, DE 2014 Solicita informações ao senhor Ministro da Fazenda sobre a carteira de investimentos do FIFGTS. Nos termos do art. 50, § 2º, da Constituição Federal, combinado com os arts. 215, I, a, 216 e 217 do Regimento Interno do Senado Federal, solicito que seja o presente requerimento encaminhado ao Excelentíssimo Sr. Ministro de Estado da Fazenda, para que este providencie, junto à Caixa Econômica Federal, as seguintes informações acompanhadas dos documentos comprobatórios: - A Carteira de investimento do FI-FGTS, com a lista completa de todos os beneficiários de empréstimos deste fundo desde sua criação, incluindo o valor tomado e a taxa de remuneração cobrada. JUSTIFICAÇÃO Conforme denunciado na imprensa, a Caixa Econômica Federal está utilizando o patrimônio dos trabalhadores que é o FGTS para fazer investimentos diversificados e sem transparência, o que é extremamente temerário. O Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), que possuía 28 bilhões de reais em carteira no fim de 2013, na prática, tornou-se uma espécie de míni BNDES, reforçando os investimentos em companhias nas quais o banco já aplica dinheiro. “É uma fonte fácil de recursos e repete a prática de ajudar empresas amigas do governo, que poderiam se financiar sozinhas”, diz Ruy Quintans, professor de macroeconomia e finanças na escola de negócios Ibmec do Rio de Janeiro. “E faz isso sem dar satisfação aos donos do dinheiro, os trabalhadores.” O fundo FI-FGTS foi criado em 2007 para diversificar as aplicações do bolo de dinheiro formado com o que as empresas recolhem em nome dos SF/14172.89373-53 REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES Nº 2 Quase 74% dos recursos estão alocados em títulos de dívida e em ações de empresas, boa parte delas de capital fechado. Além disso, o FI-FGTS é fonte de captação do próprio BNDES — 19% do patrimônio do fundo, ou o equivalente a 5,2 bilhões de reais, está aplicado em títulos de dívida do banco. Como são tomadas essas decisões de investimento? Uma das críticas ao fundo, administrado pela Caixa Econômica Federal, é a falta de transparência. As aquisições do FI-FGTS são propostas pela Caixa a um comitê de investimentos formado por 12 membros, encarregados de aprovar os projetos contemplados. Sua composição é mais política do que técnica. Metade dos integrantes — um representante da Caixa e cinco de diferentes ministérios — é indicada pelo governo. Três são apontados por entidades patronais, como a Confederação Nacional da Indústria. Os restantes representam centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores. Nas últimas semanas, a revista EXAME teve negados os pedidos de acesso aos documentos por meio da Lei de Acesso à Informação. Um verdadeiro absurdo. Ressalte-se já, desde princípio, que as informações aqui solicitadas não estão revestidas de sigilo, o que se pretende saber é como o dinheiro do patrimônio dos trabalhadores está sendo gerido pelo governo. Portanto, o Senado Federal deve exigir o mais rapidamente possível as informações aqui solicitadas, pois garantirão que o governo haja de acordo com os interesses nacionais e não de acordo com os seus próprios interesses e prioridades políticas. Sala da Sessão, Senador ALOYSIO NUNES FERREIRA Líder do PSDB SF/14172.89373-53 empregados. Tradicionalmente, o capital era direcionado a custear projetos de habitação e saneamento. Com o FI-FGTS, o dinheiro dos trabalhadores passou a chegar a áreas tão distintas como aeroportos, construção naval e produção de celulose.