GESTAÇÃO SAUDÁVEL

Propaganda
ZERO HORA
SÁBADO E DOMINGO,
4 E 5 DE JUNHO DE 2016
4
EM FAMÍLIA
LONGE DO AEDES
CUIDADO COM A
CAIXA DE AREIA DO GATO
Como as fezes dos gatos são os
principais transmissores de toxoplasmose,
as grávidas devem evitar limpar a areia
na qual eles defecam.
O risco aumenta se o felino tiver livre acesso à
rua, pois ele pode se alimentar de outro animal
que tenha sido infectado e levar o problema
para dentro de casa.
– O gato pode continuar fazendo parte da
casa, mas alguém deve limpar a caixa de areia
duas vezes ao dia. Se não tiver como outra
pessoa higienizar, a grávida deve utilizar luvas de
borracha e lavar muito bem as mãos
depois – aponta Maria Lúcia
Oppermann, chefe do Centro
Obstétrica do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre.
SALADA SÓ
EM CASA
A médica Maria Lúcia é
categórica: grávida não deve comer
salada fora de casa. Como frutas
e verduras mal lavadas podem
conter parasitas que transmitem
toxoplasmose, é preciso ter certeza
de que elas foram higienizadas
corretamente antes de ingeri-las.
– Além de lavar bem frutas e
verduras, o ideal é consumir esses
alimentos sempre descascados
ou cozidos. A doença pode fazer
com que o bebê tenha sérias
complicações – explica.
CABELO E UNHAS
PINTADAS, PODE
O grande mito sobre pintar os cabelos
durante a gravidez diz respeito ao tipo
de tintura que será usada. De acordo
com Marcos Wengrover Rosa, médico
do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia
do Hospital Moinhos de Vento, desde
que o produto não leve metais pesados,
tudo bem. Por isso, o uso de henna ou
descolorante natural é o mais indicado.
Outra dica é sempre fazer os
procedimentos em locais com boa
ventilação, para evitar a inalação de
substâncias nocivas.
MONITORE OS
BANHOS DE SOL
Colocar a barriga ao sol ou tomar banhos
de imersão muito quentes requerem
alguns cuidados. A temperatura da pele
da mão não pode ultrapassar os 38ºC,
que pode levar à hipertermia, causando
problemas neurológicos no bebê.
GESTAÇÃO
SAUDÁVEL
Greyce Vargas
[email protected]
A gravidez é um período marcado por muitas dúvidas –
e palpites sobre o que se deve ou não fazer não faltam.
Por se tratar de uma etapa fundamental no desenvolvimento
do bebê, todo cuidado é pouco.
Para fugir de algumas armadilhas, especialistas esclarecem
mitos e verdades sobre
a saúde da mãe e da criança durante
a gestação. Confira.
NADA DE ÁLCOOL
NÃO ABANDONE
AS ATIVIDADES
FÍSICAS
O coração é mais
exigido durante a
gravidez, mas isso
não quer dizer que os
exercícios físicos devem
sair da rotina das futuras
mães. Pelo contrário.
– Mulheres fisicamente
mais preparadas vão
ter menos cansaço ao
longo da gestação,
pois elas já treinaram o
coração. No entanto,
o ritmo da atividade
deve ser reavaliado
pelo obstetra. Mulheres
que já faziam esportes
de alta intensidade,
em geral, recebem
a recomendação de
trocar de atividade
nesse período para não
se expor a situações
arriscadas – comenta o
obstetra Marcos Rosa.
Cerveja preta não
ajuda na produção nem
fortalece o leite materno.
Qualquer gota de álcool
ingerida durante a
gestação ou no período
de amamentação pode ser
ruim para o bebê.
De acordo com a
Organização Mundial
da Saúde (OMS), não
existe dose de álcool
segura para a grávida.
O órgão aponta que
o consumo pode levar
a abortos, nascimentos
prematuros e afetar
o desenvolvimento
da criança.
Uma das mais graves
consequências é o
alcoolismo fetal, que
leva a um conjunto de
efeitos, como deficiências
no crescimento e no
desenvolvimento do
sistema nervoso central.
– O álcool tem fixação
por células neurológicas e
pode afetar diretamente o
feto – diz Rosa.
VACINAS E
EXAMES EM DIA
Quem pretende
engravidar
tem de estar com a
carteira de vacinação em
dia. Isso porque algumas
imunizações não podem
ser feitas durante a
gestação, como a
contra a rubéola. Já
vacinas para proteger
da hepatite B e da gripe
A podem ser tomadas
durante a gravidez.
O funcionamento da
tireoide também deve
ser verificado antes de a
mulher tentar engravidar.
De acordo com Rosa,
hipotireoidismo pode
causar alterações
graves no bebê, como
problemas mentais.
A doença diminui as
chances de engravidar
e, por isso, tem
de ser tratada.
Dicas para visitar um
recém-nascido sem
causar transtornos
zhora.co/etiquetavisita
FOTOS
1. EZRAN KAMAL, FREEIMAGES
2. JONAS RAMOS, ESPECIAL, BD, 15/01/2014
3. MORGUEFILE, BD, 08/04/2013
4. EDU CAVALCANTI, BD, 08/07/2011
Com o aumento de casos de zika, que pode
causar microcefalia nos bebês, as gestantes
precisam ficar muito atentas à exposição ao
Aedes aegypti, transmissor da doença.
– As mulheres devem evitar ficar expostas,
principalmente no final da tarde, quando
esse inseto prefere se alimentar. Também é
necessário tomar medidas em relação
à residência para não dar oportunidades
ao inseto – sugere Rosa.
CUIDADO COM LEITE,
QUEIJO E PEIXES
Toxoplasmose, brucelose e
acúmulo de mercúrio são
os problemas a que as
mães expõem os bebês
quando consomem carne
mal cozinha, leite cru
(que não foi fervido ou
submetido ao processo de
pasteurização), queijo não
pasteurizado e alguns peixes,
mesmo quando cozidos.
– Sushi, nem pensar – salienta
Maria Lúcia Oppermann.
A brucelose é uma infecção
bacteriana rara e está associada a
aborto, rupturas das membranas,
prematuridade e atraso no
crescimento do feto. Já o acúmulo
de mercúrio pode prejudicar
o desenvolvimento do sistema
nervoso do bebê. Por isso, peixes
como tubarão, cavala, pirá e
garoupa devem ser riscados da
lista de compras.
ÁCIDO FÓLICO,
SÓ COM INDICAÇÃO
– Por causa da menstruação, as
mulheres tendem a perder mais
ferro do que os homens. A maioria
delas está sempre muito perto da
anemia. Como é preciso menstruar
para conseguir engravidar, quando
planeja ter um bebê, a futura mãe
deve procurar um especialista que
vai examiná-la e pode indicar o
ácido fólico, uma vitamina que
ajuda a prevenir a anemia –
indica Maria Lúcia.
O uso da substância é indicado
até a 12ª semana de gestação.
Inúmeras pesquisas desenvolvidas no
mundo todo apontam que mulheres
que têm carência de ferro podem
ter bebês com malformações ou
problemas neurológicos. Depois
desse período, é possível que se
indiquem compostos vitamínicos
para aquelas mães que apresentam
algum tipo de deficiência. Mas,
assim como qualquer medicação, os
compostos precisam ser indicados
pelo médico.
– Muitas mulheres tomam ômega
3 por indicação de amigos e
familiares, mas já foi comprovado
que a suplementação não faz
qualquer diferença na saúde dela
ou do bebê. Então, é melhor não
ingerir – recomenda Maria Lúcia.
Download