UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AUTISMO IZAURA FRANCISCA DE PAULA ORIENTADORA PROFª DAYSE SERRA RIO DE JANEIRO Fevereiro/2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AUTISMO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Izaura Francisca de Paula 3 AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu amado Deus que me deu sabedoria; a minha querida irmã Izolete de Paula Gouvêa, que muito me incentivou, aos amados professores e a todos amigos que acreditaram no meu sucesso. 4 DEDICATÓRIA Dedico mais esta etapa da minha vida a meus pais, Manoel Francisco de Paula e Olívia dos Santos Paula (In Memorian), que foram os primeiros a investir no meu futuro, indicando-me o caminho a seguir. Mostraram-me que é possível sonhar e realizar aquilo que está vivo no nosso íntimo. Não há necessidade de sobrepujar outrem para que objetivos sejam alcançados, uma coisa se faz necessário, guardar a certeza que lutas podem ser vencidas e grandes vitórias são alcançadas. Assim como “Moisés” precisou da ajuda dos amigos dele para lhes sustentarem os braços erguidos até que a batalha fosse vencida”, assim também meus pais me sustentaram com palavras de amor e incentivo às quais não permitiram que eu retrocedesse, e que aprendesse que nunca é hora de desistir e sim olhar para o alvo que se quer alcançar. Izaura Francisca de Paula 5 RESUMO O autismo é uma síndrome que sempre nos leva à novas descobertas. Tomamos conhecimento através de estudiosos como Leo Kanner e Asperger que são os precursores das pesquisas sobre autismo, além de outros estudiosos contemporâneos, as diversas formas que o autismo pode se manifestar. Os métodos utilizados para descobrir qual o grau que a criança apresenta, através da pesquisa, traz questionamentos, e também resposta às necessidades que se tem de tratamento. No decorrer da vida muitas crianças, adolescentes e adultos portadores da síndrome precisarão de cuidados específicos. Os estudos pedagógicos levam o profissional a agir com grande responsabilidade, confiança e determinação, mas é preciso selecionar os casos que aparecem, dando o devido tratamento para cada tipo de estado autista, a direção certa para que ele seja assistido não com repulsa ou indiferença mas com olhar diferenciado onde o amor é preciso ser desenvolvido e cultivado. Sabemos que para síndrome do autismo não há cura, mas existem meios que pode levar o autista a desfrutar de bons momentos no decorrer da vida. Cumpre aos profissionais responsáveis dar ao indivíduo um sentido melhor para viver, mostrando que um começo difícil nem sempre tem o mesmo fim, pois é dado a oportunidade de criar formas prazerosas de convivência, isto é, há condições de mostrar novos caminhos e um futuro diferente, com mudanças que refletirão como passos de vitória para o portador do autismo e para aqueles que o cercam. “A batalha não está vencida pelo autismo, mas iniciada para que ele seja vencido através dos momentos que se tem oportunidade de interagir e mostrar que apesar das lutas há dias melhores.” (Izaura Francisca de Paula) 6 INTRODUÇÃO Os problemas de aprendizagem não constituem um fenômeno de fácil análise. Podem estar relacionados a diversos fatores como os orgânicos, lingüísticos e a outros ligados a vida do individuo, como os de ordem familiar. O profissional de Psicopedagogia Institucional tem como objetivo identificar as dificuldades de aprendizagem de acordo com o grau apresentado. Sabemos que algumas disfunções necessitam de um acompanhamento especial, onde se faz necessário a atuação de vários profissionais especializados para que se possa obter resultados satisfatórios; saber como atuar em favor da pessoa a ser tratada, observando o tipo de tratamento que deverá que ser empregado para cada caso específico, pois espera-se alcançar bons resultados com relação ao problema. Há de se explorar vários caminhos, onde com especificidade será detectado como e quando agir. Os caminhos do autismo como outras síndromes é necessário identificar a que nível está o caso a ser estudado e trabalhado, para de alguma forma aliviar a ausência do ser humano do mundo que o cerca. Tornando de certa forma parte da sociedade em que vive, ainda que não possa assumir completamente seu papel social ou modificá-lo. Ainda não há uma resposta precisa das causas, mas segundo estudiosos como: Eugene Bleuer ( 1911), Léo Kanner ( 1894 ), Hans Asperger (1913...) entre outros que identificaram a síndrome e direcionados a descobrir as conseqüências da doença, avançaram em seus estudos para que outros profissionais com grande responsabilidade dê continuidade para ajudar as pessoas com autismo no meio em que está vivendo. Atendendo a solicitação de um pai, mãe ou até mesmo da própria pessoa em questão com intenção de ajudá-la a participar e a torná-la um pouco mais livre quando possível. O Autismo não é uma síndrome contagiosa, mas uma pessoa portadora que através de um olhar espera uma mão que não esmoreça, que a ajude a aprender a caminhar mesmo que seja através do carinho, pelo sorrir, por alguma habilidade que ela apresentar, ainda que seja algo muito pequeno ou grandioso. Os avanços de quem é tratado deve ser visto como uma nova etapa de vida, pois realizar algo ainda que precariamente é dar um grande passo no caminho do Autismo. 7 SUMÁRIO Resumo 5 Introdução 6 Capítulo I 8 1 - Origem, Definição Autismo Capítulo II 17 1 – Outros pesquisadores Diagnóstico Diferenciados – Psicose/Autismo Genética Capítulo III 28 1 –Dificuldade de Aprendizagem Inclusão A Família do autista, A Psicopedagogia Conclusão 36 Bibliografia 37 Apostilas Avulsas 38 Anexos 39 Anexo I – Desenhos Anexo II – Fotos 43 Anexo III – Tabelas 48 Índice 53 8 AVM – A Vez do Mestre Aluna: Izaura Francisca de Paula Orientadora: Profª Dayse Serra Tema: Autismo Capitulo I 1 - Origem, Definição - Autismo 1.1 – Origem – Os pioneiros O criador da palavra Autismo foi Eugene Bleuer, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia que definiu como sendo uma fuga da realidade por observar sintomas da esquizofrenia em alguns de seus pacientes. (...) a palavra “autismo” deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para si mesmo”. A primeira pessoa a utilizá-la foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuer para se referir a um dos critérios adotados em sua época para a realização de um diagnóstico de Esquizofrenia. Estes critérios, os quais ficaram conhecidos como “os quatro “A”s de Bleuer, são alucinações, afeto desorganizado, incongruência e autismo. A palavra referia-se a tendência de esquizofrênico de ensimesmar-se”, tornando-se alheio ao mundo social – fechando-se em seu mundo, como até hoje se acredita sobre o comportamento autista. Em 1913 Leo Kanner entrou para a universidade, ele foi o psiquiatra autístico que após um período servindo o Exército Austríaco durante a I Guerra Mundial ( 19 ), reassumiu os estudos obtendo o seu diploma de medicina em 1921. Por orientação de um médico norte-americano que cursava pós-graduação em Berlim, foi convencido a mudar-se para os Estados Unidos, onde assumiu uma vaga de médico assistente no State Hospital em Yakton. Devido a sua apreciação pela medicina, através de seu próprio esforço, especializou-se em psiquiatria pediátrica. Em 1930 após ter se mudado para a escola de medicina da Universidade Johns Hopkins, foi escolhido pelos diretores para desenvolver o primeiro serviço de psiquiatria infantil. Através dos tempos, Leo Kanner aprofundou-se cada vez mais na profissão que escolheu tornando-se professor associado de psiquiatria da Johns Hopkins Hospital e, no ano de 1957 foi elevado a professor de psiquiatria infantil. Em 1943 publicou a obra a qual associou seu nome ao autismo “Autistic Disturbances of Affective Contact”. 9 Ele descreveu casos de crianças que tinham em comum o isolamento extremo e uma vida repetitiva desde o início da existência, onde não se observava comportamentos novos, dessa forma ele assim as denominou, autistas. Kanner também constatou nas crianças que ele atendia, a dificuldade de estabelecer relacionamentos interpessoais, elas não conseguiam estabelecer relações normalmente com as pessoas e situações. A insistência obsessiva na manutenção da rotina, levando a uma limitação na variedade de atividades espontâneas, era uma das características chave do autismo. Caso acontecesse uma mudança na rotina através de estímulos exteriores ou interiores, representava uma intrusão assustadora. 1.2 – Asperger A chamada síndrome de Asperger, Transtorno de Asperger (1906 – 1980), 12 anos mais velho que Kanner, nasceu em Viena e, como muitos psiquiatras infantis da época e da atualidade, primeiro foi pediatra para depois tornar-se psiquiatra. Desde o início Asperger estava convencido de que o autismo era resultado de uma relação entre fatores biológicos, genéticos e ambientais. A síndrome de Asperger não somente denotava uma forma mais leve do autismo, mas um tipo distinto de autista altamente funcional, mas nem todos que são mais funcionais têm o distúrbio de Asperger. Em seu artigo de 1944 descrevendo a síndrome, “Autistic Phychopathy in Childhood” ( Psiquiatria Autística na Infância). A síndrome em tempos chamada de Psicopatia Autista de Transtorno Esquizóide na Infância. Descobriu-se que ela é mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não a possui. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários ( como Vernom Smith – Prêmio Nobel – 2002). Lorna Wing em 1981 num jornal médico usou o termo “Síndrome de Asperger” porque pretendia dessa forma homenagear Hans Asperger, cujo trabalho não fora reconhecido internacionalmente até a década de 1990. A Síndrome foi reconhecida pela primeira vez no DSM, na sua quarta edição, em 1994 (DSM-IV). 10 1.3- Algumas Características da Síndrome • Interesses específicos e restritos ou preocupação com um tema em detrimento de outras atividades. • Rituais ou comportamentos repetitivos. • Peculiaridades na fala e na linguagem. • Padrões de pensamentos lógico/técnico extensivo. • Comportamento social e emocionalmente impróprio e problemas de interação inter-pessoal. • Problemas na comunicação. • Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente. • Transtornos motores, movimentos desajeitados e desordenados. • Prejuízo clinicamente significativo nas aulas ocupacionais e outras áreas importantes de funcionamento. • Não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriada à idade, “comportamento adaptativo” ( em outra área que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância. 1.4 - Semelhanças e diferenças entre kanner e Asperger. No ano de 1943 Leo Kanner e Asperger em 1944, publicaram os primeiros trabalhos sobre autismo. O fato deles escolherem a mesma palavra para caracterizar o transtorno, não é uma coincidência pelo fato do termo já ter sido apresentado por Eugene Bleuer (1911). Sobre as publicações houve diferentes aceitações, pois o trabalho de Kanner sobrepujou ao de Asperger o qual foi largamente ignorado na época. Alguns acreditavam que a descrição de Asperger era de um tipo diferente de criança, que não devia ser confundido com o de Kanner. 11 Segundo outros observadores da literatura sobre autismo, a definição feita por Asperger era bem mais ampla que a de Kanner. Asperger escreveu sobre casos que mostravam um dano orgânico severo e os que transitavam pela normalidade, isto é, havia casos em que a manifestação do transtorno não afetava as relações de algumas crianças. Atualmente a síndrome de Asperger tende a ser atribuída para raras crianças autistas, quase normais, inteligentes e altamente verbais, essa categoria especial teve utilidade clínica. A Síndrome de Kanner é frequentemente usada para indicar a criança com uma constelação de aspectos clássicos ou nucleares. 2 – Definição e origem do Autismo 2.1 – Definição Ocorreram vários tipos de definições de acordo com a observação e convivência de estudiosos com portadores da síndrome. Ela é descrita como uma síndrome comportamental com causas múltiplas, decorrentes de um distúrbio de desenvolvimento, tendo como característica o déficit na interação social, inabilidade para se relacionar com o outro, déficit de linguagem e alterações comportamentais. 2.2 – O Autismo e o desenvolvimento neurológico A síndrome se apresenta como uma desordem do desenvolvimento neurológico grave. Causa do autismo ainda é desconhecida, é um transtorno heterogênio ( onde observa-se vários tipos de sintomas) quanto a sua etiologia e fenótipo. (...) etiologia – ciência que estuda as causas, as origens; fenótipo – diz-se dos indivíduos de um grupo que apresentam caracteres exteriores iguais, mas diferentes pelo seu genótipo. O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento, crônica, incapacitante que compromete o desenvolvimento normal de uma criança e se manifesta tipicamente antes dos 3 anos de vida ( Gauderner,.E.Christiam). 12 2.3 – O tempo da síndrome Ela se apresenta como inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino (Autism Society of Amerian – ASA (1978) Consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social, apresentando um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo. (DSM – IV – TR – (2002). Este transtorno apresenta uma perturbação característica do funcionamento dos domínios inerente ao ser humano. Além disso o transtorno apresenta outras manifestações inespecíficas como: fobias, perturbação do sono ou da alimentação. (CID – 10 (2000). 3 – Outras abordagens O autismo é uma síndrome, chama-se síndrome todo quadro clínico que não tem uma causa específica. Ainda não se conhece uma causa específica, nem patológica definitiva para determinar a verdadeira origem. Ela é apresentada como uma disfunção ; esta desordem faz parte de um grupo de síndrome global. (...) esta desordem faz parte de um grupo de síndrome global (TGD) também conhecido com Transtorno do desenvolvimento, (TID) - Transtorno Invasivo do desenvolvimento, (PDP) – Pervasive (“ abrangente ou global”). Mais recentemente tornou-se conhecido o termo (TEA) – Transtorno do Espectro Autista, para englobar o Autismo , a síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação. (c:/...? autismo – Wikipédia, a enciclopédia. 3.1 – TGD É definido como Transtorno do Desenvolvimento, onde a criança apresenta uma série de dificuldades por não desenvolver normalmente as suas funções, onde são identificadas inúmeras limitações como: interagir com o meio em que está inserida, com certa dificuldade de locomoção, falta de entendimento daquilo que ocorre fora do mundo que está idealizado dentro dela. 13 3.2 – TID Transtorno Evasivo do Desenvolvimento – a criança não mantém um comportamento global, mas sim pontual, pois para a criança tudo acontece do jeito que ela vê, e do jeito que ela se movimenta, sem ter a noção do porque de algumas coisas existirem ou acontecerem, que normalmente faz parte do seu tempo de desenvolvimento, mas que ela não tem condições de acompanhar devido ao distúrbio que apresenta. Dessa forma só a convivência com o responsável poderá dizer, de que forma ela está se comunicando. O dia a dia da criança vai se tornando de certa forma uma rotina para aqueles com quem ela convive. Mesmo que se tenha grande carinho por crianças que apresentam a síndrome é necessário procurar especialistas no assunto para que a criança tenha um tratamento adequado. Quando isto ocorre pequenas mudanças podem ser notadas. 3.3 – TEA Transtorno do Espectro Autista é diagnosticado quando dados do comportamento é compatível com os sintomas diagnosticados com evidência do Autismo. A partir daí que um tipo de autismo passou a ser denominado síndrome de Asperger. 4 – As funções ou áreas mais afetadas. 4.1 – Visão Apresentam baixa visão, ou cegueira total, sendo necessário trabalhar mais a parte táctil, para que a criança alcance algum desenvolvimento. Há de se empregar métodos que estejam de acordo com as dificuldades apresentadas pela criança. 4.2 – Audição Se a criança não ouve, o uso do gestual terá que ser desenvolvido, para que a criança seja direcionada a utilizar o próprio corpo na arte de se comunicar, dentro do limite que possui. 14 4.3 – Tato Quando a criança apresenta alguma dificuldade em segurar objetos, apontar, não tendo o mais remoto tipo de movimento, para ela é difícil saber com usar as mãos, é preciso que ela seja estimulada dentro dos limites que apresenta a usá-la aproveitando as necessidades pontuais para que ela comece a reconhecer o corpo. 4.4 – Dor Há de se observar como a criança tenta transmitir que sente algo desagradável, e procurar através destas respostas inserir o tratamento para que ela se sinta confortável e comece a tomar conhecimento mesmo que precariamente que há solução para o que ela sente. 4.5 – Equilíbrio Uma parte bastante delicada, pois trata-se da locomoção da criança onde ela precisa ter equilíbrio para ficar de pé, caminhar ou executar outros movimentos que são esperados dentro de suas possibilidades e de sua faixa etária. 4.6 – Olfato A criança precisa saber a diferença do que ela tem contato através do olfato, com essa deficiência a criança terá dificuldade de reconhecer se o que ela está manuseando ou até mesmo levando à boca é bom para ela ou não. 4.7 – Gustação A criança na sua inocência geralmente a partir de certa faixa etária começa a demonstrar preferência por certos alimentos que lhes são agradáveis, mas no caso citado a criança não saberá fazer escolhas alimentares e até mesmo saber se o que ela leva à boca é um alimento saudável. Quando a criança apresenta a síndrome há uma série de medidas a ser tomadas, para que ela possa ser aceita no meio em que vive, é necessário que os pais ou responsáveis tomem conhecimento da gravidade do caso. Muitos responsáveis não tem o tratamento devido para o filho (a) por falta de uma orientação adequada. 15 Quando isto acontece quem sofre mais é a criança, pois às vezes é maltratada porque o adulto tem outra visão a respeito do comportamento que ela apresenta. Devido a uma série de necessidades apresentadas a criança pede socorro, por isso é preciso ter os olhos abertos para o que está ocorrendo, pois não são as crianças que escolhem ter a síndrome, é algo inexplicável que acontece, e nasce o ser dependente e carente de todo tipo de ajuda. 5- Novas Descobertas – Causas genéticas e ambientais 5.1- Genéticas São citados certos tipos de contaminação: metais pesados – mercúrio e o chumbo têm sido apontado como forte candidato; problemas na gestação, uso de droga na gravidez, infecções neste período, também devem ser considerados. Houve quem afirmasse que o fato de vacinar periodicamente o filho poderia ser uma das causas dos sintomas do autismo. Em 1999, o médico Andrew Walkefield publicou o artigo MMR ( Vacination and Autism) estabelecendo uma relação entre a vacina trípice e o autismo. Foram feitas pesquisas subseqüentes para confirmar ou não essa relação, sendo que não houve evidências acerca dessa hipótese. Em 2010 o Conselho Médico Geral Britânico ( General Medical Concil) considerou as alegações de DR. Walkefield antiética e desonesta e cassou seu registro profissional no Reino Unido (maio/2010). (...) a partir daí vários pais passaram a evitar que seus filhos fossem vacinados, tornando os surtos das doenças comuns. Dez anos após a publicação do artigo o periódico publicou uma retratação. Várias famílias foram influenciadas pela polêmica criada pela mídia após a publicação do artigo, hoje no Reino Unido e Estados Unidos doenças consideradas extintas devido a aplicação de vacinas regulares, voltaram a matar crianças em famílias que resolveram não vacinar seus filhos. É relevante salientar que essas informações dos sintomas devem ser utilizadas apenas como referência. Para que haja um diagnóstico mais preciso é bom caracterizar a queixa da família, abrangendo relacionamento interpessoal, investigar antecedentes ginecológicos, 16 obstétricos, nível de desenvolvimento escolar, história médica pegressa, história familiar de doenças neurológicas, psiquiátricas ou genéticas, investigações bioquímicas. O diagnóstico do transtorno autista é clínico e não poderá, portanto ser feito com bases em testes ou escalas de avaliação. Avaliações de ordem psicológica, fonoaudiológica e pedagógica são importantes para uma avaliação global do indivíduo. Investigar a presença de comorbidades, classificar o transtorno, planejar e efetivar o tratamento. Muita vezes o autismo é confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos, seu processo de reconhecimento é dificultado, o que posterga a sua identificação. O autismo pode ocorrer isoladamente, ser secundário ou apresentar condições associadas , razão pela qual é extremamente importante a identificação de comorbidades bioquímicas, genéticas, neurológicas, psiquiátricas e outras. 17 Capítulo II 1 – Outros Pesquisadores, Diagnósticos Diferenciados – Psicose/Autismo, Genética 1.1 – Outros pesquisadores Margareth Mahler (citada por Ledoux, 1989), incluiuo autismo dentro do quadro geral de psicoses infantis. De acordo com Ledoux, ela inicialmente estabeleceu uma distinção nítida entre o que ela chamou de psicose autística e psicose simbiótica. Na primeira a mãe parece não ser percebida como elemento externo, e não é investida libidinalmente, o que aproxima essa categoria com a clássica do autismo. Na psicose simbiótica a representação psíquica da mãe existe, mas fusionada ao self, essa segunda categoria aproxima-a da psicose infantil clássica. Após 1951, essa nitidez desaparece, já que para Mahler se pode encontrar um largo espectro de traços autísticos e simbióticos no interior da síndrome psicótica infantil. Alguns hesitaram em colocar o autismo infantil precoce severo sob a mesma rubrica estrutural que outras formas de psicoses. (Psicol. USP v.11 n.1 SP – 2000) 1.2 – Distinção entre autismo e psicose infantil – noções contemporâneas sobre o assunto. Dentre os inúmeros problemas a serem enfrentados, há discordância sobre a abordagem entre a psicose infantil e o autismo, que ocorre entre psicanalistas de diferentes filiações teóricas. A psicose é estudada e tratada há mais tempo, tendo assim maiores referências teóricas e estratégias de tratamentos. (...) Ela é vista pela psicanálise como uma estrutura clínica (existem três estruturas clínicas: Psicose – obsessão; Neurose – doença nervosa sem lesão aparente; Perversão – traiçoeiro, corruptor). 18 No ano de 1960, um grupo de psiquiatras britânicos buscou oferecer critérios para o diagnóstico da psicose em crianças tais como; os relacionamentos prejudiciais com as pessoas, confusão de identidade pessoal e inconsistência do eu, preocupação anormal com alguns objetos, resistência a mudança de ambiente. Em 1970, Ajuriaguera definiu a psicose infantil como um transtorno de personalidade dependente de um transtorno da organização da personalidade podendo ser compreendida como uma confusão entre o mundo imaginário e perceptivo na ausência do Ego(Freud), estrutura limitante entre esses dois mundos. Outras características foram levantadas pelos estudiosos como: dificuldades de se afastar da mãe, alteração marcantes na forma ou conteúdo do discurso, utilizando frases ouvidas anteriormente e empregadas de forma idiossincrática (disposição do temperamento do indivíduo, que o leva a sentir de um modo peculiar a influência de diversos agente, maneira de ver, sentir, reagir, própria,especial, de cada pessoa – Silveira Bueno - FTD – 2000). Os autores da DSM – III (1980), classificam as psicoses da criança sob a denominação de Distúrbios Difusos do Desenvolvimento, preferem não usar o termo “psicose” fundamentados nas diferenças semiológicas – (ramo da medicina que estuda os sinais e os sintomas das doenças, ciência que estuda os signos e sinais empregados na comunicação – Silveira Bueno –FTD – 2000). 1.3 -Tipos de psicose infantil 1.3.1 Esquizofrenia Infantil De acordo com os critérios diagnósticos da CID – 10 a esquizofrenia está classificada no bloco F20 e F29, com múltiplos quadros clínicos. Para a psiquiatria norte-americana, a esquizofrenia seria uma reação e teria como característica central um estado onde o paciente perderia o sentido da realidade, na acepção psicanalítica de um conflito Ego x realidade. (...) para ser considerado psicose (Mc High – 1977), remete que deve produzir distúrbios na esfera do pensamento e percepção que não sejam graves para haver distorções entre a realidade circundante e a relação dos fatos que nela ocorrem). 19 Ele considera a esquizofrenia uma só, seja afecção na criança ou no adulto resguardando as características peculiares quanto a faixa etária de maior incidência sobre a doença (1986). A esquizofrenia é, entre as doenças mentais a que acarreta mais prejuízos. É um distúrbio do psiquismo e da personalidade, que se manifesta com a consciência lúdica caracterizada por diversas alterações nas experiências psíquicas nos padrões de pensamento e humor. A psicose sai daquilo que lhe causa angústia (desorganiza) – Mecanisno de Fuga. Autismo (ausência /indiferença frente à realidade externa) Mecanismo de Isolamento. ( [email protected] ) 2 – Genética do Autismo 2.1 – Evidências Há mais de três décadas existem evidências contundentes sobre o forte componente genético na maioria das doenças psiquiátricas, entre elas a esquizofrenia, distúrbio bipolar e autismo. Nos últimos 15 anos, uma série de locos gênicos têm sido associadas a essas e outras doenças mentais, utilizando principalmente análise de ligação gênica, mas somente poucos genes específicos tem sido identificados. A maioria desses genes só poderá ser reconhecida quando literalmente, centenas de indivíduos afetados, e seus familiares forem analisados. As pesquisas com genética humana tem aberto caminhos para o conhecimento das vias biológicas das doenças cognitivas e afetivas. A grande dificuldade de compreensão das alterações das funções encefálicas, o conhecimento da fisiopatologia do sistema nervoso tem se tornado um grande atrativo. O estudo de famílias com um ou mais membro afetados, bem como o estudo de Gêmeos de adoção, tem demonstrado que doenças mentais com o autismo, tem um forte componente genético. Entretanto nenhuma dessas doenças segue um padrão mendelismo de herança. 20 2.2 – O fenótipo autista. Ele é completamente variado, tem sido descrito em autistas clássicos, com ausência de comunicação e deficiência mental grave, quanto em autistas com sociabilidade comprometida no desenvolvimento. Cerca de 75% dos casos apresentam deficiência mental e 15 a 30% apresentam convulsões. s.m. Genét. Fenótipo. Conjunto dos caracteres que se manifestam visivelmente em um indivíduo e que exprimem as reações do seu genótipo (isto é, de seu patrimônio hereditário), diante das circunstâncias particulares de seu desenvolvimento e em face de seu meio. www.dicio.com.br 2.3 - Etiologia A etiologia é ainda desconhecida, centenas de estudos têm tentado desvendar os fatores genéticos associados à doença; as causas neurobiológicas associadas ao autismo. Acredita-se que existam de 3 a mais de 10 genes relacionados com as doença. Além disso, o espectro autista tem sido associado a anormalidades de praticamente todos os cromossomos. A região 15g11-13, crítica para a síndrome de Prader – Willi/Angelman apresenta alteração em 1 a 4% dos pacientes autistas. Aberrações estruturais na região 17p11,2, crítica para a síndrome de SmithMagenis, também foram relatadas em pacientes autistas. Pacientes com esclerose tuberosa (saliência em forma de tubérculo, excrescência – saliência, tumor), síndrome de Rett, fenilcetonúria, neurofibramitose ou síndrome de X-frágil associado ao autismo formam subgrupos etiológicos. (Rev. Bras. De Psiquiatria:Vol 26, no.4 – SP. Dec.2004) (...) fenilcetonúria – doença genética caracterizada pelo defeito ou ausência da enzima fenilalanina hidroxilase, envolvida na síntese da melanina, que dá pigmentação à pele, olhos e cabelos. (Folha de São Paulo, 22/11/2011) Centenas de estudos têm tentado desvendar os fatores genéticos associados à doença. As causas neurobiológicas, associadas ao autismo, tais como convulsões; deficiência mental; diminuição de neurônios e sinapses na amigdala, hipocampo e cerebelo, tamanho aumentado do encéfalo e concentração aumentada de serotonina circulante, sugerem forte componente genético. (Rev. Bras. De Psiquiatria, Vol 26. no.4 – SP – Dec. 2004) 21 2.4 - Triagem de Genoma A primeira triagem de todo genoma para as regiões cromossômicas envolvidas no autismo clássico associou 354 marcadores genéticos, localizados em oito regiões dos seguintes cromossomos: 2,4,7,10.13,16,19 e 22²². Estudos posteriores apontam as regiões 7q, 16p, 2q, 17q como as mais significativas. Recentemente surgiu evidência de ligação com o cromossomo X. No cromossomo X, a região Xq22-q23, onde está mapeado o gene AGTR2, é tida como importante(35). Estudos neste gene têm mostrado que a deleção desta região está associada à alta freqüência de deficiência mental em indivíduos autistas. No entanto, a região mais significativa é a Xq13-q21, que contém um dos genes da família das neuroliguinas. As neuroliguinas atuam como mediadoras da interação celular (moléculas de adesão) entre o neurônios que possuem receptores do tipo neuroxinas em suas membranas plasmáticas. São encontradas no lado pós-sináptico das sinopses (36) e parecem ser essenciais para o bom funcionamento da mesma.(37-38). Mutações nos genes NLGN3 e NLGN4 foram encontradas em duas famílias com membros afetados por autismo e Síndrome de Asperger, sugerindo um comprometimento funcional da sinapse. (http://dx.doi.org.) 3 - Genes Os genes de desenvolvimento relacionados ao SNC26-27, do sistema serotoninergético e de outros sistemas de regulação das funções neurais, além dos genes localizados em pontos de quebra cromossômicas, identificados em pacientes com autismo, tem surgido com forte candidato. A maioria dos trabalhos tem convergido para a região 7q22-q33. na região 7q22, o gene RELN, que codifica uma glicoproteina amplamente secretada na migração neuronal, pode apresentar alterações que afetam o desenvolvimento cortical cerebelar. De fato, anormalidades nos neurônios cerebelares estão entre uma das causa mais importantes na patologia do autismo. Os genes que codificam proteínas participantes do sistema serotoniliguo são também fortes candidatos para o estudo em autistas. O mau funcionamento desse 22 sistema pode resultar em depressão, epilepsia, comportamento obsessivo compulsivo e distúrbios afetivos. Alguns desses genes vêm sendo estudados em indivíduos afetados, entre eles o gene 5-HTT, que codifica o transportador de serotonina, e os genes 5-HTRs, que codificam seus receptores. No entanto, a relação do gene 5HTT com o autismo ainda é controversa. Apesar de todas as discordâncias em relação aos genes candidatos para o autismo, existem ainda boas razões para se acreditar que uma vez conhecidos os genes envolvidos, novos agentes terapêuticos poderão atuar em alvos moleculares específicos. Na busca desses genes, a identificação de fenótipos quantitativos múltiplos é fundamental na seleção de algumas regiões. Por exemplo, a evidência que os cromossomos 7 e 13 têm forte associação com o autismo foi sugerida por um estudo com 75 famílias subdivididas em grupos baseados nas características de linguagem dos propósitos e de seus consangüíneos. 3.1 – Hiploplasia cerebelar vermal lóbulos VI e VII no autismo. 3.1.1 – Vermis Cerebelar O tamanho do vermis cerebelar em pacientes com autismo foi medido em exames de ressonância magnética e comparado com o seu tamanho nos controles. O neocerebelar vermal lóbulos VI e VII foram encontrados para ser significantemente menores nos pacientes. Este parecia ser um resultado de hiploplasia de desenvolvimento em vez de encolhimento ou deterioração, após o pleno desenvolvimento tinha sido alcançado em contraste com os lóbulos vermelhos adjacentes vermal I a V são anatomicamente distintos de lóbulos VI e VII, foram encontrados para ser de tamanho normal. O mau desenvolvimento do neocerebellum vermal havia ocorrido em ambos pacientes não retardados e com autismo. Quando se é notado o mau desenvolvimento pode servir como marcador temporal para identificar os eventos que danificam o cérebro no autismo, bem como outras estruturas neurais que podem ser concomitantemente danificado. Segundo os estudiosos os resultados obtidos sugerem que em pacientes com autismo, anormalidade neocerebelar pode prejudicar diretamente as funções cognitivas 23 que eles têm atribuídos ao neocerebellum, podendo afetar indiretamente através de suas conexões com o tronco cerebral, no hipotálamo e tálasso, o desenvolvimento e funcionamento de um ou mais sistemas envolvidos nas cognitivas, sensoriais, atividades econômicas e motor ou podem ocorrer concomitantemente com danos a outros sítios neurais cuja disfunção subjacente diretamente os déficits cognitivos no autismo. ( Neuropsicologia do Laboratório de Pesquisa – N. England J. Méd.1988). 3.2 Defeitos sociais e cognitivos Esses trabalhos têm sugerido que defeitos sociais e cognitivos fazem parte da ampla variação fenolípica do autismo. Os defeitos sociais incluem perda da resposta emocional, perda de empatia, hipersensibilidade e preocupações únicas com algum interesse especial. Os defeitos de comunicação consistem principalmente de dificuldades pragmáticas ou outros problemas de linguagem. A ampliação do espectro fenótipo do autista poderá ajudar na identificação de genes envolvidos na doença. O diagnóstico do autismo deverá resultar de minuciosos históricos evolutivo do paciente e inquérito familiar a respeito das habilidades cognitivas e comportamentais do mesmo. A investigação clínica confirmará ou não se o autismo está associado às síndromes mencionadas. Os estudiosos em seus caminhos de pesquisa, conseguiram através da comparação dos resultados observaram que o autismo de alguma forma também pode ser proveniente das alterações genéticas. 3.3 – Outros métodos de estudo De acordo com o GDV (processador de dados que utiliza um complexo de software especializado que permite o cálculo dos parâmetros do sistema – implementação de processo próprio padronizado de ( GVD- imagens). O processo envolve a captação e filtragem GDV – imagens, a obtenção de valores numéricos a criação de gráficos e diagramas e guardar dados bem como a transferência de dados para processamento adicional. Foram incluídos especificamente os testes de Turkey e Duncan. 24 Cinco grupos foram comparados: indivíduos autistas, seus pais e irmãos bem como grupos de controle são apresentados graficamente: Tabela 1, Tabela 2, Tabela 3. As crianças autistas e controle ( 1) – cor verde – tabela 1; os irmãos da famílias com crianças autistas e controles (2 ) cor azul – tabela 2, autistas filhos e irmãos – cor amarela ( 3 ) – tabela 2; pais de crianças autistas e controles ( 4 ) cor cinza – tabela 3; as mães de crianças autistas e controles – cor rosa , tabela 3. A análise estatística dos dados de crianças autistas em relação a controles da tabela 1 (imagens sem filtro) demonstrou a diferença estatisticamente significativa (p<0,05) para as regiões acupuntura correspondente ao olho direito, orelha direita, nariz, maxilar, mandíbula e dentes do lado direito, garganta, traquéia, glândula tireóide, dente do lado esquerdo, orelha esquerda, olho esquerdo, o córtex cerebral, zona do tórax, zona lombar, cóccix, zona pelve menor, intestino cego, apêndice, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, glândulas mamárias e sistema respiratório, sistema imunológico, fígado, sistema cardiovascular, vasos cerebrais, zona abdominal, hipófise, pâncreas, glândula adrenal, sistema urino-genital, baço, sistema nervoso, epífise, duodeno, jejuno e íleo e a parte direita do coração, etc. A técnica GDV biométrico foi utilizado com sucesso em psicologia e estudos cognitivos, principalmente para avaliar as mudanças que ocorrem em um organismo humano ao longo de um período de tempo. Com base em parâmetros integrais como forma e tamanho de electro-fônicos emissão de simetria e a relação de imagens capturada com o resto do GDV – gramas de todos os dedos, a presença ou ausência de sinais agressivos de defeitos com os órgãos, sistemas de órgãos, uma pode concluir sobre o estado funcional de um indivíduo no momento do estudo. Todos os grupos de comparação mostraram diferença significativa em ambos os níveis psico-emocional ( imagens sem filtro) e fisiológicas (imagens com filtro). No entanto mas diferenças entre as crianças autistas e controles expressa em nível psicoemocional foram as mais significativas em comparação aos outros grupos. Portanto, a atividade do sistema nervoso autônomo simpático é significativamente alterada em criança com autismo. 25 O método biométrico baseado em GDV é um passo promissor na pesquisa do autismo que podem levar para a criação de um perfil de doença e identificar assinatura única, biomarcardor para o autismo. ( EPSCOR, National Science Foundation ( EPS0903787; Jennifer Sims, Baraka Willians, Dr. Mark Yeager, Helen Mann) 4 – As relações entre o autismo e o comportamento social 4.1 – Lobo frontal A teoria do lobo frontal aplicada ao autismo sugere que muitas das características dessa síndrome podem ser explicadas por comprometimento no funcionamento do lobo cerebral frontal ( Duncan,1986). Tal área ocupa 1/3 do cérebro humano e é responsável pela execução de atividades a partir de informações recebidas pelas regiões posteriores do córtex. As partes posteriores compreendem regiões responsáveis pela informação sensorial enquanto a parte anterior (pré-frontal) organiza as informações emotivas, mneumônicas e da atenção oriundas do sistema límbico ou do cerebelo, além das sensoriais. Essa região é responsável pela capacidade de planejamento e desenvolvimento de estratégias para atingir metas, o que requer flexibilidade de comportamento, integração de detalhes num todo coerente e o manejo de múltiplas fontes de informação, coordenadas com o uso de conhecimento adquirido. (Kelly, Boniel & Madell, 1996). Pessoas que sofreram lesões nas regiões pré-frontais tenderam a apresentar alterações de personalidade ou apatia, perda do juízo crítico envolvendo valores sociais, além de problemas na área da atenção, memória de trabalho e prospectiva. (Estinger & Damasco,1985). 4.2 – Semelhança de pessoas com autismo e pessoas com lesão frontal. Essas semelhanças foram comprovadas pelos resultados do desempenho de indivíduos com autismo em testes destinado a medir funções executivas. O interessante desses estudos é que foram realizados com crianças demonstrando evidências contrárias a idéia de que áreas pré-frontais fossem não funcionais até a 26 adolescência. Em 1993, Hugles e Russel utilizaram um tipo de experimento ao qual a criança deveria aprender a obter bolinhas de gude de dentro de uma caixa, utilizandose de uma entre duas diferentes estratégias. As crianças com autismo comparadas aos grupos de controle falharam em aprender a forma correta para obter esse fim, demonstrando maior insistência na estratégia incorreta e evidenciando um déficit maior na capacidade de planejamento para atingir uma meta. ( Hughers & Russel, 1993, Ozonof e Colls, 1991) 4.3 - Guffith, Pennington, Wehner e Rogers (1999) Eles desafiaram a noção de disfunção executiva na síndrome do autismo, pelo menos no que diz respeito a crianças pré-escolares. Os dois estudos reportados por eles(um transversal e outro longitudinal) utilizando as mesmas crianças dessa faixa etária, falharam em distinguir o grupo do autismo de um grupo de controle em tarefas visando a medir a função executiva. De modo similar Nydén e colaboradores (1999), ao compararem grupos de crianças com síndrome de Asperger, com transtornos na leitura e escrita e um grupos não-clínico, em tarefas que avaliavam a função executiva, não conseguiram identificar um padrão específico em qualquer um dos grupos clínicos, todos eles apenas diferiram significativamente do não-clínico. O intrigante nesse estudo é que o grupo apresentou comprometimento mais severo e consistente entre diferentes medidas utilizadas foi o déficit de atenção e hiperatividade, e não de síndrome de Asperger com se esperaria já que este último pertence ao espectro autista de acordo com o DSM-IV. ( Cleonice Alves Bosa – UFRS – 2001) 4.4 – Comportamento social 4.4.1 – Interação social e comunicação. Uma das primeiras áreas do desenvolvimento a eliciar (aliciar, atrair) preocupação nos cuidadores das crianças diagnosticadas como tendo autismo é a de comunicação e interação social, ainda nos dois primeiros anos de vida da criança. Diversos estudos tem documentado o comprometimento de crianças com autismo quanto a atenção compartilhada, definida como a habilidade envolvendo a alternância 27 do olhar e outros sinais comunicativos entre o parceiro e o objeto/evento que é o foco de atenção da criança. A importância de estudos na área de atenção compartilhada e dos mecanismos envolvidos nessa habilidade, como por exemplo a função executiva atrela-se a sua possível condição de precursora da capacidade de desenvolver a teoria da mente. Ela tem sido definida como a capacidade para atribuir estados mentais (crenças, desejos, conhecimentos e pensamentos) a outras pessoas e predizer o comportamento das mesmas em função dessas atribuições (Baron – Cohen, Leslie, Frith,1985). Winner e Lerner – 1983, utilizando-se de um teste baseado numa história de bonecos na qual um personagem mantém uma crença diferente daquela da criança. Crianças que passavam neste teste demonstravam capacidade para predizer o comportamento do personagem baseada na crença falsa do mesmo. Outra área de estudo que está começando a receber maior atenção é a que busca investigar a associação entre o brinquedo simbólico e função executiva ( Jarrold, Boucher & Smith, 1996, Jarrould, Carruthers, Smith, Ucher,1994). Tal tarefa é importante pela relação entre brinquedo simbólico e a teoria da mente. Os estudos acima revisados revelaram inconsistências quanto à especificidade deste comprometimento na área do autismo e a intensidade do comprometimento na função executiva dentro dos subgrupos que compõem o espectro autista. ( Cleonice Alves Bosa – UFRS – Psicologia e Reflexão Crítica) 28 CAPÍTULO III 1 - Dificuldade de Aprendizagem, Inclusão, A família do Autista, A Psicopedagogia 1.1 – Dificuldade de Aprendizagem São vários os fatores que interferem na aprendizagem em geral, como não falar sobre crianças autistas, que precisam de atenção especial para vencerem as dificuldades que apresentam. Há uma multiplicidade de estudos para detectar no indivíduo os diversos motivos que os impedem de aprender algo. Segundo alguns estudiosos que concordam que o desenvolvimento e a aprendizagem não são resultados apenas do meio externo nem somente de capacidades inatas do ser humano, mas fruto das interações homem-mundo. É preciso encontrar na família, na escola e no próprio indivíduo uma porta que nos permita entrar e construir e também reconstruir junto a estes uma nova aprendizagem. A família em que está inserida o indivíduo tem um papel marcante na evolução do indivíduo, pois é a partir dela que ele poderá interagir com os diversos meios que o rodeia. Se não lhe é dado a oportunidade de ser estimulado a vencer as dificuldades, ele não poderá alcançar nenhum tipo de evolução. Na educação geral as técnicas utilizadas geralmente não apresentam um resultado positivo quando se ensina à criança autista, pois sempre elas precisam de considerações especiais. Através do uso dos sentidos individualizados detecta-se a parte em que deve ser mais explorada para que se possa alcançar algum resultado. As pessoas normalmente utilizam dois ou três estilos de aprendizagem, como por exemplo: o visual, auditivo ou sinestésica, mas o mesmo não ocorre com crianças autistas, muitas vezes elas focalizam apenas um desses métodos, em certos casos com completa exclusão dos outros dois. (...) Sinestesia (do grego συναισθησία, συν- (syn-) "união" ou "junção" e αισθησία (-esthesia) "sensação") é a relação de planos sensoriais diferentes: Por exemplo, o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato. O termo é usado para descrever uma figura de linguagem e uma série de fenômenos provocados por uma condição neurológica. (Wilkpédia – Enciclopédia Livre) 29 Uma criança autista pode ficar nervosa e vagando pela sala de aula durante uma palestra porque ela não entende que a mesma é uma lição. Por isso é importante identificar comportamentos, entender a causa dela ter que empregar técnicas de ensino bem-sucedida. As pesquisas sobre autismo, e a experiência escolar revelaram claramente que o ensino de crianças autistas requer alguma modificação técnica e que elas podem não só aprender, como também serem inseridas em classes regulares. Não há uma regra fixa para determinar a aprendizagem de crianças autistas, elas são flexíveis de acordo com cada caso apresentado para uma aplicação mais eficaz. É comum a criança autista ser capaz de processar múltiplas entradas sensoriais ao mesmo tempo, isto é, pode ser impossível para ela processar tanto a visual e a auditiva simultaneamente é necessário apenas focalizar um sentido por vez. Os autistas geralmente têm problemas em generalizar o que pode afetar a maneira deles aprenderem habilidades. (...) a educação nas escolas inclusivas, independentemente do grau de severidade, deve ser vivenciada individualmente na sala de recursos e na sala de ensino comum, favorecendo a sociabilidade, porque incluir é aprender junto. (Autismo e Inclusão pág. 32, 3º par.) 1.2 - O autista e o ambiente educacional Crianças autistas têm muitas dificuldades em integrarem-se em ambientes educacionais. Elas são distraídas por qualquer tipo de ruído, tornando o motivo para a criança se desconcentrar, por isso o professor ou orientador precisa ajudá-la a vencer esta etapa para voltar ao que estava realizando. Por elas terem dificuldade de partilhar o que está utilizando, e através de estímulos e ações, ela poderá ser ensinada a fazer esta partilha. Há várias áreas onde se pode obter resultados quando há definições de objetivos educacionais. Determinadas crianças possuem algumas habilidades, mas por terem grandes dificuldades em conseguir concretizar, ficam frustadas e não suportam o fato de não concluírem a tarefa. O professor precisar arranjar estratégias para acalmá-las , estimulando-as a interagir com as outras crianças que a rodeiam e isso só pode acontecer com os 30 professores dando atenção a cada dificuldade que elas apresentarem, pois uma criança típica aprende por meio de brincadeira com os colegas e os professores na escola. 2 – Inclusão Para haver inclusão é necessário primeiramente ambientes educacionais agradáveis, devendo realmente contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem. Através de processos criativos, para a criança se sentir mais feliz e estimulada a participar do processo proposto. Para trabalhar com a criança autista o professor precisa observá-la a cada momento e usar métodos e estratégias para fazer-se entender pela criança. Enquanto o aluno autista não adquire autonomia necessária é importante que ele permaneça sob o auxílio de um profissional. Na escola inclusiva é difícil para o educador atender a várias crianças especiais, cada criança apresenta diferentes modalidades de dificuldades e até mesmo de síndromes. Não havendo uma infra-estrutura para que essas crianças sejam bem atendidas, o resultado geralmente é contrário ao que se espera. O educador não consegue realizar um trabalho produtivo com os que possuem habilidades normais e não consegue amenizar as dificuldades apresentadas pelas crianças portadora de necessidade especiais. É necessário que haja professores especializados e capacitados para atenderem essas crianças nas classes comuns. 2.1 – Métodos de ensino-aprendizagem com autistas O primeiro passo é repetir seus rituais pois se retirá-las desses rituais poderá resultar em crise de agressividade. A melhor forma de trabalhar estas crianças é estabelecer vínculos entre a pessoa que a trata e a criança. Para esse tipo de trabalho é bom utilizar brinquedos variados, jogos, brincadeiras e histórias em cima dos brinquedos e objetos, podendo trabalhar números quantidades, pesos, diferença de tamanhos, espessura, cor. Crianças autistas tendem a abrir-se em passeios, levá-las ao ar livre e pronunciar claramente o nome das coisas e para que servem, há condições de se obter um bom resultado. 31 Também é utilizado na educação de autistas, rotina estruturada como recepção do aluno, entrada, oração, história, tarefa, higiene, lanche, recreio, passeio, recreação supervisionada e saída. Os autistas são crianças que constantemente mudam de comportamento. A rotina diária deles tem que estar focadas em suas necessidades. A sala de aula deve ter pouca estimulação visual para que a criança não se desvie sua atenção da atividade em andamento. O ambiente deve ser calmo e agradável para que os movimentos estereotipados dos alunos sejam devidamente controlados para que eles não venham a princípio rejeitar o trabalho que está sendo feito. Na observação do trabalho com autistas tomou-se por base a sala de aula dividida em três partes: a)momento pessoal – onde cada aluno tem o seu espaço determinado por uma cor, onde ele pode encontrar os seus objetos pessoais: b) momento individual – lugar onde a professora trabalha individualmente com cada aluno a tarefa dirigida, tentando suprir as necessidades, se possível acompanhada de uma auxiliar. c) momento livre – os alunos podem optar por uma atividade ou ficar sem fazer nada. Essa abordagem vivencial acontece desde o instante em que os alunos chegam na escola até a hora da saída, pois são crianças extremamente dependentes e precisam de constante auxílio. Neste processo de aprendizagem o que mais dificulta o trabalho é a estereotipia dos alunos, que são movimentos característicos difíceis de serem controlados. Mas o edu- cador precisa valer-se de muita observação e ação e amor para que venham obter resultados satisfatórios. 3- A família e o Autista – Depoimentos _ Não sou uma pessoa religiosa, mas há algo profundamente significativo, senão espiritual, em ser pai de uma criança autista que me levou a considerar princípios sublimes ou abstratos da vida, como a verdade, a beleza e a bondade. Eu simplesmente tenho dificuldades em percebê-los nos dias que luto com Isabel para que ela fique perto 32 de mim na calçada de uma rua movimentada, preste atenção na tarefa de casa ou desligue a televisão. Agora ela adormeceu com o urso panda de veludo debaixo do braço direito. Quando acordar a luta diária começa novamente. Lembro o dia em que Isabel foi diagnosticada como autista, como o dia que ela se tornou autista, e me dou conta de como, com o passar do tempo, a memória privilegia certos acontecimentos. (...) Depois de vários anos de erros e acertos, Isabel com o passar dos anos foi adquirindo certa autonomia. Aos 12 anos foi sugerido que Isabel estudasse música, ela desenvolveu o ouvido musical sendo capaz de tirar notas musicais de som bastante inusitado como resposta ao som de uma taça de vinho (Si maior), durante uma celebração com a família. Passou com facilidade a identificar o som das notas quando tocadas com ela de costas para o piano. _ Quando converso com pais de crianças autistas e lhes pergunto de que têm mais medo, eles costumam responder com outra pergunta: _ O que acontecerá com nosso filho quando nós formos? A suposição por trás dessa pergunta é que nenhuma outra pessoa será capaz de cuidar dele . Algumas mães simplesmente dizem: _ Sem mim meu filho morrerá. . ( Autismo – Um mundo Obscuro e Conturbado 2ª parte – Roy Richard Grinker – Trad. Catharina Pinheiro - Larousse) Tenho dificuldades em percebê-los nos dias que luto com Isabel para que ela fique perto de mim na calçada de uma rua movimentada, preste atenção na tarefa de casa ou desligue a televisão. Agora ela adormeceu com o urso panda de veludo debaixo do braço direito. Quando acordar a luta diária começa novamente. Lembro o dia em que Isabel foi diagnosticada como autista, como o dia que ela se tornou autista, e me dou conta de como, com o passar do tempo, a memória privilegia certos acontecimentos. (...) Depois de vários anos de erros e acertos, Isabel com o passar dos anos foi adquirindo certa autonomia. Aos 12 anos foi sugerido que Isabel estudasse música, ela desenvolveu o ouvido musical sendo capaz de tirar notas musicais de som bastante inusitado como resposta ao som de uma 33 taça de vinho (Si maior), durante uma celebração com a família. Passou com facilidade a identificar o som das notas quando tocadas com ela de costas para o piano. _ Quando converso com pais de crianças autistas e lhes pergunto de que têm mais medo, eles costumam responder com outra pergunta: _ O que acontecerá com nosso filho quando nós formos? A suposição por trás dessa pergunta é que nenhuma outra pessoa será capaz de cuidar dele . Algumas mães simplesmente dizem: _ Sem mim meu filho morrerá. . ( Autismo – Um mundo Obscuro e Conturbado 2ª parte – Roy Richard Grinker – Trad. Catharina Pinheiro - Larousse) 3.1– Lugares de Opressão Em visitação a outros lugares Roy Richard Grinker deparou-se com os mais diversos tipos de crianças autistas. Algumas em lugares adequados, mas outras recebendo tratamentos sub-humano, como quando no ano de 2002 ele visitou um lar onde viviam viviam homens com autismo grave. Em um subúrbio de East London, África do Sul, o casal que fundara o lar mostrou-lhe o lugar. A primeira vista parecia admirável. Nos fundos da casa, entretanto, havia uma cela de ferro semelhante a algo tirado do zoológico. Os fundadores não tinham treinamento psicológico ou em educação especial. Eles haviam se comprometido a ajudar esses homens, mas não tinham recursos financeiros para lidar com o comportamento que às vezes presenciavam. À noite os homens eram trancados em seus quartos onde haviam grades nas janelas para impedir que fugissem. (...) Por que a casa não é administrada por uma organização médica? Ele perguntou. _ Não há organizações desse tipo, nem dinheiro suficiente, e ninguém com juízo ia querer esse emprego. (Autismo Um Mundo Obscuro e Conturbado – Larousse – 1ª edição brasileira – 2010) 34 4– Psicopedagogia 4.1– Definição Para entender o que é Psicopedagogia, acredito ser importante ir além da simples junção dos conhecimentos oriundos da Psicologia e da Pedagogia, que ocorre com bastante freqüência no senso comum, isto porque, em sua própria denominação Psicopedagogia aparece “suas partes constitutivas – psicologia + pedagogia – e que oferece uma definição reducionista a seu respeito”, como nos ensina Julia Eugenia Gonçalves . Na realidade, a Psicopedagogia é um campo do conhecimento que se propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender humano. Interessa a Psicopedagogia compreender como ocorre os processos de aprendizagem e entender as possíveis dificuldades situadas neste movimento. Para tal, faz uso da integração e síntese de vários campos do conhecimento, tais com a Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia, a Psicologia Transpessoal, a Pedagogia, a Neurologia, entre outros. ( João Beauclair – Psicopedagogia – OnLine Educação e Saúde) (...) A práxis psicopedagógica é entendida como o conhecimento dos processos de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais. Pressupõe também a atuação tanto no processo normal do aprendizado como na percepção de dificuldades (diagnóstico) e na interferência no planejamento das instituições e no trabalho de re-educação (terapia psicopedagógica). • Vivenciar e construir projetos, buscando operar na prática clínica individual e grupal. • Desenvolver projetos institucionais, principalmente aqueles relacionados a escola. • Aprimorar a percepção de si mesmo e do outro, enquanto se individual, social e cultural e no seu papel de psicopedagogo. ( Psicopedagogia Online) 4.2 – O Psicopedagogo O Psicopedagogo não é pedagogo nem psicólogo, pois o seu campo de ação é a dificuldade de aprendizagem. Ele faz mediações psicopedagógicas aplicáveis nos casos de autismos e outros tipos de síndromes, trabalhando a intencionalidade, reciprocidade, significado e transcendência. 4.3 – A Formação No Brasil, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial desde a década de 70 em instituições universitárias de renome. Esta formação foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos de pós-graduação e especialização, com carga horária mínima de 360h. O curso deve atender às exigências mínimas do Conselho Federal de Educação quanto à 35 carga horária, critérios de avaliação, corpo docente e outras. Não há normas e critérios para a estrutura curricular, o que leva a uma grande diversificação na formação. Os cursos de psicopedagogia formam profissionais aptos a trabalhar na área clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a empresarial. No Brasil, só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da lei vigente - Resolução 12/83, de 06/10/83 - que forma os especialistas, no caso, os então chamados "especialistas em psicopedagogia" ou psicopedagogos. 4.4 - A importância do trabalho psicopedagógico Em toda intervenção, é preciso que o psicopedagogo esteja consciente das possibilidades educacionais do seu educando, é necessário escolher meios eficazes. O Psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagem humana, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar dos problemas que possam surgir. Ele diagnostica o desenvolvimento de técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com profissionais de outras áreas. Procurando assim desenvolver um trabalho que tenha um resultado positivo no tratamento aplicado, trabalhando tanto de forma individual ou em grupo. Essa equipe de profissionais que não ficam focados somente nos problemas de aprendizagem, mas também nas soluções, precisam que crer no trabalho que realizam. (Psicopedagogia Online) As abordagens psicopedagógicas têm recebido grandes contribuições dos estudos e respeito dos processos de aprendizagem dos aspectos psicossociais e das questões cognitivas do indivíduo. Ela aborda distinta áreas multidisciplinares, que dão ênfase à capacidade cognitiva do aprendente, principalmente no contexto escolar. O aluno deve ter a oportunidade de desenvolver o máximo do seu potencial cognitivo, e a escola deve assumir o papel de outorgar-lhes as possibilidades de aprendizagem. (Autismo e Inclusão – 3ª edição – Eugênio Cunha – Walk Editora) (...)Vale lembrar o que diz Bossa (1994, p.74) sobre o diagnóstico: O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito. A grande responsabilidade do Psicopedagogo é estimular o desenvolvimento das relações interpessoais, estabelecer vínculos e utilizar métodos que tragam resultados para o indivíduo, para a família e de certa forma também para a sociedade. 36 Na verdade, através de uma vida tratada pelo psicopedagogo alcança muitas das vezes outras vidas, pois o trabalho que ele faz não é isolado nem solitário. 37 Conclusão A criança autista torna-se uma caixa de surpresas, pois o profissional de Psicopedagogia não sabe que tipo de criança e problema ele irá encontrar. Ainda que se tenha algum diagnóstico, pode aparecer outras características autistas que precisam ser analisadas. A intervenção é um trabalho abrangente, pois através das descobertas há o envolvimento de várias pessoas, seja os profissionais, familiares e amigos. Através do contato com a criança vai se descobrindo seus diversos relacionamentos, começando pela família que ela vive e as demais pessoas que se relaciona. São diversos os motivos que leva o Psicopedagogo a fazer uma intervenção numa instituição em favor do desenvolvimento da aprendizagem da criança ser tratada, seja no individual ou em grupo. Na escola inclusiva há um espaço para incluir as crianças com necessidades especiais em classes ditas de crianças normais, mas o que é preciso observar que crianças autistas nestas classes precisam de atenção especial por possuir um tipo de síndrome diferenciada. A criança, pais, professores, equipe pedagógica, Psicopedagogo e outros profissionais assim exigidos serão o suporte para que o profissional da área possa fazer a intervenção. Os dados colhidos tornam-se a base do desenvolvimento do trabalho psicopedagógico, que através a análise e hipóteses levantadas, o profissional da área precisar aplicar o resultado com visão diferenciada devido às diversas modalidades de sintomas. Há sempre uma renovação de atitudes, pois as intervenções precisam ser baseadas em dados obtidos, fatos acontecidos empregando ações flexíveis e mais eficazes. 38 BIBLIOGRAFIA SAMPAIO, Simaia – Dificuldades de Aprendizagem, Rio de Janeiro: Wak, 2011. RELVAS, Marta Pires – Neurociência e Transtornos de Aprendizagem, Rio de Janeiro, Wak, 2010. GRINKER, Roy Richard – Autismo – Um Mundo Obscuro e Conturbado, (trad.) Catharina Pinheiro, São Paulo, Larousse do Brasil, 2010. CUNHA, Eugênio – Autismo e Inclusão, Rio de Janeiro, Wak, 2011. WEBSITES: Wikepédia, a enciclopédia livre. Psicol.USP v.11 n.1, São Paulo http://www.abpp.com.br http://www.comofazertudo.com.br – como-ensinar-crian%C3%A7-autistas. Diário Digital / Lusa Rev. Bras. Psiquiatr.vol.26 no.4 São Paulo Dec. 2004 – http://dx.doi.org. http://www.psiqweb.med,br/2004 http://tdah.org.br/br/textos Psicopedagogia Online www.dicio.com.br [email protected] www.abpp.com.br Folha se São Paulo – 22/11/2011 ...wordpress.com/.../distúrbios-de-apren... www.autista-no-lar.org https://sites.google.com/sitedesvendandooautismo/teacch J.Pediatra. (Rio. J.) vol.80 no.2 suppl. 0 Porto Alegre.Apr.2004 www.autismopipa.com.br 39 johannaterpeutaocupacional.blogspot.com APOSTILAS AVULSAS _ Protocolos Investigativos Escolares - Estratégias e Intervenções - A Biologia do Cérebro – Profª Marta Pires Relva _ Testes e Avaliações Psicopedagógicas - Analise global do Processo de Aprendizagem ANEXOS Anexo I Sintomas do Autismo Anexo II Como autista percebe o mundo - através do movimento, Tato, visão, audição e olfato. Anexo III Fotos – Vó da Paloma Anexo IV – Terapia Autismo – Monociclo Anexo V Tabelas Tabela 1 Tabela 2 Tabelas 3 e 4 Tabela 5 Tabela 6 40 ANEXOS ANEXO I + SINTOMAS DO AUTISMO + Resiste a métodos normais de ensino. Aparente insensibilidade à dor. Crises de choro e extrema angústia por razões não discerníveis. Risos e gargalhadas inadequadas. Não se aninha. Gira objetos. Ausência de medo de perigos reais. Forma de brincar estranha e intermitente. Dificuldade em se misturar com outras crianças. 41 Resiste a mudanças de rotina. Habilidades motoras fina/grossa desniveladas. Apego inadequado a objetos. Ecolálico. Hiperatividade fisica marcante ou extrema passividade. Age como se fosse surdo. 42 Anexo II COMO O AUTISTA PERCEBE O MUNDO – ATRAVÉS DO MOVIMENTO, TATO, VISÃO, AUDIÇÃO E OLFATO. 43 44 ANEXO III Bem vindo ao site da Vó da Paloma Autista no Lar Não tinha: - contato visual Não gostava: - barulhos - festas - multidões 45 ACORDANDO 46 Vamos orar! "Obrigado Papai do céu por esse dia. Agradeço em nome de Jesus, amén." Paloma ora assim: “Obigadu Papai do chéu po lesse dia. Agadeço em nome de Zesus, amém! 47 Anexo IV TERAPIA AUTISMO - Monociclo Janeiro Fevereiro Março 48 Abril www.autismopipa.com.br 49 ANEXO V 50 51 52 53 54 ÍNDICE Resumo 5 Introdução 6 Capítulo I 8 1 - Origem, Definição, Autismo 1.1 – Origem, Os Pioneiros 1.2 - Asperger 1.3 – Algumas Características da Síndrome 9 10 1.4 - Semelhanças e Diferenças entre Kanner e Asperger 2 -Definição de Autismo 11 2.1 – Definição 2.2 – Autismo e o Desenvolvimento Neurológico 2.3 – O tempo da Síndrome 3 12 – Outras Abordagens 3.1 - TGD 3.2 – TID 13 3.3 – TEA 4 - As funções ou áreas mais afetadas 4.1 – Visão 4.2 – Audição 4.3 - Tato 4.4- Dor 4.5 – Equilíbrio 4.6 – Olfato 14 55 4.7 – Gustação 5 – Novas Descobertas – Causas genéticas e ambientais 15 5.6 – Genéticas 5.7 – Ambientais Capítulo II 1 – Outros pesquisadores, Diagnóstico Diferenciados – Psicose/Autismo, Genética 17 1.1 – Genéticas 1.2 – Distinção entre autismo e psicose infantil – noções contemporâneas sobre o assunto 1.3 – Tipos de psicose infantil 1.3.1 2 18 – Esquizofrenia infantil – Genética do Autismo 19 2.1 – Evidências 2.2 – Fenótipo Autista 2.3 – Etiologia 20 2.4 – Triagem de Genoma 3 21 – Genes 3.1 – Hiploplasia cerebelar vermal lóbulo VI e VII no autismo 3.1.1 22 – Vermis cerebelar 3.2 – Defeitos sociais e cognitivos 3.3 - Outros métodos de abordagens 23 56 4– As relações entre o autismo e o comportamento social 25 4.1 – Lobo Frontal 4.2 – Semelhanças de pessoaas com autismo e pessoas com lesão central 4.3 – Guffith, Pennington, Wehner e Rogers (1999) 26 3.2 – Comportamento Social 3.2.1 – Interação social e comunicação Capítulo III 1 – Dificuldade de aprendizagem, Inclusão, a Família do autista, A Psicopedagogia 28 1.1 – Dificuldade de Aprendizagem 1.2 – O autista e o ambiente educacional 29 1.3 – Mé3todos de ensino-aprendizagem com autistas 2 – Inclusão 30 3 – A família e o autista – Depoimentos 31 3.1 – Lugares de Opressão 4 33 – A Psicopedagogia 4.1 - Definição 4.2 – O Psicopedagogo 34 4.3 – A Formação 4.4 – A Importância do Trabalho Psicopedagógico 35 Conclusão 37 Bibliografia 38 57 40 Anexos Anexo I Sintomas do Autismo - Desenhos Anexo II Como o autista percebe o mundo – através do movimento, tato, 42 visão, audição e olfato - Desenhos Anexo III Bem Vindo ao Site da Vó da Paloma – Fotos 44 Anexo IV Terapia Autista – Monociclo – Fotos 47 Anexo V - Tabelas Estatísticas 49 - Tabela – 1 – Prevalência de distúrbios neurológicos (por 100..00) - Tabela – 2 - Critério Diagnóstico para distúrbio autista 50 (DSM – IV, 1994) - Tabela – 3 – Subgrupos do DSM-IV para transtornos invasivos de desenvolvimento - Tabela – 4 – Critérios e diagnósticos para a Síndrome de Asperger 51 - Tabela – 5 - Critérios diagnósticos para transtornos desintegrativo 52 da infância - Tabela – 6 – Patologias potencialmente associadas ao autismo 53 Índice 54 58 59 60 61 62