O UNIVERSO DA LINGUAGEM Desde que nascemos, estamos

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O UNIVERSO DA LINGUAGEM
Desde que nascemos, estamos mergulhados no mundo da linguagem. Da fala, da
língua pertencente ao meio em que vivemos. Crescemos dentro da nossa família
ouvindo - na maioria das vezes - nossos pais a falarem conosco, além de gestos e
sinais, através da fala, das palavras. Nosso pensamento, a forma de entendermos as
coisas, o mundo, começa, então, a ter por primordial, as palavras, a linguagem, o nome
das coisas existentes no mundo. Construímos na consciência, uma espécie de
"biblioteca" onde depositamos tudo o que é ouvido e entendido. Guardamos idéias,
significados, palavras e com essa "base de dados" nos expressamos verbalmente pela
fala. É como se selecionássemos - pegando na prateleira da biblioteca - palavra por
palavra, criando estruturas de entendimento para a comunicação. Quase parecido com
uma receita de bolo: você + é + muito + simpática, resultando no queremos dizer pelo o
que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém.
“ A linguagem não é apenas um instrumento de comunicação, mas também o próprio
pensamento do ato. O conhecimento não se separa da forma lingüística em que se
expressa, e por isso a linguagem também constitui o limite, ainda que móvel, do
pensamento... A linguagem não se organiza apenas segundo princípios racionais. As
palavras irradiam a capacidade de comunicação para os domínios mais amplos da vida
e das forças que a integram, modificam-na e a expressam".
Baseados nesses relatos e em outras pesquisas, podemos acreditar que a faculdade
da linguagem articulada é a forma que o homem descobriu para se auto-afirmar como
ser e dominar o mundo. O homem, ao nomear as coisas e objetos, passou a ter o
controle sobre o universo, organizando o espaço em que vive e superando o
desconhecido pelo desejo de conhecimento. A tudo e a todas as coisas, o homem
atribuiu sentido, designou funções, nomeou coisas e se impôs perante os outros seres.
Portanto, o universo do discurso da linguagem e da fala, é uma característica exclusiva
do ser humano e por isso, fundamentais para alcançar a compreensão do mundo e das
coisas a nossa volta. Pensamos a linguagem e somos o que a linguagem nos faz ser.
Construímos e destruímos mundos diferentes. Podemos estreitar relacionamentos ou
nos distanciarmos de relações com o exterior. A partir do momento em que falamos,
abandonamos o nosso estado natural e passamos a dominar tudo o que existe no
mundo. Criamos novos objetos e seres dentro e fora da realidade, nomeado o que nos
cerca e fazendo de nós donos do real e do imaginário.
Variações lingüísticas
Variedade linguística demostra como uma língua é sensível a fatores como região
geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do
contexto. Assim, é impossível todos usarem a língua da mesma forma, já que cada um
apresenta uma característica social específica.
Variação histórica – A época em que o falante vive.
Variação geográfica – O lugar em que vive durante certo número de anos.
Variação sociocultural – O grupo social de que ele faz parte.
O certo e o errado no idioma
De um modo geral, os falantes de um idioma são levados a aceitar como “correta” o
modo de falar do segmento social que, em conseqüência da sua situação econômica e
cultural privilegiada, tem maior prestígio na sociedade. Assim o modo de falar desse
grupo social passa a servir de padrão, enquanto as demais variedades lingüísticas,
faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam a ser consideradas erradas”.
Assim, dizemos que a frase “Eles não teve peito de encará o ladrão” está
lingisticamente correta, já que podemos compreender as idéias que expressa, mas
está gramaticalmente incorreta, pois não obedece aos padrões definidos pela
gramática normativa.
Uma das funções da escola é, pelo ensino da língua portuguesa, oferecer ao estudante
condições de dominar as estruturas (regras) da língua padrão, a fim de que, quando
necessário, ele tenha condições de utilizá-la de maneira adequada e eficiente.
Língua culta e língua coloquial
Linguagem culta ou formal -> caracterizada pela correção gramatical, ausência de
termos regionais ou gírias, bem como pela riqueza de vocabulário e frases bem
elaboradas. Salvo raras exceções, é a linguagem dos livros, jornais, revistas e, é claro,
a linguagem que você deverá empregar em sua prova.
A língua culta ou formal é usualmente falada e escrita em situações mais formais pelas
pessoas de maior instrução e de maior escolaridade. Os documentos oficiais (leis,
sentenças judiciais, etc.), os livros e relatórios científicos, os contratos, as cartas
comerciais, os discursos políticos etc. são exemplos de textos escritos nessa variedade
linguística.
Linguagem coloquial -> é aquela que usamos no dia-a-dia, nas conversas informais
com amigos, no bate-papo e no bilhete para a empregada ou para o filho que irá
chegar, com as instruções para o jantar. Descontraída, dispensa formalidades e aceita
gírias, diminutivos afetivos e termos regionais.
A língua coloquial ou informal, por sua vez, é uma variante mais espontânea, utilizada
nas relações informais entre os falantes. É a língua do cotidiano, sem preocupações
com as regras rígidas da gramática normativa. Outra característica da língua coloquial
é o uso constante de expressões populares, frases feitas, gírias, etc.
Adequação e inadequação lingüística
ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA - O correto uso da língua deve ser feito considerando os
diferentes ambientes (mais ou menos formal) e seus receptores (ouvintes), que
poderão ser mais ou menos cultos, ou ainda mais ou menos próximos de nós (íntimos).
A língua falada é menos desprendida de normas.
A língua falada admite, para algumas palavras, critérios de simplificação.
EX: está = tá, você = cê , não é = né , cantar = cantá , estou = estô, então = intão.
Não devemos, porém, nos esquecer de que essas adaptações são admitidas apenas
na fala.
Mais do que saber as regras da impostas pela Gramática Normativa, um bom falante
da língua é aquele que sabe adequar o modo de utilizar a linguagem a determinados
contextos de comunicação. Como exemplo, pode-se citar um falante que utiliza uma
linguagem formal em um bilhete para seu amigo de escola, uma pessoa com quem ele
tem intimidade. Sendo assim, esse falante não soube adequar o tipo de linguagem a
este contexto.

Fatores que influenciam na inadequação:
·O interlocutor: Não se fala do mesmo modo com um adulto e com uma criança
· O Assunto: Falar sobre a morte de uma pessoa amiga requer uma linguagem
diferente da usada para lamentar a derrota do time de futebol.
· O ambiente: Não se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em um festa com
os amigos.
· A relação falante-ouvinte: Não se fala da mesma maneira com um amigo e com um
estranho.
· A intenção: Para se fazer um elogio ou um agradecimento, fala-se de um jeito; para
ofender, chocar, provocar ou ironizar alguém.
Em um ato de comunicação, a influência desses e de outros fatores resulta num maior
ou menor grau de formalidade ou informalidade na linguagem.
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