A importância do citoesqueleto e da matriz para as células

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Universidade Castelo Branco
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
Disciplina de Citologia
Professor Thiago
Trabalho de Tutoria A2
Aluno Rodrigo Guerra Carvalheira, matrícula 2007000248
A importância do citoesqueleto e da matriz para as células neoplásicas e metástases
Citoesqueleto
Dentro da célula, existe uma exuberante rede microtubular formada por um complexo de
estruturas filiformes de organização e composição muito variadas, tal rede é denominada de citoesqueleto.
Tal estrutura, dotada de plasticidade, desempenha um papel no suporte mecânico das células, na
distribuição das estruturas (organelas) e nos processos de movimentação celular.
O transporte de vesículas de secreção, a movimentação dos cromossomos na divisão celular, os
movimentos ciliares, a citodierese e os movimentos morfogênicos, entre outros, são conseqüências de
alterações estruturais do citoesqueleto.
O citoesqueleto é composto por microtúbulos, filamentos de actina, filamentos intermediários e
diversas proteínas motoras. Apenas os filamentos intermediários são estáveis, desempenhando somente a
função de sustentação, sem participar dos movimentos celulares.
Os deslocamentos intracelulares são devidos às proteínas motoras que causam deslocamento em
associação com os microtúbulos. Os microtúbulos são estruturas cilíndricas, muito delgadas e longas,
sendo formados pela associação de dímeros protéicos dispostos em hélice. Os microtúbulos participam da
movimentação de cílios e flagelos, transporte intracelular de partículas, deslocamento dos cromossomos
na mitose, estabelecimento e manutenção da forma das células.
Os filamentos de actina são formados por duas cadeias em espiral de monômeros globosos da
proteína actina G que se polimerizam, formando dois colares de pérolas enrolados, formando uma
estrutura quaternária fibrosa. São muito abundantes no músculo, porém são encontrados em menor
quantidade no citoplasma de todas as células. Tais filamentos participam da formação de uma camada
situada imediatamente por dentro da membrana plasmática, chamada córtex celular, servindo para
reforçar a membrana plasmática e participando dos movimentos celulares, como os movimentos
amebóides e a fagocitose.
Os filamentos intermediários são mais estáveis que os de actina e microtúbulos. Não possuem
participação direta na contração celular, nem nos movimentos de organelas, sendo elementos estruturais.
São abundantes nas células que sofrem atrito como as da epiderme e nas células musculares. Células que
se multiplicam freqüentemente são desprovidas de filamentos intermediários. Eles são específicos para
diversos tecidos, o que tem sido utilizado para caracterizar, nas biopsias de tumores e suas metástases, os
tecidos de origem, informação importante para orientar o tratamento.
Matriz extracelular
A matriz extracelular é uma enorme e complexa rede de macromoléculas que ocupa o espaço
extracelular. Ela é composta de uma variedade de proteínas e polissacarídeos, que são secretados
localmente e reunida numa rede organizada em associação com a superfície da célula que a produziu.
Possui grande diversidade de formas e funções, como na forma calcificada formando a estrutura dura dos
ossos e dos dentes, por exemplo.
A matriz possui um papel ativo e complexo em regular o comportamento das células,
influenciando na forma e função das células, na sobrevivência e diferenciação celular e no
reconhecimento entre células ou vírus-célula (relação parasito-hospedeiro). Também influencia na
migração e proliferação celular, servindo de “guia ou estrada” para que as células se movam.
Neoplasia e metástase
A neoplasia pode ser conceituada como proliferação local de células cuja reprodução foge ao
controle normal e que tendem para um tipo de crescimento autônomo e progressivo e para a perda de
diferenciação celular. Isto indica que há um novo tecido se formando no local. A neoplasia é chamada por
alguns autores de tumor e um ponto importante desse novo tecido no local, com características próprias, é
que as células que o compõe, estão alteradas geneticamente, esta teoria está cada vez mais forte.
Com isso, a célula-mãe, que sofreu alteração genética, passará tal alteração para as células-filhas.
Esse fato aliado ao desconhecimento do mecanismo completo de formação das neoplasias e de sua
etiologia faz destas um grupo de patologia de cura difícil e de inúmeros investimentos em pesquisa no
mundo inteiro. As pesquisas envolvendo a etiologia das neoplasias abordam uma possível origem a partir
da alteração direta do DNA. Isso implica que o agente agressor foi de tal ordem que suplantou os
mecanismos de reparação do DNA naturalmente disponíveis.
Os tumores podem ser benignos ou malignos. Os benignos apresentam suas células semelhantes
às do tecido de origem. Seus núcleos não estão alterados, isto é, a célula neoplásica é indistinguível da
normal. Já os malignos, apresentam células com núcleos alterados. Há irregularidades na forma, tamanho
e número e podendo surgir mitoses atípicas.
As neoplasias podem se desenvolver no seu local de origem, porém, diante de um
desenvolvimento neoplásico maligno, podem-se observar crescimentos distantes do seu local de origem.
Tais crescimentos distantes podem se desenvolver de duas maneiras: por invasão ou por metástase.
Por invasão, as células neoplásicas penetram nos tecidos vizinhos, mantendo continuidade
anatômica com a massa neoplásica de origem. Fatores como proliferação celular, movimento amebóide
das células e pouca adesividade (junções fracas) contribuem para este crescimento, logo, para haver
invasão, as células neoplásicas devem se fixar à matriz intersticial, para terem uma base concreta para
seus movimentos de migração e devem ter pouca adesividade entre si, talvez a deficiência estrutural das
junções intercelulares.
A metástase constitui um crescimento à distância, sem continuidade anatômica com a massa
neoplásica de origem. Para tal, é necessário que haja invasão e desgarro das células neoplásicas,
circulação destas e implantação em um novo local. A metástase é um processo de cinco etapas, segundo
as pesquisas. Na primeira etapa, as células de câncer viram tumores em tecido normal. Depois, algumas
escapam para o sangue ou vasos linfáticos e viajam para pontos distantes no corpo. Assim, estabelecemse nos novos tecidos e órgãos. Finalmente, tornam-se novos tumores, num processo chamado de
colonização.
A célula neoplásica em função da fragilidade de suas junções intercelulares desprende-se do
tecido e guia-se através da matriz extracelular para se deslocar, graças ao citoesqueleto que possibilita a
movimentação celular. A ciência, no campo que busca inibir a expansão de tumores, dedicam-se à
pesquisar o citoesqueleto e a matriz, buscando meios de desestruturá-los, impedindo que as células
neoplásicas se espalhem pelo corpo, através de invasões ou de metástases.
Bibliografia

Instrucional da disciplina de Citologia do Curso de Ciências Biológicas - Universidade Castelo
Branco – Coordenação de Educação à Distância – Rio de Janeiro, RJ – 2007.

Laboratório de Informática dedicado à Odontologia – Faculdade de Odontologia –
Universidade de São Paulo (http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/patoarteneo.htm) acessado em 22/04/2008 às 14h43min.

Ministério da Saúde – Sistema Único de Saúde (SUS-ONCO)
(http://dtr2001.saude.gov.br/sas/decas/oncojun03.htm) - acessado em 22/04/2008 às
14h50min.
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