3º Exercício de Avaliação Aluna: Andressa Vieira Palmeira Matrícula: 16/0002257 Professor: Henyo Barretto Turma: B GRUPO 1 [2,7. Boa, mas sua paráfrase da definição dele de “relação social” apresenta inconsistências.] 2) Nos textos estudados de Radcliffe-Brown, são apresentados os conceitos de função social, estrutura social e relações sociais. Ele utiliza a analogia entre a vida social e a vida orgânica para definir função social. Então, faz a comparação com um ser vivo. A vida do organismo é concebida como "o funcionamento de sua estrutura. É mediante a continuidade do funcionamento que a continuidade da estrutura se mantém". A função de um processo fisiológico é a correspondência entre ele e as necessidades do organismo. A função seria o "objetivo final" e Radcliffe-Brown se utiliza de uma analogia com o suco gástrico: "É certo que em geral falamos da secreção do suco gástrico como "função" do estômago. No sentido que damos às palavras aqui, deveríamos dizer que isso é "atividade" do estômago, cuja "função" é mudar as proteínas do alimento numa forma em que estas sejam absorvidas e distribuídas aos tecidos pelo sangue." Ela também é a contribuição que dá para a manutenção da continuidade estrutural (como ele exemplifica no caso da função da punição de um crime ou de uma cerimônia fúnebre), é a "contribuição que determinada atividade proporciona à atividade total da qual é parte." Para conceituar estrutura social, ele vai dizer que a observação direta não revela que os seres humanos estão relacionados por uma complexa rede de relações sociais (já que a cultura não seria algo concreto, mas sim bem abstrato) e o termo "estrutura social" seria exatamente para designar esta rede de relações realmente existente. A partir daí, ele vai dizer que "os fenômenos sociais que observamos em qualquer sociedade humana não são resultado imediato da natureza dos seres humanos tomados individualmente, mas consequência da estrutura social pela qual estão unidos". No entanto, ele ressalta que estudar estruturas sociais é diferente de estudar relações sociais, pois uma relação social entre duas pessoas só existe como parte de uma ampla rede de relações sociais (que seria a estrutura social), implicando muitas outras pessoas. Além disso, ele considera como parte da estrutura social todas as relações de pessoa a pessoa e também inclui a diferenciação de indivíduos e classes por seu desempenho social. Ele apresenta a noção de relações sociais como existente quando há, entre dois ou mais indivíduos, "certo ajuste de seus respectivos interesses, pela convergência de interesses, ou pela limitação de conflitos que possam surgir da divergência de interesses." A relação social não é "efetivada" por semelhança de interesses, mas sim por "um interesse mútuo de pessoas em outras, ou em um ou mais interesses comuns, ou ainda numa combinação de ambos os modos." Radcliffe-Brown ainda conceitua brevemente "valor social", que seria quando duas ou mais pessoas tem um interesse comum em certo objeto. GRUPO 2 [3,0] 2) No texto "O método comparativo em antropologia social", Radcliffe-Brown coloca Frazer como um antropólogo de gabinete, ou seja, uma figura que realizava suas pesquisas através de relatos e não de observação direta. Para Frazer, o método comparativo tinha como objetivo estabelecer paralelos entre características similares que aparecessem em sociedades diversas no presente e no passado. A existência de tais similaridades poderia indicar uma conexão histórica entre essas sociedades. Radcliffe-Brown se vale então de um exemplo concreto para validar sua argumentação. Ele discorre sobre "tribos" que associavam o gênero feminino e masculino a determinadas aves a partir de certas lendas, e essas lendas eram similares nessas sociedades. Ele parte de um fenômeno particular e, através do método comparativo, encontra um problema mais geral, o problema do totemismo, que ele procura "entender [como] os costumes através dos quais se distinguem grupos e divisões sociais, associando cada grupo ou divisão a uma dada espécie natural". Uma das ideias que ele propõe é que essas sociedades fazem uma representação das relações sociais humanas através do mundo animal. Por conta disso, ele vai defender que o estudo comparativo mostra que o caso dessas "tribos" é "apenas um caso particular de um fenômeno muito mais abrangente", pois essa representação, apesar de ter ocorrido dessa forma específica nessa sociedade específica, pode ocorrer de outra forma em outra sociedade, mas usando o mesmo princípio. O método comparativo para Radcliffe-Brown é um método que não procura "explicar", mas sim compreender uma situação particular sendo característica de uma classe particular e que se relacionaria a uma tendência universal das sociedades humanas. Por fim, ele faz uma breve colocação sobre o método histórico e o método comparativo, na qual ele diz que a história, como é um "relato autêntico de acontecimentos sucessivos numa determinada região e durante certo período de tempo, não pode fornecer generalizações." Já o método comparativo, sendo "um estudo generalizador das características das sociedades humanas, não pode fornecer histórias particulares. Os dois estudos podem apenas ser combinados e ajustados quando a sua diferença é devidamente reconhecida." GRUPO 3 [2,8. Bom, mas incompleta, pois deveria ter articulado as dimensões de permanência e mudança da estrutura social também em R-Brown (e não só em Rivers, como você faz), dando oportunidade de mencionar a noção de “forma estrutural” em RBrown e como se pode relacionar esta com a noção de estrutura de Rivers.] 1) Em "A Análise Etnológica da Cultura", Rivers apresenta a noção de "estrutura social", que ele define como sendo o "arcabouço da sociedade". Seria através dela que se poderia realizar o processo de análise da cultura de forma mais concreta, por ser, segundo ele descreve, "menos facilmente mudada como resultado da mistura íntima de povos". Ele dá o exemplo da língua e de como que, em uma visita curta, seria praticamente impossível estrangeiros modificarem a estrutura da língua local. Poderiam introduzir algumas palavras e costumes, mas uma mudança desse nível exigiria um tempo muito maior e "um processo muito mais profundamente estabelecido e fundamental de mistura de povos e culturas." A visão que Radcliffe-Brown apresenta sobre o mesmo conceito é que a estrutura social designa a rede de relações sociais que existe na sociedade, que não são tão simples de serem identificadas através da observação direta, já que a cultura é extremamente abstrata. Para ele, os fenômenos sociais são resultados da estrutura social que os une e não de atitudes individuais. A definição que cada um apresenta é fundamental para a argumentação de suas respectivas ideias, porém, Rivers dá uma ênfase maior para a noção de estrutura social, destacando sua importância no trecho: "[...] a estrutura social, o arcabouço da sociedade, é ainda mais fundamentalmente importante [...]". Ele enfatiza a estrutura social como sendo realmente a base da sociedade.