Relatório Mensal de Câmbio e Macroeconomia Outubro - 2016 Aviso Legal A negociação de derivativos, tais como futuros, opções e swaps pode não ser adequada para todos os investidores. A negociação de derivativos envolve riscos substanciais de perda, e você deve compreender completamente esses riscos antes de negociar. Resultados financeiros passados não são necessariamente indicativos de desempenho futuro. Todas as referências à negociação de futuros/opções são feitas exclusivamente em nome da INTL FCStone. Todas as referências à execução de swaps e swaps bilaterais são feitas exclusivamente em nome da INTL FCStone. A INTL FCStone realizará o clearing de swaps quando for aplicável. Swaps estão disponíveis somente para contrapartes elegíveis. Este material não deve ser interpretado como uma solicitação de estratégias de negociação e/ou serviços de negociação prestados pela INTL FCStone observados nesta apresentação. 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Dessa forma, estas declarações não refletem necessariamente os pontos de vista e estratégias de negociação empregadas pela INTL FCStone. Todas as previsões de condições de mercado são inerentemente subjetivas e especulativas, e resultados reais e previsões subsequentes podem variar significativamente em relação a essas previsões. Nenhuma garantia é feita de que essas previsões serão alcançadas. Todos os exemplos são fornecidos apenas para fins ilustrativos, e não significam que nenhuma pessoa poderá ou terá probabilidade de conseguir lucros ou perdas similares àqueles dos exemplos. A reprodução ou o uso em qualquer formato sem autorização são proibidos. Todos os direitos reservados. Panorama geral Mercados Financeiros Os mercados financeiros se mantiveram bastante apreensivos em outubro, aguardando a decisão do Fomc e a conclusão do processo eleitoral nos Estados Unidos. Sem notícias sobre o acordo de corte da OPEP, o barril do petróleo voltou a recuar, pressionando outras commodities. Com a aproximação do encerramento do programa de repatriação de ativos, em 31/10, foi registrada a entrada intensa de recursos no mercado brasileiro, contribuindo para forte recuo do dólar. Na mínima do mês, a divisa chegou aos R$3,107, menor valor desde jun/15. O Dollar Index registrou forte alta em outubro, seguindo as expectativas para o encontro do Fed ocorrido no mês. Mais do que a própria decisão, o mercado se focou na sinalização da autoridade monetária, consolidando as expectativas de uma elevação dos juros em dezembro. As exportações e importações da China recuaram além do esperado em outubro, sétimo mês consecutivo de contração da demanda por produtos do país. As exportações chinesas recuaram 7,3% ante o mesmo mês do ano anterior e as importações encolheram de 1,4%. A inflação no bloco europeu voltou a se recuperar no último mês, atingindo alta de 0,5% a.a. devido ao aumento no custo de serviços e queda limitada nos preços de energia. O BCE decidiu em outubro manter o atual nível de estímulos e sinalizou possível afrouxamento em dezembro. Mercados Financeiros Dólar avança sobre moedas fortes Evolução das principais moedas – (var. 12 meses) Peso Yen Mexicano japonês 2,7% 5,4% Euro Real 2,3% 4,4% Real 2,1% Rand Sul-africano 3,6% Rand Sul-africano 1,8% Dólar Canadense 3,4% Dólar Taiwanês -0,6% Coroa Norueguesa 2,6% Dólar Australiano -0,7% 1,1% Coroa Sueca Coroa Yuan Neozelandesa Chinês -1,6% 1,0% Coroa Franco Dinamarquesa 0,7% Suíço -1,8% Mexicano 0,6% Dólar Peso Neozelandês -1,9% Won sul-coreano 0,4% Dólar de Singapura -2,1% Dólar de Singapura 0,3% Dólar Canadense -2,1% Franco Suíço 0,2% Coroa Dinamarquesa -2,2% Dólar Taiwanês -0,2% Yen japonês -3,4% Yuan Chinês -0,4% Coroa Norueguesa -3,4% -0,6% Won sul-coreano Euro -3,9% Dólar Australiano-5,3% -0,7% Coroa Sueca Libra esterlina-5,6% -1,8% Libra esterlina -9% -8% -6%-4% -2%0%2%4%6%8% -6% -3% 0% 3% 10% 6% 17,2% 10,8% 13,1% 8,4% Yen japonês Coroa Neozelandesa 3,2% 4,8% Dólaresterlina Taiwanês Libra 2,7%3,8% Coroa Norueguesa Dólar Australiano 2,5%3,6% Rand Sueca Sul-africano Coroa 0,7% 2,3% DólarDinamarquesa de Singapura Coroa -1,5%0,2% Eurode Singapura Dólar -2,0% 0,0% Coroa Dinamarquesa Euro -2,9% -0,1% FrancoSuíço Suíço Franco -4,0% -0,3% Dólar Won Canadense sul-coreano -4,4% -2,5% Yuan Chinês Dólar Canadense -5,4% -5,5% Dólar DólarTaiwanês Neozelandês -6,3% -5,8% Won sul-coreano Coroa Sueca -6,9% -6,6% Coroa DólarNorueguesa Australiano -11,9% -7,3% -14,0% -14,3% -19,5% -20,7% Real Yen japonês Peso Mexicano Yuan Chinês Real Peso Mexicano Rand LibraSul-africano esterlina -30%-20% -20%-10% -10%0% 0%10% 10% -30% 20% 20% 30% A moeda americana avançou ante outras moedas fortes em outubro com a consolidação do cenário de uma alta do Fed até o final do ano. A reversão nas pesquisas durante o final do mês, indicando chances maiores de uma vitória de Trump após a reabertura das investigações do FBI sobre os e-mails de Clinton, mantiveram o suporte ao valor da divisa. Fonte: Bloomberg. Evolução das principais moedas – (var. mensal %) Fonte: Thomson Reuters. Dollar Index dispara em outubro com eleições O Dollar Index apresentou forte alta na primeira metade de outubro, próxima dos 2,7%, encerrando o restante do mês em movimento lateral. A aceleração da primeira quinzena esteve associada às expectativas para a reunião do Fed, com o mercado em busca de evidências de uma alta em dezembro, e ao otimismo com os dados da economia americana. Fonte: Thomson Reuters. Peso mexicano acompanha intenção de votos A forte retomada de Hillary Clinton nas pesquisas de intenção de voto após os três debates entre os candidatos à presidência dos EUA deu fôlego ao peso mexicano, que devolveu parte das perdas em relação ao dólar em outubro. No final do mês, com a queda dos preços do petróleo e a reabertura das investigações do FBI contra Clinton – ampliando as chances de vitória de Trump –, o dólar voltou a avançar diante da moeda mexicana. O Ibovespa registrou forte alta em outubro, acompanhando o fluxo intenso de entrada de divisas associado ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT), também conhecido como lei da repatriação. Os índices acionários das bolsas americanas e europeias, por sua vez, exibiram movimento mais contido e praticamente lateral. A decisão do Fed de manter a taxa de juros de referência nos Estados Unidos inalterada manteve o suporte ao mercado de ações no país. Fonte: Thomson Reuters. Ibovespa registra forte alta com repatriação Petróleo recua com dólar mais caro e OPEP Commodity Preço Var. anual Var. mensal Petróleo WTI (US$/bar) 46,86 Petróleo Brent (US$/bar) 48,61 Gasolina (c/gal) 141,95 Óleo para calefação (US$/gal) 150,39 Óleo combustível (US$/t) 441,25 Gás Natural (US$/MI btu) 3,026 Metais Fonte: Thomson Reuters. Ouro (US$/oz) Prata (US$/oz) Alumínio (US$/t) Cobre (US$/t) Milho (c/bu) Trigo (c/bu) Soja (c/bu) Café (c/lb) Açúcar (c/lb) Algodão (c/lb) Cacau (US$/t) Farelo de soja (US$/t) Óleo de soja (US$/lb) -10,2% -14,8% -1,3% -11,4% -14,2% 5,8% -4,0% -4,2% -1,1% -2,9% -1,6% -3,4% 1277,21 17,91 1734 4853 Agricultura 11,8% 15,2% 17,3% -5,1% -2,9% -6,6% 3,6% -0,2% 362,75 416,25 1011,75 167,55 21,57 69,37 2643 316,1 35,17 -13,2% -24,1% 13,0% 23,6% 50,4% 8,1% -16,7% 6,1% 20,5% 4,7% 3,5% 5,5% 8,2% -6,2% 1,2% -3,3% 5,5% 5,2% No mês, os preços do complexo de petróleo reverteram quase a totalidade dos ganhos de setembro em função da forte alta da moeda americana – tornando o petróleo, denominado na divisa, mais caro e pressionando sua demanda. Também contribuiu com o movimento de queda, o vácuo de novidades sobre o acordo firmado entre os membros da OPEP para limitar a produção do hidrocarboneto, ampliando as dúvidas sobre a eficácia da decisão sobre o mercado. Fonte: Bloomberg. Energia Brasil As expectativas para taxa de juros de referência apresentaram recuo em outubro, considerando um corte de 0,5 ponto na decisão de dezembro do Copom. A revisão foi motivada após a divulgação dos números do IPCA de setembro, com forte desaceleração, e expectativa de valorização da moeda brasileira. Fonte: Banco Central do Brasil Mercado reduz projeção para inflação e juros Ponta longa dos DIs recua em outubro 14,00% 13,50% 13,00% 12,50% 29/07/2016 12,00% 30/09/2016 31/10/2016 11,50% Os contratos mais próximos de juros futuros encerraram outubro praticamente estáveis em relação ao mês anterior, com viés de queda na ponta longa da curva. Com a redução da Selic durante o encontro do Copom na metade do mês e o forte recuo do dólar associado à lei de repatriação, as expectativas do mercado para o controle da inflação e para os a política monetária foram revisadas para baixo. Fonte: Reuters. out-29 mar-29 ago-28 jan-28 jun-27 nov-26 abr-26 set-25 fev-25 jul-24 dez-23 mai-23 out-22 mar-22 ago-21 jan-21 jun-20 nov-19 abr-19 set-18 fev-18 jul-17 11,00% dez-16 Hundreds Curva de juros futuros - DI O IPCA registrou avanço contido em outubro, de 0,26%, desacelerando a inflação acumulada em 12 meses para 7,87%. Trata-se do menor valor acumulado do índice desde fevereiro de 2015. Cinco das nove categorias de bens tiveram contribuição nula ou negativa para o IPCA de outubro, com as maiores altas registradas em Transportes e Habitação De maneira semelhante, os antecedentes de inflação medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), componente do IGP-M, exibiram potencial menor de alta para os próximos meses, recuando dos 0,18% registrados em setembro para 0,15% em outubro. Fonte: IBGE, FGV e Fipe IPCA em 12 meses recua para 7,87% Déficit primário passa a 3,1% do PIB Dívida bruta e resultado primário (% PIB) 10% 8% 6% 4% 2% mai/16 jan/16 set/15 mai/15 jan/15 set/14 mai/14 jan/14 set/13 mai/13 jan/13 set/12 mai/12 jan/12 set/11 mai/11 jan/11 0% -150,00 -200,00 Em setembro, o setor público consolidado – que engloba o governo central, estados, municípios e estatais – registrou déficit primário recorde para o mês e para o acumulado dos nove primeiros meses do ano. No mês o resultado primário foi contabilizado em -R$26,64 bilhões, e nos nove primeiros meses do ano 2016 o saldo negativo totalizou R$85,50 bilhões. Em 12 meses o déficit primário do setor público responde por 3,08% do PIB, sua maior participação desde o início da série histórica do Bacen, em 2002, e a dívida bruta do governo geral corresponde a 70,72% do PIB, também recorde. jun/16 fev/16 out/15 jun/15 -250,00 Fonte: Banco Central do Brasil Déficit nominal (% PIB) 12% -100,00 fev/15 set/16 mai/16 jan/16 set/15 mai/15 jan/15 set/14 mai/14 jan/14 set/13 mai/13 jan/13 set/12 mai/12 -4% jan/12 50,0% set/11 -3% mai/11 52,5% jan/11 55,0% -2% out/14 57,5% -50,00 jun/14 -1% fev/14 60,0% 0,00 out/13 0% jun/13 62,5% 50,00 fev/13 1% out/12 65,0% 12 meses 100,00 jun/12 2% fev/12 3% 67,5% out/11 70,0% Mensal 150,00 jun/11 4% 200,00 fev/11 72,5% Resultado primário do setor público consolidado Resultado primário R$ bilhões Dívida bruta Fonte: IBGE Fonte: CAGED Perda de emprego mantém ritmo reduzido Em setembro, o ritmo de destruição de postos de trabalho manteve-se mais contida, em 39,28 mil empregos perdidos. Indústria de Transformação e Comércio, por sua vez, apresentaram saldo positivo, gerando 13,30 mil empregos. Fonte: FGV. Confiança avança apesar da economia real Os índices de Confiança mantiveram nível sustentado em outubro. A trajetória de alta, iniciada por volta de maio com a abertura do processo de impeachment, porém, parece descolada do desempenho da economia real, ainda frágil. Fonte: MDIC Real mais forte comprime saldo comercial O Saldo da Balança Comercial de outubro voltou a apresentar recuo, encolhendo para US$ 2,35 bilhões. No acumulado de 12 meses a diferença entre exportações e importações é recorde e encontra-se em US$ 46,31 bilhões.