i 07­02­2013 Periodicidade: Diária Temática: Saúde Classe: Informação Geral Dimensão: 388 Âmbito: Nacional Imagem: S/Cor Tiragem: 80000 Página (s): 14 100 REMÉDIOS SEM CONTRA INDICAÇÕES Nenhum problema é tão grande ou tão complicado que Durante anos em Portugal as listas de espera para cirurgias aparentavam ser a ovelha negra da nossa saúde Ema Paulino espera não surtiam os efeitos nem per to dos desejados mais o esforço eco lização de algumas destas interven ções pelas entidades privadas pois os nómico e a escassez de recursos huma valores estabelecidos não cobrem os nos não eram aceites pela sociedade como pretexto para não haver evolu custos ção positiva Anos volvidos um novo relatório da OCDE divulgado esta sema na confirma o que já se conjecturava as listas de espera para cirurgias dimi nuíram 35 Costuma dizer se que é da boca das crian ças que sai a verdade E tal como Linus van Pelt personagem de banda dese nhada e melhor amigo de Charlie Brown dizia nenhum problema é tão grande ou tão complicado que não se possa fugir dele Independentemente da magnitude dos problemas que possam apoquentar per sonagens de ficção não é nada difícil imaginar a razão por que Linus optaria por fugir dos seus problemas em vez de os encarar Afinal parece ser quase uma fórmula científica aplicada a este aspec to da natureza humana diferir as deci sões na proporção da grandeza dos pró prios dilemas Durante anos em Portugal as listas de espera para cirurgias aparentavam ser a ovelha negra da nossa saúde naquele que se julgava ser um ambien te global benigno Na verdade parecia que nada mais ia mal neste domínio considerando que todos os indicado res de saúde da população melhora vam progressivamente Contudo as tentativas de resolução das listas de nos últimos cinco anos e a média de tempo de espera reduziu em 63 de oito para três meses Estes indicadores evoluíram favoravelmen te pelo recurso a de três mecanismos o incremento da produção durante o horário regular de trabalho o aumen to da capacidade nos hospitais públi cos e a contratualização de cirurgias a hospitais privados O programa SIGIC que transfere os doentes para um outro hospital públi co ou privado quando o tempo de espera é superior a um nível pré deter minado é apontado como uma das alavancas para o sucesso Mas impor ta referir aqui que desde a resolução do Conselho de Ministros que o apro Perante este cenário Fernando Leal da Costa afirmou na ocasião que o Gover no estaria a criar um conjunto de regras que visavam aumentar a capacidade de resposta nos hospitais públicos Sobre o que Fernando Leal da Costa não se pronunciou foi sobre a questão do cus to versus valor Se o valor está desade quado para o sector privado não o esta rá também para o sector público Afi nal parece emergir novamente a questão sobre se estamos a pagar um preço sus tentável e ao mesmo tempo justo e rea lista pela saúde Se o valor que temos disponível para pagar não cobre os custos dos cuida dos que são prestados e não importa aqui se é sector público ou privado quais são as consequências Dizer que há um aumento do tempo de espera não é resposta verosímil Isso revela ria problemas de tesouraria E todos sabemos que o problema da saúde em vou em 2004 o programa já sofreu 10 alterações ou adições A última ocor reu o ano passado estabelecendo se os preços a pagar às unidades presta doras de cuidados de saúde públicas e privadas No entanto quando esta Portugal não é só financeiro É maio ciação Portuguesa dos Hospitais Pri vados veio afirmar que a redução dos preços pagos pelas cirurgias cerca de Durante quanto tempo iremos conti nuar a fugir à questão Ou melhor quem quererá ficar com o ónus da resposta tabela foi fixada o Presidente da Asso 10 em média tornava inviável a rea ritariamente económico Neste con texto e com este financiamento a úni ca forma de diminuir os gastos para o SNS é se menos pessoas tiverem aces so às cirurgias Não é só uma questão do tempo que esperam por elas Farmacêutica Escreve à quinta feira