Enfermidades neoplásicas

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Doenças Neoplásicas
Disciplina de Doença das Aves
Curso de Medicina Veterinária
Profa. Elizabeth Santin
Doenças Neoplásicas
• Introdução
– São
basicamente
três
enfermidades virais aviárias
caracterizadas pela presença
tumores
com
diferentes
agentes etiológicos.
• Doença de Marek;
• Complexo Leucótico aviário;
• Reticuloendoteliose
Doenças Neoplásicas
• Introdução
- Causam alta mortalidade e
condenação de carcaça;
- No caso da leucose aviária
pode ter comprometimento
grave em reprodutoras devido
a transmissão vertical
congênita e hereditária.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
– 1907 – Marek descreveu a doença
caracterizada
por
infiltração
mononuclear em nervos periféricos
em galos que apresentavam
paresia.
– Nos anos 60 ficou muito conhecida
esta doença caracterizada por
linfomas
viscerais,
sendo
o
herpesvírus descrito como o agente
etiológico;
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
– Ainda em 1960 a atenuação e
utilização do vírus em vacinas
representaram
um
dos
maiores avanços no controle
desta doença;
– Foi a primeira vacina efetiva
contra câncer em todas as
espécies.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
Etiologia
– Família: herpesvirideae
– Herpesvírus
•
•
•
•
HV1 – Doença de Marek;
HV2 – Isolado de galinhas
HV3 ou HVT – Isolado de Perus
Somente HV1 é oncogênico.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
Etiologia
Herpesvírus
• As partículas do HV são encontradas
no núcleo das células, sendo
constituído de uma fita dupla de DNA.
• São envelopados e a infecção da
célula está associado à absorção e
penetração com posterior replicação
das partículas virais dentro da célula
infectada.
• Antígeno B produzido pelo gene gB é o
produto proteico associado com
resposta imune no hospedeiro;
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
Etiologia
Herpesvírus
• Ocorrem três tipos de infecção
– Latente
– Produtiva, caracterizada pela
replicação do DNA viral com morte
celular e produção de partículas virais;
– Transformante, quando altera o
fenótipo da célula só ocorre com HV1,
e estão relacionados aos genes 132,
pp38 e meq.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
Etiologia
Herpesvírus
– Em linfomas são detectados
antígenos de superfície associados
ao tumor chamados MATSA
(Marek associated tumor surface
antigen);
– O DNA viral pode se integrar ao
DNA da célula hospedeira;
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
Etiologia
Herpesvírus
HV1- patótipos
– mMDV – moderado;
– vMDV – virulento
– vvMDV – muito virulento
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
Etiologia
Herpesvírus
• Inativado 10 minutos pH3 ou 11
• Sobrevive:
–
–
–
–
–
2 semanas/4o C
4 dias/25o C
18 hrs/37o C
30 min/56o C
10 min/10o C
Cadeia Epidemiológica
Herpesvírus
Agente
etiológico
i
vór
ser
Vias
de transmissão
de
Via
elim s
i na
ç ão
o
rta
Po rada
t
en
de
Trato
respiratório,
e digestório
Aves
infectadas,
Re
Galinhas e
codornas
japonesas
Ho
s
s us pede
cep iro
tíve
l
PI = 2 a 4 semanas
Fezes,
saliva,
folículo da
pena
Horizontal e
vertical congênita
???? (contaminação
da casca do ovo)
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Patogenia
– 4 fases de Infecção
• Produtiva restritiva: alterações
degenerativas primárias;
• Latente
• Citolítica com imunossupressão
permanente;
• Proliferativa: tumoração
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Patogenia
– Partículas virais entram pelo
Trato respiratório;
– Atacam células fagocíticas;
– Chegam ao baço, bursa e
timo onde infectam células B;
– Ocorre reação inflamatória
nestes órgãos;
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Patogenia
– Ocorre imunossupressão;
– Aves resistentes podem
desenvolver a forma latente da
infecção;
– Aves sensíveis vão desenvolver a
terceira fase da infecção;
– Pode haver formação de tumores
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Sinais clínicos e Lesões:
– Sinais nervosos são variáveis
dependendo do nervo afetado, pode
haver paralisia completa, opstótono,
torcicolo, asas caídas, afecção do
nervo vago que pode levar a
disfunção do papo (papo pendular)
– Em casos agudos a ave pode
apresentar uma ataxia e mortalidade,
ou
podem
apresentar
severa
depressão e morte sem nenhum
sinal clínico característico.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Sinais clínicos e Lesões:
– Alguns animais podem apresentar
cegueira com infiltração linfóide na
íris.
– Morte ocorre devido a severa
desidratação e anorexia devido a
impossibilidade dos animais se
locomoverem até os comedouros e
bebedouros.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Sinais clínicos e Lesões:
– Antigamente a morbidade podia
atingir 30%, sendo que a mortalidade
era em igual número. Hoje após o
emprego de vacinas esse número foi
reduzido para 5% em poedeiras e
0.1% em frangos;
– Alterações macroscópicas podem
ser eventualmente observadas em
nervos
periféricos
(celíaco,
mesentérico e ciático) e gânglios
mas nunca no cérebro.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Sinais clínicos e Lesões:
– Nos nervos pode se observar
alterações no tamanho, presença de
estriações, coloração amarelada ou
edema.
– Microscopicamente é uma lesão de
caráter inflamatório, caracterizada
por infiltração de linfócitos, edema,
desmielinização e proliferação das
células de Schwann, ou neoplásico
consistindo
de
massas
de
linfoblastos,
desmielinização
e
proliferação das células de Schwann.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Sinais clínicos e Lesões:
– Os tumores podem ocorrer em
qualquer lugar, mas principalmente
fígado, baço, rins, coração, gônadas
e íris. A estirpe do vírus e linhagem
do hospedeiro influenciam neste
aspecto. As lesões tumorais nos
diversos órgãos são proliferativas,
com presença de pequenos e médios
linfócitos e células reticulares
primitivas.
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Sinais clínicos e Lesões:
– Na bursa pode haver atrofia das
camadas cortical e medular, com
formação de cistos e infiltração
linfóide interfolicular.
– Pode haver aplasia de medula
óssea e presença de tumores.
• Doença de Marek
• Sinais clínicos e Lesões:
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Imunidade
– imunidade celular e humoral;
– Vacinas
de
vírus
inativados
desenvolve imunidade contra todos
os tipos de infecção enquanto que o
uso de vacinas com células tumorais
apenas protege contra a formação de
tumores.
– Imunidade humoral é necessária
para diminuir a proliferação viral
Doenças Neoplásicas
• Doença de Marek
• Imunidade
– imunidade mediada por células T
inibe a infecção.
– Vacinas vivas com as estirpes HVT e
HV 2 ou inativadas da estirpe HV 1 é
direcionada contra antígenos dos
vírus e tumores, reduzindo a
replicação viral e também a infecção
latente.
Doenças Neoplásicas
•DIAGNÓSTICO
– Lesões tumorais em nervos periféricos e
vísceras e histopatologia destes tumores
apresentando infiltração proliferativa;
– Uso de PCR, imunohistoquímica
– O isolamento pode ser feito em células
de rins de galinhas
e fibroblasto de
embrião de galinha.
– Uso de aves sentinelas não vacinadas
onde se efetua o isolamento do vírus em
lesões ou células brancas do sangue.
Lesões em cultivo celular
Doenças Neoplásicas
• Prevenção e controle
– Não existe tratamento sendo
que a vacinação representa a
estratégia
principal
para
prevenção e controle da
doença de Marek.
– A vacina atinge efetividade
superior a 90% em condições
comerciais.
Doenças Neoplásicas
• Prevenção e controle
– Vacinas são administradas logo
após a eclosão ou in ovo aos 18
dias de incubação.
– É necessário sete dias para que a
imunidade sólida seja estabelecida.
– Técnicas de boa biossegurança
com sistema all in all out,
desinfecção, boa intervalo de vazio
sanitário podem melhorar muito o
controle e a prevenção da doença
de Marek
Doenças Neoplásicas
• Complexo Leucótico Aviário
• Introdução
São neoplasia malignas e
benignas
das
galinhas
causadas por retrovírus das
aves. Como todos esses
vírus pertencem a mesma
família, são descritos como o
complexo leucótico aviário.
Doenças Neoplásicas
• Complexo Leucótico Aviário
• Introdução
A incidência da “Doença do
Fígado Grande” ou leucose
linfóide foi muito comum em
linhagens de matrizes leves.
A partir de 1970 novos testes
laboratoriais foram descobertos
possibilitando o emprego de um
programa de erradicação da
doença.
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• Complexo Leucótico Aviário
• Introdução
A Além de causar leucose
linfóide, foi demonstrado que
estes
vírus
afetam
negativamente a idade para
atingir a maturidade sexual,
produção de ovos por fêmea
alojada,
peso
de
ovo,
mortalidade
total
e
peso
corporal.
Doenças Neoplásicas
• Complexo Leucótico Aviário
Etiologia
- F. Retrovirideae
-Retrovírus da leucose aviária
(ALV)
-Subgrupos A,B,C,D,E e J.
-Subgrupo J é o mais comum.
-Subgrupo
E
é
considerado
endógeno de baixa patogenicidade
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• Complexo Leucótico Aviário
Etiologia
- RNA diplóide.
- O vírus adere o envelope na célula
infectada, ligando-se a um receptor
específico para o subgrupo do vírus.
- O RNA viral então é liberado na célula
hospedeira e por ação da transcriptase
reversa é transformado em DNA.
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• Complexo Leucótico Aviário
Etiologia
- Este DNA formado vai até o núcleo da
célula e se integra ao DNA celular.
- A formação de novos virions depende da
síntese de RNA e proteínas que são
produzidas no citoplasma e que por
brotamento saem da célula infectada.
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• Complexo Leucótico Aviário
Transmissão
- Podem ser isolados de infecções
naturais em galinhas, perus, faisões,
codornas e perdizes.
- Podem
ser
transmitidos
horizontalmente ou verticalmente;
- A transmissão vertical pode ser
congênita ou hereditária.
Doenças Neoplásicas
• Complexo Leucótico Aviário
Transmissão
- Transmissão horizontal ocorre
quando em qualquer idade no caso
da leucose aviária;
- Poucas aves são infectadas
verticalmente, mas depois essas aves
acabam disseminando o vírus de
forma horizontal para outras aves
dentro do lote.
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• Complexo Leucótico Aviário
Formas da Enfermidade
1 – sem viremia e sem anticorpos: ave
não infectada em um lote infectado
ou ave resistente a infecção
2- com viremia e com anticorpos:
geralmente
foram
infectadas
horizontalmente
desenvolveram
anticorpos
mas
ainda
não
controlaram a infecção
Doenças Neoplásicas
• Complexo Leucótico Aviário
Formas da Enfermidade
3- Sem viremia e com anticorpos: aves
infectadas de forma horizontal,
desenvolveram
anticorpos
e
controlaram a viremia
4 – com viremia e sem anticorpos:
aves infectadas de forma vertical,
apresentam anticorpos mas excretam
o vírus. São mais susceptíveis a
desenvolverem tumores.
Cadeia Epidemiológica
Retrovírus da
Leucose Aviária
Agente
etiológico
i
vór
ser
Vias
de transmissão
de
Via
elim s
i na
ç ão
o
rta
Po rada
t
en
de
Trato
respiratório,
e digestório
Aves
infectadas,
Re
Galinhas,
perus,
faisões,
perdizes e
codornas
Ho
s
s us pede
cep iro
tíve
l
PI = 2 a 4 semanas
Fezes,
saliva,
Horizontal e
vertical congênita
(sêmen, albumen) e
hereditária (DNA)
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• Complexo Leucótico Aviário
Patogenia
As células alvo são as células da
bursa de Fabricius.
Somente um ou dois linfomas se
desenvolvem após 14 a 25 semanas
de vida das aves, e se espalham para
outros órgãos como baço e fígado.
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• Complexo Leucótico Aviário
Sinais Clínicos
Podem não apresentar nenhum sinal
de doença, ou apresentar sinais
gerais de ave doente, como
inapetência, fraqueza, aumento de
fígado, manchas de uratos, etc.
Geralmente ocorre mortalidade alta
no início da maturidade e deve-se
ainda estudar a ação dos hormônios
reprodutivos neste aspecto.
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• Complexo Leucótico Aviário
Lesões
Tumores em diversos órgãos, de
coloração branco, cinzenta, difusos
ou focais.
leucose linfóide - tumores na bolsa,
tonsilas, podendo não ser detectados
macroscopicamente.
leucose mielóide - tumores em
ossos.
Lesões
Lesões
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• Complexo Leucótico Aviário
Lesões
Histopatologia a diferenciação para
doença de Marek é que não possuem
características infiltrativas, mas sim
formam nódulos que causam
compressão no órgão afetado.
Doenças Neoplásicas
• Complexo Leucótico Aviário
Diagnóstico
histopatologia fígado, baço, bursa de
Fabricius, timo, nervo ciático e
qualquer outro órgão com tumor.
Histórico
Isolamento (soro, plasma e linfócitos
sanguíneos periféricos), realizado
em
ovos
embrionados
ou
preferencialmente
em
cultivos
celulares (fibroblastos).
Doenças Neoplásicas
• Complexo Leucótico Aviário
Diagnóstico
ELISA de captura (direto) para
proteína
p27
são
encontrados
comercialmente e são utilizado na clara
do ovo, fezes, swabs vaginais e
cloacais.
Testes de imunohistoquímica.
RT-PCR : albúmen e mecônio, para
verificar transmissão vertical; swab
cloacal para verificar a presença do
agente no lote)
Doenças Neoplásicas
•Complexo Leucótico Aviário
Prevenção e controle
- Verificar a eficiência da vacinação
para o vírus da doença de Marek;
- Obter pintos de boa imunidade
materna contra doenças infecciosas
imunossupressoras;
- Diminuir o número de vacinações
no primeiro dia;
Doenças Neoplásicas
•Complexo Leucótico Aviário
Prevenção e controle
- Controlar parasitas;
- Controle de micotoxicoses;
-Evitar manejo que causem estresse
(alterações bruscas de temperatura,
alta
densidade,
inadequado
fornecimento de água e ração)
- Não esquecer boas práticas gerais
de biossegurança.
Doenças Neoplásicas
• Reticuloendoteliose
• Introdução
– Alterações
provocadas
por
retrovírus que causam neoplasias
agudas nas células reticulares e
crônica nos tecidos linfóides.
– Austrália e EUA associadas a
vacinas contra doença de Marek e
bouba.
– É caracterizada como a síndrome
da ave refugo.
Doenças Neoplásicas
• Reticuloendoteliose
• Etiologia
• É causada por um retrovírus distinto
morfologicamente, imunologicamente
e estruturalmente daqueles da leucose
aviária.
• São vírus RNA de fita simples
envelopados, sendo sua replicação e
transmissão semelhante aos da
leucose aviária.
Doenças Neoplásicas
• Reticuloendoteliose
• Patogenia
• A maioria das espécies aviárias pode
albergar o vírus. A transmissão pode ser
vertical ou horizontal como da leucose
aviária, sendo que a transmissão vertical é
menos eficiente.
• A doença pode apresentar uma neoplasia
aguda das células reticulares, neoplasia
crônica ou síndrome da doença da ave
refugo.
Cadeia Epidemiológica
Retrovírus do grupo das
endotelioses
Agente
etiológico
i
vór
ser
Vias
de transmissão
de
Via
elim s
i na
ç ão
o
rta
Po rada
t
en
de
Trato
respiratório,
e digestório
Aves
infectadas,
Re
Aves
Ho
s
s us pede
cep iro
tíve
l
PI = 3 dias
Fezes,
saliva,
Horizontal e
vertical hereditária
(DNA)
Doenças Neoplásicas
• Reticuloendoteliose
• Formas clínicas
1. Neoplasia aguda:
•
•
•
cepa T do vírus, mortalidade de até
100% do lote em seis dias p.i.
Sem sinais clínicos, apenas fígado e
baço aumentado com lesões focais
difusas
Histologicamente
apresentam
infiltração de células do sistema
reticuloendotelial.
Doenças Neoplásicas
• Reticuloendoteliose
• Formas clínicas
2. Neoplasia crônica:
•
Semelhante a leucose aviária.
Doenças Neoplásicas
• Reticuloendoteliose
• Formas clínicas
3. Síndrome da ave refugo:
•
•
•
Não há tumores.
Atrofia do timo, bursa, enterite,
anemia e aumento dos nervos
periféricos;
Causa severa imunossupressão e
pode afetar 50% do lote.
Doenças Neoplásicas
•
•
Reticuloendoteliose
Diagnóstico
•
•
Isolamento, a partir de soro,
células tumorais e outros em
cultivos celulares e observar os
efeitos citopáticos. Confirmar a
presença do agente com
imunofluorescência.
RT- PCR
Doenças Neoplásicas
•
•
Reticuloendoteliose
Prevenção e Controle
•
•
Biossegurança
Medidas de monitoria e controle
em avós que deve ser
empregada pelas Empresas de
linhagens de aves.
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