Dinheiro do FGTS vai recuperar ferrovia

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Dinheiro do FGTS vai recuperar ferrovia
O Fundo de Investimentos (FI) que usa recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para
ajudar a financiar projetos de infra-estrutura manterá em sigilo as obras que receberão as aplicações do
dinheiro do trabalhador. A Caixa Econômica Federal, gestora do FI-FGTS, anunciou ontem que investirá, em
breve, R$ 500 milhões do fundo na compra de debêntures (títulos de dívida) de uma empresa privada que vai
recuperar uma ferrovia, mas disse que está impedida de revelar os nomes da empresa e da obra. Esse será o
primeiro investimento da aplicação.
"As regras do FI-FGTS exigem que se mantenha o sigilo sobre as aplicações", afirmou o vice-presidente de
Ativos de Terceiros da Caixa, Bolívar Tarragó, ao se referir a uma regra prevista no regimento interno do
fundo que imporia ao banco um termo de confidencialidade, embora o FGTS seja patrimônio dos mais de 30
milhões de trabalhadores com carteira assinada.
O FI-FGTS foi criado no âmbito das ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e lançado em
janeiro de 2007 por medida provisória que se tornou lei em junho seguinte. Na primeira etapa, o fundo recebeu
R$ 5 bilhões, mas o total de recursos pode chegar a R$ 17 bilhões. Esse dinheiro sairá do patrimônio líquido
do FGTS, que não se confunde com os recursos depositados em cerca de 40 milhões de contas individuais dos
empregados celetistas (há trabalhadores com mais de uma conta).
A legislação prevê que, em momento a ser definido pelo Conselho Curador do FGTS, os trabalhadores
poderão investir até 10% dos recursos depositados em suas contas individuais na compra de cotas de outro
fundo, o Fundo de Investimentos em cotas do FI-FGTS, se assim desejarem. Será uma forma indireta de os
trabalhadores investirem no FI-FGTS, mas que pode dar rentabilidade mais elevada a uma parte do dinheiro de
suas cotas, que hoje rende 3% de juros ao ano mais TR.
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