Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, Os jornais publicam que o dólar está sendo vendido a quase R$ 3,00, o preço mais barato dos últimos seis meses, com queda em torno de 10% em relação à cotação vigente há um mês. O dólar caiu ainda mais depois da aprovação pela Câmara, na quarta-feira passada, da emenda que desconstitucionalizou a regulamentação do funcionamento do Sistema Financeiro. O Banco Central aproveitou o momento favorável e renegociou integralmente os US$ 920,8 milhões de dívida cambial que vencem no dia 17. Junto com a cotação do dólar, também está caindo a taxa de risco Brasil, os juros extras que somos obrigados a pagar ao investidor internacional para podermos atrair os dólares tão necessários ao pagamento das nossas contas externas. Essa taxa, que foi de mais de 20% recentemente, hoje está abaixo de 9% e continua caindo, queimando aos poucos a gordura que ganhou no ano passado. Isso significa que, apesar da guerra e da desaceleração da economia americana, o que caracteriza uma grande turbulência internacional, a economia brasileira tem conseguido bons resultados desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos dois primeiros meses do ano, por exemplo, as contas do governo apresentaram um superávit recorde de R$ 16,1 bilhões, um número maior do que a meta de R$ 15,4 bilhões prevista para o primeiro trimestre do ano. Trata-se de um desempenho extraordinário, que já se traduz na queda da inflação, beneficiando os ganhos do trabalhador. Ele foi conseguido graças à determinação do presidente Lula, para quem, “a estabilidade econômica não é um fim em si, é pré-condição para o crescimento da economia em bases sustentadas”, conforme ele reafirmou em discurso nesta Casa, por ocasião da solenidade de abertura da sessão legislativa da 52ª legislatura. O presidente deixou muito claro os princípios da política econômica comandada pelo Ministro da Fazenda, Antonio Pallocci. Disse ele neste plenário: “A confiança em nossa capacidade de ter uma moeda estável e de cumprir os contratos firmados não pode e não vai ser questionada. Temos de garantir a sustentabilidade da dívida pública, fazendo com grande responsabilidade a transição para um novo modelo de menor endividamento do governo e maior crescimento econômico”. Para levar adiante tal política, ele fez um apelo ao Congresso, cujo papel é estratégico na realização das reformas que promovam soluções estruturais e duradouras para a economia do país, em especial a previdenciária e a tributária. Com a aprovação da emenda do Sistema Financeiro, os políticos deram uma resposta à mensagem presidencial, tornando-se parceiros do ambiente de otimismo econômico. Nosso partido, o PT, dono da maior bancada da Câmara, tomou a iniciativa nesse processo com o voto unânime a favor do teste inicial das reformas. Sigmaringa Seixas