivável em x0 então f é contínua em x0 . 10.2. FUNÇÕES DERIVÁVEIS 383 f (x) − f (x0 ) . Devemos provar que x − x0 lim f (x) = f (x0 ), o que é equivalente a lim (f (x) − f (x0 )) = 0. Prova: Como f é derivável em x0 , temos: f ′ (x0 ) = lim x→x0 x→x0 x→x0 lim (f (x) − f (x0 )) = lim (x − x0 ) x→x0 x→x0 f (x) − f (x0 ) f (x) − f (x0 ) = lim (x − x0 ) lim = 0; x→x0 x→x0 x − x0 x − x0 logo, lim f (x) = f (x0 ). A recíproca do teorema é falsa. x→x0 Proposição 10.4. Sejam u = u(x) e v = v(x) funções deriváveis; então: 1. Regra da soma: As funções u ± v são deriváveis e (u ± v)′ (x) = u′ (x) ± v ′ (x) 2. Regra do produto: A função u · v é derivável e (u · v)′ (x) = u′ (x) · v(x) + u(x) · v ′ (x) 3. Regra do quociente: A função u é derivável, e v ′ u u′ (x) · v(x) − u(x) · v ′ (x) (x) = v (v(x))2 se v(x) 6= 0 Provaremos a segunda propriedade; as outras provas são análogas. (u · v)(x + t) − (u · v)(x) . t→0 t (u · v)′ (x) = lim (u · v)(x + t) − (u · v)(x) = u(x + t) · v(x + t) − u(x) · v(x); somando e subtraindo o termo u(x + t) · v(x), obtemos: (u · v)(x + t) − (u · v)(x) = u(x + t) · v(x + t) − u(x + t) · v(x) + u(x + t) · v(x) − u(x) · v(x); logo, (u · v)(x + t) − (u · v)(x) = u(x + t) · (v(x + t) − v(x)) + v(x) · (u(x + t) − u(x)). u(x + t) (v(x + t) − v(x)) + v(x) (u(x + t) − u(x)) ; logo, t→0 t v(x + t) − v(x) u(x + t) − u(x) (u · v)′ (x) = u(x) · lim + v(x) · lim , t→0 t→0 t t Então: (u · v)′ (x) = lim pois, lim u(x + t) = u(x) (u é derivável, logo contínua). Logo (u·v)′ (x) = u(x)·v ′ (x)+v(x)·u′ (x). t→0 Teorema 10.3. Regra da Cadeia Sejam f e g funções, tais que g ◦ f esteja bem definida. Se f é derivável em x e g é derivável em f (x), então g ◦ f é derivável em x e: (g ◦ f )′ (x) = g′ (f (x)) · f ′ (x). CAPÍTULO 10. APÊNDICE 384 Prova: Se x0 ∈ Dom(f ), provaremos que (g ◦ f )′ (x0 ) = g′ (f (x0 )) · f ′ (x0 ). Consideremos a seguinte função: g(t) − g(f (x0 )) se t = 6 f (x0 ) t − f (x0 ) G(t) = ′ g (f (x0 )) se t = f (x0 ). G é contínua em t0 = f (x0 ), de fato: lim G(t) = t→f (x0 ) g(t) − g(f (x0 )) = g′ (f (x0 )) = G(f (x0 )). t − f (x0 ) t→f (x0 ) lim G também é contínua em t = f (x) 6= f (x0 ), pois para s 6= f (x0 ), temos: g(s) − g(f (x0 )) g(t) − g(f (x0 )) = = G(t). s→t s − f (x0 ) t − f (x0 ) lim G(s) = lim s→t f é diferenciável, logo contínua; então, G ◦ f é contínua em Dom(f ), e: lim G(f (x)) = G(f (x0 )) = g′ (f (x0 )). x→x0 g(f (x)) − g(f (x0 )) f (x) − f (x0 ) = G(f (x)) . x − x0 x − x0 No caso que f (x) = f (x0 ) se x 6= x0 , ambos os lados da ultima igualdade são nulos. Por outro lado, se x 6= x0 : (g ◦ f )′ (x0 ) = lim x→x0 g(f (x)) − g(f (x0 )) f (x) − f (x0 ) = lim G(f (x)) = g′ (f (x0 )) f ′ (x0 ). x→x0 x − x0 x − x0 Proposição 10.5. Se f é uma função derivável no intervalo (a, b) e x0 ∈ (a, b) é um extremo relativo de f , então f ′ (x0 ) = 0. Prova: Suponha que x0 é um ponto de máximo relativo de f ; como f é derivável em (a, b), temos: f (x) − f (x0 ) . f ′ (x0 ) = lim x→x0 x − x0 Mais ainda: f ′ (x0 ) = lim x→x0 i) Se x → x+ 0, + f (x) − f (x0 ) f (x) − f (x0 ) = lim . − x − x0 x − x0 x→x0 então x − x0 > 0 e f (x) − f (x0 ) ≤ 0, logo f ′ (x0 ) ≤ 0. ii) Se x → x0 − , então x − x0 < 0 e f (x) − f (x0 ) ≤ 0, logo f ′ (x0 ) ≥ 0. De i) e ii) temos que f ′ (x0 ) = 0. A prova para mínimo é análoga. Teorema 10.4. (do Valor Médio) Seja f : [a, b] −→ R contínua e derivável em (a, b). Então existe pelo menos um x0 ∈ (a, b) tal que: f ′ (x0 ) = f (b) − f (a) b−a 10.2. FUNÇÕES DERIVÁVEIS 385 f (b) − f (a) . F é contínua em [a, b], b−a f (b) − f (a) . Pelo Teorema de Rolle aplicado derivável em (a, b) e F (a) = F (b); F ′ (x) = f ′ (x) − b−a a F , existe x0 ∈ (a, b) tal que F ′ (x0 ) = 0; então: Prova: Considere a função F (x) = f (x) − f (a) − (x − a) f ′ (x0 ) = f (b) − f (a) . b−a Interpretação geométrica da função auxiliar F i) A equação da reta que passa pelos pontos A = (a, f (a)) e B = (b, f (b)) é: y= f (a) − f (b) b−a (x − a) + f (a). ii) F (x) = f (x) − y, ou seja, F (x) representa a diferença das ordenadas do gráfico de f e da reta que passa pelos pontos A e B para os pontos de mesma abscissa. Observe que no desenho anterior, F (x) ≤ 0, para todo x ∈ [a, b], pois o gráfico de f está abaixo da reta que passa por A e B. Teorema 10.5. (Teorema do Valor Médio Generalizado ) Sejam f e g funções contínuas em [a, b] e deriváveis em (a, b). Se g′ (x) 6= 0 para todo x ∈ (a, b), então existe pelo menos um x0 ∈ (a, b) tal que: f (b) − f (a) f ′ (x0 ) = . ′ g (x0 ) g(b) − g(a) Prova: i) Observemos, primeiramente, que a expressão do enunciado do Teorema está bem definida. De fato, se g(a) = g(b), considerando h(x) = g(x) − g(a), obtemos h(a) = h(b) = 0; como h é contínua em [a, b] e derivável em (a, b), pelo Teorema de Rolle temos que existe x0 ∈ (a, b) tal que h′ (x0 ) = 0; então g′ (x0 ) = 0, o que é uma contradição com a hipótese do Teorema. Logo, g(a) 6= g(b). ii) Definamos a seguinte função: F (x) = f (b)−f (a) g(x)−g(a) − f (x)−f (a) g(b)−g(a) . F é contínua em [a, b] e derivável em (a, b), F (a) = F (b) e: F ′ (x) = g′ (x) f (b) − f (a) − f ′ (x) g(b) − g(a) . Pelo Teorema de Rolle, existe x0 ∈ (a, b) tal que F ′ (x0 ) = 0. Usando a expressão da derivada de F obtemos o resultado. Teorema 10.6. (L’Hôpital) Sejam f e g funções deriváveis num domínio D que pode ser um intervalo aberto ou uma reunião de intervalos abertos, exceto possivelmente num ponto a e g(x) 6= 0, para todo x 6= a. CAPÍTULO 10. APÊNDICE 386 f ′ (x) = L, então: x→a g ′ (x) 1. Se lim f (x) = lim g(x) = 0 e lim x→a x→a f (x) f ′ (x) = lim ′ = L. x→a g(x) x→a g (x) lim f ′ (x) = L, então: x→a g ′ (x) 2. Se lim f (x) = lim g(x) = ∞ e lim x→a x→a f (x) f ′ (x) = lim ′ = L. x→a g(x) x→a g (x) lim f ′ (x) f (x) = lim ′ , o outro caso é analogo. Consideremos as x→a+ g (x) x→a+ g(x) ( ( g(x) se x 6= a f (x) se x 6= a e G(x) = F (x) = 0 se x = a. 0 se x = a Prova: 1. Provaremos que: lim funções: Seja β > a, F e G são deriváveis em (a, β) e lim F (x) = lim f (x) = lim G(x) = lim g(x) = 0. x→a+ x→a+ x→a+ x→a+ F ′ = f ′ e G′ = g′ em (a, β). Se x ∈ (a, β); então F e G são contínuas em [a, x]; logo, pelo teorema do valor médio generalizado, existe x0 ∈ (a, x) tal que: F ′ (x0 ) F (x) − F (a) = ′ , G(x) − G(a) G (x0 ) como F (a) = G(a) = 0, temos lim x→a+ F (x) F ′ (x0 ) = ′ se x0 ∈ (a, x). Então: G(x) G (x0 ) f (x) F (x) F ′ (x0 ) F ′ (x) f ′ (x) = lim = lim = lim = lim ; g(x) x→a+ G(x) x0 →a+ G′ (x0 ) x→a+ G′ (x) x→a+ g′ (x) pois se x → a+ ; então x0 → a+ . Fazendo t = 1 1 1 ′ (x) = −g ′ 1 1 ; logo ; então f ′ (x) = −f ′ e g x t t2 t t2 1 1 f f′ ′ f (x) t = lim t = lim f (x) . lim = lim 1 t→0+ ′ 1 x→+∞ g′ (x) x→+∞ g(x) t→0+ g g t t 10.3 Funções Integráveis Proposição 10.6. Se f e g são funções integráveis em [a, b], então: 10.3. FUNÇÕES INTEGRÁVEIS 387 1. Linearidade da Integral. α f + β g é função integrável em [a, b], para todo α, β ∈ R e: Z b a b Z α f (x) + β g(x) dx = α Z f (x) dx + β a b g(x) dx. a 2. Monotonicidade da Integral. Se f (x) ≥ g(x) em [a, b]; então, Z b f (x) dx ≥ b Z g(x) dx. a a 3. |f | é integrável e: Z b Z b f (x) dx. ≤ f (x) dx a a 4. Sejam a < c < b e f uma função integrável em [a, c] e [c, b] respectivamente. Então f é integrável em [a, b] e: Z b f (x) dx = a Z c f (x) dx + a Z b f (x) dx. c Prova: 1. Provaremos que para toda partição P de [a, b] e para todo ci ∈ [xi−1 , xi ] teremos que n X lim α f + β g (ci )∆xi existe. De fato: |∆xi |→0 i=1 lim |∆xi |→0 =α n X i=1 lim |∆xi |→0 α f + β g (ci )∆xi = n X f (ci )∆xi + β i=1 |∆xi |→0 lim |∆xi |→0 pois f e g são integravéis em [a, b]; logo: Z lim n X α f (ci )∆xi + i=1 α f (x) + β g(x) dx = α 2. Por 1. provaremos que se h = f − g; então, Z Z f (x) dx + β a f (x) dx + β a β g(ci )∆xi b b Z n X i=1 i=1 g(ci )∆xi = α b a X n Z Z = b g(x) dx, a b g(x) dx. a b h(x) dx ≥ 0. Para toda partição P de [a, b] e a para todo ci ∈ [xi−1 , xi ] temos que h(ci ) ≥ 0; logo, n X h(ci )∆xi ≥ 0 e: i=1 Z a b h(x) dx = lim |∆xi |→0 n X h(ci )∆xi ≥ 0. i=1 4. Para toda partição P de [a, b] tal que c = xi para algum i; então [a, c] é subdividido em r subintervalos e [c, b] em n − r subintervalos; logo: CAPÍTULO 10. APÊNDICE 388 n X f (ci )∆xi = Então: b f (x) dx = a lim |∆xi |→0 n X f (ci )∆xi = b f (x) dx = a Z n−r X lim r X f (ci )∆xi + i=1 c f (x) dx + a Z d dx Prova: Seja h ∈ R tal que x + h ∈ [a, b]: Z Z x Z x+h f (t) dt = f (t) dt − g(x + h) − g(x) = a Z f (ci )∆xi ; logo: i=r f (x) dx. c Seja f : [a, b] −→ R uma função contínua. A função g(x) = g′ (x) = f (x), ou, g′ (x) = lim |∆xi |→0 n−r X b Teorema 10.7. (Fundamental do Cálculo). a f (ci )∆xi . i=r |∆xi |→0 i=1 Z f (ci )∆xi + i=1 i=1 Z r X Z x f (t) dt é derivável e: a x f (t) dt = f (x). a x+h f (t) dt + Z a f (t) dt = x a Z x+h f (t) dt. x Suponha que h > 0. Como f é contínua no intervalo [x, x + h], pelo teorema de Weierstrass, existem u, v ∈ [x, x + h] tal que f (u) ≤ f (t) ≤ f (v), então Z x+h Z x+h Z x+h f (v) dt; f (t) dt ≤ f (u) dt ≤ x x x logo: h f (u) ≤ 1 e f (u) ≤ h Z x+h Z x+h f (t) dt ≤ h f (v), x f (t) dt ≤ f (v). Por outro lado, se h → 0, então u → x e v → x, e: x lim f (u) = lim f (u) = f (x), h→0 u→x lim f (v) = lim f (v) = f (x), h→0 v→x pois f é contínua; então: g(x + h) − g(x) ≤ f (x), h→0 h donde g′ (x) = f (x). Analogamente se h < 0. f (x) ≤ lim Corolário 10.8. Se f é uma função integrável em [a, b] e admite uma primitiva F (x) em [a, b], então: Z b f (x) dx = F (b) − F (a) a 10.3. FUNÇÕES INTEGRÁVEIS 389 Prova: Defina: G(x) = Z x f (x) dx. a Pelo Teorema Fundamental do Cálculo: G′ (x) = f (x), x ∈ [a, b]. Logo, existe C ∈ R tal que: G(x) = F (x) + C. Por outro lado: G(a) = 0, então C = −F (a) e: G(x) = F (x) − F (a) =⇒ G(b) = Z a b f (x) dx = F (b) − F (a). 390 CAPÍTULO 10. APÊNDICE