A Teoria de Jung - HC

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A Teoria de Jung
Para Carl Gustav Jung, Psicólogo que rompeu com Freud e criou seus próprios
conceitos, o que culminou na Psicologia Analítica, cada indivíduo pode ser
caracterizado como sendo primeiramente orientado para seu interior ou para o exterior.
Para dentro ou para fora de si mesmo. O que classificou como indivíduos introvertidos e
indivíduos extrovertidos. Na verdade, o indivíduo não pode ser considerado totalmente
introvertido ou extrovertido. Algumas vezes a introversão é mais evidente, em outras
ocasiões a extroversão é mais adequada, mas, as duas atitudes se excluem mutuamente,
de forma que não se podem manter ambas ao mesmo tempo. Jung Também deixava
claro que nenhuma é melhor que a outra, citando que o mundo precisa dos dois tipos de
indivíduos
As pessoas introvertidas concentram-se em suas próprias idéias, tendo uma forte
tendência à introspecção. Esse tipo de pessoa imerge de forma muito acentuada em seu
mundo interior, perdendo ou tornando muito distante o contato com o ambiente externo
e com os estímulos do mundo exterior. Uma pessoa distraída é um exemplo claro deste
tipo. Normalmente permanece absorta em suas reflexões. Um indivíduo introvertido
cuidaria de seu planeta, reciclaria seu lixo, plantaria árvores e reduziria a emissão de
Carbono na atmosfera, mas dificilmente sairia em passeata carregando faixas a respeito.
Já os extrovertidos se envolvem com o mundo externo com as pessoas e com as coisas.
Eles tem uma tendência a se transformar em mais comunicativos, mais sociais e mais
conscientes do que acontece à sua volta. Tem uma necessidade de evitar que sejam
dominados por outras pessoas mas são muito mais facilmente convencidos pelos outros.
Assim, no aconchego do seu lar, provavelmente não reciclariam os seus resíduos, mas
aceitariam sair em movimentos ativistas a favor das baleias ou dos golfinhos, desde que
estivessem acompanhados de outras pessoas com o mesmo intuito. Normalmente
acabam não demonstrando suas próprias opiniões.
As Funções Psíquicas
Jung apresentou quatro tipos psicológicos que chamou de fundamentais: pensamento,
sentimento, sensação e intuição. Cada um desses tipos poderia, ainda, ser introvertido
ou extrovertido.
O indivíduo com a função predominante de pensamento está envolta com a verdade e
com a justiça. Normalmente se refere a indivíduos racionais com julgamentos lógicos,
matemáticos e objetivos. Utiliza a impessoalidade. A este tipo de pessoa Jung
costumava chamar de reflexiva, por se basear, praticamente no planejamento e pensar
muito antes de tomar uma iniciativa qualquer. Os indivíduos desta categoria não largam
facilmente suas teorias, ainda que sejam confrontados ou que demonstrem contradições.
Já os tipos voltados para a função sentimento se voltam para o aspecto emocional de
seus atos. Este tipo de pessoa estará sempre envolvido em emoções intensas. Mesmo
que estas emoções tragam resultados negativos. Este tipo de pessoa toma as suas
decisões de acordo com os o julgamento de seus princípios e valores e não analisa as
conseqüências de forma lógica e reflexiva, como faria alguém com a função
pensamento mais aparente.
O indivíduo cuja função predominante é a Sensação, acaba agindo por uma resposta às
suas próprias experiências, Ele tem que ver, sentir, tocar, ouvir e perceber. Uma
experiência direta acaba prevalecendo, neste tipo de pessoa sobre uma discussão uma
teoria ou uma análise.
A pessoa intuitiva, por outro lado, utiliza o passado para chegar às suas próprias
conclusões. Experiências passadas são fundamentais para se chegar a uma conclusão
sobre um problema atual. Este tipo de pessoa pensa rápido, decodificam informações
imediatamente e processam as decisões de forma quase automática, relacionando as
experiências passadas com as experiências atualmente em curso.
A Percepção
A percepção nada mais é do que um processo que nos permita decodificar os estímulos
e mensagens externas que recebemos a cada segundo. Se as necessidades e motivações
de um indivíduo, analisadas anteriormente, se concretizam, por vezes, na compra e no
consumo ou em qualquer outro ato, não deveríamos chegar à conclusão,
precipitadamente, que o interior do ser humano é o suficiente para explicar todos os
seus atos, comportamento e atitudes. Além de suas necessidades básicas, psicológicas
ou biológicas, o que um consumidor compra depende, também, do que há disponível no
meio que o rodeia.
De certa forma, podemos descrever percepção como a forma que enxergamos o que há
ao nosso redor.
Em termos gerais, a percepção pode ser descrita como a forma como vemos o mundo à
nossa volta e o modo segundo o qual construímos a representação a respeito do
conhecimento que temos a respeito dos objetos e do ambiente, o que muitas vezes acaba
induzindo a erro. Perceber é o ato de captar o através dos sentidos e fixar essa imagem
na mente.
As relações entre o indivíduo e o mundo que o rodeia são assim regidas pelo mecanismo
perceptivo e todo o conhecimento é necessariamente adquirido através da percepção.
Duas pessoas da mesma idade, do mesmo sexo e da mesma classe social, expostas ao
mesmo estímulo podem captá-lo e organizá-lo de forma diferenciada de acordo com as
suas necessidades individuais. E as suas expectativas.
Por esse motivo, se torna primordial tentar entender o processo que rege essas
diferenças e de que forma a captação de um estímulo e a sua interpretação acabam
diferindo de uma pessoa a outra.
A percepção tem início quando, através dos sentidos, a pessoa recebe um estímulo que o
envia ao cérebro. Podemos dizer que a percepção nada mais é do que a recepção de um
estímulo no cérebro, ou ainda de que forma os estímulos externos são selecionados,
organizados e interpretados pelo indivíduo.
O processo é dividido em duas partes. A sensação em si, ou seja, o mecanismo físico no
qual os órgãos sensoriais como ouvidos, olhos e nariz registram e enviam os estímulos
ao cérebro e a interpretação do processo, que tem a função de fornecer à pessoa um
significado sobre o estímulo recebido.
A sensação é uma resposta imediata dos órgãos sensoriais a um estímulo recebido do
exterior como a luz, a cor, o som, uma música, um diálogo ou o cheiro de um perfume.
A sensibilidade da pessoa a este estímulo externo pode variar de acordo com a saúde de
seus próprios órgãos (um deficiente audito não terá a mesma percepção de um som que
uma pessoa com audição normal) e a o volume, a intensidade e a quantidade de
estímulos emitidos em nossa direção. Quando um dos sentidos enfraquece, os demais
são fortalecidos. Um deficiente visual acaba desenvolvendo a audição e o tato a níveis
maiores dos que os de uma pessoa que enxergue bem.
A Sensação ocorre de forma diferencial, ou seja, as pessoas só reparam naquilo que se
distingue do geral, naquilo que é diferente, nos desvios, nas irregularidades, nas coisas
diferentes. Naquilo que não é normal. À medida que o nível de estímulos sensoriais
diminui, a capacidade de perceber as diferenças dos estímulos é ampliada sobremaneira.
Passamos a notar melhor os estímulos que nos são expostos. Quanto menores as
condições de estimulação, tanto maior será a sensibilidade. É por este motivo que a
atenção aumenta, por exemplo quando vemos uma pessoa sozinha e não junto a uma
multidão. Ou quando vemos um carro vermelho junto a dezenas de outros, por exemplo,
na cor prata.
A sensação oferece uma diferenciação de diversas amplitudes, cuja interpretação
aparece de diversas formas, seja por diferenças de tamanho, cor, brilho ou forma.
A percepção depende também da relação do estímulo com o meio ambiente e com as
condições do indivíduo.
A mesma imagem pode ser percebida diferentemente por dois indivíduos. Uma pessoa
falando alto pode dar a idéia para alguns de que está de mau humor e para outros que
está querendo ser entendido. As pessoas podem entender de forma completamente
diferente uma mensagem que está se tentando passar devido às diferenças em
percepção. Esse processo ocorre devido a tres fatores que nos fazem apresentar
comportamentos diferenciados em di diversas situações: a atenção seletiva, a distorção
seletiva e retenção seletiva.
Atenção Seletiva
Recebemos diariamente milhões de estímulos. Com certeza ninguém atende a todos os
estímulos que recebe. Podemos citar alguns exemplos:
É mais provável que as pessoas percebam os estímulos relacionados a uma necessidade
atual. Se desejarmos comprar um automóvel, provavelmente prestaremos atenção nos
carros da rua, anúncios e reportagens sobre automóveis.
Da mesma forma prestaremos mais atenção em conversas sobre automóveis do que
conversas sobre a atual situação política.
Outra constatação é que as pessoas irão perceber mais os estímulos cujos desvios sejam
maiores em relação a um estímulo normal. Provavelmente prestaremos mais atenção em
um anúncio que oferece condições especiais de financiamento para a compra de um
carro que um anúncio oferecendo três desodorantes ao preço de dois.
Distorção Seletiva
Nem sempre os estímulos ocorrem da maneira prevista por seus criadores. A distorção
seletiva é a tendência de as pessoas interpretarem as informações de acordo com os seus
desejos particulares. Dessa forma, o indivíduo reforça os seus preconceitos em vez de
contrariá-los. No caso do automóvel, se alguém nos falar bem ou mal de uma
determinada marca que estamos dispostos a comprar, provavelmente reforçaremos o
que já tínhamos de positivo e não reteremos o que nos foi falado de negativo.
Retenção Seletiva
As pessoas têm uma tendência a esquecer muito mais informações do que aprendem,
mas existe uma tendência de guardar aquelas informações que interessam no momento,
ou que reforçam suas atitudes e crenças. No caso do automóvel, é provável que nos
lembremos sempre dos pontos positivos da marca que queremos comprar e acabemos
nos esquecendo de informações positivas sobre outras marcas.
A Segmentação do consumidor
Diversos modelos e instrumentos falharam ao tentar agrupar os indivíduos em grupo e
determinar características semelhantes a esses mesmos grupos.
É comum, em pesquisa de mercado descrever “pessoas do sexo masculino de 19 a 24
anos”. Da mesma forma, quando se desenvolve uma campanha ou um novo produto está
se tornando cada vez mais constante o uso de objetivos como “homens e mulheres, das
classes A e B, de 25 a 45 anos”. Apesar de ser a forma mais comum de classificar as
pessoas, a segmentação por sexo, faixa etária ou classe social não representa uma
divisão ideal.
Uma determinada empresa pode lançar um produto para determinada classe social, com
determinada idade e depois de alguns meses constatar que a venda foi um fracasso.
Um item primordial é sempre esquecido neste tipo de classificação. Duas pessoas
“iguais”, ou seja, do mesmo sexo, com a mesma idade, que moram no mesmo bairro e
são pertencentes à mesma classe social, podem ter comportamentos, gostos e atitudes
completamente diferentes. Uma gosta de rock, outra de música sertaneja. Um adora
viajar e outro permanece em casa nos fins de semana. Um experimenta novidades, outro
é conservador. Um recicla o lixo, outro não.
Assim, fica fácil entender para quem oferecer um disco de rock, uma viagem
internacional ou uma campanha pelo meio ambiente.
Este tipo de classificação, que leva em conta o estilo de vida e os gostos dos indivíduos
leva o nome de “psicográfica”. Inúmeras tentativas de classificar o ser humano pelas
suas “qualidades” e “estilos” foram tentadas, mas dois prevaleceram com o passar do
tempo: o modelo VALS 2 e o AIO.
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