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DOMINGO - O Estado do Maranhão - São Luís, 8 de maio de 2011
CAPA
5
E SPECIAL M ˆES
Belas mamães
de primeira viagem
A descoberta da primeira maternidade é um momento único para as mulheres, mas essa é também uma etapa cheia de
desafios: o crescimento da barriga, as modificações no corpo e a alteração na rotina alimentar e na rotina por causa das
consultas médicas; as grávidas devem tomar alguns cuidados para ter uma gestação saudável, que beneficie o seu bebê
Fotos/Paulo Soares
Kaysterly de Oliveira
Da equipe de O Estado
D
escobrir que se está grávida é ter uma explosão de
emoções e muito mais.
Quem está à espera do primeiro
filho experimenta as dores e delícias da primeira maternidade.
Sem conhecimentos profundos
sobre essa fase da vida, a futura
mamãe acaba descobrindo na
prática que ser mãe inclui mudança de hábitos e muita dedicação ao novo membro da família. Durante os nove meses da
gravidez, a gestante se prepara
para o desenvolvimento do bebê. Mas quais cuidados tomar
para proteger a saúde do filho e
voltar a ter o corpinho de antes?
Seguir à risca os conselhos dos
especialistas, aliando com a sabedoria popular à dedicação, é
uma boa maneira de cuidar da
mãe e do filho.
Para iniciar os cuidados, a nutrição da gestante deve ser a mais
saudável possível. Frituras, massas, açúcares e refrigerantes devem ceder lugar a sucos naturais,
frutas e legumes na alimentação
diária. O sal também deve ser consumido com bastante moderação,
para evitar problemas com a pressão arterial. Não podem faltar ainda alimentos que ajudem a regular o trânsito intestinal, pois problemas de constipação são comuns nesse período. A alimentação correta inclui ainda desprender-se de alguns mitos alimentares, como os que afirmam que
gestante deve comer em dobro,
ou que os desejos por comida devem ser realizados. "É normal que
a mulher fique mais sensível aos
cheiros e sabores quando está grávida, devido às mudanças hormonais e neurológicas. Mas nada que
justifique alguma ligação da falta
de cumprimento do desejo com
a saúde do bebê. O mesmo acontece quando a grávida consome
alimentos por duas pessoas - o
que acaba por gerar um sobrepeso, já que comer em dobro não é
necessário", desmente o nutricionista Abrahão Limeira.
Alimentação balanceada - Não
existe uma dieta específica para
o período da gravidez. É necessário que o médico nutricionista seja visitado, no mínimo, uma
vez por mês para realizar o
acompanhamento das necessidades energéticas da mãe e do filho. De acordo com Abrahão Limeira, no primeiro trimestre da
gestação as necessidades energéticas praticamente não se alteram. "As precisões alimentares
evoluem com o decorrer da gravidez, mesmo assim, é necessário preocupação, pois é nos três
primeiros meses que ocorrem a
formação do bebê. E engordar
nessa fase chega ser bem pouco.
O ganho de peso chega a oscilar
de dois a três quilos", diz.
Preocupada em manter a saúde do bebê assim que soube que
estava grávida, a jornalista Karla
Freire mudou a alimentação.
"Uma das primeiras medidas que
tomei foi adotar outro hábito alimentar. Cortei alguns alimentos
que não eram nada saudáveis e
me dediquei mais às frutas e verduras, sem falar que restringi a
quantidade de comida no prato",
afirmou Karla Freire, que deu à luz
a primeira filha, a pequena Isabel,
há dois meses. Para a jornalista,
mudar o hábito alimentar foi difícil, pois ela não estava acostumada com determinados tipos de alimentos e com a rotina que o novo hábito exigia. "Passei por uma
verdadeira reeducação alimentar.
Chegava a comer a cada três horas. E hoje vejo como isso me fez
bem. Mesmo depois da chegada
da Isabel continuo com a mesma
prática", acrescenta.
A alimentação balanceada e as
visitas periódicas evitam que a
gestante tenha algumas complicações durante o período da gestação. No oitavo mês de gravidez,
após alguns exames, Karla descobriu que estava com diabetes gestacional, mas conseguiu normalizar o problema em menos de um
“
Tenho a
melhor mãe
do mundo e
para o meu
filho quero
ser, ao menos,
um pouco do
que ela
sempre será
para mim”
Dalva Rêgo, jornalista
áreas mais propensas ao esticamento. "Morro de vontade, às vezes, de meter a unha na pele, mas
me seguro", revela.
A jornalista Dalva Rêgo organiza o móbile que enfeitará o berço do aguardado Vitor, sobre a cama, as primeiras peças do filho
“
Nunca soube
como cuidar
de uma
criança antes.
Não sabia
nem segurar
um bebê. Mas
assim que
olhei a minha
filha eu soube
exatamente
como segurá-la
em meus
braços”
A pequena Isabel, de apenas dois meses, descansa nos braços da mãe, a jornalista Karla Freire
Mais
Durante essa semana, a jornalista Dalva Rêgo produziu uma série
sobre maternidade no JMTV 1ª Edição com várias dicas sobre o assunto. Para conferir, acesse a seção vídeos em www.imirante.com.
mês. "Nos exames, as taxas de glicose estavam muito alteradas.
Com a ajuda da alimentação e de
exercícios físicos, voltaram ao normal", relata. De acordo com o nutricionista, algumas complicações
podem ser evitadas com as regulares consultas nutricionais. "Algumas complicações podem derivar de carências de nutrientes no
organismo, e é com base na necessidade energética que se deve
seguir uma dieta", ressalta
Abrahão Limeira.
Bela antes e depois - Além do
esticamento da barriga, todo o
corpo da mãe passa por transformações. Os seios aumentam, o
quadril é alongado e a sensação
de "estar gorda" é devido às reservas de gordura que avisam que o
corpo está se preparando para a
chegada do bebê. Mas que cuidados devem se tomados para que,
depois da gravidez, o corpo volte
ao que era antes?
De acordo com a obstetra Maria Socorro Andrade de Carvalho,
do UDI Hospital, a principal maneira de garantir a vitalidade do
corpo durante e depois da gesta-
ção é manter o peso. "A mulher
tem dificuldade de voltar ao físico
anterior quando, durante a gravidez, ela tem um ganho excessivo
de peso. Ela deve se preocupar em
não engordar muito", enfatiza.
Durante a gravidez, Karla não
chegou a engordar excessivamente. Chegou a ganhar oito
quilos. Antes da gestação, ela freqüentava a academia regularmente e parou assim que descobriu que ia ser mãe, retornando
depois com exercícios recomendados pelo seu obstetra. "Quando estava no quarto mês, comecei a fazer hidroginástica e também natação. A atividade é leve,
pois na água não tem muito impacto e é perfeito para esse período", conta.
Nessa fase, a retenção de líquidos é bem maior, o que pode causar inchaços e ondulações na pele. Para evitar esse tipo de problema, a jornalista Dalva Rêgo, que
está no oitavo mês, à espera de seu
primeiro filho, o Vitor, cumpre um
ritual semanal. "Até terminar o primeiro trimestre da gestação, o
meu obstetra não havia recomendado atividade física nenhuma, e
até parei de fazer musculação
quando descobri que estava grávida. Hoje, faço duas vezes por semana sessões de massoterapia e
drenagem linfática. A drenagem
tem me ajudado a combater os inchaços", conta.
Praticar exercícios físicos leves
também é uma ótima opção para manter a vitalidade. Mas vá com
calma, a orientação de especialistas é não exagerar na prática de
atividades. Segundo a obstetra, ca-
Karla Freire, jornalista
minhadas e musculação com cargas leves são permitidos, mas
sempre respeitando o ritmo próprio. "Se antes da gestação não havia a prática de nenhum tipo de
atividade física, onde o sedentarismo era estimulado, a rotina não
pode ser muito agitada durante a
gestação, mudando tudo do dia
para a noite. O processo é gradual.
Mas caso mantenha atividades regulares, não há problemas continuar com a prática", afirma Maria Socorro.
Além da dificuldade em voltar
à forma, quanto maior o ganho de
peso durante a gestação, maior será probabilidade do aparecimento de estrias. Aliás, essa é a preocupação de grande parte das mulheres. Algumas mulheres já são predispostas a ter estrias. "Apesar de
estrias serem uma patologia genética, pode-se dizer que uma forma
bastante eficaz para a prevenção é
o ganho mínimo de peso", afirma.
Para Dalva, a preocupação com
estrias não tem sido constantes.
Para evitá-las nos locais onde mais
ocorre o esticamento da pele, como a área interna das coxas, quadril, barriga e seios, a futura mamãe segue rigorosamente uma rotina diária de hidratação da pele.
"Aplico três vezes ao dia um produto que já tem na fórmula óleo
de amêndoas e macadâmia, colágeno, elastina, além das vitaminas
E e B5. Segundo meu especialista,
esses compostos são bons para hidratar e auxiliar na elasticidade dos
tecidos da pele", conta. Mas apesar de toda a eficiência dos cremes,
ela não deixa de seguir o antigo
conselho das avós de não coçar as
Controlando a oleosidade - A
pele do rosto também merece
uma atenção especial. Por conta
dos hormônios, ela tende a ficar
mais oleosa, favorecendo o aparecimento de espinhas e precisa
de cuidados específicos para o
momento. Para a limpeza e hidratação os produtos à base de gel são
os mais indicados, pois à base de
creme e óleos deixam a pele ainda mais oleosa. Com o cabelo não
é diferente. O período também
deixa os fios com bastante oleosidade. Mas todas as alterações voltam ao normal com o fim da gestação e da liberação exagerada de
hormônios.
É durante essa fase que as mulheres costumam ter manchas na
pele. Elas são conhecidas por melasma e o seu aparecimento pode
ser inevitável em algumas grávidas por ser de causa hormonal.
Em mulheres que possuem a predisposição para o aparecimento
do melasma, o recomendado é
que use Fator de Proteção Solar
(FPS) diariamente e sempre que
necessário. O uso freqüente ajuda
a prevenir o aparecimento das terríveis manchas. "Toda gestante deve estar ciente que pode ter o melasma, pois mesmo com o uso do
fator de proteção solar ainda é
possível o surgimento das manchas. O uso do protetor com freqüência é para amenizar o surgimento destas manchas, e precisa
ser usado diariamente até mesmo
nos dias nublados", ressaltou a
obstetra Maria Socorro.
O que vestir? - As roupas merecem os mesmos cuidados. As peças vão se ajustando de acordo
com o passar das semanas. Roupas jeans nem pensar. O guardaroupa inteiro muda e peças que
dêem mais liberdade à mamãe
são as mais aconselháveis. "Além
do jeans se tornar uma peça desconfortável, o meu tamanho tem
aumentado bastante, o que me
obrigaria a comprar uma calça
jeans nova a cada semana e, depois, perder todas. Então, tenho
preferido calças de malha ou de
tecido fino, soltas. As leggings são
as minhas parceiras também. Uso
muitas, combinadas com blusas
soltas, batas... Os vestidos também
são coringas. O ideal é me sentir
confortável sempre, até mesmo
para trabalhar", comenta.
E quando se fala em renovar o
guarda-roupa, os sapatos também
são alvo de mudanças. O salto alto, durante os nove meses, é colocado de lado. Nessas horas, a vaidade feminina é a que menos
conta, pois instinto de mãe fala
mais alto. Não tem jeito! É a saúde do filho que está em primeiro
lugar. Por causa do risco de desequilibrar, os pés das gestantes pedem que tudo seja bem baixinho.
"Tenho usado sandálias de dedo
baixas e rasteirinhas e sapatilhas.
Os tênis seriam uma boa opção
também, mas duvido que eles
combinem com as roupas de gestante do meu guarda-roupas",
afirmou Dalva Rêgo.
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