COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR: A PERSPECTIVA DO VAREJO Felipe Galesi Jaoude1 Resumo: O trabalho consiste em uma pesquisa que tem como objetivo identificar, a importância e a influência de atributos que o consumidor leva em conta na hora da compra. Nessa pesquisa os tributos foram classificados através de sua função expressiva ou instrumental. Ao introduzir o trabalho o autor discute sobre o tema “Comportamento do consumidor”, pois antes de justificar as decisões de compra do consumidor é necessário conhecê-lo e entende-lo. A elaboração da pesquisa tem como base três objetivos principais, sendo eles: classificar os atributos como sendo de função instrumental ou expressiva, segundamente identificar quais os atributos são importantes para os consumidores saber se há predominância de um grupo sobre o outro e saber se o agrupamento dos fatores segue a lógica dos grupos de atributos propostos. Com o objetivo de ampliar o conhecimento à respeito do comportamento do consumidor o autor recorreu á pesquisas anteriormente realizadas para encontrar o maior número possível de variáveis que pudessem auxiliar a entender melhor esse fenômeno. O número de atributos utilizados em outras pesquisas a respeito do mesmo assunto por outros autores é muito grande, porém nesse estudo o autor procura utilizar do maior número de atributos possíveis para que o modelo ficasse mais amplo. Palavras-Chave: comportamento do consumidor, mídia e varejo. Abstract: The work consists of research that aims to identify the importance and the influence of attributes that the consumer takes into account when buying. In this research the taxes were classified by their expressive or instrumental function. In introducing the work the author discusses on "Consumer behavior" because before justifying consumer purchasing decisions is necessary to know it and understand it. The development of the research is based on three main objectives, namely: sort the attributes to be instrumental or expressive function, identify which attributes are important for consumers to know if there is a predominance of one group over another and whether the grouping of the factors follows the logic of the proposed attribute 1 Bacharel em Administração pela UNIMEP, pós graduação em MBA em marketing pela FGV, mestre em Administração pela UNIMEP, Coordenador do Curso de Administração da Faculdade Anglo. E-mail: [email protected]. groups. In order to increase the knowledge of consumer behavior regarding the author applied will research previously performed to find the largest possible number of variables that could help better understand this phenomenon. The number of attributes used in other research on the same subject by other authors is very large, but in this study the author tries to use the largest possible number of attributes for the model to stay wider. Key words: consumer behavior, media and retail. INTRODUÇÃO Vivemos numa sociedade de consumo em que a posse e o uso de um número e uma variedade crescente de bens e serviços são as principais aspirações culturais e a rota percebida como mais segura para a felicidade pessoal, o status social e até o êxito nacional. Nossa sociedade construiu a ideia de que o bom cidadão é aquele que consome muito, pois é o consumo que induz ao desenvolvimento. O consumo é o trabalho que une indivíduos e coletividades, definido por gostos, status ou carência. Ele apazigua ansiedades quanto à nossa capacidade de sobreviver e prosperar socialmente, mas não consegue refrear, de uma vez por todas, nem a carência, nem o desejo. Ele, entretanto, instaura um intenso ciclo vicioso, que acaba se tornando necessário para a vida, para a sobrevivência e para o encontro com o prazer e suas fortes emoções. Todos somos consumidores, independentemente do poder de compra e do que consumimos. Viver é consumir. O que consumimos define nossa identidade: aquilo que temos constrói o que queremos ser. Desta forma, cada componente da cultura se converte em mercadoria e fica subordinado à lógica de mercado, mediante mecanismos econômicos e diretos ou psicológicos e indiretos. Partindo dessa perspectiva, este artigo vai tratar em especial das relações de consumo e de identidade que ela estabelece. Este tipo de mídia cria ao mesmo tempo um mercado de consumidoras. Isto ocorre porque é dos anos 80 que data a “invenção” do público jovem como segmento do mercado. Preocupamo-nos, ao longo, em delinear o contexto histórico-social que permitiu a introdução e a mudança da mídia, tanto em termos de conteúdo como de forma. No entanto, meu objetivo maior é analisar como a mídia é hoje e como ela forma “identidade”. Seus temas, seu público, sua publicidade e seu incentivo ao consumo. A mídia faz uma simbiose entre jornalismo e publicidade, entre informação e consumo. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A Formação de Atitudes Numa tentativa de modificação, assim como as variáveis acima citadas, terá que ser levada em conta. As influências familiares e grupais são importantes nessa tentativa de modificação, pois passarão pelas características de personalidade. A modificação de uma atitude pode ser tentada de forma congruente, que é quando a valência da atitude desejada é a mesma da preexistente ou de forma incongruente. Também, é importante citar a multiplicidade da inter-relação das atitudes, responsáveis pela dificuldade em se conseguir uma mudança, pois quanto mais simples, menos probabilidade de dissonância a atitude terá e seus valores podem ser centrais. Por outro lado, se a atitude for constituída de vários componentes inter-relacionados, pode ser que alguns estejam em incongruência e possam ser trabalhados. A mudança de atitude sofrerá influência de fatores individuais tais como personalidade, persuasibilidade, sendo esta correlacionada com a autoestima, autoritarismo, isolamento social, nível de fantasia, sexo e orientação vital. As influências grupais, a aceitação social, os processos de identificação e internalização são outros fatores de mudança de atitude. Além disso, segundo a teoria de Fishbein, as atitudes se desenvolvem a partir de cognições que possuímos a respeito do objeto de atitude, e das avaliações destas crenças, que variam de indivíduo para indivíduo. Percepção A percepção é o processo de decodificar os estímulos que recebemos. Se as necessidades e motivações de um indivíduo, analisadas anteriormente, se concretizam, por vezes, na compra e no consumo, não se deve concluir daí que as forças internas do ser humano são suficientes para explicar o seu comportamento. A razão é simples: o que um consumidor compra depende, para além das suas necessidades mais profundas, dos produtos e serviços disponíveis no seu meio envolvente e do modo como os percebe. Além disso o conceito da "utilidade" da compra parece afastar-se cada vez mais da racionalidade. Em termos gerais, a percepção pode ser descrita como a forma como vemos o mundo à nossa volta, o modo segundo o qual o indivíduo constrói em si a representação e o conhecimento que possui das coisas, pessoas e situações, ainda que, por vezes, seja induzido em erro. Percepcionar algo ou alguém é captá-lo através dos sentidos e também fixar essa imagem. As relações entre o indivíduo e o mundo que o rodeia são assim regidas pelo mecanismo perceptivo e todo o conhecimento é necessariamente adquirido através da percepção. Dois indivíduos, da mesma faixa etária, que sejam sujeitos ao mesmo estímulo, nas mesmas condições, captam-no, selecionam-no, organizam-no e interpretam-no com base num processo perceptivo individual segundo as suas necessidades, valores e expectativas. É fundamental, por isso, estudar e tentar perceber este processo, com vista ao conhecimento dos principais fatores que determinam a captação de um estímulo e a sua interpretação. O processo perceptivo inicia-se com a captação, através dos órgãos dos sentidos, de um estímulo que, em seguida, é enviado ao cérebro. A percepção pode então ser definida como a recepção, por parte do cérebro, da chegada de um estímulo, ou como o processo através do qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta estímulos. Este processo pode ser decomposto em duas fases distintas: a sensação, mecanismo fisiológico através do qual os órgãos sensoriais registram e transmitem os estímulos externos; e a interpretação que permite organizar e dar um significado aos estímulos recebidos. A sensação corresponde a uma resposta direta e imediata dos órgãos sensoriais a um estímulo básico como a luz, a cor, o som ou o tacto. A sensibilidade ao estímulo varia consoante a qualidade sensorial dos órgãos receptores e a quantidade e a intensidade dos estímulos aos quais estamos expostos. Por exemplo, uma pessoa cega tem a percepção auditiva e táctil mais desenvolvida que a maioria das pessoas e como tal é capaz de ouvir sons que normalmente as pessoas não ouvem conscientemente. A sensação é por natureza diferencial, ou seja, as pessoas só reparam naquilo que se distingue do geral, naquilo que é diferente, nos desvios, nas irregularidades. À medida que o nível de estímulos sensoriais diminui, a capacidade de detecção das diferenças ou da intensidade dos estímulos aumenta. É em condições mínimas de estimulação que se atinge a máxima sensibilidade. É por esta razão que a atenção aumenta quando um anúncio aparece sozinho num intervalo de um programa, ou quando, no meio de vários anúncios a cores, surge um em preto e branco. Esta capacidade que o organismo tem de alterar os níveis de sensibilidade consoante a variação das condições externas não só permite ter maior sensibilidade quando é necessário como também serve de proteção quando o nível de estimulação é muito elevado. Os Limiares Sensoriais Só a partir de uma determinada intensidade/diferenciação de um estímulo é que o ser humano é capaz de percebê-lo, podendo variar de indivíduo para indivíduo, em função de intensidade, duração de exposição e sensibilidade. Este processo encerra em si dois conceitos fundamentais para a compreensão da noção de sensibilidade a um determinado estímulo. 1. Limiar Absoluto (de detecção) - Quando se define a mais baixa intensidade que um estímulo pode registrar num canal sensorial, fazemos referência ao limiar do receptor. O limiar absoluto refere-se à energia mínima do estímulo necessária para produzir uma sensação: a luz mais fraca que é possível ver, o som mais débil que é possível ouvir. A pesquisa sobre os limiares absolutos permitiu constatar que, existe, para cada sentido, um limiar mínimo de sensação situado a um nível bastante baixo: na ordem de 1/25 de segundo de exposição para a visão, por exemplo; e que o ser humano tem a possibilidade de ajustar esse limiar em função das circunstâncias. Quando, por exemplo, um indivíduo entra numa sala escura, não vê nada de princípio, mas à medida que os seus olhos se vão habituando, começa a distinguir formas e depois objetos. 2. Limiar Diferencial - O limiar diferencial refere-se à capacidade que o sistema sensorial tem para detectar alterações num determinado estímulo ou diferenças entre dois estímulos. Os trabalhos consagrados aos limiares diferenciais resultaram na lei de Weber, segundo a qual, a intensidade adicional de estímulo necessária para provocar uma sensação é proporcional à intensidade inicial, numa relação K, chamada constante de Weber. A medida dos limiares diferenciais ocupa um lugar importante na pesquisa de mercado, nomeadamente no que diz respeito aos produtos. Está, em particular, na origem do método dos testes cegos que consiste em fazer testar por um consumidor, diferentes produtos tornados anônimo e depois medir as eventuais diferenças de sensação. Os anúncios em preto e branco são captados mais facilmente porque há uma diminuição da intensidade do estímulo (considerando que o mesmo é passado num conjunto de anúncios a cores) e logo há uma diferenciação em relação aos restantes; um anúncio com uma figura insólita chama a atenção do telespectador, pois o estímulo apresenta-se alterado. Um fenômeno conhecido por qualquer publicitário e demonstrado por diversas pesquisas é que três quartos dos leitores não se recordam de ter visto o "seu anúncio", no seu jornal habitual enquanto que o publicitário o identifica num abrir e fechar de olhos. Esta situação diz respeito à atenção seletiva, um fenômeno que explica porque é que os anúncios contra o tabagismo são mais facilmente percebidos pelos não fumantes e porque é que um calvo detecta perfeitamente os anúncios das loções capilares e as pessoas gordas os produtos para emagrecimento. A atenção é parcialmente determinada pelo que o indivíduo deseja e pela importância que lhe dá. Daqui pode-se deduzir a existência de uma "pré-percepção", que antecede a percepção consciente e que realiza uma prévia seleção do que o indivíduo quer ver, no meio de tudo o que o rodeia. A seleção psicológica - O fenômeno de adaptação sensorial demonstra que a sensação não age de forma mecânica sobre um organismo passivo; pelo contrário, o indivíduo participa diretamente no que sente. Esta intervenção não se limita a um ajustamento mas, na verdade, opera uma profunda seleção entre os estímulos propostos, pois a capacidade de armazenamento de informação do cérebro humano é restrita. A nossa percepção é organizada em função de variáveis tais como: similaridade, tendência em perceber estímulos semelhantes como pertencendo a um conjunto; proximidade, que nos faz perceber coisas próximas como pertencentes a um mesmo grupo; continuidade ou fechamento, que seria uma tendência em completar estímulos incompletos; de contexto, que seria uma percepção em termos de organização de figurafundo, como quando percebemos o objeto de uma campanha publicitária sofisticada como sendo de boa qualidade. Além de selecionar a informação, o indivíduo a organiza e a interpreta, dandolhe um determinado significado. O mecanismo através do qual as imagens sensoriais são organizadas e interpretadas, constituem um campo de trabalho privilegiado para a reflexão mercadológica. Um condicionamento, uma marca, uma etiqueta ou um preço induzem um comportamento diferente conforme o modo como são reconhecidos e integrados. Os trabalhos de psicologia da forma (Gestalt) definem alguns princípios que regem a forma como as percepções são organizadas. A Figura e Fundo O indivíduo tem tendência para organizar todas as percepções segundo dois planos: o da figura, elemento central que capta o essencial da atenção e o fundo, pouco diferenciado. Este princípio, que se apóia no efeito de contraste, é corretamente utilizado em publicidade para, por exemplo, realçar o prestígio de um produto. O Reagrupamento Quando os estímulos são numerosos e distintos e, por conseguinte, não organizados imediatamente numa figura, o indivíduo tende a organizá-la, associando os objetos em função da sua proximidade, semelhança e continuidade. O Estímulo Ambíguo Um estímulo é declaradamente ambíguo quando não corresponde a uma forma imediatamente reconhecida ou quando se podem fazer várias "leituras". O ser humano tem, então, a tendência para interpretar o estímulo de forma a torná-lo coerente. Esta interpretação faz-se muitas vezes em função das expectativas do receptor. O mecanismo de interpretação da ambigüidade constitui o fundamento dos métodos ditos projetivos, utilizados para revelar a personalidade ou a atitude profunda de um indivíduo. Por este motivo, os estímulos ambíguos são muito correntes em investigação comercial. O mecanismo pode igualmente ser explorado publicitariamente na medida em que um estímulo ambíguo capta a atenção e prepara a recepção de uma mensagem – resposta. Ao interpretar, o consumidor utiliza igualmente pontos de referência para registrar aquilo que percepciona. A partir de algumas notas de música, por exemplo, facilmente se identifica um anúncio da Coca-Cola ou dos Caldos Maggi. A compreensão destas regras é importante para um responsável do lançamento de um novo produto que pretende, em geral, inserir a sua nova marca num universo de referência, diferenciando-a do já existente. Foram identificados três mecanismos de decodificação. O consumidor procede ora por níveis “é caro” ou “é barato”, ora por associação «é caro logo é de boa qualidade», ora por generalizações (a partir de cores, de logotipos ou condicionamentos). Constrói assim repertórios que lhe permitem acolher e mesmo antecipar novas experiências de compra e de consumo. O princípio da generalização é por isso muito utilizado em marketing, tendo originado as marcas da mesma família (Nescafé, Neston, Nescau) Origem: Nestlé. Todo o ato humano é totalmente culturizado e, como tal a identificação e significação dos estímulos dependem largamente do campo cultural do indivíduo. Sente-se, por exemplo, que os gestos de um alemão não significam a mesma coisa que os gestos de um brasileiro e essa interpretação deriva unicamente das bases culturais de cada povo. Há, nas diferentes sociedades, processos de sinalizaçãosimbolização, que permitem a cooperação e a comunicação entre os vários intervenientes. São estes sinais, estes símbolos, que constituem a base de interpretação do homem, pois são elementos pertencentes à sua cultura; como tal, só lhe transmitem determinados significados, que são posteriormente interpretados no contexto em que aparecem. Pode-se então concluir que a familiaridade de certos objetos de referência, como por exemplo, os símbolos, desempenham um papel importante na medida em que condicionam o tipo de interpretação que é dado a um determinado estímulo. Assim, a figura de um quadrado encimado por um triângulo é geralmente interpretado pelas crianças ocidentais como uma casa e como um templo pelas crianças orientais. Por outro lado, as associações simbólicas ligadas aos objetos ou às cores podem variar consideravelmente. A percepção subliminar se remete aos estímulos registrados em nível subconsciente, não podendo ser utilizada para um condicionamento em nível inconsciente. As pessoas respondem de várias maneiras a estímulos que não são percebidos e formados na consciência. Em termos de estimulação subliminar, determinados estímulos em publicidade podem cair acima ou abaixo do limiar da consciência de determinados indivíduos e ainda ser distorcidos em função de uma seletividade perceptiva, neste nível, ou por uma predisposição pessoal. No caso do consumidor, a percepção de risco da compra é no que tange a: incerteza quanto ao objetivo da compra, dúvida quanto à satisfação, custo principalmente relacionado a bens duráveis, risco de desaprovação social, indecisão em função de grande variedade de escolhas. Assim, em marketing, esses aspectos são utilizados e trabalhados. Os anúncios são melhor percebidos quando apresentam contraste e novidade e que permitem uma compreensão integrada de conteúdo e mensagem. São importantes aspectos como tamanho e cor, pois eles ligam tamanhos e cor a experiências passadas. Por exemplo, percebemos uma coisa grande como de mais valor e temos a sensação de limpeza e pureza ao vermos algo branco. A percepção depende também do inter-relacionamento do estímulo com o meio ambiente e com as condições do indivíduo. A mesma imagem pode ser percebida diferentemente por dois indivíduos. Uma pessoa falando alto pode dar a ideia para alguns de que está de mau humor e para outros que está querendo ser entendido. As pessoas podem entender de forma completamente diferente uma mensagem que está se tentando passar devido às diferenças em percepção. A responsabilidade do processo é devida a 3 itens: atenção seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva. Atenção Seletiva Recebemos diariamente milhões de estímulos. Com certeza ninguém atende a todos os estímulos que recebe. Podemos citar alguns exemplos: É mais provável que as pessoas percebam os estímulos relacionados a uma necessidade atual. Se desejarmos comprar um automóvel, provavelmente prestaremos atenção nos carros da rua, anúncios e reportagens sobre automóveis. Da mesma forma prestaremos mais atenção em conversas sobre automóveis do que conversas sobre a atual situação política. Outra constatação é que as pessoas irão perceber mais os estímulos cujos desvios sejam maiores em relação a um estímulo normal. Provavelmente prestaremos mais atenção em um anúncio que oferece condições especiais de financiamento para a compra de um carro que um anúncio oferecendo três desodorantes ao preço de dois. Distorção Seletiva Nem sempre os estímulos ocorrem da maneira prevista por seus criadores. A distorção seletiva é a tendência de as pessoas interpretarem as informações de acordo com os seus desejos particulares. Dessa forma, o indivíduo reforça os seus preconceitos em vez de contrariá-los. No caso do automóvel, se alguém nos falar bem ou mal de uma determinada marca que estamos dispostos a comprar provavelmente reforçará o que já tínhamos de positivo e não reteremos o que nos foi falado de negativo. Retenção Seletiva As pessoas tem uma tendência a esquecer de muito mais informações do que aprendem, mas existe uma tendência de guardar aquelas informações que interessam no momento, ou que reforçam suas atitudes e crenças. No caso do automóvel, é provável que nos lembremos sempre dos pontos positivos da marca que queremos comprar e acabemos nos esquecendo de informações positivas sobre outras marcas. Aprendizagem A maior parte do nosso comportamento, inclusive o de consumir, é aprendida. Com isso, volta-se à questão das necessidades primárias e secundárias, inatas e aprendidas, e como aprendemos a ter e satisfazer estas necessidades. Neste caso, há duas teorias divergentes: a Teoria Cognitiva e a Teoria Estímulo Resposta. A Teoria Estímulo Resposta (S - R) A teoria S- R utiliza-se dos paradigmas clássicos, como reforço, extinção, discriminação e generalização. O reforço pode ser primário se constituído de uma recompensa em nível de satisfação de necessidade primária, ou secundário, se constituído de elementos socialmente aprendidos, como um sorriso ou elogio, por exemplo, a gravata que estamos usando, o que fará com que compremos mais gravatas deste tipo. O reforço também poderá ser negativo, e implica, neste caso, em uma redução da recompensa. No caso de esta ocorrer sempre, dá-se a extinção, i.e., se nunca elogiarem nossa gravata, ou se a criticarem, desistiremos de comprar e usar gravatas desse tipo. A discriminação é o processo que nos permite distinguir quais são as gravatas que merecem elogios, e a generalização leva a crer que todas as gravatas daquela marca são apreciadas. A Teoria Cognitiva Esta teoria dá maior ênfase ao insight, a aprendizagem se deve a uma reorganização do campo cognitivo que permite a compreensão de um problema e sua solução. O aprendizado se realiza através do discernimento, e o produto do consumo é adquirido, se percebido como satisfatório para as necessidades do consumidor, de acordo com o que este compreender a respeito Este tipo de aprendizado é semelhante à Teoria de Lewin, que visualiza o comportamento como resultante da percepção que o indivíduo tem das suas possibilidades. Psicólogos da Gestalt, tais como Wertheimer, Koffka e Köhler, negam a experiência como único fator de aprendizagem e visualizam o aprendizado como resultante de compreensão e percepção. A teoria Gestalt baseia-se no princípio de que as coisas são percebidas formando um todo. Em termos de psicologia do consumo, os analistas de marketing entendem que a boa campanha - boa para fazer o consumidor aprender a conhecer um produto novo - é o que pode ser compreendido e percebido como adequada às necessidades do consumidor. A COMUNICAÇÃO E OS RELACIONAMENTOS ORGANIZACIONAIS EM MARKETING A comunicação é um dos fatores primordiais dentro das organizações, independente de sua forma ela influencia diretamente os resultados da própria organização e deve gerar relacionamentos que permitam aos colaboradores um ambiente produtivo e criativo. Atualmente percebe-se a necessidade da velocidade nas respostas, o que antes foi tomado como um benefício, hoje é um ponto exigido diariamente, trazendo conflitos, em certos momentos salutares e em outros causando um desgaste pessoal muito maior e, em certos casos, desnecessário. Alguns hábitos podem trazer benefícios para o ambiente organizacional, como o simples fato de comunicar alguma divergência de opinião, sendo esta feita de maneira adequada, trará muitos benefícios para todos, pois uma síntese é muito mais completa do que a tese. Com o passar dos anos a comunicação foi modificada, os meios utilizados ganharam possibilidades antes inimaginadas pelas pessoas e hoje a internet é uma das grandes fontes de sucesso e, ao mesmo tempo, conflitos. O hábito de clicar e obter uma resposta tornou-se um fato corriqueiro na vida de todos, a comunicação ganhou um impulso de imediatismo exigido pelo mercado e transformou a vida de todos, da mesma forma acaba gerando problemas para as pessoas, pois a verificação das informações pode ser deixada em segundo plano e atrapalhar o desempenho de todos. Naturalmente o ser humano tenta correr contra o tempo, a internet é mais uma prova da necessidade humana em ter tudo aos seus pés em pouco tempo. O aprendizado é minimizado, o conhecimento parece na ser mais necessário para que as relações acabem estabelecendo vínculos duradouros entre as pessoas, permitindo com que os problemas de comunicação, inerentes ao ser humano, transformem-se em oportunidades de aprendizado mútuo. Há inúmeras vantagens em aproveitar a velocidade, a transmissão das informações é praticamente imediata, mas sua compreensão envolve alguns pontos vitais para o sucesso, como: Clareza: o texto deve ser claro, com uma linguagem de fácil compreensão e que deixe a interpretação muito próxima do que foi imaginado pelo emissor; · Perecibilidade: as mensagens tem um período de vida, algo que deve ser executado imediatamente pode ser transmitido diretamente (diálogo direto entre as pessoas) e que traga o prazo de execução da tarefa; · Importância: todas as ferramentas de comunicação tem como premissa a importância, especialmente dentro do ambiente organizacional, desta forma não existe motivo para que fatores externos acabem retirando a atenção da pessoa durante a execução de seu trabalho; · Imparcialidade: o assunto deve ser pontual, informar o necessário e dar ao receptor os dados necessários e adequados; · Retorno (feedback): quando a comunicação é realizada de forma não verbal, deve-se solicitar a confirmação de recebimento e compreensão do texto, seja por carta, fax, telegrama ou mesmo e-mail. Também se percebe que as organizações utilizam-se de estruturas similares às militares, o que acaba trazendo à hierarquia uma similaridade com exércitos e, com isso, há uma comparação direta de executivos com generais e dos colaboradores como o exercito que propicia a conquista diária de mercado. Da mesma forma as comunicações seguem um padrão militar, exceto pela abertura do feedback, atualmente, nota-se claramente que até mesmo os generais podem dar ordens e não serem compreendidos em sua plenitude. Sun Tzu comentou: ‘Se as instruções não são claras, e os comandos, pouco explícitos, a culpa é do comandante. E quando são bem claramente postos, mas não executados de acordo com os ditames militares, então a culpa é dos oficiais’. (Tzu, p. 15) Com o passar dos anos e o advento da internet houve uma redução de obstáculos para a transmissão de informações, de mensagens e até mesmo de contato entre pessoas em qualquer lugar do planeta, programas de mensagens instantâneas são muito bemvindas e facilitam o trabalho em determinados momentos. Mesmo assim existem limites que atingem todos os meios de comunicação, desde a distância em si, bem como a presença de compreensões distintas. Cada pessoa recebe a mensagem da comunicação de maneira que sua interpretação seja única, mesmo que as pessoas estejam frente a frente, sempre há algum ponto que leve a distração e a perda do significado de parte da mensagem, o simples fato de ouvir parece não ser um exercício muito comum entre as pessoas. Uma das maiores barreiras encontradas é o não ouvir as diferentes opiniões, exigir que apenas uma verdade seja utilizada e com isso o prejuízo é o resultado final, principalmente quando os créditos das informações são dados pela aparência e não pelo seu conteúdo. “De modo geral, os homens julgam mais com os olhos do que com o tato: todos podem ver, mas poucos são capazes de sentir. Todos veem nossa aparência, poucos sentem o que realmente somos[...]’’. (Maquiavel, p. 109) A cada novo nível de comunicação, há uma interpretação diferenciada e ruídos que interferem diretamente na absorção do conteúdo, entre as diversas formas, podem ser destacadas: · Comunicação falada direta: fatores externos acabam provocando a perda de foco, ouvir a mensagem torna-se um exercício que deve trazer uma síntese de ambas as partes, estar distante ou distrair-se elimina qualquer possibilidade de acordo entre as pessoas que estão frente a frente; · Comunicação por telefone: comum em ambientes organizacionais e que pode apresentar ruídos que prejudiquem a compreensão, o emissor e receptor trocam informações, possíveis dúvidas surgem da parte do receptor, mas o curto espaço de tempo pode eliminar dados importantes desta forma de comunicação; · Comunicação escrita: as interpretações podem gerar conflitos de compreensão, o receptor não irá interpretar como o emissor, desta maneira deve-se abrir um meio para a retirada de possíveis dúvidas, especialmente quando a cultura e o conhecimento de cada um dá um viés ao conteúdo, direcionando-o para lados opostos. Quanto menor o nível de pessoalidade, ou seja, da presença de uma pessoa diante da outra, maior é o risco de interpretações errôneas ou distantes, causando impactos profundos no contexto da mensagem e levando aos conflitos quando não há abertura para trocas de informações sobre o que é realmente o conteúdo da mensagem. Lidar diariamente com a comunicação organizacional pode reduzir diferentes interpretações, pois as diversas áreas utilizam terminologias distintas e que dão sentidos diferentes em contextos diferentes. CONCLUSÃO Através da elaboração deste trabalhou buscou se identificar o comportamento dos consumidores diante as transações on-line, mas antes de levantar informações sobre as compras realizadas o pesquisador precisou descobrir a teoria que leva esses consumidores a aderirem ao consumo virtual. Com o surgimento de redes sociais e a evolução da Internet, a grande maioria das pessoas e empresas tendem a focar seus cotidianos a esse habito, o habito de estarem ligados a tudo que acontecem ao seu redor com apenas um clique, consequentemente as transações on-line vem crescendo significativamente a cada ano, e a facilidade de compra e principalmente de pagamento vem se tornando o fator chave para esse crescimento, hoje o consumidor poder adquirir seu produto em qualquer lugar através de notebook, computadores de mesa, celulares se tablets, e pagaram em varias vezes com o seu cartão de credito, porem para não perder o controle financeiro de suas vidas financeiras. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação. São Paulo-SP: Brasiliense, 2002. BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial no Brasil: uma leitura crítica. São Paulo: All Print Ed., 2005. 200 p. BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo: Manole, 2003. 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