UNIDADE TEMATICA

Propaganda
________________________________
UNIDADE TEMÁTICA
O respeito e a autonomia Moral versus a violência e a
indisciplina na escola.
LONDRINA – 2011
_______________________________
Luiz Antonio burim
O respeito e a autonomia Moral versus a violência e a
indisciplina na escola.
Unidade Temática apresentado à Secretaria
Estadual de Educação (SEED), como Material
Didático-Pedagógico, resultante do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), através da
Universidade Estadual de Londrina (UEL) –
Disciplina de Pedagogia, sob a orientação da
Professora
Luciane
Guimarães
Batistella
Bianchini.
LONDRINA – 2011
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................................03
1 O Respeito e a Autonomia Moral versus a Violência e a Indisciplina na
Escola...............................................................................................................04
1.1 Definindo a moral: valores e afetos.............................................................05
1.2 O respeito enquanto princípio básico das relações humanas.....................06
1.3 O respeito, a violência e a indisciplina na escola........................................08
Referências.......................................................................................................12
O respeito e a autonomia Moral versus a violência e a
indisciplina na escola.
Professor PDE:
Luiz Antonio Burim
[email protected]
Orientadora – IES – UEL
Luciane G.Batistella Bianchini
[email protected]
3
APRESENTAÇÃO
A necessidade de superar os conflitos existentes em sala de
aula motivou o estudo sobre a temática: desenvolvimento da autonomia moral
na escola. Muitos alunos que frequentam o Ensino Fundamental e Médio
apresentam comportamentos que oscilam entre a agressividade e a apatia,
levando-nos a refletir sobre o que está acontecendo.
Ante as inúmeras reflexões decorrentes de nossa formação
enquanto alunos do Programa de Desenvolvimento Educacional, nós
desejamos compartilhar, por intermédio deste Caderno Temático, os resultados
das pesquisas atuais sobre este tema, revelando a importância em
trabalharmos com nossos alunos valores solidários, como companheirismo,
respeito mútuo, dentre outros, tão importantes para a vida em sociedade.
A construção de valores na escola para promover a autonomia
dos alunos é um tema que tem chamado atenção de vários pesquisadores,
uma vez que este espaço não é neutro, promove encontro compartilhado de
sentidos sobre a vida e as relações humanas. Assim, ao refletirmos sobre a
realidade escolar e o modo como temos vivenciado as interações entre
sujeitos, precisamos ampliar nossa visão e compreender que um sujeito “[...] é
fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, mas é
também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo como
compreende e como dele lhe é possível participar” (Diretrizes Curriculares da
Educação Básica – Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008, p. 16).
Como os alunos ocupam grande parte de seu tempo na escola,
este é o local apropriado para vivenciar o máximo de situações que lhes
oportunizem reflexões sobre as suas ações e o que estas refletem na vida do
outro e vice-versa, a fim de que se tornem sujeitos autônomos, responsáveis
pelos seus atos e que possam fazer história mediante atitudes solidárias para
com o mundo. Por isso, este Caderno Temático compõem-se de temas que
ajudarão o professor a compreender a importância de suas ações na escola e,
com base nisto, auxiliar na promoção de ambientes sociocooperativos.
O primeiro capítulo, elaborado pelo Professor Luiz Antonio
Burim, trata do tema O Respeito e a Autonomia Moral versus a Violência e a
4
Indisciplina na Escola. Estudos como o de Piaget, por exemplo, têm revelado
que as atitudes, muitas vezes concebidas como imorais ou de desrespeito,
como é o caso da violência escolar, podem ser decorrentes das interações que
estabelecemos na atualidade. Como a escola é um ambiente formador da
moral, é preciso repensar sua atuação e abrir novos caminhos de compreensão
e atuação do professor na formação moral do educando, valorizando o respeito
mútuo e a cooperação. A ênfase na formação moral com vista à autonomia
pode possibilitar a construção de ambientes sociocooperativos que promovam
o respeito mútuo no processo de combate ao enfrentamento da violência no
cotidiano escolar.
1 O Respeito e a Autonomia Moral
versus a Violência e a Indisciplina na
Escola
Luiz Antonio Burim
A violência na escola não é um fenômeno estático, que tenha
mantido as mesmas características nas décadas que se seguiram à sua
existência. Ao contrário, a violência escolar apresenta expressões diferentes na
atualidade, que vão desde comportamentos que podemos considerar como
indisciplinados até a violência corporal ou simbólica.
A questão é que essa violência tem se tornado uma fonte de
stress nas relações interpessoais, particularmente quando relacionada à
situação de conflito em sala de aula. Neste caso, além de se constituir em um
“problema” aos professores e alunos, essa violência tem algo a dizer sobre o
ambiente escolar, seus valores e sobre a própria necessidade de mudanças no
modo de respeitarmos uns aos outros.
Assim, para compreendermos melhor as atitudes humanas na
atualidade, trataremos deste assunto com base na contribuição teórica do
pesquisador Jean Piaget, que construiu uma teoria sobre o desenvolvimento
moral. Em uma de suas teses sobre esta temática, Piaget considera que a
5
moral não é inata, mas se constitui nas interações sociais, em decorrência do
respeito que temos pelas pessoas, e este se constitui no modo como
interagimos uns com os outros.
1.1Definindo a moral: valores e afetos
O filósofo Immanuel Kant, no século XVIII, ao refletir sobre o
que é moral, explica que “agir moralmente bem não é a mesma coisa que agir
de acordo com as regras sociais ou mesmo as leis que nos cercam. Se assim
fosse, não precisaríamos dessa coisa chamada moral” (Menin, 2003, p.38).
Menin acrescenta que,
Para Kant, a moral não é algo assim tão simples, tão contingente, isto
é, ligado apenas aos costumes de cada povo e, portanto, totalmente
relativa: cada povo tem seus costumes. A moral tem que indicar como
“bom” ou “certo” algo que possa parecer assim (bom, certo para o
maior número de pessoas possível). [...] para sermos moralmente
corretos, basta agirmos de acordo com motivos racionais que
concordemos (MENIN, 2003, p. 38-39).
Jean Piaget, psicólogo suíço, construiu uma teoria sobre o
desenvolvimento moral e considera que a moral vem do respeito que
adquirimos às regras, mas este começa no respeito que temos às pessoas que
impõem as regras. O autor ainda completa que “[...] primeiro respeitamos
pessoas, depois regras” (MENIN, 2003, p. 50).
Ante esta afirmação, fica claro que a moral está relacionada a
aspectos afetivos e significa o valor que se dá aos atos que podemos
considerar moral ou não. A palavra “valor”, definida por Taille (2005, p. 1),
significa um objeto com investimento afetivo, ou seja:
[...] um objeto torna-se valor para uma pessoa se nela desperta
algum afeto, ou seja, senão a deixa indiferente. Deve-se entender
objeto no seu sentido intelectual: estamos falando de objeto de
conhecimento, que pode ser um objeto físico, uma pessoa, um grupo,
uma ideia, etc.
A questão é que ninguém nasce com valores constituídos,
portanto, não nascemos significando algo como certo ou errado, bom ou mau,
a valoração de um objeto é construída na interação do indivíduo com o mundo
(PIAGET, 1994), dentre eles, nas interações na escola. Embora com limitações,
6
a escola é um dos espaços sociais possíveis para promover a formação de
valores morais no indivíduo (MENIN, 2003, p.50-52).
1.2 O respeito enquanto princípio básico das relações
humanas
O respeito, assim como as demais atitudes morais do ser
humano, constitui-se nas interações sociais. Neste caso, para um indivíduo
respeitar alguém, é preciso primeiro ser respeitado e, por essa via, constituir
um valor significativo sobre tal atitude.
O respeito foi pesquisado por Piaget (1994) no decorrer de
seus estudos sobre desenvolvimento moral, que o dividiu em três fases:
anomia, heteronomia (ser governado por outros) e autonomia (autogovernarse). O autor encontrou em suas observações dois tipos de respeito por
pessoas durante o desenvolvimento moral: o respeito unilateral e o respeito
mútuo.
O respeito unilateral está presente no período da heteronomia,
momento no qual o sujeito obedece às regras, porque as entende como
sagrada, ou por medo da punição.
Quando somos pequenos, temos pelos grandes um respeito
unilateral: a criança respeita o adulto muito mais que este àquela. Por
melhor que seja a relação entre filhos e pais, alunos e professores, ou
outras relações em que o poder de atuação de um sobre o outro é
muito desigual, isto estrutura uma relação de coação. Na coação, o
“grande” impõe ao pequeno o que este deve fazer e fornece
conseqüências positivas ou negativas, conforme suas ordens sejam
seguidas ou não. O pequeno obedece por medo, por afeto, ele se
molda ao grande, ele o imita. (MENIN, 2003, p. 50)
As relações de respeito unilateral, próprias de interações por
coação e estabelecidas espontaneamente entre o adulto e a criança, são
importantes, na medida em que as ajudam construir “um primeiro tipo de
controle lógico e moral” importante para que entenda a vida social. Por outro
lado, “o respeito da criança pelo adulto tem por efeito provocar o aparecimento
de uma concepção anunciadora da noção de verdade: o pensamento deixa de
7
afirmar simplesmente o que lhe agrada, para conformar com a opinião do
ambiente” (PIAGET, 1994, p. 298-299).
Outro ponto a destacar é que, neste tipo de interação, as
crianças, normalmente, começam a imitar o adulto ou alguém mais velho a elas
e, com isto, “[...] não só aprendem a fazer o que devem, mas se tornam iguais
a quem lhes manda”, com seus valores e atitudes (MENIN, 2003, p. 50).
Sendo assim, nossos exemplos, ao agir no mundo, são
formadores da moral infantil. Isto se deve ao fato de que, nesse momento do
desenvolvimento, a criança apresenta inconsciência de que ela e o outro
pensam diferente, dada sua condição intelectual egocêntrica (incapacidade de
colocar-se no lugar do outro), por isso ela não percebe que está imitando os
outros.
Mas como a criança poderá sair desta condição de coação e
imitação do adulto para tornar-se autônoma?
Para isto, Piaget apresenta outro tipo de respeito encontrado
no desenvolvimento moral, que é o respeito mútuo. O respeito mútuo, presente
no período de autonomia moral, é decorrente das interações por cooperação,
normalmente encontradas em relações simétricas (entre iguais). A cooperação,
para Piaget (apud MENIN, 2003, p. 51), significa “operar com”, ou seja, trocar
ideias, conhecimento, enfim, é quando há um equilíbrio nas trocas presentes
nas interações, em relações onde há mais “igualdade de poder”.
Piaget acrescenta que “a crítica nasce da discussão e a
discussão só é possível entre iguais; portanto, só a cooperação realizará o que
a coação intelectual é incapaz de realizar” e conclui que, para haver
socialização do espírito, “[...] a cooperação é necessária, porque somente ela
conseguirá libertar a criança da mística da palavra adulta” (1994, p. 298-299).
[...] A cooperação exerce no domínio moral como nas coisas da
inteligência, um papel, ao mesmo tempo libertador e construtivo. [...]
só a cooperação leva à autonomia, a cooperação é fonte de valores
construtivos (PIAGET, 1994, p. 300).
Para Araújo (2003, p. 102), a moral de autonomia ou moral do
bem, na qual a cooperação prevalece, “[...] tem como base as relações de
8
respeito e reciprocidade, [...] a cooperação surge como elemento central no
processo de desenvolvimento cognitivo e moral da pessoa”.
1.3 O respeito, a violência e a indisciplina na escola
Em nossa convivência com os educandos, podemos perceber
o seu desenvolvimento moral pela observação de suas ações para com os
participantes da escola, como também as nossas ações com relação a eles.
Silva (2009) argumenta que a indisciplina e a violência nas escolas podem ser
“[...] produto do fato de os alunos não terem como valor central em suas
personalidades o respeito ao outro” (SILVA, 2009, p. 150.)
O respeito, como foi discutido até aqui, tem valor afetivo nas
relações interpessoais e é o que move um sujeito a seguir uma regra
inicialmente, e não o conteúdo da regra em si. Diante disto, podemos
questionar: Será que estamos atuando em nossas interações na promoção do
respeito mútuo ou do respeito unilateral?
Quando interagimos com ênfase no respeito unilateral,
atuamos no condicionamento do comportamento do indivíduo pelo medo da
punição ou por uma recompensa prometida, ou seja, não há reflexão, mas
apenas a imposição de um ponto de vista, tão comum em procedimentos que
visam apenas à obediência às regras. Este tipo de procedimento não tem como
função educar para a autonomia, e sim para a heteronomia (TAYLLE; SILVA;
JUSTO, 2006).
Por outro lado, quando interagimos com respeito mútuo, não
quer dizer que o professor deixa de ter sua autoridade no espaço que ocupa na
escola ou que a intervenção do professor, em situações de conflito
interpessoal, deva ser negada. O professor, pelo contrário, deve discutir e
refletir com todos os participantes da comunidade escolar sobre tais conflitos,
de modo que haja a promoção do desenvolvimento da autonomia (TOGNETTA;
VINHA, 2008, p. 11242-11246).
Sobre as interações e atividades escolares Menin (2003, p. 98)
destaca que “[...] pais e professores que querem a educação para a autonomia
devem primeiramente considerar seus próprios comportamentos e julgamentos
9
morais”. Nesse sentido, a sua autonomia será modelo para os educandos, e a
ausência dela também.
Por outro lado, a promoção de interações mais solidárias e
respeitosas implica por parte do professor:
[...] tomar consciência de que a ética está presente nas mais diversas
dimensões da escola, tais como: na relação da equipe de
especialistas com os integrantes da instituição e também no trabalho
docente, ou seja, na postura, nos juízos emitidos, na qualidade das
relações que são estabelecidas, nas concepções e intervenções
diante da indisciplina, do bullying, das infrações, dos
conflitos.(TOGNETTA; VINHA, 2008. p. 11242-11246)
Portanto, o enfrentamento da violência no ambiente escolar
coloca-nos, hoje, diante de reflexões importantes sobre o modo de interação
estabelecido entre os indivíduos. Nos livros Para onde vai a educação, de
1948, e Os procedimentos da educação moral, de 1930, Piaget considera
importante pensar sobre a influência das relações interpessoais e decorrências
na construção de ambientes sociocooperativos ou não. (apud Araujo. 2003 p.
102)
Piaget, ao discutir a autonomia moral e as relações de
cooperação, em sua obra Estudos Sociológicos (1965/1973), afirma que “essa
natureza reflexiva, crítica e reguladora da cooperação é que permite a
socialização intelectual do homem, abrindo espaço para a construção de um
equilíbrio racional consciente” (apud Araújo. 2003, p.103-104). Em outras
palavras, a reflexão crítica sobre seus atos e dos outros abre caminhos para
transformações, mudança de postura que envolve valores éticos e morais,
como o respeito ao outro e a responsabilidade subjetiva.
Assim, é a partir de situações de cooperação e reciprocidade
que podemos refletir sobre a indisciplina, a violência, o bullying e o
cyberbullying com os nossos educandos, favorecendo a eles uma maior
compreensão da realidade escolar e sobre as decorrências de sua atuação
diante de situações conflituosas.
[...] faz-se também necessário que os alunos tenham experiências
vividas efetivamente com os valores morais, propiciando uma
atmosfera sociomoral cooperativa no contexto educativo. [...] Desejase que os alunos ajam moralmente, mas não se abrem espaços pra
10
que haja reflexão sobre as ações, sobre os princípios e as normas,
sobre os valores e sentimentos que nos movem [...] para fazer com
que os valores morais tornem-se centrais na personalidade, para a
vivência democrática e cooperativa e para resolver problemas que
requerem, o desenvolvimento das dimensões cognitivas e afetivas,
assim como de habilidades interpessoais, é preciso oferecer nas
instituições educativas oportunidades requentes para a realização de
propostas de atividades sistematizadas que trabalhem os
procedimentos da educação moral. .(TOGNETTA; VINHA, 2008, p.
11242-11246).
Situações de violência, com frequência, decorrem do fato de
não haver reciprocidade no respeito entre o educando e o educador. Quando
há o respeito mútuo, se o educando desrespeitar o professor/educador, surge,
então, o sentimento de vergonha. No entanto, se o educando é humilhado, ele
se revolta contra aqueles que o ofendem, e Taille alerta:
Portanto, tenhamos cuidado em condenar a indisciplina sem ter
examinado a razão de ser das normas impostas e dos
comportamentos esperados. [...] Cada aluno quer ser admirado
pessoalmente, mas não concebe que alguém possa condenar seus
comportamentos associais. [...] a finalidade principal da escola é a
preparação para o exercício da cidadania. E, para ser cidadão, são
necessários sólidos conhecimentos, memória, respeito pelo espaço
público, um conjunto mínimo de normas de relações interpessoais, e
diálogo franco entre olhares éticos. Não há democracia se houver
completo desprezo pela opinião pública (1996 p. 20-23).
Silva (2006 p.58-82.) apresenta possibilidades que podem ser
exploradas com a finalidade de minimizar a indisciplina e a violência nas
escolas. São elas: 1. Substituir a cultura da culpa pela da responsabilidade; 2.
Tentar “conscientizar” os envolvidos; 3. Democratizar as relações escolares; 4.
Deixar de conceber o aluno indisciplinado como problema; 5. Propiciar
orientações pedagógicas, psicopedagógicas e psicológicas; 6. Compreender e
concretizar a educação como fator de desenvolvimento psicológico e da
dignidade do ser humano; 7. Articular os conteúdos tradicionais à vida; 8.
Substituir o uso de punições expiatórias pelas sanções por reciprocidade; 9.
Abolir qualquer forma de humilhação; 10. Priorizar os valores morais e éticos;
11. Buscar a superação de modelo de sociedade adultocêntrico e puericêntrico;
12. Diminuir o desemprego e aumentar o poder aquisitivo e a participação
efetiva da população nos destinos da polis; 13. Combater a impunidade e o
aumento da violência.
11
A escola é o espaço em que o educando tem acesso ao
aprendizado e ao conhecimento, local de convívio entre os (as) diferentes,
onde educandos e educadores deveriam sentir-se seguros. No entanto,
constatamos que temos estabelecimentos de ensino onde a violência é
alarmante, colocando todos em situação de alerta.
Segundo Taille (1996, p. 9, “[...] as crianças de hoje não têm
limites, pois os pais não impõem a escola não os ensina, a sociedade não
exige e a televisão sabota”. Sendo assim, se não há limites, também não há
respeito, porque o valor que regula nossas ações fica amplo demais.
A questão é que todas as escolas atuam na formação moral de
seus alunos e, de um jeito ou de outro, estamos participando da formação do
seu caráter. Para Piaget (1994), uma formação moral com vistas à autonomia e
ao respeito mútuo só é possível nas interações com cooperação, já que, neste
tipo de interação, os sujeitos interagem uns com os outros (cooperam uns com
os outros) e na escola isso pode ser feito, inclusive em trabalhos de relações
grupais. A prática da cooperação permite o desenrolar de certos encontros e
desencontros que acontecem numa sala de aula, os quais representam uma
possibilidade para serem objeto de reflexão.
12
Referências
ARAÚJO, Ulisses Ferreira de. O ambiente escolar e o desenvolvimento do
juízo moral infantil. MACEDO, Lino (Org.). Cinco estudos de educação moral.
3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 100-131. – (Coleção psicologia e
educação).
MENIN, Maria Suzana de Stefano. Desenvolvimento Moral. MACEDO, Lino
(Org.). Cinco estudos de educação moral. 3. ed. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2003. p. 36-.100– (Coleção psicologia e educação).
PIAGET, Jean. Os procedimentos da educação moral. MACEDO, Lino (Org.).
Cinco estudos de educação moral. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2003. p.02-36 – (Coleção psicologia e educação).
______. O juízo moral na criança. 4. ed. São Paulo: Summus, 1994. (Original
publicado em 1932).
______. Estudos sociológicos. São Paulo: Companhia Editora Forense,
1973.
SILVA, Nelson Pedro. Ética, indisciplina & violência nas escolas: Petrópolis,
RJ: Vozes, 2009.
______. Ética, (In) disciplina e relação professor-aluno . Porto Alegre:
Mediação 2006. p. 55-94.
TAILLE, Yves de La. A Indisciplina e o sentimento de vergonha. AQUINO,
Julio Groppa (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e Práticas.
São Paulo: Summus, 1996. p.. 9-23
TAILLE, Yves de La; SILVA, Nelson Pedro; JUSTO, José. Sterza. Indisciplina,
disciplina: Ética, moral e ação do professor. Porto Alegre: Mediação, 2006.
TAILLE, Yves de La. A dimensão ética de Jean Piaget. 2005. Disponível em:
<http://www.crmariocovas.sp.gov.br/dea_a.pht>. Acesso em: 4 mar. 2011.
TOGNETTA, L. R. P. A construção da solidariedade e a educação do
sentimento na escola: uma proposta de trabalho com as virtudes numa visão
construtivista. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.
TOGNETTA, L. R. P; VINHA, T. P. Quando a escola é democrática: um olhar
sobre a prática das regras e assembléias na escola. Campinas, SP: Mercado
de Letras, 2007.
______. A construção da autonomia moral na escola: a intervenção nos
conflitos interpessoais e a aprendizagem de valores. 2008. Disponível em:
http://www.diaadia.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=90>
. Acesso em: 25 mar. 2011.
13
Download